A homossexualidade em diferentes mundos

Série Ensaios: Sociobiologia



Por Thalita Adriana Tavares
Acadêmica do curso Ciências Biológicas da PUC – PR

                  “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.” - Albert Einstein.
            A jornalista Marina Estarque em abril de 2015, escreve em Carta Capital, alguns casos de casais homossexuais que esperam na fila da adoção. Um dos casos conta a história de Marcos Gladstone e seu parceiro, pais de 2 filhos adotivos. O casal aguarda a chegada de mais uma menina na família, porém a decisão está ameaçada pelo projeto de lei 6583/13, mais conhecido como Estatuto da Família, que define como família apenas casais formados por um homem e uma mulher, ou um dos pais e seus descendentes. Na prática, impede casais homossexuais de se casarem e adotarem crianças – ambos direitos já reconhecidos pela Justiça, mas não previstos em lei. O projeto de lei já possui vários opositores, porém acaba por afastar o interesse dos homossexuais em adotar.  
           
          A homossexualidade é milenar em existências comportamentais, sociais e culturais. No livro Biological Exuberance - Animal Homosexuality and Natural Diversity, o pesquisador Bruce Bagemihl analisou mais de 400 espécies, na maioria mamíferos e aves, todas praticantes de hábitos homossexuais. A pesquisa mostrou, inclusive, que as relações homossexuais na natureza não são fruto de confusão do instinto ou falta de fêmeas. Pode-se dizer que, a maioria dos animais homossexuais é assim porque é.   
            Os comportamentos homossexuais dos animais, às vezes diferenciam-se dos comportamentos homossexuais humanos, pois são desempenhados para uma estratégia de sobrevivência para o grupo em que se inserem, e não por simples prazer.

           O livro considera cinco comportamentos classificados como homossexuais, entre eles o cortejo, que inclui todas os meios que os animais usam para se exibir e conquistar parceiros. O pássaro-lira, bem como o pavão seduzem suas fêmeas exibindo sua grande cauda a elas, no entanto as fêmeas não são as únicas atraídas, machos são observados exibindo suas caudas para outros machos. A afeição é outro critério notado pelo biólogo, expressa o vínculo íntimo com outros indivíduos através de demonstrações de afeto, porém não são consideradas manifestações de sexualidade. A formação de casais nem sempre envolvem seres do mesmo gênero, mais de 70 espécies de aves mantém relações duradouras com indivíduos do mesmo sexo, além de leões e elefantes machos que podem formar laços mais duradouros que casais heterossexuais. A criação de filhotes também é atividade bem comum entre parceiros semelhantes, o pássaro-cantor macho atrai o outro por meio do canto, no início do período reprodutivo, constroem o ninho e cuidam dos ovos e crias abandonados. Por fim, o contato sexual propriamente dito é todo momento em que há estimulação dos órgãos genitais. Bonobos, morsas, golfinhos, libélulas, são exemplos de alguns animais que desempenham atos homossexuais.    
            No quesito histórico, desde a Grécia Antiga, a homossexualidade era uma prática comum entre os guerreiros espartanos. Prestigiados pela valentia, obediência e força, o comportamento homossexual era visto como uma estratégia de sobrevivência na rotina de batalhas. O estreitamento de laços entre os guerreiros fazia com que os mesmos estivessem mais dispostos e mais encorajados a lutar.
            Os pesquisadores Urban Friberg, William Rice e Sergey Gavrilets no periódico científico The Quarterly Review of Biology, afirmam que o fator biológico ligado à homossexualidade se encontra em um conceito conhecido por epigenética, que consiste no estudo das mudanças hereditárias na expressão gênica que não envolve uma mudança na sequência do DNA, são modificações que sinalizam aos genes se eles devem se expressar ou não. Com o modelo proposto no estudo, eles poderiam explicar que a homossexualidade é transmitida através de epimarcas hereditárias, responsáveis por alterar e regular a sensibilidade à testosterona em fetos no útero materno. Além das modificações físicas, a exposição à testosterona é o que poderia também influenciar na orientação sexual do indivíduo.  
            As variações epigenéticas adquiridas durante a vida de um organismo podem ser passadas aos seus descendentes, portanto a hereditariedade explica apenas parte da variação na preferência sexual. A homossexualidade pode ser uma característica geneticamente estabelecida de acordo com os hábitos e o ambiente social que o indivíduo está inserido. As razões, que podem ser sociais, culturais e do ambiente, permanecerão como um tópico de intensa discussão.
         
