Inveja - Boa? Má? Necessária?


A inveja é um dos 7 pecados capitais (aliás, o sexto, localizado entre a ira e a inveja) e considerada como um verdadeiro veneno social. Dizem que tanto quem sente quanto quem é o alvo da inveja, são prejudicados. Não há quem não saiba o que é sentir ou despertar inveja. O que já se sabe sobre a inveja? Qual sua origem e o seu papel social?

A inveja pode ser definida como um ressentimento hostil que uma pessoa sente em relação a alguém que tem algo que ela quer - material, físico ou psicológico. A inveja é vista por alguns como um vício - muitas vezes inevitável, mas raramente desejado - pois reflete uma determinada inferioridade intermediada por uma certa maldade. Segundo Richard H. Smith, professor de psicologia da Universidade do Kentucky "A inveja é corrosiva, feia, e pode arruinar sua vida". "Se você é uma pessoa invejosa, é difícil apreciar muitas das coisas boas que estão por aí, pois você está ocupado demais se preocupando sobre como elas se refletem em si próprias" (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1017836-5603,00.html). Segundo O filósofo Schopenhauer sentir inveja é humano, gozar do infortúnio dos outros é diabólico, porém se analisarmos determinados comportamentos apenas sobre o viés moral, ficamos impedidos de enterdermos o “por que” a natureza fixou esse padrao comportamental.

Inveja ou Ciúme?... a Etologia

Algumas vezes a inveja é confundida com ciúmes, porém o ciúme corresponde a uma relação em triângulo, uma vez que ao ver seu amado flertar com outra pessoa numa festa, uma mulher teme perder pede-lo. Já a inveja é uma relação entre duas pessoas, e embora seja incansável e gregária, é democrática, uma vez que toda pessoa que vive em sociedade presta atenção ao status, a quem está indo bem e quem não está, e avalia a sua auto-imagem em comparação a outros. A inveja normalmente ocorre entre iguais - sexo, idade, classe e currículo (um mecânico inveja um mecânico) – embora seja socialmente menos repugnante se desejar o inalcançável (um mecânico pode desejar ser como o milionário).
(http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1017836-5603,00.html)

Ao analisarmos o comportamento de um animal social e hierárquico, vemos que a competição leva a geração de sentimentos de identificação com outros membros do grupo resultando em alianças. Porém, é obvio que esses mesmos motivos podem estimular sentimentos como a inveja e até mesmo satisfação com o infortúnio dos outros. Os evolucionistas associam à inveja pontos positivos como a persistência e universalidade, sua fixação com o status social e o fato de coexistir com a vergonha e um profundo papel social. A inveja poderia ajudar a explicar por que os humanos são comparativamente menos hierárquicos que muitas espécies primatas, mais inclinados a um igualitarismo e a se rebelar contra reis. Segundo Ricardo Teixeira do Blog Consciência no dia a dia “O comportamento animal é recheado de atributos competitivos como a disputa por território, parceiros sexuais e alimentos. A neurociência têm-nos mostrado que não somos tão diferentes assim e cada um de nós carrega diferentes graus desses instintos arcaicos. Desde que bem dosados, ciúme, interesse pela vida alheia, inveja e prazer com o infortúnio dos outros, não devem ser vistos como sentimentos que devem ser reprimidos a todo custo. Todos eles fazem parte de um grande repertório que colaborou sobremaneira para o sucesso da espécie, e ainda deve colaborar em certo grau”.
http://consciencianodiaadia.com/2009/03/22/a-inveja-e-o-prazer-na-ma-sorte-dos-outros-podem-ser-consideradas-normais/

Pesquisas atuais...

Os caminhos evolutivos e neurais que levam à inveja estão começando a serem desvendados. Um dos pontos relacionados à inveja é a sensação de "schadenfreude" - termo alemão para o fato de sentir prazer quando aqueles que você inveja são levados à lona. Matthew D. Lieberman, do departamento de psicologia na Universidade da Califórnia, compara a relação da inveja com o schadenfreude com a fome e a sede, pois quanto mais fome ou sede você sente, o mais prazeroso será quando você finalmente beber ou comer.

