Sexíssimo na TV brasileira??? Não pode ser....


Já faz algumas semanas que estava para levantar esse tema aqui... acabou não dando tempo. Mas tive discussões bem produtivas com meus alunos da Psicologia e da Biologia na disciplina de Etologia. Tudo começou quando vi no Fantástico a polêmica do clipe do Alexandre Pires (veja você mesmo abaixo) acusado de racismo por usar fantasias de gorilas... até ai tudo bem! O chocante foi a alegação de sexíssimo, pois as mulheres estavam sendo exibidas como objetos sexuais!!!! A pergunta que todo mundo fez foi “e aonde na mídia, na sociedade, na história a mulher não foi tratada assim??” propagandas de cerveja, ajudantesde palco e tudo mais que estamos cansados de presenciar. Bem... Então, fizemos uma análise etológica: A mulher que se sujeita a exposição do seu corpo de uma forma desrespeitosa e se ridiculariza é vítima ou culpada por esse cenário?  Os parâmetros biológicos/evolutivos da formação de grupo é cruel, pois nos coloca em um paradoxo, ao mesmo tempo que queremos ser aceitos pelo grupo, precisamos ser apreciados por uma coisa só nossa. A questão é que para sermos aceitos no grupo temos que seguir as regras daquele grupo, e quando nos destacamos, quebramos algumas delas, daí nos rejeitam. Hoje é sabido que a dor da rejeição embora psicológica vem de uma origem da dor física da separação do bebe da mãe... desta forma atinge as mesmas regiões cerebrais, e quando nos sentimos rejeitados, dói de verdade! 
Logo, na sociedade os indivíduos devem se destacar por características que levem a um crescimento conjunto e todos se beneficiem... daí admiramos essas pessoas. E pessoas que crescem num mundo de rejeição e acreditam que a única forma de terem o olhar da sociedade, é expondo o que tem de diferente? Algo que tem me chocado profundamente é a mulher x-tudão, essa menina que se expõe dessa forma busca o quê? (Veja aqui o vídeo você mesmo). Ela é diferente das paniquetes que se sujeitam a brincadeiras humilhantes na tv (veja aqui o vídeo você mesmo)? Na verdade isso não é novidade... até hoje me horrizo de lembrar da banheira do Gugu e da competição das camisetas brancas molhadas.... Esta situação está chegando num ponto tão extremo que o Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos entrou com uma representação pedindo a retirada do ar da ‘A Academia das Paniquetes’ justificando que atração estimula a discriminação e constrange a figura feminina. Será que pelo fato da menina ser bonita e saudável, tendemos a vê-la como aproveitadora? Ou será que ela é tão vitima quando a mulher x-tudão e acredita que essa é a única forma de ser admirada pela sociedade?   
Isso me lembra muito “O circo dos Horrores” em que pessoas com alguma deformidade eram expostas ao público como a única forma de viver em uma sociedade que as rejeitaram. Ainda me impressiono com os anões que encontram na arte a única forma de sobreviver, raramente os vemos como profissionais, embora sejam extremamente capazes de serem admirados por serem também bons advogados, professores, médicos... em Alguns países o Ministério Público intervém quando a pessoa usa sua própria “diferença” para ridicularizar todo o grupo. Será que estamos caminhando pra isso?