Série Ensaios: Sociobiologa
Por: Ana Beatriz, Ana Carolina, Carolina Paulino, Gabriela
Ximenes, Marina Saraiva, Nicole Paraiso, Stephanie
Lowry
Acadêmicos do curso de Psicologia
Um caso de
corrupção que espantou o Brasil e levou ainda mais revolta aos brasileiros foi
o envolvimento de Aécio
Neves com o caso do helicóptero carregado de cocaína, denominado Helicoca.
Em 2013, 445 quilos de cocaína foram apreendidos em flagrante, enquanto o
helicóptero, o qual Aécio possui estreitas ligações, pousava no interior do ES.
Vídeo para ilustrar
A maioria das
pessoas estabelecem uma ligação entre a corrupção
e um ato ilegal que geralmente acontece no meio político, mas é muito além disso.
A corrupção acontece muito em quase todos os níveis da sociedade, sempre que
alguém é beneficiado e outro prejudicado. Seria uma ausência de interesse e
compromisso com o bem
comum. Acontece com muita frequência nas diferentes sociedades o conceito
de “corrupção
legal”, em que o poder é abusado dentro dos limites da lei. E sem dúvidas,
há as corrupções ilegais, como modificação de um documento, ou suborno em troca
de benefício próprio.
Tendo conhecimento
da corrupção em si e desse caso, como de tantos outros que vieram à tona
recentemente, é interessante compreender os determinantes biológicos e
evolutivos da trapaça, se há alguma ancestralidade ou pré-disposição para os
indivíduos serem mais corruptos.
Nesse contexto, a
corrupção, sendo um ato de subordinação a fim de obter vantagens, pode ser
transmitida através da repetição
transgeracional ou pela própria educação oferecida pela família, em que o
indivíduo é condicionado psicologicamente a se tornar corrupto. Retomando o
caso de Aécio, sua irmã, Andrea Neves,
também foi acusada por estar envolvida em um esquema de corrupção. Essa
situação estabelece uma ponte entre a educação familiar e a conduta pessoal,
que - apesar de ser formada pelo temperamento do indivíduo, transmitido
geneticamente, em conjunto com o que foi captado pelas experiências ao longo da
vida - está intrinsecamente vinculada ao primeiro agente
socializador, o qual modelará as noções morais da pessoa.
Em conjunto com a educação,
estudos que unem a psicologia
social à neurociência
buscam explicar os comportamentos imorais analisando psicopatas, ou seja, pessoas
isentas de culpa e empatia. Assim, as pesquisas mostram que certas pessoas são
incapazes de ativar sinais somáticos, responsáveis por tais emoções, e que
estas estão mais propícias a atos de
imoralidade. Essa
hipótese de base neurológica ainda mostra que, apesar de existirem marcadores
somáticos indicando uma pré-disposição à corrupção, nem todo corrupto apresenta
essa disfunção, entrando novamente a questão familiar e transgeracional.
É evidenciado
também, que esse ato injusto não acontece apenas na espécie humana, mas em
muitas outras, mostrando que a corrupção está relacionada com fatores
evolutivos. Um exemplo disso é uma ave: uma espécie de galo
selvagem – essa apresenta uma crista eriçada em volta de todo o pescoço. Os
machos fortes dessa espécie apresentam vistosas poupas, de cores escuras, e
competem entre si as preferências de fêmeas, por meio de uma dança de
acasalamento. Entretanto, há machos fracos, que apresentam cristas de cor branca,
e para usar da mesma expressão dos machos fortes, estes se tornam trapaceiros.
Incapazes de competir no jogo de seleção sexual, os machos fracos tomam frente
em um expediente oportunista: enquanto os fortes executam seus movimentos a que
os instintos os chamam, as fêmeas que os observam e avaliam estão inebriadas
pela química avassaladora dos hormônios, o fraco oportunista se arroja sobre
uma destas fêmeas e força a cópula, garantindo a sobrevivência de seus
carácteres. Se um dos machos fortes o perceber a tempo, ele surra brutalmente o
macho fraco trapaceiro.
Por fim,
entendendo que existem explicações individuais para a imoralidade, é possível
discordar da frase “o
poder corrompe”, e começar a pensar que talvez o poder será atrativo para
pessoas corruptíveis, com alguma disposição maior para tais comportamentos.
Nós como futuros
psicólogos acreditamos que existem diversos comportamentos que são explicados
pela Etologia, essa é uma forma de entendermos as raízes dos mesmos e termos
uma compreensão por completo. Podendo aplicar em diferentes situações e podendo
crescer como pessoas, de forma a compreender melhor o mundo a nossa volta.
Inserir links de
algumas imagens para ilustrar
O presente ensaio foi
elaborado para disciplina de Etologia, baseando-se nas obras:
https://www.revistaforum.com.br/3-anos-do-helicoca-apreensao-de-helicoptero-dos-perrella-com-450-kg-de-cocaina-faz-aniversario/
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