O avanço das neureociências já permitiram à Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência Radiológica do Japão identificarem a região do cérebro responsável pelo sentimento de inveja (estudo publicado American Journal of Science). Na experiência realizada os participantes – que tiveram seus cérebros monitorados por aparelhos de ressonância magnética - foram convidados a imaginar uma situação real com pessoas mais capazes e inteligentes do que eles. Quando admitiram sentir inveja, foi detectado que o córtex dorsal anterior do cérebro ficava mais ativo, sendo a mesma área relacionada à dor física e à dor mental.

Por outro lado, outra região do cérebro - o corpus striatum, que é associado a sentimento de alegria ao recebermos um prêmio - também era estimulado quando as cobaias liam um capítulo que descrevia problemas com outras personagens. Segundo os pesquisadores pode-se concluir que pessoas invejosas sentem mais prazer com a desgraça alheia.
Outro recente estudo conduzido por pesquisadores israelenses - Universidade de Haifa – veirificou a relacao entre lesões cerebrais nas regiões frontal e parietal com a diminuição da capacidade de perceber inveja ou prazer. A lesão do lado direito do cérebro resulta em mais dificuldade em perceber situações com contexto de inveja enquanto aqueles lesões do lado esquerdo apresenta mais dificuldade situações em que havia prazer com o infortúnio alheio. Teoricamente, esses mesmos indivíduos há uma dificuldade em modular seus próprios sentimentos de injeja e prazer no infortúnio alheio. Lesões cerebrais nas mesmas regiões frontais já foram associadas a comportamento social inapropriado, menor desempenho executivo, menor capacidade de arrependimento, ciúme patológico, e até mesmo a sociopatia.
A descoberta poderá ajudar os profissionais da área de saúde a lidar melhor com pessoas que sofrem do problema, uma vez que segundo Hidehiko Takahashi "A inveja pode levar uma pessoa a praticar um ato destrutivo e até criminoso para conseguir o que deseja" Apesar das novas descobertas serem preliminares a pesquisa lança uma luz sobre uma poderosa emoção negada e ridicularizada, e muitas vezes ignorada. Há quem relacione a grande parte da recente crise econômica à inveja fugitiva, à medida que financistas competiam para evitar a vergonha de ser um "mero" milionário.
Quer saber mais?

(http://opiniaoenoticia.com.br/vida/ciencia/japoneses-identificam-regiao-cerebral-da-inveja/
BBCBrasil.com http://www.redepsi.com.br/portal/modules/news/print.php?storyid=5142) http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1017836-5603,00.html
http://cerebromente.blogspot.com/2009/03/ver-alguem-que-voce-inveja-levar-pior.html) http://consciencianodiaadia.com/2009/03/22/a-inveja-e-o-prazer-na-ma-sorte-dos-outros-podem-ser-consideradas-normais/ http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/2009/02/24/ult4477u1385.jhtm
http://www.portalsaude.org/site_v01/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=314
http://www.iconocast.com/B000000000000153_Portu/U3/News3.htm



E os animais? Eles sentem inveja????

A inveja é um sentimento que se relaciona com animais sociais, pois envolve a avaliação do que o outro tem de diferente. Logo, pode-se esperar que animais – como primatas, cães, golfinhos – que vivem em sociedades complexas e que haja um sistema hierárquico apresente formas de inveja. Frans de Waal, do Yerkes National Primate Research Center em Atlanta autor do livro “Eu, primata” (ver lista ao lado) relatou que os macacos eram felizes em trabalhar por fatias de pepino, até que uma pessoa passou a dar recompensas melhores, como uvas, a um dos macacos. Então os outros pararam de trabalhar por pepino e começaram a criar um rancor. Segundo o pesquisador "A emoção primária é provavelmente a inveja ou o ressentimento". Podemos traçar um paralelo com uma criança que passa a ter um irmão. (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1017836-5603,00.html)

