Quero deixar claro que não sou contra medidas que
visem uma boa qualidade de vida para todos e que diante de um problema
instalado, devemos tomar medidas mais drásticas. Porém, gostaria de levantar a
reflexão das consequências de nossos atos e escolhas e do quão injustos e
irresponsáveis podemos ser. Sou totalmente a favor da campanha que visa à
educação, reflexão ética e mudanças de paradigmas, e levanto a pergunta: Será
que cães e gatos que vivem sozinhos praticamente o dia inteiro, trancados em
apartamentos, cheirosinhos com suas roupinhas e caminhas de grife, são mais
felizes que os cães e gatos que perambulam pelas ruas explorando o mundo,
aprendendo, vivendo e como toda vida, correndo riscos? É ético darmos essa vida
para os animais, em troca de alguns minutos de carinho? O que estamos fazendo
com essa espécie que nós mesmos criamos? Finalizo com uma história que vi há
tempos atrás e não consegui recuperar na rede. O resgate e encaminhamento para
adoção de uma cadela que viveu a sua vida inteira nas ruas de uma grande
cidade. A cadela tinha uma rotina e todos os dias passava nos mesmos lugares
exatamente na mesma hora, ia cumprimentar o dono da mercearia, os taxistas,
depois o dono da banquinha. Na rua tinha seu alimento, seu descanso e seus
amigos, que muito a admirava. Mas em algum momento, alguém a viu e acreditou
que ela precisava de um lar, uma coleira, uma casinha de madeira, e um espaço
de 1m2 para fazer exercício, então, eles tiraram ela da rua, levaram
para um pet e encaminharam para adoção. Será que ela teve uma existência mais
feliz?
Blog de discussão e aplicação de conhecimentos científicos no dia-a-dia, destinado para alunos e interessados na Ética Prática, Dialogante e Multidisciplinar própria da Bioética!
segunda-feira, 30 de julho de 2012
O Direito de ir e vir não é para todas as espécies...
terça-feira, 24 de julho de 2012
Que agonia que dá!... quando as coisas estão tão claras e os outros não enxergam...
Lá vamos nós... novamente ver, se indignar, gritar e
nada acontecer... Animais versus Entretenimento.. Basta! Eu sei que estamos
avançando bastante, basta olhar pra trás de ver que muitas coisas estão
caminhando e principalmente que a sociedade está discutindo essas questões. Mas
é que dá uma agonia de ver as mesmas coisas se repetindo. É lógico que estou
falando de “A Fazenda” o reality que tem
como objetivo ver os artistas se quebrando na vida na roça e lidando com os
animais. Pode ser que em algum lugar do passado isso tenha sido engraçado, mas
hoje não é! Aliás, acredito que quem assiste a esse programa quer ver mais o
quebra-pau entre os “famosos” e as gatinhas de microshort branco cuidando dos
porcos, do que a conflituosa relação entre os animais. Enfim! O
Blog O Grito do Bicho já tinha alertado há algumas semanas que a Record
estava veiculando muito pouca imagem dos peões com os animais e essa semana já
recebi vários e-mails com a informação que a zootecnista
deu uma bronca alertando que maus tratos é crime, mas até então, só
conduziria a uma punição no jogo. Mas
não muda a ideia, mostrar animais confinados, à disposição do humor e das atitudes de pessoas
que nunca lidaram com animais e muitas delas que declararam que não gostam
deles. Eu pergunto isso é mesmo necessário. Semanas atrás a polêmica estava em
torno do cachorro
que a Carminha matou na novela Avenida Brasil. Na verdade as Ongs de
proteção animal tentaram se mobilizar para a cena não ir ao ar, mas a emissora
entendeu que como uma obra de ficção, sem influência nenhuma na vida dos pobres
mortais que consomem os conceitos veiculados nessas mídias coma a única realidade
de suas vidas. A denúncia dizia que o animal foi sedado para “fingir de morto”
na cena. Parece que em locais mais “avançados” na ética da relação entre o
homem e os demais animais, toda cena de TV com animais deve ser acompanhada de
um veterinário e de um representante da comunidade que ateste que animal foi
tratado segundo as “boas condições de Bem-Estar Animal”. A inclusão de maus
tratos animais no código penal já vem revertendo em um posicionamento tanto da
mídia quando da sociedade, pelo menos os casos
de denúncia, as discussões e a atitude das autoridades tem sido mais
vistas. Espera-se que de uma vez por todas os animais pararem de ser explorados
para diversão do homem...