   No sentido biológico, há uma forte possibilidade de que a homossexualidade seja uma conduta claramente benéfica, segundo Edward Osborne Wilson. O biólogo entomologista discute que a homossexualidade surgiu como elemento importante na organização social humana primitiva, visto que os homossexuais podem ser portadores genéticos de alguns dos raros impulsos altruístas da humanidade. A homossexualidade é sobretudo uma forma de estabelecer vínculos. A predisposição para o caráter homófilo possui uma base genética e os genes se difundiram nas sociedades primitivas devido a vantagem que conferiam a quem os possuísse. Wilson avança com a hipótese de seleção de parentesco para explicar a origem da homossexualidade, segundo a qual os parentes mais próximos dos homossexuais podem ter mais filhos como resultado da sua presença.
            O grande enigma diz respeito ao processo de seleção natural: como homossexuais produzem menos prole do que heterossexuais, por qual razão uma possível variação genética seria mantida ao longo das gerações?
            Os membros homossexuais das sociedades primitivas, livres das obrigações e deveres paternos, eram eficientes em ajudar os parentes mais próximos. Os parentes, beneficiados por taxas mais elevadas de sobrevivência e reprodução, partilhavam com os homossexuais genes alternativos, responsáveis pela aquisição do potencial para preferências homofílicas por uma minoria da população, possibilitando que os genes homossexuais continuassem a difundir-se através de linhagens de descendência colateral, ainda que os próprios homossexuais não tivessem filhos.  
            Devido à grande demanda de estudos associados a homossexualidade, pensamentos e conceitos vêm se modificando com o decorrer do tempo. De acordo com a psicanalista Cynthia Ladvocat, do ponto de vista legal, não existe nenhum impedimento para que homossexuais adotem crianças, pois a sexualidade de cada postulante à adoção não faz parte da avaliação.
            Apesar da polêmica sobre o assunto, é de suma relevância alguns aspectos como o fato de que os pais adotivos escolhem ser pais, superam limites biológicos, procuram os mais diversos métodos em busca da paternidade ou maternidade, em contraste com muitos casais heterossexuais que experenciam de gestações não planejadas. Outro fator é o de que uma grande porcentagem de pais ou mães homossexuais procuram adotar crianças diferentes de suas raças e/ou portadores de deficiências, um gesto bastante gracioso.
            Como futura bióloga, acredito que um comportamento tão antigo, praticado por inúmeros animais, deve ser estudado profundamente para a percepção e entendimento de todas as espécies, inclusive a nossa. O preconceito, a opressão social, a homofobia em geral ainda é muito acentuada, o que afeta de modo direto a adoção por casais homossexuais. As pessoas esquecem que independente do contexto social em que uma criança se encontra, o relevante é promover a essa criança um ambiente saudável, afetivo e que supra as necessidades físicas e psicológicas para o seu bom desenvolvimento, uma vez que a família é a base para a formação do caráter do indivíduo e um dos alicerces para a formação da personalidade do mesmo.
            O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia II se baseando nas seguintes referências:

Zoofilia: Por que é imoral?

Série Ensaios: Sociobiologia

Por Raphael Coutinho Mello
Acadêmico do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas

           
Recentemente em sua autobiografia a subcelebridade Andressa Urach revelou ter tido seu primeiro orgasmo ao manter relações sexuais com o cachorro de uma amiga. Apesar da criminalização (Lei n º 9605/98) e desprezo por boa parte da população, é sabido que essa é uma prática muito comum em diversas regiões do mundo, e no Brasil, principalmente em áreas rurais onde muitos garotos têm suas primeiras experiências sexuais com animais de criação.
            Sabe-se que em humanos o comportamento sexual é influenciado pelo hipotálamo que tem o papel de estimular a glândula pituatária a liberar os hormônios sexuais. O hipotálamo secreta o fator de liberação apropriado no sangue, que alcança a glândula pituatária e a estimula a secretar hormônio gonadotrófico, que no homem tem como alvo os testículos para a produção de testosterona e esperma e nas mulheres o objetivo é estimular os ovários a produzir óvulos e secretar estrógeno e progesterona – hormônios estes responsáveis pelo desejo sexual.
Dentre as diversas “perversões sexuais” ou parafilias está a zoofilia, definida como atração ou envolvimento sexual entre humanos e animais de quaisquer outras espécies. Algumas teorias da Psicologia baseadas nas obras de Freud, classificam a Zoofilia como um transtorno da sexualidade humana e a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), na categoria F65.8 (Outros Transtornos de Ordem Sexual) aborda a bestialidade (ou zoofilia).
Sabe-se que muitos problemas da sociedade humana estão freqüentemente relacionados a interações entre ambiente e comportamento ou entre genética e comportamento (Snowdon, 1999) - apesar disso, não existe ainda uma explicação completamente aceitável para as parafilias, sendo possível que tenham sido um comportamento ancestral que e que foi culturalmente transmitido para alguns, no caso da zoofilia podendo ter surgido há aproximadamente 10 mil anos atrás após a revolução agrícola quando o homem parou de ser nômade, se estabeleceu em terras fixas e começou a plantar e domesticar animais, por outro lado, é possível que desde os primórdios não tenha sido um comportamento socialmente aceito por todos e por isso ainda é mal visto por grande parte da população, provavelmente devido ao fato de que os comportamentos humanos foram sexualmente selecionados, ou seja, os comportamentos que não favoreciam o indivíduo de se reproduzir foram eliminados ou pelo menos transmitidos com frequência bem menor se comparado aqueles que favoreciam a reprodução, já que no início quando a espécie vivia em pequenos grupos um indivíduo de comportamento aberrante poderia ter dificuldade em se relacionar social e sexualmente dentro do grupo por estar fora do Imperativo Reprodutivo e com isso não escolhia parceiros sexuais e também não era escolhido, já que não visto como um parceiro em potencial por apresentar um comportamento que não ajudaria na reprodução das futuras gerações, e justamente devido ao Imperativo Reprodutivo é que estamos sempre tentando adequar nosso comportamento ao do grupo, ou julgando como os outros se comportam e excluindo da competição por pares reprodutivos aqueles que julgamos imorais.
Mas porque a moral é considerada tão importante em nossa sociedade?
Acredita-se que a moral seja a responsável pela manutenção da ordem entre as pessoas e sociedades, sendo inclusive ensinada desde para as crianças desde muito cedo. Caso contrário, diante de quaisquer adversidades que surgissem em nosso caminho, retornaríamos ao nosso estado primitivo e resolveríamos todos os problemas de maneira antiquada, desprovida de ética e moral, tal qual os criminosos que notoriamente não seguidores dos valores morais. Então na verdade os valores morais foram criados para regular a vida em sociedade, fazendo com os que não os seguem sejam mal vistos pela maioria e em muitos casos até segregados do convívio social, seja pela lei quando são criminosos ou por nós mesmos, qual julgamos que uma pessoa não é boa o bastante para fazer parte de nosso convívio quando a julgamos imoral, ou ainda pela religião