Segundo Friederike Range, da Universidade de Viena, Cachorros podem farejar situações injustas e apresentar uma emoção simples similar à inveja ou ciúmes. Cães zangaram-se e recusaram-se a “cumprimentar” outros cachorros que ganharam prêmios, caso eles não ganhassem também. O estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, também mostrou que os cachorros se lambem ou se coçam e agem de modo estressado quando se vêem sem os prêmios dados a outros cachorros.

Ao se colocar dois cães lado a lado e premiados de forma diferente, o estudo mostrou que cães de diferentes raças caso não sejam premiados lamberam a boca, bocejaram, coçaram-se, mostraram outros sinais de estresse e pararam de executar a tarefa. Se o cão estivesse sozinho cooperavam por mais tempo antes de parar. Segundo o pesquisador esse teste confirma que a resposta do cão diz respeito à distribuição desigual da recompensa, uma vez que se fosse apenas frustração iriam parar ao mesmo tempo.

http://rizzolot.wordpress.com/2008/12/08/cachorros-demonstram-inveja-e-ciume-diz-estudo/ http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL915252-5603,00-CACHORROS+SAO+CAPAZES+DE+SENTIR+INVEJA+AFIRMA+PESQUISA+AUSTRIACA.html http://cienciahoje.uol.com.br/134193

Inveja - você já sentiu?

Emoções – nossa fonte de “descontrole “?


Nas próximas semanas eu e os alunos de psicologia e biologia estaremos discutindo emoções, sentimentos e consciência nos animais. Por isso vou priorizar textos sobre esses temas. De início sugiro a leitura do livro “Inteligência emocional” de Daniel Goleman, segundo o autor as emoções e sentimentos foram muito tempo negligenciadas de estudos científicos, porém atualmente a aquisição de novas tecnologias tem nos permitido mapear no cérebro as regiões responsáveis pelas emoções e suas ações em todo o corpo.

As emoções representam o lado “irracional” do homem, ou melhor, o seu lado “animal”. Elas foram moldadas pela natureza para permitir uma resposta rápida para garantir a sobrevivência do animal e automaticamente da espécie. Seundo Goelman, “o impulso é o veículo da emoção; a semente de todo impulso é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão à mercê dos impulsos – os que não têm auto-controle – sofrem de uma deficiência moral. A capacidade de controlar os impulsos é a base da força de vontade e do caráter” e esse é o grande desafio do homem: controlar suas emoções. Códigos morais e éticos têm como meta conter o excesso emocional, e essa tentativa é tão antiga que já pode ser vista nos dez mandamentos dos Hebreus.

No entanto apesar das pressões sociais, as paixões muitas vezes solapam a razão, pois o plano biológico do nosso cérebro, em termos de circuitos neurais, trazem uma herança genética de 50.000 gerações. Apesar de termos criados padrões culturais e aumentado muito em número nossos corpos continuam reagindo como se estivesse no tempo das cavernas. A raiva instantânea que antes era fundamental para sobrevivência, atualmente se invade uma criança que tem a seu alcance uma arma , pode resultar numa catástrofe.

Pretendo nos próximos textos traçar um panorama das emoções e sua visão etologia, ao conhecermos suas raízes e estímulos desencadeadores ficará mais fácil vive-la biologicamente, adaptando-as aos nossos tempos. Convido aos alunos que deixem aqui suas idéias a respeito desses temas, pois serão muito importantes para todos.

Parasitas alteram o comportamento de seus hospedeiros


Quem está mesmo no controle?


Essa matéria para aqueles que acreditam que têm total controle consciente sobre o seu comportamento. Você sabia que parasitas podem alterar o comportamento de seus hospedeiros para viabilizar o ciclo de vida programado pela evolução?

