Por
Guilherme Rathunde, Jéssica Mello, Tashi Torres e Victor Reimann
Acadêmicos do Curso de Biologia
O termo
sociobiologia foi introduzido em 1975 pelo entomologista Edward Osborne Wilson
no livro “Sociobiologia: A nova síntese”, explicando os princípios gerais desta
nova ciência . Este ramo da biologia estuda o comportamento social dos animais,
incluindo o ser humano, usando conceitos da etologia, sociologia e genética de
populações. Ao logo das décadas, Wilson
fez inúmeros adeptos que vem incrementando as idéias iniciais, entre eles Richard D. Alexander, Robert L. Trivers, William D. Hamilton, Wynne-Edwards e Richard Dawkins.
A partir da
década 20, sociólogos americanos darwinistas confrontaram-se com sociólogos
fundamentalmente culturais sobre a importância da biologia para entender o
comportamento social humano. Na década de 30, a perspectiva culturalista ficou
em evidência, quase desaparecendo as idéias dos primeiros. Nos anos 60, com o
grande avanço teórico experimentado pela biologia evolutiva anunciaram a
necessidade da introdução da biologia para entender comportamentos sociais. No
começo dos anos 70, especialidades das ciências sociais foram em direção à
biologia evolutiva. Nesta época esse tipo de abordagem ganhou forças com o
surgimento de uma nova e radical abordagem biossocial, a sociobiologia.
A
sociobiologia propõe que comportamentos e sentimentos como altruísmo e a
agressividade são em parte determinados geneticamente e não apenas culturais ou
socialmente adquiridos. Ou seja,
instituições sociais são frutos de um condicionamento genético ou do processo
adaptativo de certa população. Os
sociobiólogos concebem os genes como controladores do comportamento social e,
por isso, da organização e do funcionamento das sociedades, se fundindo com a
psicologia evolutiva. Por exemplo, se o cérebro cresceu sob a pressão da
seleção natural, então, opiniões estéticas e morais podem ter sua origem neste
mecanismo adaptativo. Em outros termos, partindo-se da hipótese amplamente
aceita pelos biólogos segundo a qual o ambiente favoreceu a sobrevivência dos homens
primitivos dotados de cérebros mais complexos e, logo, mais hábeis e
inventivos, então algumas normas morais e estéticas podem ter sido mantidas por
serem úteis à preservação da humanidade como espécie. Contudo, mesmo se a
sociobiologia tivesse como provar a existência desse mecanismo, não há
evidência nenhuma de que existam idéias ou costumes determinados por genes.
Entretanto uma característica genética não é algo imutável, a sociobiologia
aceita que o comportamento seja influenciado pelos estágios da vida do
indivíduo, pela densidade populacional e pelo meio ambiente.
Há três correntes de opinião sobre como
age a seleção natural dentro desta área: os que defendem a seleção como um
agente que opera sobre o grupo, acreditando que o altruísmo seja grande
motivador das condutas sociais (); os que consideram que a
única forma de seleção possível é a individual, passando a ver no egoísmo o
móvel básico de comportamentos sociais por ultimo, há os que concebem
que a seleção natural age como uma força orientadora do indivíduo, porém
consideram algumas formas de seleção de grupo.
Uma importante
questão abordada pelos sociobiólogos é o papel da sociobiologia humana,
enquanto o Robert Triveres acredita que o comportamento dos chimpanzés e dos
seres humanos podem ser análogos, pela
sua semelhante história evolutiva , o John Maynard Smith acha improvável
aplicação destes conceitos em humanos.
No Brasil e em países europeus, há
ausência de pesquisa nesta área se deve aos problemas de ordem social ou
política com que se defrontam os cientistas brasileiros, e uma questão de
tradição acadêmica mantendo afastadas as ciências sociais das biológicas.
Entretanto, nos Estados Unidos existe o intercâmbio entre biólogos, sociólogose antropólogos .
Analisando a evolução, percebemos que o
comportamento em geral foi refinado tornando-se mais complexo em que para
maximizar a sobrevivência e a reprodução. Para Dawkins e outros sociobiólogos,
este é um processo geneticamente determinado. Segundo o psicólogo Roberto de Lorena,
autor da palestra “A lição dos gansos”, a
sociobiologia passa subestima os aspectos culturais e de consciência,
considerando uma ciência falha. Acima de tudo, a sociobiologia defende uma visão darwinista,
em comportamentos tanto de humanos e outros animais em busca da sobrevivência
do indivíduo, do grupo e da espécie .
Para mostrar a
maneira de raciocínio da sociobiologia, segue o exemplo (J. Reis – AControvertida Sociobiologia)
“1. O cão e o
esquilo das árvores comportam-se diferentemente num experimento em que o animal
tem de afastar-se da meta para atingi-Ia, dando volta a um empecilho. O cão,
vendo a comida, repuxa a corda e corre para a direita e a esquerda, ladrando,
ganindo e olhando para o dono como a pedir auxílio, até que, por acaso
contornando o empecilho, descobre o caminho para o alimento. O esquilo observa
primeiro a situação e logo contorna o obstáculo.”
O esquilo que
deseja passar de uma árvore a outra se defronta com duas alternativas: descer
de sua árvore e subir pelo tronco da outra, expondo-se aos predadores
existentes no solo, ou observar as copas, descobrir um ponto em que elas se
toquem e por aí passar. Isso quer dizer que os antepassados do esquilo eram
hábeis na solução de problemas de contorno e essa aptidão foi naturalmente
selecionada”. Nós estudantes de biologia acreditamos que a sociobiologia é
muito importante para descobrir e explicar o comportamento de pessoas e de
animais individualmente e também em suas
sociedades. É visto que vários comportamentos são genéticos como a
agressividade e o altruísmo, também habilidade e criatividade para melhor sobrevivência
do indivíduo e da espécie fazendo com que fique cada vez mais adaptado, mas
tudo é influenciado pelo meio ambiente, o habitat, a densidade populacional.
Durante a evolução o homem e os animais acabaram adaptando o comportamento para
sobreviver e reproduzir no meio ambiente, alguns se especificando e outros
sendo generalistas, passando esses comportamentos para gerações futuras, onde
continuarão a evoluir e visar o melhor para a espécie, para a sociedade e para
o indivíduo.
Este ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia, sendo baseado
nas seguintes obras:
Blog do
Psicólogo Roberto de Lorena. Disponível em
<http://robertodelorena.blogspot.com.br/2010/08/sociobiologia.html>
Acessado em 25 de março de 2012.
Laboratório
Terra SA. Disponível em: <http://www.laboratorioterra.com/2011/02/contextualiza ndo-em-sociobiologia-ou.html>
Acessado em 26 de março de 2012.
Psiquiatria
Geral – O que é Sociobiologia. Disponível em: <http://www.psiquiatriageral.com.br/saudecultura/sociobiologia.htm>.
Acessado em 25 de março de 2012
A Sociologia
30 anos depois. Disponível em: < http://comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=17&id=167&print=true>.
Acessado em 25 de março de 2012
Silva, G.O (1993). O que é
sociobiologia. São Paulo: Editora brasiliense.
Olá, Marta. Adorei este blog e eu o adicionarei aos meus favoritos, pois gosto muito de evolução, ecologia e etologia.
ResponderExcluirSou graduando em ciências biológicas e uma área que me chama atenção é a bioantropologia (também conhecida como antropologia física ou antropologia biológica).
Gostaria de saber: Há correlação entre a sociobiologia e a bioantropologia?
Obrigado pela atenção