Este ensaio foi realizado com base nas referências:
Diniz IA, Chagas AR, Fiedler MW, Ribeiro RB, Silva ALR, Machado RM TRANSTORNOS DE IDENTIDADE E DE COMPORTAMENTO SEXUAL: UMA ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA Rev Rene. 2013; 14(2):231-40.

Snowdon T. Charles O SIGNIFICADO DA PESQUISA EM COMPORTAMENTO ANIMAL Estudos de Psicologia 1999, 4(2), 365-373 365

A cura do corpo pela Fé

Série Ensaios: Sobiobiologia
Por Bruna Schaidt
Acadêmica do curso de Biologia

Louise L. Hay, fundadora da Casa Hay e autora motivacional, foi diganosticada com câncer de útero e conseguiu a cura através da fé e do perdão. Louise teve uma infância bastante conturbada, pois quando tinha apenas 5 anos de idade começou a sofrer abusos sexuais de um vizinho e só parou quando ela decidiu fugir de casa e da escola com 15 anos.
Aos 16 anos Hay engravidou, mas teve que dar a criança a uma família por falta de condições de criá-la. Após esse período sua vida começou a melhorar quando se tornou modelo e se casou, mas não para sempre que a felicidade durou, quando após 14 anos de casamento seu marido a deixou para morar com outra mulher.
Já descrente de que era merecedora de amor e a falta de sgurança e valorização própria, Louise buscou ajuda na igreja e foi quando sua vida começou a mudar, até que foi diagnosticada com câncer no útero. Em seu livro, “Sana to Curpo”, ela relata como foram suas experiêcias e seu tratamento envolvendo o espiritualismo e sua fé atrás da sua recuperação sem ajuda da medicina convencional e acredita que esse tipo de enfermidade é reflexo da energia e do comportamento que o ser humano emana para o mundo e que se estivermos em paz e com a mente positiva emanando boas vibrações é possível reverter é possível alcançar a auto cura.
Ela conta que precisou perdoar tudo que havia acontecido na sua vida, principalmente os abusos quando criança e, somente quando realmente perdoou conseguiu se livrar de todo ódio e remorso que ainda havia nela, alcançando a cura do câncer que, segundo ela, era reflexo de todo o seu sofrimento.