Todas as espécies têm pelo menos uma espécie de parasito, no entanto a maioria possui várias. Calcula-se que o número de espécies parasitas seja quatro vezes maior que as não-parasitas. Apesar da maioria das pesquisas se concentrarem em parasitas que causam dano a humanos ou a animais de criação, nos últimos anos muito se tem descoberto sobre essa relação decorrente da co-evolução e que tem um peso muito grande nos ecossistemas.

Alguns pesquisadores como Carl Zimmer (autor do livro Parasite Rex, 2000; Ed. Free Press – página pessoal: http://www.carlzimmer.com) apostam que os parasitas não pegam apenas “carona” no seu hospedeiro, mas que manipulam o comportamento, chegando a causar esterilidade e até mudança de sexo, os hospedeiros poderiam ser tecnicamente vistos como “parasitas disfarçados”. Um exemplo extraoridinário está no vídeo abaixo em que os parasitas de um caramujo vão até seus tentáculos e fazem com o que suba na vegetação e, então, mova-os para atrair as aves.

A fêmea da craca Sacculina carcini deposita os ovos no carangueijo através de um orifício no exoesqueleto. A larva forma um nódulo espalhando raízes por todo o corpo do hospedeiro, absorvendo nutrientes da hemolínfa. O macho livre encontra a fêmea fixada e a fecunda. A craca, então, toma emprestada a bolsa que a fêmea do caranguejo usa para carregar ovos e guarda lá os seus. Se o bicho infestado for um macho, a craca muda o formato do abdome dele, tornando-o capaz de transportar ovos. A vítima cuida dos ovos do parasita, protegendo-os contra algas, fungos e predação.

O verme Dicrocoelium dendriticum - uma espécie de fascíola – quando adulto, se aloja em ruminantes, os ovos são eliminados nas fezes e ingeridos por caramujos. Os parasitas se instala na glândula digestiva e vão para a superfície do corpo sendo envolvidas em bolas de muco e liberadas na grama. Então, formigas, ingerem centenas de fascíolas que formam cistos no abdome e na cabeça. Os parasitas ficam numa posição do cérebro que comanda o inseto para se afastar de suas colegas e subir na vegetação durante a noite. As formigas esperam ser devoradas por um herbívoro, porém se a formiga não for comida, volta a exibir esse comportamento na noite seguinte, uma vez que o sol direto mataria o hospedeiro, e o parasita junto com ele. Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=lGSUU3E9ZoM&NR=1

Aves marinhas soltam ovos da californiensis em suas fezes, que são ingeridas por caramujos, os quais são “castrados”. A não reprodução do caramujo previne a superpopulação e mantem as comunidades de algas. As larvas saem do caramujo e procuram por um peixe chamado killifish-da-Califórnia, prendendo-se em suas guelras, nadam pelas veias até o cérebro, instalando-se e esperando que o peixe seja comido por uma ave marinha fechando o ciclo. Os parasitas fazem com que o peixe se contorça mostrando a barriga, nade de lado e chegue perto da superfície – comportamentos perigosos se houver alguma ave por perto procurando comida, aumentando 30 vezes a chance de ser predado.

Toxoplasmose altera comportamento de ratos

O toxoplasma possui um ciclo de vida que passa por duas espécies de hospedeiros. A fase sexual ocorre no intestino dos gatos, os quais excretam em suas fezes os ovos do protozoário, que devem ser ingeridos por roedores, formando cistos que se alojam no cérebro, mais precisamente na amígdala – região que responde pela manipulação específica do comportamento do animal. Estudos atuais como de Robert Sapolsky, da Universidade de Stanford, na Califórnia (Vyas e colegas, PNAS 2007) têm mostrado que ratos infectados pelo Toxoplasma gondii, ficam menos cautelosos, correndo pelo meio da rua, em vez de se movimentar pelos cantos – tornando-se presas fáceis para gatos. Essa alteração do comportamento é comandada pelo verme, uma vez que ele depende do aparelho digestivo dos felinos para se reproduzir. Assim, o T. gondii bloqueia a aversão natural de ratos e camundongos ao cheiro da urina de gatos e produz no lugar uma espécie de atração ao feromônio. A equipe liderada por Ajai Vyas, da Universidade Stanford, comprovou que a infecção não diminui outros tipos de comportamentos aversivos dos ratos, manifestações de ansiedade e medos em geral que tenham sido aprendidos, nem tampouco afeta a capacidade olfativa, o sucesso reprodutivo e o status social dos roedores.

