O Bem-Estar e o Direito Animal na Rio +20


O mundo voltou os olhares para o Rio de Janeiro na semana que passou em decorrência da Rio+20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Embora tenha havido inúmeras críticas a respeito da forma como se deu a geração dos documentos oficiais e a mídia tenha dado espaço para que cientistas contrários à causa pudessem se expressar, os movimentos paralelos cumpriram, a meu ver, o papel mais importante, não só levantando a reflexão de pontos importantes pela sociedade, como também provocando os legisladores e gestores.
A sustentabilidade - tema do encontro – levantou a discussão sobre poluição, conservação e manejo dos recursos naturais e geração de energia. Porém um dos pontos que eu imaginei que seria debatido e parece que passou despercebido foi a questão do “Bem Estar Animal”.  Não apenas as abordagens relativas à biodiversidade como um todo - cujos mas as questões envolvidas com o uso dos animais pelo homem. Nessa questão três movimentos se destacaram, a ONG internacional WSPA que defende o bem-estar dos animais de produção e o manifesto dos Veganos.
A WSPA trouxe a proposta da criação sustentável de animais de produção visando tanto o futuro do meio ambiente quanto dos sistemas econômicos. A ideia foi mostrar a preocupação com os animais, com os seres humanos e com o planeta como um todo. Segundo os ativistas, em todo o mundo, fazendas que se preocupam com a sustentabilidade e com o bem-estar dos seus animais já vêm provando todos os dias os animais que são criados em melhores condições geram benefícios tanto para as pessoas, quanto para os animais e para o planeta. Logo, sugerem que esses benefícios da criação humanitária devem ser incluídos na agenda da Rio+20 a fim de convencer os governantes a sensibilizarem com a melhoria das condições de vida de todos os seres, através do momento “Pegada Animal” – campanha que será lançada em Março no Brasil com intuito de  informar e conscientizar as pessoas sobre como os hábitos alimentares da população influenciam a questão do desenvolvimento sustentável, da agropecuária sustentável, uma vez que segundo informação do Departamento de Ciência e Agropecuária Humanitária da organização, existem atualmente mais de 63 bilhões de animais que fazem parte da cadeia de produção em todo o mundo. Assim,  desde já pontuam cinco ações que os governantes podem realizar imediatamente para protegerem os recursos naturais do planeta através de práticas de produção e de criação mais eficientes: 
1.      Apoiarem e investirem em pesquisa e desenvolvimento, visando a demonstrar como métodos humanitários de criação de animais ajudam a proteger e a desenvolver economias rurais;
2.      Reconhecerem que boas práticas e políticas locais e globais de criação animal são fundamentais para salvaguardar o bem-estar das pessoas, dos animais e do planeta como um todo;
3.      Darem apoio formal aos criadores que optarem por métodos humanitários, oferecendo incentivos e contribuindo para a criação de políticas de financiamento;
4.      Evidenciarem a importância das fazendas sustentáveis para o desenvolvimento econômico do país;
5.      Incentivarem os consumidores a optarem por produtos provenientes de sistemas que adotem boas práticas nas criações de animais.

