segunda-feira, 18 de junho de 2018

Entomofagia e o bem estar dos invertebrados


Série Ensaios: Ética no Uso de Animais e Bem-Estar-Animal


Por Natasha Kobai Klahn

Acadêmica do Curso de Biologia



Além dos benefícios da alimentação podem trazer benefícios para a medicina, em um caso de produção de baratas, na China chamou a atenção, controlado por máquinas, e com uma produção de seis bilhões de animais por ano. As baratas são esmagadas em uma máquina depois de um tempo para a produção de “uma cura para tudo”, várias amostras já foram vendidas a muitos hospitais.  Um desastre ambiental muito grande pode ocorrer se por alguma falha essas baratas escaparem do local. A aplicação dos invertebrados e/ou insetos não possuem apenas essa finalidade, podem ser usados como alimentação, além da usada para aves, também para humanos. E para a produção de roupas como é o caso do bicho da seda, apesar de as larvas não serem usadas nesta indústria, ela é comercializada, depois de morta, para a fabricação de ração.


A Entomofagia é um tabu entre boa parte da população mundial, mas há locais que aderem esse tipo de alimentação sem preconceito, como na China, Japão, países da África que, atualmente, se encontram em extrema pobreza e com problemas de subnutrição das crianças, alguns representantes da Europa, e nas Américas.

Há inúmeros benefícios no consumo de insetos, não só para a população como também para o ambiente, ainda, a quantidade de proteínas encontrada nos invertebrados é muito maior do que nas aves e mesmo nos peixes. Existem varias espécies e vários estágios em que o inseto pode ser consumido, desde os ovos ate o adulto. Em um canal no YouTube um chef de cozinha fala sobre o consumo de insetos, esses, podem ser considerados uma solução para a falta de alimento que vem sendo cada vez maior com o crescimento da população, e seu valor nutricional supera os valores de outras carnes. Com relação ao ambiente, os benefícios trazidos seriam a: 1) redução no consumo de água na produção; 2) não há necessidade de desmatar matas nativas por causa do espaço, ou seja, o espaço ocupado é menor; 3) redução de custos para a manutenção das mini fazendas; 4) o número de animais produzidos é maior, podendo alimentar mais pessoas.

Ainda que o preconceito com alguns tipos de invertebrados seja grande, camarões, e moluscos bivalves (tais como ostras e mexilhões), possuem uma grande demanda no mercado, indicando não haver implicância com esses invertebrados. É possível que parte dessa rejeição esteja ligada com a cultura dos locais, que na maioria das vezes associam insetos à doenças, mas na verdade, há um risco muito maior no consumo de camarões e bivalves do que na utilização de insetos como parte de uma refeição.

Apesar das muitas vantagens para o consumo de invertebrados, há uma difícil visualização e monitoramento do Bem-Estar desses animais, a falta de estudos nessa área torna, também, difícil a exigência de que o bem deles sejam preservados. O grupo de pesquisa em Bioética Ambiental vem desenvolvendo uma série de pesquisas com essa temática, em uma das pesquisas (FISCHER e TAMIOSO, 2016) salientam em como a sociedade atribui apenas valores econômicos, utilitaristas e instrumentais aos animais.

Eu como futura Bióloga acredito que nossa cultura deveria evoluir conforme nossa sociedade e estudos na área. O consumo de insetos em nossa alimentação, como todos os dados apresentam, são muito mais nutritivos e forneceriam um passo para o incentivo da preservação ambiental.



O Presente ensaio foi elaborado para disciplina de estágio, tendo como base as obras:

FISCHER, M. L., TAMIOSO, P, R. Bioética ambiental: concepção de estudantes universitários sobre o uso de animais para consumo, trabalho, entretenimento e companhia. 2016. 19f. Programa de Pós Graduação em Bioética. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba.