Frustração… uma forma amena de raiva! Pra nós tem remédio, e pra eles?
Ah! A previsibilidade do futuro... nossa grande
“sacada evolutiva”! Capacitou nossos ancestrais a se precaverem antes no mal
chegar e assim driblarem o destino! Lógico que não somos apenas nós que temos a
capacidade de transcender pelo passado e futuro, muitos animais também o fazem,
desde os esquilos que armazenam seus alimentos prevendo um duro inverno, até um
cão que ansioso espera seu dono (como no filme baseado em uma história real sempre ao seu lado). Mas
nós aprimoramos essa ferramenta e o que era para gerar confiança culminou na ansiedade.
E como se só a ansiedade
não bastasse para detonar nossa saúde mental e física nós também precisamos
conviver com a frustação. E qualquer um de nós humanos já vivenciou as emoções
associadas a esses mecanismos e sabemos que não é nada bom. A manifestação
extrema leva a doenças sérias como transtornos
obsessivos compulsivos e à raiva descontrolada. Animais que são impedidos
de exibirem seus comportamentos naturais – aqueles modelados pela evolução para
eles sobreviverem no ambiente natural – também apresentam as manifestações
extremas da ansiedade através dos comportamentos estereotipados
e automutilação.
Daí vem a pergunta: como saber quando extrapolamos o
limite? O quanto de ansiedade e frustação é saudável para ajustarmos nosso
comportamento e voltar ao equilíbrio da homeostase? A neurocientista Suzana
Herculano-Houzel na sua coluna mensal na revista mente e cérebro apresentou
a explicação. Quando nós projetamos uma meta e não conseguimos alcançar o nosso
cérebro nos presenteia com a “deliciosa” sensação de frustação, na verdade a
ideia não é punição, mas sim que nós ajustemos e atualizemos nossas
expectativas, pois se algo deu errado, é um sinal de que estamos com a
percepção errada. Desta forma nosso sistema
de recompensa é acionado, o cérebro fica repleto de expectativas negativas,
contamina nossas emoções e modifica nosso comportamento nos conduzindo para a autossabotagem.
É como se o botãozinho de auto eject começasse
a piscar e passamos a ter a sensação que é melhor começar tudo do zero. E eis
que a expectativa pessimista de que tudo daria errado se cumpre! Segundo Suzana
é possível reverter esse final trágico, basta ao primeiro sinal do auto
detonador ser acionado você buscar outras fontes de prazer para estimular seu
centro de recompensa e mostrar para o seu cérebro que nem tudo está perdido. quarta-feira, 18 de julho de 2012
Daí o Cão olha pra Janela e Pensa:......
Me espantou muito nessas últimas semanas como as
janelas estiveram presentes nos noticiários trágicos, uma
criança autista que cai nos braços de um motorista, uma idosa que fica pendurada
pela saia confeccionada com um tecido de altíssima qualidade, diga-se de
passagem e, por fim, um
cãozinho que adora ficar pendurado na janela. O Podlle Zen ficou mundialmente conhecido essa semana, pois uma vizinha postou nas redes sociais uma imagem dele pendurado na janela. Em um primeiro momento houve uma mobilização social – dessas intensas dos últimos tempos – inclusive com a presença da Superintendência Estadual do Meio Ambiente no local para conferir da denúncia. A tutora ficou indignada com o ocorrido, pois diz que jamais cometeu maus-tratos e que Zen ADORA ficar na janela, por isso, ela decidiu prendê-lo na coleira para evitar que caia. Então, resolvi fazer uma pesquisa rápida nas imagens e vídeos da rede e fiquei impressionada com a quantidade de imagens que temos de cães e suas janelas.
Obviamente que
esse comportamento não é algo modelado pela natureza e demonstra uma busca pela
liberdade e entretenimento que nós tiramos deles. Assim como crianças há um
risco em deixar cães sozinhos nas varandas ou com a janela aberta. Os cães são
hipersociais e precisam de companhia, a solidão aciona o sistema emocional de
raiva e pânico que pode desencadear desde atitudes extremas como a
agressividade e tentativa de fuga até a depressão.
Os cães são animais
predadores, precisam de espaço para correr, não permitir isso a eles traz
consequências físicas e psicológicas. Os cães são curiosos, precisam de
estímulos novos para dar sentido a sua vida. Qualquer um de nós consegue
compreender que triste e angustiante é uma vida sem sentido???.