A Associação Ambientalista Ecoforça, com sede em Curitiba participou da Cúpula dos Povos integrando o Fórum Permanente da Agenda 21 Paraná e o Comitê Paranaense para a Rio+20 -  Com o objetivos de incentivar o estabelecimento de um novo paradigma de relações entre as pessoas e as demais espécies com as quais compartilham a existência no planeta, defendendo o fim do uso e da exploração dos animais para benefício humano. Para a Rio+20, a ONG decidiu levar a Campanha 4 Motivos, lançada em setembro de 2009 em reunião ordinária do Fórum Permanente da Agenda 21 e também uma campanha contra o uso de animais em rodeios, prática que vem crescendo no estado do Paraná e exige os esforços de todos para que seja desestimulada. A Ecoforça constata a ausência do movimento de defesa dos animais na Rio+20, compreendendo que o dia-a-dia das atividades socorristas e da defesa dos animais de companhia ocupa quase que integralmente as atividades da maioria das ONGs e ativistas e consome 100% dos seus recursos financeiros. Os integrantes desse movimento não concordam com as ideias e ações pregados pelos bem-estariastas que segundo sua visão mascaram e institucionaliza a exploração dos animais ao estabelecerem critérios rigorosos na criação.
No dia 16.06.2012 ocorreu em uma das laterais do Riocentro um protesto veganos composto por 70 pessoas de 17 países da América Latina. Não vou questionar aqui os métodos utilizados na maioria dos os protestos, pois acredito que existem formas mais científicas e efetivas de se expressar, mas também sem que cada causa tem a sua maturidade e cada fase de desenvolvimento demanda uma linguagem e é melhor do que não fazer nada. No caso dos veganos manifestantes vestidos com fantasias de porco, galo, vaca e urso, distribuíram sanduíches produzidos sem agrotóxicos e sem ingredientes de origem animal, além de panfletos informativos. Os manifestantes quiseram mostrar que a sustentabilidade depende da mudança de comportamento de cada pessoa e que a sustentabilidade está diretamente relacionada com o modo de vida e com o que se come. Segundo os ativistas A alimentação vegan representa uma economia de 95% do consumo de energia em relação à produção e ao preparo de alimentos convencionais
Mesmo sendo nos eventos paralelos a participação da causa animal foi muito pequena e discreta, tendo em vista a urgência e necessidade em se debater esses pontos. Questões polêmicas que estão hoje sendo discutidas pela academia, legisladores, gestores e sociedade e que estão diretamente ligadas à sustentabilidade, utilização consciente e racional dos recursos naturais e respeito pela vida, foram negligenciado em prol que questões mais economicamente “relevantes”. Não que essas questões não sejam importantes, porém enquanto não entendemos o que significa cada vida e a importância individual que cada uma delas tem para o funcionamento global do sistema, estaremos sendo falhos nas nossas percepções e atuações.

OS GENES CONTROLAM SEUS COMPORTAMENTOS SOCIAIS!


Por Guilherme Rathunde, Jéssica Mello, Tashi Torres e Victor Reimann
Acadêmicos do Curso de Biologia