LABORATÓRIO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL CRIA 6 MILHÕES DE BARATAS NA CHINA. Disponível em: >. Acesso em: 04 jun. 2018

CONSUMO DE INSETOS. Disponível em: . Acesso em: 04 jun. 2018

ANTROPOENTOMOFAGIA: CHEF ROSSANO LINASSI. Disponível em: . Acesso em: 04 jun. 2018

INSETOS COMO ALTERNATIVA ALIMENTAR: ARTIGO DE REVISÃO. Disponível em: >. Acesso em: 05 jun. 2018

COMO CRIAR: BICHO DA SEDA. Disponível em >. Acesso em: 05 jun. 2018

BICHO DA SEDA MORRE PARA TECER FIOS; CONHEÇA PRODUÇÃO. Disponível em: . Acesso em: 05 jun. 2018

CULTIVO DE OSTRAS EM SC PROIBIDO DEVIDO A TOXINA PARALISANTE. Disponível em: . Acesso em: 05 jun.2018

DA COMPRA DE SEMENTES ATÉ O PRATO; PRODUÇÃO DE OSTRAS EM SANTA CATARINA. Disponível em <http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2017/10/da-compra-de-sementes-ate-o-prato-a-producao-de-ostras-em-santa-catarina-9946922.html>. Acesso em: 05 jun. 2018

CARCINICULTURA, CRIAÇÃO DE CAMARÕES. Disponívem em: . Acesso em: 05 jun. 2018

BIVALVE. Disponível em: . Acesso em: 05 jun. 2018

CAMARÃO MARINHO; O CULTIVO PASSO A PASSO. Disponível em: . Acesso em: 05 jun. 2018

Invertebrados não sentem? Uma questão sociocultural?


Série Ensaios: Ética no Uso de Animais e Bem-Estar-Animal


Por Natasha Kobai Klahn

Acadêmica do Curso de Biologia





Os invertebrados representam cerca de 95% dos animais vivos na terra. Para algumas pessoas observar dois animais perigosos lutando pela vida, sem outra opção é algo divertido, frequentemente essas lutas entre dois animais que possuem venenos mortais, termina na morte de um ou dos dois.






O presente ensaio é resultante de uma pesquisa que objetiva avaliar o Bem estar animal de invertebrados. Neste estudo foram analisados vídeos veiculados no Youtube, que tem como finalidade analisar as condições em que as pessoas que possuem esses animais como pets, criação, alimentação ou em pesquisas. A grande maioria desses vídeos não possuem qualquer menção de realmente oferecer ao animal os cuidados adequados para que ele possa agir de maneira mais natural possível. Há praticas que devem ser seguidas a fim de oferecer ao animal uma situação em que os parâmetros, que deveriam ser levados em conta.

A pesquisa realizada conta com a análise de cem vídeos e construção de uma planilha contendo dados referente ao tipo de animal (invertebrado), como ele é tratado, observações sobre seu comportamento e seu ambiente, quais os tipos de contato humano presente, as interferências feita por ele na vida cotidiana do animal, e como ele reage a tudo isso. Esse estudo apresenta os seguintes resultados: de um total de 100 vídeos, 42% eram referente a pets, 5% à entretenimento, 32% à alimentação, 10% educativo, 2% não especificado, 4% controle de pragas, 2% visitante, 1% produção  alimentícia, 1% curiosidade e 1% comércio.

Mesmo dentro do metiê cientifico há propagação do especismo ao se almejar o BEA apenas dos vertebrados. Logo questiona-se se é possível identificar condições que favorecem o aumento de BEA nos invertebrados e se as mesmas tem sido interesse do público leigo.

Como referência temos o seu comportamento em ambientes naturais. Neste estudo, a maioria doas animais observados são tratados como seres sem percepção de dor em nenhum nível.

O site do BEA consultoria nos esclarece um pouco sobre a história e as leis que envolvem bem estar animal:  O bem-estar animal existe desde a antiguidade, entretanto no final da Segunda Guerra Mundial foi o momento que se intensificou o interesse pela qualidade de vida dos animais de produção.