Para muitos, é quase incompreensível acreditar que pensamentos positivos ou a fé em algo abstrato possam controlar as ações biológicas exercidas pelo corpo. Para René Descartes e alguns cientistas adeptos da biomedicina tracional, a mente e o corpo são dois coisas separadas, pois a mente teria influência sobre o corpo? Descartes, no séc. 17, negou o conceito de que a mente tenha influência sobre o corpo. O corpo físico é feito de matéria, algo palpável e físico, e a mente de uma substância não identificada, tida como imaterial. Como então, algo imaterial poderia ter influência sobre algo material? A ciência ainda não é capaz de explicar como muitas vezes isso acontece, mas há relatos para fundamentar a ideia de que a mente atua sobre o corpo e sua biologia.
A espiritualidade é considerada umas das heranças genéticas humanas fundamentais que para ele, é considerada um instinto. Para ele, o dever de um ciesntista que quer explicar a espritualidade é mostrar que ela pode ser definida e quantificada e, dessa forma, Hamer apresenta cinco argumentos para fundamentar sua teoria.
A Quantificação é o primeiro deles, que através da “autotranscendência” há uma medida numérica de como as pessoas vão além delas mesmas. O segundo é a Herdabilidade, demonstrando que a espiritualidade é significativamente hereditária.
 Seguido da Identificação de um gene específico, o terceiro argumento apresentado por Hamer, que explica o Gene de Deus como aquele é associado à escala de autotranscendência da espiritualidade. Esse gene não explica a espiritualidade, mas é importante por indicar como é manifestado no cérebro o mecanismo da espiritualidade, sendo que, tal gene codifica um transportador de monoamina, uma porteína que é resposável pela quantidade de importantes substâncias químicas cerebrais sinalizadoras.
O Mecanismo Cerebral, quarto argumento, explica as funções da monoaminas, serotoninas e dopaminas no cérebro, alterando a consciência incluindo pensamentos, emoções e lembranças. E por último a Vantagem seletiva, que explica quais as vantagens seletivas e competitivas de possuir os genes de Deus, proporcinando ao ser humano um senso de otimismo inato, ou seja, é a vontade de continuar vivendo e procriando, e a busca por uma saúde melhor e curas de doenças. Seriam essas vantagens que nos permitiriam transmitir nossa herança genética (Hamer, 2005).
A espiritualidade desa forma, afirmando que pensamentos são a energia da mente emanados pela matéria, e tais energias podem afetar o corpo físico, controlando diretamente a forma como o cérebro físico irá controlar a fisiologia do corpo (Lipton, 2007).
Essas energias irão atuar de tal forma que ativam ou inibem proteínas responsáveis pelo funcionamento das células, agindo diretamente sobre as reações fisiológicas geradas pelo corpo. Para ele a ciência não deve se afastar da espiritualidade, mas deve caminhar junto a ela, para que possamos entender a “a ordem natural” das coisas sem tentar controlar a natureza.
Mas a espiritualidade pode ser explicada também no sentido etológico, e não apenas no biológico.  É natural o ser humano querer estabelecer relações sociais, ter uma compreensão do mundo, passar por problemas e é nesse momento que a espiritualidade ganha tanta importância.
Ela se torna responsável por vários agrupamentos sociais, diminuindo tensões entre os indivíduos que compartilham dos mesmo ideais, porém também acarreta em um choque quando indivíduos de grupos diferentes entram em contato entre eles, e por vezes, acabam causando conflitos. Além de estar envolvida com o nosso equilíbrio interno tendo grande influência no nosso bem estar, levando em conta o fato de que corpo e mente estão diretamente ligados, a espiritualidae tem um papel importante na administração do estresse, atuando em nossa saúde.
Segundo,  a espiritualidade ocupa todo o nosso ser e é uma presença íntima e const
ante e, mesmo alguns sendo mais ou menos espirituais, somos todos espiritualizados. Está presente em todo o nosos cotidiano, e até mesmo nos momentos em que estamos vivenciando experiências sociais, como no trabalho, no lazer, educação, religião ou apenas na intimidade de cada um. Esse lado espiritual acaba sendo fundamental pois pode nos indicar caminhos e posições a partir da qual, é possível uma compreensão da sociedade em que vivemos (Silva & Silva, 2014). 
            Como formanda em biologia acredito na função importante da ciência e suas diversas áreas que buscam por tratamentos e curas de doenças e têm como prospota intervenções medicamentosas oude caráter médico, mas também creio que a nossa psique e nossa espiritualidade exerce grande poder sobre nossos corpos. Inferterferindo fortemente pelas energias que espalhamos pelo mundo e que devemos além da medicina convencional, devemos buscar nosso equilíbrio pessoal para alcançarmos nossa restauração interior.


O presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia II, baseando-se nas seguintes obras:

IMECC. René Descartes. Disponível : <http://www.ime.unicamp.br/~calculo/ambientedeensino/modulos/history/descartes/descartes.html>. Acesso em: 04 de set. 2015.

UFRGS. Fisiologia. Disponível em:<http://www.ufrgs.br/biomedicina/biomedicina-2/habilitacoes/fisiologia>. Acesso em: 04 de set. 2015.

Estudo Geral. As escolhas entre terapias convencionas e medicina convencional. Disponível em:<http://www.ufrgs.br/biomedicina/biomedicina-2/habilitacoes/fisiologia>. Acesso em: 04 de set. 2015.

Ciência 20. O que é matéria? Disponível em:<http://www.ciencia20.up.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=625>. Acesso em: 04 de set. 2015.

UNICAMP. O que é ciência? Disponível em:<http://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/ciencia.pdf>. Acesso em: 04 de set. 2015.

INCA. Colo de útero. Disponível em:<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero/definicao>. Acesso em: 04 de set. 2015.

SER. A Importância da Espiritualidade da Sociedade Contemporânea. Disponível em: <http://www.ser-psi.com.br/crbst_35.html>. Acesso em: 21 de set. 2015.

SILVA, João Bernardino da; SILVA, Lorena Bandeira. Relação entre a Religião, Espiritualidae de Sentido da Vida. Revista da Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial. 3 (2), 203-215, nov. 2014.

LINPTON, Bruce H. A Biologia da Crença: Ciências e espiritualidade na mesma sintonia: o poder da consciência sobre a matéria e os milagres. Butterfly Editora, 2007.

HAY, Louise H. Sana tu Cuerpo: Las causas mentales de laenfermedad física y la forma metafísica de superarlas. Urano, 1988.

HAMER, Dean. O Gene de Deus – como a herança genética pode determinar a fé. Mercuryo 

Espiritualidade: uma luz no fim do túnel?


Série Ensaios: Sociobiologia

Por Nicoly Subtil de Oliveira
Acadêmica do Curso de Biologia da PUCPR

"Eu me ergui e fui puxada por essa luz”, descreve a professora Rita Isabel Rohr. “Tinha um túnel, bem longe, e aquela luz me puxava. Era uma luz tipo um sol, não era uma luz qualquer, era uma luz muito forte, que soltava raios para tudo que era lado, e tinha muita força aquela luz. Eu cheguei ao fim do túnel, e atrás da luz tinha um espaço muito grande, com uma luminosidade tão estranha, tão bonita, que não dá para explicar. Eu não consigo comparar com uma coisa bonita que tem aqui na Terra hoje para dizer como era bonito lá.”