O termo sociobiologia foi introduzido em 1975 pelo entomologista Edward Osborne Wilson no livro “Sociobiologia: A nova síntese”, explicando os princípios gerais desta nova ciência . Este ramo da biologia estuda o comportamento social dos animais, incluindo o ser humano, usando conceitos da etologia, sociologia e genética de populações.  Ao logo das décadas, Wilson fez inúmeros adeptos que vem incrementando as idéias iniciais, entre eles Richard D. Alexander, Robert L. Trivers, William D. Hamilton, Wynne-Edwards  e Richard Dawkins.
A partir da década 20, sociólogos americanos darwinistas confrontaram-se com sociólogos fundamentalmente culturais sobre a importância da biologia para entender o comportamento social humano. Na década de 30, a perspectiva culturalista ficou em evidência, quase desaparecendo as idéias dos primeiros. Nos anos 60, com o grande avanço teórico experimentado pela biologia evolutiva anunciaram a necessidade da introdução da biologia para entender comportamentos sociais. No começo dos anos 70, especialidades das ciências sociais foram em direção à biologia evolutiva. Nesta época esse tipo de abordagem ganhou forças com o surgimento de uma nova e radical abordagem biossocial, a sociobiologia.
A sociobiologia propõe que comportamentos e sentimentos como altruísmo e a agressividade são em parte determinados geneticamente e não apenas culturais ou socialmente adquiridos.  Ou seja, instituições sociais são frutos de um condicionamento genético ou do processo adaptativo de certa população. Os sociobiólogos concebem os genes como controladores do comportamento social e, por isso, da organização e do funcionamento das sociedades, se fundindo com a psicologia evolutiva. Por exemplo, se o cérebro cresceu sob a pressão da seleção natural, então, opiniões estéticas e morais podem ter sua origem neste mecanismo adaptativo. Em outros termos, partindo-se da hipótese amplamente aceita pelos biólogos segundo a qual o ambiente favoreceu a sobrevivência dos homens primitivos dotados de cérebros mais complexos e, logo, mais hábeis e inventivos, então algumas normas morais e estéticas podem ter sido mantidas por serem úteis à preservação da humanidade como espécie. Contudo, mesmo se a sociobiologia tivesse como provar a existência desse mecanismo, não há evidência nenhuma de que existam idéias ou costumes determinados por genes. Entretanto uma característica genética não é algo imutável, a sociobiologia aceita que o comportamento seja influenciado pelos estágios da vida do indivíduo, pela densidade populacional e pelo meio ambiente
Há três correntes de opinião sobre como age a seleção natural dentro desta área: os que defendem a seleção como um agente que opera sobre o grupo, acreditando que o altruísmo seja grande motivador das condutas sociais  (); os que consideram que a única forma de seleção possível é a individual, passando a ver no egoísmo o móvel básico de comportamentos sociais  por ultimo, há os que concebem que a seleção natural age como uma força orientadora do indivíduo, porém consideram algumas formas de seleção de grupo.
Uma importante questão abordada pelos sociobiólogos é o papel da sociobiologia humana, enquanto o Robert Triveres acredita que o comportamento dos chimpanzés e dos seres humanos podem ser análogos,  pela sua semelhante história evolutiva , o John Maynard Smith acha improvável aplicação destes conceitos em humanos.
No Brasil e em países europeus, há ausência de pesquisa nesta área se deve aos problemas de ordem social ou política com que se defrontam os cientistas brasileiros, e uma questão de tradição acadêmica mantendo afastadas as ciências sociais das biológicas. Entretanto, nos Estados Unidos existe o intercâmbio entre biólogos, sociólogose antropólogos .
Analisando a evolução, percebemos que o comportamento em geral foi refinado tornando-se mais complexo em que para maximizar a sobrevivência e a reprodução. Para Dawkins e outros sociobiólogos, este é um processo geneticamente determinado. Segundo o psicólogo Roberto de Lorena, autor da palestra “A lição dos gansos”, a sociobiologia passa subestima os aspectos culturais e de consciência, considerando uma ciência falha. Acima de tudo, a sociobiologia defende uma visão darwinista, em comportamentos tanto de humanos e outros animais em busca da sobrevivência do indivíduo, do grupo e da espécie .
Para mostrar a maneira de raciocínio da sociobiologia, segue o exemplo (J. Reis – AControvertida Sociobiologia
“1. O cão e o esquilo das árvores comportam-se diferentemente num experimento em que o animal tem de afastar-se da meta para atingi-Ia, dando volta a um empecilho. O cão, vendo a comida, repuxa a corda e corre para a direita e a esquerda, ladrando, ganindo e olhando para o dono como a pedir auxílio, até que, por acaso contornando o empecilho, descobre o caminho para o alimento. O esquilo observa primeiro a situação e logo contorna o obstáculo.”
O esquilo que deseja passar de uma árvore a outra se defronta com duas alternativas: descer de sua árvore e subir pelo tronco da outra, expondo-se aos predadores existentes no solo, ou observar as copas, descobrir um ponto em que elas se toquem e por aí passar. Isso quer dizer que os antepassados do esquilo eram hábeis na solução de problemas de contorno e essa aptidão foi naturalmente selecionada”. Nós estudantes de biologia acreditamos que a sociobiologia é muito importante para descobrir e explicar o comportamento de pessoas e de animais individualmente e também  em suas sociedades. É visto que vários comportamentos são genéticos como a agressividade e o altruísmo, também habilidade e criatividade para melhor sobrevivência do indivíduo e da espécie fazendo com que fique cada vez mais adaptado, mas tudo é influenciado pelo meio ambiente, o habitat, a densidade populacional. Durante a evolução o homem e os animais acabaram adaptando o comportamento para sobreviver e reproduzir no meio ambiente, alguns se especificando e outros sendo generalistas, passando esses comportamentos para gerações futuras, onde continuarão a evoluir e visar o melhor para a espécie, para a sociedade e para o indivíduo.

Este ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia, sendo baseado nas seguintes obras:
Blog do Psicólogo Roberto de Lorena. Disponível em  <http://robertodelorena.blogspot.com.br/2010/08/sociobiologia.html> Acessado em 25 de março de 2012.
Laboratório Terra SA. Disponível em: <http://www.laboratorioterra.com/2011/02/contextualiza           ndo-em-sociobiologia-ou.html> Acessado em 26 de março de 2012.
Psiquiatria Geral – O que é Sociobiologia. Disponível em: <http://www.psiquiatriageral.com.br/saudecultura/sociobiologia.htm>. Acessado em 25 de março de 2012
A Sociologia 30 anos depois. Disponível em: < http://comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=17&id=167&print=true>. Acessado em 25 de março de 2012
Silva, G.O (1993). O que é sociobiologia. São Paulo: Editora brasiliense.


Sexíssimo na TV brasileira??? Não pode ser....