Com o lançamento do livro “Animal Machines” em 1964 escrito pela jornalista Ruth Harrison (traduzido para o português como Animais Máquina) surgiu à preocupação da população em conhecer um pouco mais sobre as condições de vida das aves, bovinos, suínos, e de todos os outros animais criados pelo homem. Em 1965, na Inglaterra, essa preocupação se tornou pressão popular e deu origem ao Comitê Brambell que criou o conceito das Cinco Liberdades que até hoje é utilizado como princípio para criação de legislações de bem-estar animal.

Atualmente, no Brasil temos leis relacionadas ao bem-estar animal, no abate, por exemplo, podemos destacar a Instrução Normativa n°3 de 2000 e nas fases de criação temos a Instrução Normativa nº 56, de 6 de novembro de 2008 que veio estabelecer os procedimentos gerais de Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico. Entretanto, sabemos que existem outras motivações para se promover o bem-estar animal. Além do aspecto moral de não maltratar um animal, os manejos de rotina quando mal executados podem resultar em perdas econômicas para o sistema produtivo.

Temos apenas alguns problemas, tudo isso acima foi feito para os vertebrados, por que? Só porque são maiores? Só porque está claro que eles sentem? Só porque eles não possuem expressões faciais como os vertebrados? Os invertebrados também possuem sentimentos, isso fica claro em dois vídeos: o primeiro em que caranguejos são cozidos vivos por conta de toxina que eles liberam quando são mortos, você consegue ver seu desespero? O segundo é o de um caramujo da África que está sendo acariciado pela sua dona, você consegue reconhecer as sensações prazerosas que ele demonstra?

A universidade de Cambridge possui um manifesto alegando que não só os humanos pensam e sentem, mas ainda sim o manifesto não trata de todos os invertebrados apenas alguns. Poderíamos, com mais pesquisas, identificar essas sensações nos outros invertebrados? Em uma entrevista com o neurocientista David B. Edelman, é explicado a questão da consciência, e sua visão sobre o assunto. Temos também Carl Safina que deu uma pequena palestra (em inglês) sobre a consciência em animais, mas de novo a referência são os vertebrados.

Em se tratando de pesquisa com invertebrados são tratados com pouco cuidado, alguns dos vídeos mostram isso. Em uma coleta para informações sobre a fauna de invertebrados em um rio, quase todos os animais são colocados em álcool ainda vivos para preservação do corpo, mostrando pouco interesse em seu bem estar, então eu pergunto, e se fossem vertebrados? Haveriam mais cuidados?

Como graduanda de Biologia eu acredito que todos os animais possuam sentimentos, porque há um “cérebro” em todos nós, mesmo nos insetos e invertebrados. Julgar sem ao menos tentar conhecer a história, a anatomia e suas respectivas evoluções, evoluções de órgãos que julgamos necessários para viver. Me pergunto se esses animais possuem apenas instintos, se não há uma consciência por trás destes comportamentos.

A história da evolução do homem nos diz muita coisa, por que não poderia ser assim com os outros animais?

O Presente ensaio foi elaborado para Disciplina de estágio supervisionado baseando-se nas obras:



ENTENDA O QUE É BEM ESTAR ANIMAL. Disponível em: <https://www.worldanimalprotection.org.br/blogs/entenda-o-que-e-bem-estar-animal>. Acesso em: 29 maio 2018.