O que estamos fazendo com aqueles que são nossos “melhores
amigos”? e por que? A ciência já mostrou que a presença de um animal melhora sistema
imunológico, aumenta
a longevidade dos idosos, melhora
nos tratamentos médicos e traz um prazer enorme. Porém, para o animal fazer
bem para a pessoa, a pessoa precisa fazer bem para o animal. Ter um bichinho
para afagar por cinco minutos antes de dormir, é desumano.
Isso
se chama “posse
responsável” o termo que todos aqueles que gostam de animais precisam ter
bem claro na sua ética no relacionamento com os animais. Fica aqui um apanhado
de imagens para refletirmos no que estamos fazendo com aquele que escolhermos
para nos fazer companhia, porém para quem nós não temos tempo de fazer
companhia. segunda-feira, 16 de julho de 2012
-Atichin! –Saúde!... Aliás: “Saúde Mental”
Acordei bem brocoxô hoje... espirros, congestão, cefaleia, e todas as “ias”
e “eias” associadas a um resfriado,
ou seria gripe? Não
acho é que apenas uma alergia!
Enfim.., o que importa mesmo é o nosso sistema imunológico...
essa é uma fascinante área de conhecimento que tem extrapolado os muros dos
laboratórios acadêmicos e alcançado o universo da Etologia e Comportamento
humano. Obviamente que nosso corpo sendo uma sociedade de 40 trilhões de células
- que devem estar bem e em harmonia para todo o sistema funcionar – deve ter um
eficiente sistema de defesa, pronto para atacar os inimigos. E quem são os
inimigos? Pode ser qualquer um, mesmo “coisas” inofensivas e o interessante é
que assim como em uma sociedade humana, o que é inimigo para um não é para o
outro. Desta forma, o sistema imunológico nos torna único dentre os sete bilhões
de humanos desse planeta!
A
revista Mente e Cérebro desse mês traz uma excelente matéria de capa “Quando
o estresse nos faz adoecer”. Mas até aí não tem novidade, sabemos muito bem
que o excesso de esforço físico diminui nossas resistências e um resfriadinho -
que seria facilmente curado - pode nos derrubar. Mas a matéria se refere a
novas áreas de como Medicina psicossomática,
Psicodermatologia,
Psiconeuroimunologia
e traz dados de pesquisas recentes que diferencia as consequências de um
estresse físico e emocional. Quem já não
vivenciou a tal “doença do ócio’? quando após um período conturbado de utilização
do nosso corpo em potência máxima (final de semestre letivo, por exemplo), ao invés
de sairmos felizes para curtir uma merecida férias, caímos de cama gripados por
quase todo período tão sonhado?
Quando
um “inimigo” tenta invadir nosso território (“corpo”), o psiquismo entende o
alerta do sistema imunológico e altera o comportamento – por isso diante de um
resfriado só temos vontade de ficar embaixo das cobertas. Por outro lado, em
situações de extremo perigo - como estarmos diante de um leão faminto - o corpo
mobiliza todas as energias para luta ou fuga, para isso precisa tirar a atenção
de outras coisas como a sensação de dor ou cansaço. Porém, diante dessa
situação uma cascata bioquímica de neurotransmissores e hormônios conduzem a um
sistema extremamente eficiente e o cérebro libera a produção de uma proteína geradora de infecção, a qual é
fundamental para preparar o corpo contra uma possível mordida. Caso o ataque
não ocorra, o eficiente sistema precisa reverter o processo inflamatório - para
não causar danos ao organismo - e o faz produzindo um conhecido hormônio, o cortisol. O problema é que diante dos “leões contemporâneos”
os fatores de estresse não passam e o cortisol é frequentemente produzido
diminuindo o sistema de defesa até que o corpo não consiga mais deter os “inimigos”.
A boa notícia é que o otimismo, a tolerância consigo
mesmo, os gestos de gentileza e a simpatia reduz a pressão, frequência cardíaca,
inflamações e formação de coágulos sanguíneos e podem ser medidas eficientes
para proteger de um simples resfriado. Para nós assim como outras espécies
sociais, as relações sociais são mais importante do que comemos. Inclusive um
estudo recente mostrou que dormir
de conchinha é fundamental para reduzir a produção de cortisol, o que não
está relacionado com sexo, mas com carinho e intimidade.
A ideia é promover o bem-estar humano e animal e os
estudos conduzem cada vez mais a percepção de como a saúde mental é fundamental
para atingirmos a saúde física, como já dizia Decimus Iunius Iuvenalis em 55
e 60 D.C.: Mens
sana in corpore sano, a diferença é que hoje devemos buscar oferecer isso a
todos os seres vivos! Fica a Dica!
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