((Alysson Muotri http://www.espiral.globolog.com.br/inde ... tId=315091) (http://www.bemparana.com.br/)


Toxoplasmose altera comportamento de humanos

Inúmeras pesquisas britânicas, tchecas e americanas têm verificado que homens infectados por toxoplasma tendem a ficar mais agressivos, anti-sociais e menos atraentes. As mulheres, por outro lado, se tornam mais desejáveis e divertidas, mas menos confiáveis e possivelmente mais promíscuas. Esses dados têm levantado a hipótese de que a contaminação endêmica da população de gatos está relacionada com a cultura de um país. A França, por exemplo, têm mais gatos infectados do que a Grã-Bretanha, o que explicaria por que as mulheres francesas são consideradas mais sensuais do que as britânicas. O estudo, patrocinado pelo Stanley Research Medical Institute of Maryland, um centro de estudos de doenças mentais, mostra que quase metade das pessoas na Grã-Bretanha carrega o parasita em seus cérebros, o que pode fazer com que elas passem por lentas, mas cruciais mudanças de comportamento. O instituto já publicou uma pesquisa mostrando que as pessoas infectadas com o protozoário têm mais risco de desenvolver esquizofrenia e maníaco-depressão. Nicky Bouter, da Universidade de Tecnologia de Sidney (Austrália) publicou (Australasian Science) um artigo onde demonstra que homens infectados com Toxoplasmose têm um QI mais baixo, não atingem um nível de educação muito alto e têm desvios de atenção. São mais propensos a burlarem regras e a correrem riscos. São mais ciumentos, anti-sociais, rabugentos, desconfiados e considerados pouco atraentes pelas mulheres”, mas por outro lado, “as mulheres infectadas têm um comportamento mais amigável e promíscuo, o que as fazem mais atraentes aos olhos dos homens”. Jaroslav Flegr, da Universidade Charles, em Praga, também concluiu que as mulheres infectadas eram mais simpáticas, tinham mais amigos e eram mais atentas sobre suas aparências. Mas elas eram também menos confiáveis e tinham mais relacionamentos com homens".


(BBC-Brasil - Dra. Shirley de Campos http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/6223) (http://mydejavu.wordpress.com/2006/12/27/parasita-transforma-mulheres-em-pervertidas-sexuais/)


Quando Copérnico tirou a Terra do centro do universo e Darwin tirou do homem o privilégio da semelhança divina, continuamos pelo menos a sonhar que estávamos acima dos outros animais. Mas somos apenas uma coleção de células trabalhando juntas, cuja harmonia é mantida por sinais químicos. Se um organismo, por mais insignificante, é capaz de controlar esses sinais, pode nos escravizar. A conclusão é inescapável: os parasitas dominam o mundo” Por Carl Zimmer http://super.abril.com.br/superarquivo/2000/conteudo_154049.shtml http://www.superinteressante.com.br/superarquivo/2000/conteudo_154049.shtml

E você, o que acha disso?

Caramujo Zumbi????

Mais uma para assumir o controle...