BEM ESTAR ANIMAL: UM CONCEITO. Disponível em: <http://www.korin.com.br/blog/bem-estar-animal-um-conceito/>. Acesso em: 29 maio 2018

BEM ESTAR ANIMAL. Disponível em: <http://www.beaconsultoria.com.br/bem-estar-animal.html>. Acesso em: 29 maio 2018

COMO SURGIU A PREOCUPAÇÃO COM O BEM ESTAR ANIMAL?. Disponível em:   <http://ruralcentro.uol.com.br/analises/como-surgiu-a-preocupacao-com-o-bem-estar-animal-3641>. Acesso em: 30 maio 2018

REINO DOS ANIMAIS: OS INVERTEBRADOS. Disponível em:  <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/animal.php>. Acesso em 30 maio. 2018

WHAT ARE ANIMALS THINKING. Disponível em :   <https://www.youtube.com/watch?v=y9KeyKVuLHU&list=LLMYgqOojwsNFWLBiyzt0Tjg&index=2 >. Acesso em: 04 jun. 2018

MANIFESTO DE CAMBRIDGE: CONSCIÊNCIA DOS ANIMAIS: TEXTOS PARA DEBATE. Disponível em:   <http://www.altosestudos.com.br/?p=51966>. Acesso em: 04 jun. 2018

CORRUPÇÃO NO BRASIL: INVENÇÃO OU DESCOBERTA?


Série Ensaios: Sociobiologia

Por: Jehovah F. de Abreu Neto, Joyce Lie Takao, Patrícia Froguel Lopes, , Pietra Luany de Oliveira, Luíza P. Allage, , Matheus O. Machado, Viviane Alves de Paula
Acadêmicos do curso de Psicologia


O presente ensaio analisa o caso dos irmãos Wesley e Joesley Batista, diretores da empresa JSB, que em delação premiada revelaram um esquema de corrupção com mais de 10 anos no sistema político brasileiro. Esse esquema operava com o pagamento de propina pela empresa aos políticos, que concediam favores como moeda de troca. Para encobrir isso, simulavam transações de compra e venda de gado, para lavar dinheiro e ocultar o trâmite. Tal sistema, o qual é um dos maiores casos de corrupção do Séc. XXI, está exposto na mídia e inserido na sociedade, mesmo não sendo algo contemporâneo.
Desde o período colonial, denota-se que a corrupção já estava presente no cenário brasileiro. A escravidão e a exploração de matérias-primas podem ser exemplos disso, visto que os europeus utilizavam a colônia apenas para fins lucrativos em forma de beneficiamento próprio. Em conformidade aos termos populares: “jeitinho brasileiro”. No entanto, esse cenário obteve como consequência o trauma cultural de baixa autoestima, isto é, um complexo de inferioridade em que o brasileiro se coloca como insignificante aos países de primeiro mundo. A principal sequela dessa circunstância é a inflamação do “self” perante os demais, um comportamento desviante das normais legais e valores morais, ou seja, a corrupção propriamente dita.
A corrupção é um fator com demasiadas faces, podendo permear e se camuflar dentro de diversos espaços, e tendo seus fundamentos dentro dos âmbitos biológicos, psicológicos, culturais, entre outros.
Em se tratando da esfera psicológica, evidencia-se que o indivíduo corrupto não se vê como tal, devido ao fato de viver uma dissociação neurótica diante de um dilema ético. No mesmo momento em que são progenitores amorosos, atenciosos e fraternais; são figuras desonradas, desprovidas de caráter moral qualitativo perante a sociedade. Sendo assim, um mecanismo de defesa do lado maléfico e uma representação da recusa à individuação, isto é, cegar-se diante dos problemas sociais.
Além disso, esse sujeito tende a possuir uma atrofia da personalidade individual no momento em que são expostos, pois, antes eles serviam a um propósito num meio em que o contexto apontava que isso era benéfico, já quando expostos, a vergonha surge
por notar o desvio moral ocorrido diante de um todo. No entanto, é importante destacar que não surge o arrependimento, mas a vergonha.
A partir dessa análise, nota-se no caso dos irmãos Batista, que esse foi o único motivo para o caso vir à tona. Uma vez que sabiam que o caso recairia a público em qualquer momento, e indagaram uma brecha com um acordo de leniência.
No domínio social, um dos principais fatores a serem considerados é a influência do meio. O simples fato de um indivíduo estar inserido em um ambiente corrupto, já tira as suas vendas para a corrupção.
Ao vê-la dentro de sua rotina, o faz se familiarizar e considerar o ato cada vez mais comum, até que – por meio de falso julgamento – o mesmo não vê mais o ato corrupto como uma falha ética e/ou moral. Sendo assim, justifica a sua prática por meio da do outro. Considerando esta linha de pensamento, pode-se inferir que o sujeito deve possuir objetivos em comum com o todo (fator agregador) e também distintos (fator segregador), para que assim seja criado o grupo social.
No campo biológico, é evidente que a homeostase toma relevância em virtude de ser o protagonista de um comportamento. É ela que determina as ações de um determinado sujeito visando sempre a busca pelo equilíbrio, a satisfação. Tendo ciência disso, observa-se que os praticantes de corrupção não possuem o filtro, localizado no córtex frontal, que distingue o “bem” e o “mal” e tendem a agir apenas com o instinto primitivo (cérebro reptiliano) de prazer. No entanto, esse sujeito é estimulado pelo ambiente em que está situado, pois, assim como afirma o professor de Psicologia da Universityof Southern California “as pessoas aprendem que corromper não leva a consequências negativas e não é moralmente errado, o córtex não tentara inibir o comportamento”. Haja vista esse argumento, verifica-se que nessa situação as pessoas viciam-se nessa atitude, pois além de não sofrerem punições, ainda são recompensadas.
Contudo, o comportamento corrupto não ocorre apenas no ser humano, mas também no reino animal, como por exemplo: as gaivotas. Na hora de alimentarem-se, elas não mergulham para caçar o peixe, costumam aproveitar-se da distração das andorinhas do mar, que elas, sim, mergulham em busca dos peixes, para capturar delas o próprio alimento.
Apesar dos condicionantes biológicos e evolutivos presentes no contexto dos corruptos, não se trata de um aval para que eles possam agir segundo seus impulsos e desejos, pois diferentes do reino animal o ser humano é dotado de uma capacidade
moral e ética que permeia toda a vida em sociedade, e, todos estão aptos a aprenderem independente do contexto, pois a aprendizagem é um fator fundamental no desenvolvimento humano e ocorre em todas as fases da vida, já que somos inacabados e possuímos flexibilidade biológica, capacidade de aprender e interagir, e, portanto, de moldar esses comportamentos desviantes.
Diante do contido no presente esboço, concluímos que a nação brasileira passa por uma profunda crise de identidade nos valores morais e éticos. Cada cidadão necessita olhar para o próprio passado, refletir sobre a sua história, analisar com imparcialidade as influências do seu contexto social e compreender que são um povo, uma nação, tal qual um organismo vivo, em que todas as células devem funcionar em sintonia para que o bem estar seja geral. Assim, todos podem desfrutar de uma vida equilibrada em que as necessidades individuais de prazer e bem estar sejam compartilhadas e distribuídas de modo igualitário, a fim de que a nação cresça e desenvolva-se como um organismo forte e saudável.
O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, tendo como base as obras: https://istoe.com.br/o-cerebro-dos-corruptos/. Disponível em: Acesso em 10 de maio 2018 http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/07/irmaos-batista-revelam-como-comecou-esquema-na-jbs.html Disponível em: Acesso em 10 de maio 2018 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-08252016000200002 Disponível em: Acesso em 10 de maio 2018 https://www.brasil247.com/pt/247/artigos/131118/Corrupção-é-uma-doença.htm Disponível em: Acesso em 10 de maio 2018

quinta-feira, 7 de junho de 2018

A biologia da corrupção: Influência social e biológica nas ações humanas


Série Ensaios: Sociobiologia
 
Deborah Simoni, Fabrícia, Isabela Ogliari, Maria Julia Martinez, Raphaela Zraik, Nathalia Molinari, Sofia Mira, Thais Iwankiw.
Acadêmicos do Curso de Psicologia
 
