Estou bastante triste hoje, pois perdi “meu bichinho”, o Martin Afonso.
O Martin Afonso ficou exatos sete anos com a gente. Foi um grande companheiro e atribuo a ele grandes conquistas emocionais. Ele morreu muito cedo, o que faz lamentar mais ainda a sua ausência. Apesar de trabalhar com etologia e muitas vezes fazer dele meu laboratório (e exempl

O cão é o mais antigo dos animais domésticos, pois vindo dos lobos - anima
A relação é antiga datando mais de 25.000 anos, sendo que a cerca de 12.000 anos foram encontrados cães e homem enterrados juntos e os gregos acreditavam que a alma do cão acompanhava o seu dono no paraíso. O homem da caverna atraia cães selvagens para entrada da sua “casa” devido às suas sobras de alimento. Com o tempo essa relação oportunista se tornou simbiótica, uma vez que o homem dava o alimento e o cão limpava a sujeira, propiciava proteção, companhia, divertimento, afeto. A quem acredite que até calor, ao aquecer seu dono nas noites frias. Apesar da enorme barreira da linguagem para comunicação, o homem e o cão compartilham emoções e sentimentos similares que superaram essas barreiras. E são justamente as compensações emocionais que fazem o homem trazer esses animais para dentro das suas casas, mudar sua rotina, alimentar, cuidar, levar no veterinário, vestir, tolerar latidos e mordidas, além de objetos destruídos e cheiro de urina por toda a casa (Revista Mente & Cérebro
ed. 169 - Fevereiro 2007).
Ao levar o cão para dentro de suas casas, ele aos poucos foi se fundindo com a família e participando da dinâmica da casa permeando e construindo as relações hierárquicas, territoriais e afetivas. O canal de comunicação afetiva entre o homem e cão faz com que o homem sinta uma intensa satisfação e felicidade em participar da alegria do cão, na maioria das vezes exibindo uma relação mais intensa e verdadeira do que com se
O homem pode se relacionar com o animal biológico de maneira prática alimentando-o, dando-lhe banho, levando-o ao veterinário, exigindo resultados de adestramento. Porém interage também com o animal psicológico, criado através da imagem que faz de seu animal. A questão é se essa relação pode é altruística ou egoísta, pois além do homem poder exercer um certo “domínio” e “controle” sobre um ser dependente dele (se sentindo dono de alguém ou necessário para existência de alguém), também pode acolher o animal por esse lhe proporcionar um relacionamento muito mais fácil do que com outro ser humano. Uma vez que, além do animal estar sempre disponível é infinitamente mais tolerante, oferece amizade incondicional sem julgamentos, supre a carência de afeto sem pedir nada em troca e é fonte segura e previsível de afetos. A inclinação humana para alimentar outro, a disposição para compartilhar e buscar companhia além da necessidade de contato físico direto foram pontos favoráveis nessa relação. A necessidade de contato vem dos nossos ancestrais primatas que usavam a catação (grooming) como forma de reatar elos do grupo. O contato físico entre pessoas nem sempre é fácil ou bem-aceito socialmente (exceto no contexto sexual), o animal doméstico costuma oferecer-se ao afago e suprir muito bem essa demanda.
Inúmeros estudos atuais mostram que são efetivos no desenvolvimento emocional de crianças e melhora o sistema imunológico e circulatório de doentes e idosos. Em termos psicológicos os cães resgatam a criança interior e aumentam a capacidade de amar sendo: alívio para situação tensa; disponibilidade ininter
O cão foi programado para seguir um líder da matilha e para o primeiro sinal de fraqueza se impor. Estudos recentes indicam que os animais interagem com as pessoas não a partir das intenções ou sentimentos delas, mas respondendo ao seu comportamento. Já as pessoas reagem ao comportamento dos animais atribuindo-lhes sentido com base em seu próprio referencial. Assim, na ausência de comunicação verbal, pode-se criar significados próprios à reação do animal e automaticamente uma maior liberdade de expressão dos sentimentos, sendo um canal para comunicação com seu próprio mundo interno, valores e sentimentos (Revista Mente & Cérebro
ed. 169 - Fevereiro 2007). Starling et al (http://culturapsi.vilabol.uol.com.br/animal.htm) fazem uma consideração muito interessante da relação com os animais de estimação, pois eles não são telas onde se projetam os sentimentos bloqueados, uma vez que reagem a ess