           
Assim como o caso desta professora, muitos outros casos de Experiência de Quase Morte (EQM) são relatados em hospitais. Apesar de estas experiências serem algo real para essas pessoas e, em grande parte, ocasionarem em um motivo para a mudança de comportamento, nos valores e nas crenças de diversas pessoas, como a ciência entende isso?
            A EQM é definida como um estado alterado de consciência que inclui uma experiência emocional e um conteúdo estereotipado (Fenwick, 2013). Estes estados próximos da morte referem-se a experiências profundas, onde as pessoas que vivenciam isto acreditam que deixam seus corpos e viajam para outra dimensão (Greyson, 2007). Segundo a medicina, estas experiências acontecem devido a mudanças químicas no cérebro. Existem estudos que demonstram que existe um último lampejo de explosão de atividade cerebral nos últimos minutos de vida, por isso esses relatos podem estar relacionados com a perda de consciência da pessoa, porém com um mínimo de atividade cerebral ainda.
Tem-se como características específicas de quem sobreviveu a uma EQM a incapacidade de expressar um sentimento através de palavras, ouvir o anúncio da própria morte, sentimentos de paz, ouvir ruídos, ver um túnel, sentir-se fora do corpo, encontrar-se com seres não físicos, realizar uma revisão da vida, retornar à vida, contar aos outros sobre a experiência, consequência da experiência que a pessoa viveu, ter novas visões da morte e comprovação de conhecimentos não adquiridos por meio da percepção normal (Greyson, 2007). Os efeitos posteriores a vivencia são, na maioria das vezes, permanentes. A pessoa passa a apreciar melhor a vida, ter maior espiritualidade/ fé, menos medo da morte e menores níveis de competitividade e materialismo (Von Haesler & Beauregard, 2013).
Em um estudo médico realizado, 30 dos 58 pacientes que disseram que tinham tido EQM, não estavam em perigo de morte. Ou seja, estas experiências de quase morte não estão relacionadas apenas com o perigo médico apresentado, mas com o estado físico mental e do corpo. Existem casos relatados em que pacientes com diabetes relataram a EQM após uma significativa baixa de açúcar no sangue (hipoglicemia), os pacientes estavam em estado de sono e apresentaram movimentos rápidos do olho, demonstrando um estado comum de quando sonhamos (Mobbs & Watt, 2011).
Vários estudos têm sido feitos para entender este fenômeno; mas ainda estamos longe de poder entender o que realmente acontece. Em outro estudo feito com pacientes que tinham tido a experiência de quase morte, 50% relataram a sensação de estarem mortos, 24% disseram ter tido a experiência fora do corpo, 31% falaram que passaram por um túnel e 32% disseram ter encontrado pessoas falecidas. Não existe um padrão para estas experiências, ao mesmo tempo em que algumas pessoas relatam todas as características já apresentadas, outras relatam apenas uma ou duas. Isto dificulta o seu entendimento, mas é certo que existem diversas explicações para isto.
O professor Alexander de Almeida da UFJF, em uma entrevista, explica que pode estar relacionada à falta de oxigênio no cérebro e a pessoa passa a desencadear alucinações; ou também pode ser em um período próximo a morte e a pessoa comece a fantasiar como mecanismo de defesa. O neurocientista Kevin Nelson, autor do livro The Spiritual Doorway in the Brain – a Neurologist’s Search for the God Experience, conta que a cada segundo o cérebro regula a quantidade de sangue que circula nele, então se o fluxo diminui, o cérebro aciona mecanismos que controlam a passagem entre os estados de consciência porque encara isto como uma crise, e nesses momentos podem acontecer reações como paralisia e alucinações. Em uma linguagem mais química, Jansen (1990; 1997) propõe que a cetamina é um modelo para a EQM, ou seja, a cetamina é capaz de reproduzir estas experiências através do bloqueio dos receptores no cérebro pelas neurotransmissões glutamatérgicas, mediadas pelo receptor de N-metil-D-aspartato (NMDA).
O que chama atenção nas pessoas que vivenciam essa experiência de quase morte é a mudança de comportamento e pensamento sobre valores. A maioria dos casos ocorridos relata que as pessoas passam a ter outra visão de morte, tem menos medo de viver e até aumentam a espiritualidade.
Dr. George Vaillant, autor do livro Fé: evidências científicas, defende que a espiritualidade é uma força positiva na evolução humana. O autor ainda relata que para essa força positiva existem três tipos diferentes de evolução: a seleção natural dos genes ao longo de milênios; a evolução cultural de ideias sobre o valor da vida humana ao longo da história documentada; e o desenvolvimento da espiritualidade durante a vida de cada indivíduo. Nossa espiritualidade acontece no cérebro, na nossa capacidade inata para emoções como o amor, a esperança, a alegria, o perdão e a compaixão; sentimentos selecionados pela evolução que se localizam em uma parte do cérebro diferente daquela onde se encontram as crenças religiosas dogmáticas, relata o Dr. Vaillant.
A espiritualidade pode ter duas dimensões: a horizontal, em que a pessoa é movida pela experiência de doação de si mesma e de fraternidade por meio do contato mais íntimo com si próprio, com a natureza, a arte, a poesia, ou qualquer outro valor visando o bem-estar social, a solidariedade, o cuidado, a tolerância, etc. E a dimensão vertical, onde a pessoa acredita em Deus (Poder Superior). As duas dimensões podem estar ligadas ou não (Moberg & Brusek, 1978). É importante deixar claro que a espiritualidade e religião estão relacionadas, mas são termos independentes. Uma pessoa não precisa pertencer a uma religião para alcançar um nível espiritual (Guerrero et al, 2010).
Quando se fala dos benefícios da espiritualidade, o efeito placebo é citado. Acredita-se que uma terapia pode trazer sentimentos positivos. Alguns pesquisadores até falam que certos rituais podem afetar os sistemas endócrino e imunológico (Valla, 2000). Como estratégia de sobrevivência no mundo social, a espiritualidade pode ser vista como uma forma de amenizar os problemas diários, acreditando que é possível superar cada um; de valorizar e aproveitar mais a vida, porém com cautela; de buscar novas experiências para chegar a felicidade plena; entre outros.. Com a ajuda de rituais, é possível chegar a uma paz interior, acalmar os pensamentos e até chegar a tão desejada felicidade.
Eu como formanda em Biologia, acredito que apesar de todas as pesquisas já realizadas, a experiência de quase morte é, na maioria das vezes, uma questão de interpretação pessoal; pode-se vê-la como um acontecimento da vida ou da química do cérebro da pessoa, que pode estar em risco de morte ou não. O importante é que as pesquisas continuem sendo realizadas para que possa ser explicado o que realmente acontecem nesses momentos e se isso pode levar a algum risco ao cérebro após a experiência. Porém, acredito também que mesmo que seja descoberta a razão para esses acontecimentos, a espiritualidade ainda seria um motivo a levar-se em questão, pois de certa forma, a espiritualidade deixa a pessoa mais calma, tranquila e feliz, além de que se unida com a religiosidade, a pessoa tem mais cuidado com si mesma, com as coisas e com a busca da felicidade.

O presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia II, baseando-se nas seguintes obras:
FENWICK, P. As experiências de quase morte (EQM) podem contribuir para o debate sobre a consciência? (2013). Rev Psiq Clín, v. 40 (5), p. 203-207.
G1. Brasileiros que quase morreram contam ter visto luzes e até Jesus. Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/09/brasileiros-que-quase-morreram-contam-ter-visto-luzes-e-ate-jesus.html>. Acessado em 18 de Setembro de 2015.
GREYSON, B. Experiências de quase-morte: implicações clínicas. (2007). Rev. Psiq. Clín, v. 34, supl. 1, p. 116-125.
GUERRERO, G.P., ZAGO, M.M.F., SAWADA, N.O. & PINTO, M.H. Relação entre espiritualidade e câncer: perspectiva do paciente. (2010). Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília/ DF, v. 64 (1), p. 53-59.
JANSEN, K. L. R. Neuroscience and the Near-Death Experience: roles for the NMSA - PCP receptor, the sigma receptor and the endopsychosins. (1990). Medical Hypotheses, v. 31, p. 25-29.
JANSEN, K. L. R. The Ketamine Model of the Near-Death Experience: a central role for the N-Methyl-D-Aspartate receptor. (1997). Journal of Near-Death Studies, v. 16, p. 5- 26.
MOBBS, D. & WATT, C. There is nothing paranormal about near-death experiences: how neuroscience can explain seeing bright lights, meeting the dead, or being convinced you are one of them. (2011). Trends in Cognitive Sciences, v. 15, n. 10, p. 447-449.
Moberg, D. O. & Brusek, P. M. (1978). Spiritual well being: A neglected subject in quality of life research. Social Indicator Research, v. 5, p. 303-323.
VAILLANT, G. E. Fé: evidências científicas. (2010). Editora Manole, Barueri/ São Paulo.
VALLA, V.V. Globalização e saúde no Brasil: a busca da sobrevivência pelas classes populares via questão religiosa. (2000). Trabalho de Congresso. Disponível em: . Acessado em 23 de Setembro de 2015.
VON HAESLER, N. T. & BEAUREGARD, M. Experiências de quase morte em parada cardíaca: implicações para o conceito de mente não local. (2013). / Rev Psiq Clín, v. 40 (5), p. 197-202.


O altruísmo sobre uma perspectiva etológica

Série Ensaios: Sociobiologia
Por Aline de Andrade Batista
Acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas

Em Belo Horizonte foi iniciada uma campanha de doações pelas redes sociais em nome da Igreja Sagrado Coração de Jesus para ajudar os mais de 100 refugiados sírios que chegaram recentemente na cidade. Noutro dia, centenas de pessoas foram à igreja para levar os donativos, que eram colocados próximos ao altar e do lado de fora da construção, pois não havia mais espaço dentro da igreja.
 “Altruísmo” é um vocábulo criado pelo filósofo francês Auguste Comte, em 1830, para caracterizar o conjunto dos comportamentos humanos que nos inclinam a fazer ações benevolentes aos outros. Geralmente é usado como sinônimo de filantropia e o oposto do egoísmo. Bondade, veneração, caridade e apego são consideradas características altruístas. O termo frequentemente é associado como sendo uma virtude e justificado por alguma tendência religiosa - embora isso de fato não seja verdade.
O altruísmo, visto como fazer “o bem ao próximo” também é possível de ser observado em outros animais, tendo como objetivo garantir a sobrevivência da espécie, como indicam DeNault & McFarlane (1994), em seu estudo com morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus: esses animais reconhecem a interdependência de sua colônia e compartilham alimento com outros indivíduos com base na compreensão de que se os papéis estivessem invertidos, esses indivíduos também partilhariam alimento com eles e como Wilson (1981) cita em seu livro comportamentos de defesa, como o suicídio altruísta – este existente em humanos, mas também em animais que formam algum tipo de estrutura social, como abelhas.  Por outro lado, mais registros (sem fins científicos) de atos de solidariedade entre os animais têm aparecido, como este vídeo e este relato de um leopardo que cuida do filhote que sua presa deixou.
Wilson defende dois tipos de altruísmo: o absoluto, que provavelmente evoluiu através de seleção de parentesco ou de seleção natural e que consiste em uma ação irracional e sem desejo de retribuição; e o relativo, que evoluiu da seleção individual e é consciente, elaborado e de caráter egoísta, que busca algum reconhecimento na sociedade e satisfação própria.
Pesquisadores de Stanford apontam aqui que em nós, humanos, o altruísmo relativo envolve um processo de aprendizado de três etapas para ser desenvolvido. A primeira é reconhecer a si mesmo como individuo, e isso ocorre quando ainda somos bebê. A segunda etapa acontece por volta dos 4 anos, quando a criança consegue reconhecer o outro e assim tende a se comportar semelhantemente aos outros. Por fim, a última etapa ocorre aos 10 anos, quando a maturidade já é o suficiente para exercer algum comportamento altruísta voluntaria e conscientemente.
Aproveitando e usando como exemplo a atual crise dos refugiados, muito se tem relatado sobre a solidariedade de pessoas de inúmeros países para com essa gente. Só no Brasil, cerca de 100 sírios chegaram a capital mineira recentemente e então uma igreja da cidade começou a arrecadar doações através de campanhas em redes sociais. O resultado foi surpreendente: centenas de pessoas se mobilizaram e doaram itens alimentares e de higiene   - a igreja ficou sem espaço para abrigar todas as doações e então teve que direcioná-las para outro lugar. Ao analisar a situação, não posso afirmar que tipo de altruísmo desencadeou o fato, tendo em vista que cada pessoa deve ter tomado sua atitude por diferentes motivos, mas que a sociedade tem um certo poder sobre a “bondade” das pessoas, pois aqui temos duas situações culturais implícitas: a religião e a situação humilhante dos imigrantes.
Muitas pessoas relatam se sentir após de realizar alguma ação considerada boa.  Isso se deve a ocitocina, que estimula comportamentos como altruísmo, generosidade e empatia – isso funciona como uma forma de recompensa.”
Como bióloga, acredito que o altruísmo está empregado na sociedade de diversas formas, porém com alguns equívocos de conceito. Muitos acreditam piamente que são “bons” por ajudar ou respeitar o próximo, quando que para o senso comum não fazem nada além do esperado de alguém civilizado. Acredito que o fato do homem estar deixando seu lado mais “selvagem” diminuir implica numa redução do altruísmo herdado por seleção natural, enquanto o altruísmo relativo só tende a crescer mais. Vemos muito hoje que a bondade e caridade das pessoas é fruto de muitos fatores culturais e emocionais que a pessoa vai absorvendo conforme o que vive.

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, tendo como base as obras:
DeNault, L. K., & McFarlane, D. A. (1995). Reciprocal altruism between male vampire bats, Desmodus rotundus. Animal Behaviour, 49(3), 855-856.
Hoje em Dia. Doações a refugiados lotam igreja e local de entrega é transferido. Acessado em 20 de setembro de 2015. Disponível em http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/doac-es-a-refugiados-lotam-igreja-e-local-de-entrega-e-transferido-1.347510.

Revista Crescer. Crianças são naturalmente altruístas¿ Acessado em  04 de setembro de 2015. Disponível em: http://revistacrescer.globo.com/Bebes/Desenvolvimento/noticia/2015/01/criancas-sao-naturalmente-altruistas.html
Wilson, E. O. (1981). Da natureza humana. TA Queiroz/Ed

Agressividade: Sinais de Defesa, frustração ou Imposição?

Série Ensaios: Sociobiologia
Por: Lohana Neves de Souza

Acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas

 

No dia 26 deagostode 2015, o repórter Vester Lee Flanagan, conhecido como Bryce Williams assassinou dois colegas de trabalho durante uma transmissão ao vivo. Flanagan, não aceitava a demissão da emissora WDBJ 7 que alegaram a impossibilidade do trabalho em grupo por já ter apresentado diversos episódios de descontrole comportamental, gerando desconforto perante aos colegas. No entanto, Flanagan acusava a emissora de racismo e perseguições sexuais.