     
      Em Março de 2017, teve início à operação que ficaria conhecida como: Operação
‘Carne Fraca’. Ao longo desta, fora descoberto que certos frigoríferos se utilizavam de
produtos químicos para mascarar seu vencimento e adicionavam água para aumentar o
peso do produto. Além disso, os frigoríferos são acusados de colocarem papelão entre o
alimento. Agentes do governo também foram investigados durante essa operação, uma
vez que, houve o recebimento de propina para que o alimento adulterado entrasse no
mercado, tanto nacional quanto internacional.
         Perante um caso como este surge na sociedade o questionamento do que motivaria
alguém a fazer algo assim? Uma vez que, ao viver em sociedade o ser humano concorda
com uma série de regras que lhes são impostas visando garantir a sobrevivência do
grupo. A sensação de espanto e condenação que surge quando alguém, ou um grupo,
corrompe o código moral estabelecido em busca do benefício próprio, estão envolvidas
não somente com o emocional, psicológico daquele que se sente traído mas também com o valor evolutivo do código estabelecido naquele grupo.
     O senso moral presente na sociedade atual pode ser traçado até nossos ancestrais. Em
sua busca por sobrevivência, prolongamento da espécie, os primeiros hominideosmens
se cercaram de regras. Hábito que segue ao longo das gerações. Esse mesmo mecanismo
pode ser observado em animais, como o lobo em sua matilha, , as formigas e
abelhas. Assim como entre os homens, entre os animais aquele que rompe com as
normas é excluído.
    No entanto, a questão continua sendo a motivação da corrupção das normas. Há quem
analise esta ação como o retorno ao instinto animal, que seria ser livre de leis. No
entanto, analisando a corrupção pela visão do determinismo genético aquele que
corrompe já estaria pré-disposto a fazê-lo. Ou ainda, as atitudes que se desvirtuam da
moralidade social, podem ser analisadas como uma falha no córtex pré-frontal, tendo
em vista que esta região é responsável pelo controle de impulsos e pelo julgamento
entre o certo e errado.
               O córtex pré-frontal demora a se desenvolver completamente. Porém a noção de
empatia e algumas noções morais são adquiridas no primeiro ano de idade. Durante esse
período de formação a educação apresenta um papel crucial, principalmente na distinção
do certo e errado.
          Nós como psicólogas acreditamos que a condicionante biológica representa um papel importante na ruptura das regras, uma vez que agindo por instinto de preservação pessoal ou de seu grupo próximo o homem pode ser levado a cometer atos que rompem com as regras estabelecidas pela sociedade. No entanto, com um trabalho psicológico o indivíduo pode aprender a controlar esse instinto e ser levado a ver que agir conforme as regras estabelecem podem garantir uma chance de sobrevivência maior.
 
 
*      O presente ensaio foi elaborado para disciplina de etologia, baseando-se nas obras:
 
 
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segunda-feira, 4 de junho de 2018

Por trás da corrupção


Série Ensaios: Sociobiologa


            Por: Ana Beatriz,  Ana Carolina, Carolina Paulino, Gabriela Ximenes,                      Marina Saraiva, Nicole Paraiso, Stephanie Lowry

Acadêmicos do curso de Psicologia

   Um caso de corrupção que espantou o Brasil e levou ainda mais revolta aos brasileiros foi o envolvimento de Aécio Neves com o caso do helicóptero carregado de cocaína, denominado Helicoca. Em 2013, 445 quilos de cocaína foram apreendidos em flagrante, enquanto o helicóptero, o qual Aécio possui estreitas ligações, pousava no interior do ES. Vídeo para ilustrar

  A maioria das pessoas estabelecem uma ligação entre a corrupção e um ato ilegal que geralmente acontece no meio político, mas é muito além disso. A corrupção acontece muito em quase todos os níveis da sociedade, sempre que alguém é beneficiado e outro prejudicado. Seria uma ausência de interesse e compromisso com o bem comum. Acontece com muita frequência nas diferentes sociedades o conceito de “corrupção legal”, em que o poder é abusado dentro dos limites da lei. E sem dúvidas, há as corrupções ilegais, como modificação de um documento, ou suborno em troca de benefício próprio.
  Tendo conhecimento da corrupção em si e desse caso, como de tantos outros que vieram à tona recentemente, é interessante compreender os determinantes biológicos e evolutivos da trapaça, se há alguma ancestralidade ou pré-disposição para os indivíduos serem mais corruptos.
  Nesse contexto, a corrupção, sendo um ato de subordinação a fim de obter vantagens, pode ser transmitida através da repetição transgeracional ou pela própria educação oferecida pela família, em que o indivíduo é condicionado psicologicamente a se tornar corrupto. Retomando o caso de Aécio, sua irmã, Andrea Neves, também foi acusada por estar envolvida em um esquema de corrupção. Essa situação estabelece uma ponte entre a educação familiar e a conduta pessoal, que - apesar de ser formada pelo temperamento do indivíduo, transmitido geneticamente, em conjunto com o que foi captado pelas experiências ao longo da vida - está intrinsecamente vinculada ao primeiro agente socializador, o qual modelará as noções morais da pessoa.

Em conjunto com a educação, estudos que unem a psicologia social à neurociência buscam explicar os comportamentos imorais analisando psicopatas, ou seja, pessoas isentas de culpa e empatia. Assim, as pesquisas mostram que certas pessoas são incapazes de ativar sinais somáticos, responsáveis por tais emoções, e que estas estão mais propícias a atos de
 imoralidade. Essa hipótese de base neurológica ainda mostra que, apesar de existirem marcadores somáticos indicando uma pré-disposição à corrupção, nem todo corrupto apresenta essa disfunção, entrando novamente a questão familiar e transgeracional.  
  É evidenciado também, que esse ato injusto não acontece apenas na espécie humana, mas em muitas outras, mostrando que a corrupção está relacionada com fatores evolutivos. Um exemplo disso é uma ave: uma espécie de galo selvagem – essa apresenta uma crista eriçada em volta de todo o pescoço. Os machos fortes dessa espécie apresentam vistosas poupas, de cores escuras, e competem entre si as preferências de fêmeas, por meio de uma dança de acasalamento. Entretanto, há machos fracos, que apresentam cristas de cor branca, e para usar da mesma expressão dos machos fortes, estes se tornam trapaceiros. Incapazes de competir no jogo de seleção sexual, os machos fracos tomam frente em um expediente oportunista: enquanto os fortes executam seus movimentos a que os instintos os chamam, as fêmeas que os observam e avaliam estão inebriadas pela química avassaladora dos hormônios, o fraco oportunista se arroja sobre uma destas fêmeas e força a cópula, garantindo a sobrevivência de seus carácteres. Se um dos machos fortes o perceber a tempo, ele surra brutalmente o macho fraco trapaceiro.
  Por fim, entendendo que existem explicações individuais para a imoralidade, é possível discordar da frase “o poder corrompe”, e começar a pensar que talvez o poder será atrativo para pessoas corruptíveis, com alguma disposição maior para tais comportamentos.
  Nós como futuros psicólogos acreditamos que existem diversos comportamentos que são explicados pela Etologia, essa é uma forma de entendermos as raízes dos mesmos e termos uma compreensão por completo. Podendo aplicar em diferentes situações e podendo crescer como pessoas, de forma a compreender melhor o mundo a nossa volta.
 Inserir links de algumas imagens para ilustrar

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, baseando-se nas obras:

https://www.revistaforum.com.br/3-anos-do-helicoca-apreensao-de-helicoptero-dos-perrella-com-450-kg-de-cocaina-faz-aniversario/