Controle remoto de humanos

Semana passada o programa Domingo Espetacular da Record apresentou uma matéria super interessante sobre audição. A reportagem mostrava o funcionamento do sistema vestibular responsável pelo equilíbrio durante a locomoção. O aparelho vestibular detecta as sensações relacionadas com o equilíbrio e é composto por um labirinto ósseo contendo o labirinto membranoso, que constitui a parte funcional do aparelho. O labirinto ósseo é composto ainda por uma cavidade central de forma irregular: o vestíbulo. Este é composto principalmente do ducto coclear, de três canais semicirculares e de duas grandes câmaras conhecidas como utrículo e sáculo. O ducto coclear é a principal área sensorial para a audição e não tem nada a ver com o equilíbrio. Todavia, o utrículo, o sáculo e os canais semicirculares são todos partes integrantes dos mecanismos responsáveis pela manutenção do equilíbrio (Guyton, 1992)” Assim, Entre o labirinto ósseo e o labirinto membranoso existe um fluído chamado de perilinfa. (http://www.biociencia.org/index.php?option=com_content&task=view&id=85&Itemid=72).



A novidade está no desenvolvimento por cientistas Japoneses de um controle-remoto capaz de orientar direções e o equilíbrio humano das pessoas. O controle atua no sistema vestibular do através de um dispositivo externo localizado logo atrás da orelha, que emite estímulos elétricos podendo controlar a direção que uma pessoa vai andar no simples apertar de um botão. http://www.techzine.com.br/arquivo/controle-remoto-para-humanos/ Cientistas e empresas (como a Nippon Telegraph & Telephone Corp., companhia telefônica japonesa) de diferentes países estão se reunindo para implantar esta tecnologia em sistemas de realidade virtual, promovendo simulações mais reais, como transmitir por um playback os movimentos de uma bailarina ou uma ginasta olímpica para aprender ou apenas compreender esses movimentos. A tecnologia pode ainda direcionar um resgate em um túnel escuro ou poderá ser possível usar a tecnologia na medicina ajudando pessoas com problemas de equilíbrio como idosos (Dr. James Collins, professor de engenharia biomédica na Universidade de Boston).
Yuri Kageyama relatou sua experiência com o aparelho (http://www.ataliba.eti.br/node/357) explicando que um fone de ouvido especial foi colocado na sua cabeça durante uma demonstração recente no centro de pesquisa NTT. Ele enviava uma corrente elétrica de muito baixa voltagem da parte de trás das orelhas para toda a cabeça – fosse da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, dependendo para que sentido o joystick do controle remoto era movimentado. Ela achou a experiência exaustiva, pois tentava ir para frente, mas cambaleou de um lado para o outro. Daí sentiu uma vontade misteriosa e irresistível de começar a andar para a direita, sempre que o pesquisador movia o botão para direita. Ela pensava que essa era a única forma de manter meu equilíbrio, considerando o fenômeno é indolor, mas dramático, pois o pé começava a se mover antes mesmo que ela percebesse. Dizia sentir que uma mão invisível estava atuando dentro do seu cérebro.
Porém, é inevitável questionar os usos alternativos desse equipamento, voltando a nossa reflexão sobre a necessidade do ser humano em controlar a biologia. Podemos pensar desde uso em arsenais militares na confecção das chamadas armas “não-letais.” Timothy Hullar, professor assistente na Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, Mo., acredita levar um campo eletromagnético para o ouvido à distância pode transformar a tecnologia em uma arma para situações em que matar não é a melhor solução. Segundo o pesquisador “Essa pode ser a situação mais lógica para uma arma “não-letal” que, presume-se, faria seu oponente ficar tonto,” “Se você achar a freqüência correta, energia e tempo de aplicação, poderá esperar encontrar algo que não cause dano permanente, mas que te permitirá deixar alguém temporariamente fora de equilíbrio.” Parece que já existe uma empresa de segurança testando essa tecnologia.
Nossa imaginação pode nos levar à inúmeros cenários: imagina seu amado poder ser controlado via computador? Que outras idéias você teria para essa nova tecnologia????

Controle Remoto de humanos???