Já faz algumas semanas que estava para levantar esse tema aqui... acabou não dando tempo. Mas tive discussões bem produtivas com meus alunos da Psicologia e da Biologia na disciplina de Etologia. Tudo começou quando vi no Fantástico a polêmica do clipe do Alexandre Pires (veja você mesmo abaixo) acusado de racismo por usar fantasias de gorilas... até ai tudo bem! O chocante foi a alegação de sexíssimo, pois as mulheres estavam sendo exibidas como objetos sexuais!!!! A pergunta que todo mundo fez foi “e aonde na mídia, na sociedade, na história a mulher não foi tratada assim??” propagandas de cerveja, ajudantesde palco e tudo mais que estamos cansados de presenciar. Bem... Então, fizemos uma análise etológica: A mulher que se sujeita a exposição do seu corpo de uma forma desrespeitosa e se ridiculariza é vítima ou culpada por esse cenário?  Os parâmetros biológicos/evolutivos da formação de grupo é cruel, pois nos coloca em um paradoxo, ao mesmo tempo que queremos ser aceitos pelo grupo, precisamos ser apreciados por uma coisa só nossa. A questão é que para sermos aceitos no grupo temos que seguir as regras daquele grupo, e quando nos destacamos, quebramos algumas delas, daí nos rejeitam. Hoje é sabido que a dor da rejeição embora psicológica vem de uma origem da dor física da separação do bebe da mãe... desta forma atinge as mesmas regiões cerebrais, e quando nos sentimos rejeitados, dói de verdade! 
Logo, na sociedade os indivíduos devem se destacar por características que levem a um crescimento conjunto e todos se beneficiem... daí admiramos essas pessoas. E pessoas que crescem num mundo de rejeição e acreditam que a única forma de terem o olhar da sociedade, é expondo o que tem de diferente? Algo que tem me chocado profundamente é a mulher x-tudão, essa menina que se expõe dessa forma busca o quê? (Veja aqui o vídeo você mesmo). Ela é diferente das paniquetes que se sujeitam a brincadeiras humilhantes na tv (veja aqui o vídeo você mesmo)? Na verdade isso não é novidade... até hoje me horrizo de lembrar da banheira do Gugu e da competição das camisetas brancas molhadas.... Esta situação está chegando num ponto tão extremo que o Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos entrou com uma representação pedindo a retirada do ar da ‘A Academia das Paniquetes’ justificando que atração estimula a discriminação e constrange a figura feminina. Será que pelo fato da menina ser bonita e saudável, tendemos a vê-la como aproveitadora? Ou será que ela é tão vitima quando a mulher x-tudão e acredita que essa é a única forma de ser admirada pela sociedade?   
Isso me lembra muito “O circo dos Horrores” em que pessoas com alguma deformidade eram expostas ao público como a única forma de viver em uma sociedade que as rejeitaram. Ainda me impressiono com os anões que encontram na arte a única forma de sobreviver, raramente os vemos como profissionais, embora sejam extremamente capazes de serem admirados por serem também bons advogados, professores, médicos... em Alguns países o Ministério Público intervém quando a pessoa usa sua própria “diferença” para ridicularizar todo o grupo. Será que estamos caminhando pra isso?



Estudos de Biologia: Ambiente e Diversidade

É... nossa sociedade tá mudando... Mesmo os “homens de lata sem corações” estão se solidarizando com os bichinhos...


O Domingo Espetacular da Rede Record apresentou uma reportagem no 27/05/12 que me deixou bastante impressionada. A história tinha como plano de fundo, policiais fazendo a ronda de rotina em Curitiba. Ao passarem por um ponto de drogas perceberam pessoas em atitudes estranhas e ao se aproximarem viram um que os rapazes haviam oferecido bebida alcoólica para um filhotinho de cachorro. Até aí nada de impressionante. O bacana foi o que veio depois... Os policiais se solidarizaram com a situação do filhotinho e imediatamente levaram-no para uma clinica veterinária. Imagina só, num país com tantos bandidos soltos fazendo atrocidades com crianças, matando gays, incendiando índios e mendigos e esposas esquartejando seus maridos... O coração da lei vai sem dúvida nenhuma endurecendo. Mas tiro o chapel para esses homens da lei, que além de arriscarem suas vidas para nossa segurança demostram respeito pelo bichinho, que para muitas pessoas representariam nada. Estamos precisando de exemplos de profissionais e cidadania como essa... Com certeza, esses policiais devem ter um respeito diferente com as pessoas..