O ato comportamental seria um reflexo de sentimentos como respostas fisiológicas e biológicas. E uma delas reconhecida através da reportagem é a agressividade.  A expressão de agressão é um fator limitante da necessidade de manter relações benéficas que com o passar da evolução se reproduziu através de lutas, como ocorrências de negociação, ou atos antissociais em desequilíbrio natural, segundo Frans B. M, 2000.
Os sentimentos comuns como amor, ciúmes, posse, egoísmo e outros também podem desencadear atos comportamentais agressivos, caso alguns destes o traga frustrações ou discordância para a pessoa resultando em resposta aos estímulos.
            Questões corriqueiras de descontrole podem ser vistas por inúmeras maneiras. Em várias situações, sempre há alguém atribuindo ao ‘criminoso’ traços delinquentes, psicopatológicos, distúrbios inerentes ou perturbações psicológicas ao comportamental. Atualmente, apesar de a ciência estudar estes ‘surtos’ agressivos em abordagens isoladas, podem ser tratadas no modelo usual bio-psico-social, na tentativa de compreender os comportamentos e seus influenciadores. Destes três comportamentos (biológico, psicológico e comportamental), o biológico é o mais criticado por considerar a personalidade da pessoaque combate a crença popular “ele já nasceu assim” e analisam tendências pelas quais o diferenciam dos demais.
         
   Os fatores genéticos, bioquímicos, neurológicos e psicofisiológicos teoricamente podem ser agrupados no modelo biológico. Os fatores genéticos perante a agressividade mostram que gêmeos univitelínicos são mais propensos a possuírem o mesmo comportamento, diferentes dos bivitelínos, que apesar de serem gêmeos possuem comportamentos distintos. Estudos mostram o fator genético da agressividade em crianças adotadas, eles podem desencadear comportamentos ‘delinquentes’ se os pais biológicos possuírem registros, porém o ambiente em que vivem pode alterar ou amenizar estes comportamentos agressivos. Alguns autores citam que essa transmissão genética está associada ao cromossomo X provindos da mãe. Já os fatores bioquímicos mostram que a agressividade pode estar relacionada na correlação entre o colesterol, a glicose, hormônios como a testosterona, a serotonina e alguns neurotransmissores. Atos de agressividade podem ser relacionados ao alcoolismo que além de alterar ao funcionamento do organismo, reduz a taxa de glicose no organismo e segundo estudos podendo gerar o descontrole comportamental. Bioquimicamente falando, as baixas taxas de serotonina em casos de alterações na concentração nas amígdalas, nos lobos temporais e outros o ácido fenilacético e a norepinefrina, também estão associadas aos comportamentos agressivos.
            O comportamento violento da sociedade humana faz parte de comportamentos dirigidos à adaptação do homem no ambiente. O que diferenciou nossa espécie das demais foi o desenvolvimento de uma parte do componente do cérebro a parte “racional”, que também está presente nos mamíferos superiores como os primatas. Os humanos são considerados os seres mais agressivos dos animais, e essa agressividade foi o que nos garantiu a perpetuação dos genes através de comportamentos territoriais, mecanismos de agressão e defesa, competição e até genocídios.
Na sociedade animal, é importante a presença do comportamento agressivo, para que haja organização social hierárquica, como por exemplo, disputa entre machos por territórios, alimentos,fêmeas ou bandos.
            A diferente agressividade encontrada nos homens e nas mulheres está fortemente relacionada a quantidade dos hormônios masculinos (testosterona). E até medicamentos como por exemplo o uso de estatinas direcionadas redução de colesterol, seu efeito em mulheres apresentaram diferenças comportamentais relacionadas a irritabilidade e a agressividade o contrário dos homens que exibem uma resposta diferente. O comportamento agressivo pode ser percebido de inúmeras maneiras, fúria, ira, agressão verbal ou física, ciúmes, antipatia entre outros aspectos, cada pessoa os demonstra de formas diferentes. Embasamentos genéticos e bioquímicos explicam boa parte dessas respostas, mas a questão biológica de personalidade não pode ser deixada de lado, pois o indivíduo sofre um ‘bombardeio’ de sentimentos que vêm à tona a todo instante.
            A agressividade pode ser vista como algo ruim, porém para os etólogos e psicólogos, a agressividade se bem canalizada pode ser ‘moldada’ ou conveniente.  A agressividade às vezes é necessária, se imposta no momento certo e de maneira correta.  Esse sentimento é instintivo. Lorenz aprendeu com seus gansos cinzentos que a agressividade pode se transformar em fontes benéficas para a sociedade. Mostrados através do instinto de sobrevivência ou seu antes grito de guerra, agora o ruidoso prelúdio de procriação.  Para a etologia, a agressividade seria uma forma de autoproteção das espécies, sendo assim com os recursos limitados da natureza, cada um determina seu território e o defende dos inimigos e se o mesmo for da mesma espécie dificilmente acabará em morte. Estes sentimentos de agressividade são momentâneos e úteis, porém esse espírito de agressividade só toma forma quando a espécie se sente ameaçada.
            Eu como formanda em biologia entendo a agressividade como uma ferramenta necessáriapara o caminhar da sociedade. Demonstra ser um reflexo comportamental necessário para que haja limite, regras e organização, além do que foi a mesma que nos proporcionou a adaptação no meio ambiente. Além do mais, a agressividade não precisa ser vista como um delito maldoso ou apenas atos criminais, uma simples palavra mal direcionada pode ser interpretada mal tanto quanto um ato corriqueiro.
O presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia II baseando-se nas seguintes obras:

O presente ensaio foi elaborado para Disciplina de Etolgoia, baseando-se nas obras: