Se pensarmos um pouco podemos relembrar de inúmeros exemplos, como a cansativa Macarena, ou maldita a música "bunda lê lê" do Latino, expressões como “tipo” ou ideias como “a grama do vizinho é sempre mais verde” e “loira é burra” e a manipulação das massas por grandes ditadores como o Hitler. Esse fenômeno é estudado pela ciência da Memética, e evoluiu junto com o homem. A intensidade hoje é imensamente maior em decorrência dos novos meios de comunicação. Tudo que cai nas redes sociais se propagam sem a necessidade do “toque” e como uma onda viral virtual contamina milhões de pessoas em poucos minutos. O caso da Luiza ocorrido a poucas semanas, música “Ai se te pego” e o tal “estupro consentido do BBB” só nos mostram como é encantador e assustador o poder da mente humana. No caso da Luiza, o que seria uma brincadeira local de deboche diante da aparente arrogância do interlocutor, transformou uma adolescente em celebridade, já lhe rendendo alguns milhões em publicidade. E os “contaminados” pelo vírus “Menos a Luiza, que está no Canadá” ganharam o que? Talvez uma dose de homeostase ao sentir-se inserido no grupo ao entender a uma tiradinha ou contribuir para a coesão do grupo? Mecanismos esses “primitivos” e fundamentais para animais sociais.
O termo memes foi criado pelo Biólogo Evolucionista Richard Dawkins em uma das obras mais lidas e citadas da área e que todo biólogo deve ler “O Gene Egoísta”. Segundo o autor, os corpos físicos de animais e plantas na verdade são veículos para condução dos genes, que “intencionam” se propagar para continuar existindo na Terra. Para explicar como funcionava a “cultura” e todos os sistemas religiosos e políticos envolvidos - idiomas, sons, desenhos, moda, capacidades, valores estéticos e morais - Dawkins propôs a existência desses fragmentos de ideias, pensamentos, expressões que eram “intencionalmente” passados de pessoa para pessoa e conduzia a existência de um grupo. Cada meme como por exemplo “escola” teria associado a ele diferentes outros memes (estudar, matar aula, colar, enriquecer..). As ideias competem entre elas, sofrendo mutações a cada vez que se reproduzem e combinam-se umas com as outras gerando novas ideias. Além disso, os memes podem se atrair e cooperar entre si, formando "organismos" maiores de informação, como aqueles representados pelas crenças cristãs. Embora muitos cientistas consigam vislumbrar um sentido nessa visão, ela ainda gera debate e criticas (Leia os textos completos: Adrian Leverkuhn, Gustavo Leal Toledo e Susan Blackmore), todavia não está claro se os memes têm mesmo vida própria, se que são criados pela nossa mente com apenas com a intensão de propagar nossos genes egoístas. Você se sente dono da sua própria mente ou um veículo de transmissão de memes?