TCC 2012: caramujos, escopiões, aranhas e macacos! macacos????? Macaco-Aranha!


Polimorfismo de Tityus costatus Karsh, 1879 (Scorpiones: Buthidae) e distribuição no Estado do Paraná

Wyllian Figueiredo de Morais; Emanuel Marques da Silva e Marta Luciane Fischer.
 
O escorpião Tityus costatus Karsh (1879) é uma espécie polimórfica de escorpião da Floresta Atlântica pertencente ao grupo do Tityus bahiensis Perty (1833). O presente trabalho tem como objetivo categorizar as áreas de ocorrência de T. costatus  e identificar as variações de morfologia ocorrente no estado do Paraná, e correlacioná-las à fitogeografia do Estado. Para tal, foram utilizados 547 animais coletados pela Secretaria de Estado de Saúde do Paraná – SESA/PR entre 1992 e 2011 e tombados na Coleção Aracnológica Dra. Vera R. von Eickstedt, os quais foram mensurados, sexados, fotografados e analisados comparativamente. A partir das análises identificaram-se três padrões distintos de manchas nos tergitos, os quais não condizem com a forma polimórfica descrita na literatura pesquisada. Os padrões identificados tiveram uma grande relação com as regiões fitogeográficas do Estado do Paraná.
Palavras-chave: Distribuição geográfica; Escorpiões; Escorpionismo; Fitogeografia.

 

Percepção da população sobre pragas com ênfase no caramujo gigante africano Achatina fulica Bowdich, 1822, na área rural de Garuva, SC, Brasil.

Jhonatan Rodrigues de Lima; Marta Luciane Fischer
 
O caramujo gigante africano Achatina fulica Bowdich, 1822 é originário do leste Africano apresenta ampla distribuição mundial, devido principalmente a tentativa de substituição ao escargot. Atualmente 22 estados brasileiros possuem infestações de A. fulica. O estado de Santa Catarina possui vários registros de municípios com ocorrências de A. fulica, no entanto até o presente momento não foi realizado nenhum estudo de diagnóstico dos animais e da comunidade. Este trabalho visa listar pragas da área rural de Garuva – SC. Buscando responder, se o caramujo africano tem sido percebido como uma praga e tem se dispersado na região por falta de conhecimento por parte da comunidade ou pela implantação de medidas ineficazes. Para a coleta dos dados foi realizada uma entrevista semiestruturada composta de 24 questões que foram aplicadas aos moradores da área rural no período de março a abril de 2012. Os dados evidenciaram que a população tem se sentido a mercê de problemas acarretados pelas pragas. Dados levantados durante o presente trabalho apontaram para a falta de informação e falta de medidas efetivas contra A. fulica, gerando problemas como perdas financeiras nas lavouras. É necessário propor ações educacionais para controle de pragas listadas, principalmente A. fulica.

Palavras-chave: Conscientização, Etnobiologia, Informação, Saúde pública, Nível de conhecimento


A problemática da aranha-marrom em Curitiba: avaliação do conhecimento de estudantes de ensino médio em uma escola pública e de seus pais

Rafaela de Lima Freitas; Marta Luciane Fischer

Curitiba é o município que mais registra acidentes com a aranha-marrom no mundo. Embora essa situação atípica em termos mundiais tenha iniciado em 1993, persiste até os dias atuais. Apesar do aumento no número de publicações científicas e divulgação do problema, os mesmos não surgiram efeitos significativos. Assim, questiona-se se a população tem conhecimentos corretos a respeito da aranha-marrom e se as informações veiculadas na internet são suficientes. Para confirmar a hipótese que os jovens não possuem informações corretas para diminuir significativamente os casos de loxoscelismo foram analisadas 200 páginas de internet e entrevistados 48 alunos de um colégio de ensino médio da capital do Paraná e 33 de seus pais. Os resultados indicam que uma das possíveis razões dos inúmeros acidentes continuarem altos parece ser devido ao conhecimento de como evitar os acidentes e não como eliminar as populações de aranhas de suas residências. Outro motivo verificado no presente estudo foi devido aos conteúdos veiculados na internet disponibilizarem informações que refletem o senso comum ou em uma linguagem muito complexa e pouco funcional. Sugere-se que a escola mobilize mais esforços para que sejam realizados trabalhos multidisciplinares pra compressão e controle das pragas urbanas e construir o cidadão mais consciente e atuante na sociedade.
Palavras-chave: adolescente, ecologia urbana, internet, loxoscelismo, Loxosceles.

Influência do público no bem-estar de macacos-aranha da testa branca, Ateles paniscus (Linnaeus, 1758) (Primates: Cebidae) no zoológico municipal de Curitiba

Natalia Aline Soares Artigas; Marta Luciane Fischer

Animais mantidos cativos em zoológicos possuem comportamentos diferentes dos que teriam na natureza, alguns fatores estressantes, como a presença do público pode prejudicar ainda mais. Levando-se em consideração o habitat natural desses animais, acredita-se que o ambiente de cativeiro não proporcione boas condições e que a presença do público prejudica o seu bem-estar, portanto, este estudo teve como objetivo avaliar a influência que os visitantes do zoológico causam no comportamento de dois macacos-aranha existentes no Zoológico Municipal de Curitiba. Foram observados os comportamentos desses animais com e sem a presença do público, através do método animal focal. Concomitantemente foi desenvolvido um questionário aplicado aos visitantes a fim de se verificar a opinião deles o animal vive bem mesmo em cativeiro. Os primatas apresentaram exploração, descanso e comportamentos estereotipados mais frequentes na presença do público. Portanto, a melhor maneira de privar esses comportamentos é através de técnicas de enriquecimento ambiental.
Palavras-chave: cativeiro, comportamento, primatas, visitação.

De onde vem a violência no trânsito?


Por Wyllian Figueiredo e Diogo Nunes Zerbini
Acadêmicos do Curso de Biologia

A agressividade segundo Paulon (2009) é algo natural que faz parte do comportamento de todos os animais, e é considerada constitucional e necessária para a autoconservação e conservação da espécie. Tal comportamento pode ser observado em algumas espécies antes mesmo do nascimento, como é o caso de Tubarões. A agressividade na maioria das vezes não tem uma função destrutiva, mas sim, defensiva.
Quando jovens a agressividade surge à frente de algum acontecimento que faça com que o animal se sinta frágil e inseguro. Já na fase adulta é manifestada a partir de fatos que induz a alguma disputa ou mesmo relacionada a comportamento sentimental. O Comportamento Agressivo não se baseia somente na agressão propriamente dita, seu objetivo principal não é agressão ou incapacitação do indivíduo alvo, mas sim a dominação do outro, sendo que na maioria das vezes por meio da humilhação e da degradação, com o objetivo de mostrar para o outro que ele é menos capaz de expressar ou mesmo defender seus direitos. Sendo assim, tal comportamento é um reflexo de uma conduta ambiciosa, onde se busca conseguir seus objetivos a qualquer preço.
A forma mais vista de agressividade dentro do cotidiano urbano é a violência no trânsito, ocorrem todos os dias e muitas vezes as pessoas que estão observando a ação fazem “vista grossa” tamanha a frequência de tais atos. Porém alguns casos tomam proporções descomunais, levando alguns dos espectadores a agir em defesa de uma das partes.
No trabalho realizado por Monteiro e Günther (2006), um questionário foi feito com 923 motoristas para relacionar a raiva na direção, com a agressividade durante o período que passa dentro do carro e a disposição para cometer infrações de trânsito, o estudo mostrou um resultado positivo na relação da raiva na direção com a maior agressividade e infrações causadas.
A reportagem veiculada pela emissora RPC mostra uma situação comum no transito das grandes cidades , na reportagem o Coronel que trabalhou na companhia de trânsito menciona o motivo de haverem tantas brigas . As pessoas estão dirigindo um veículo particular em uma via pública, logo para essas pessoas a via se torna uma propriedade do mesmo, fazendo com que qualquer distúrbio no percurso do motorista se torne uma ofensa, além de uma invasão ao seu espaço pessoal criando uma necessidade da defesa do seu território.
A reportagem também menciona formas de evitar a violência durante uma situação de stress no trânsito, a forma mais simples é não incitar mais a agressividade do outro indivíduo assim uma discussão ou uma “fechada” não iram se tornar um caso para a policia resolver como esses dois vídeos mostram (vídeo 1, vídeo 2).  Neste vídeo é mostrado que os abusos no trânsito ocorrem em todo o mundo .

O Presente ensaio foi baseado nas obras:
Monteiro C. A. S.; Günther H. Agressividade, raiva e comportamento de motorista.  Psicol. pesqui. transito v.2 n.1 Belo Horizonte jun. 2006