domingo, 30 de agosto de 2009

Uma reflexão pela Despedida do Martin Afonso (7.7.2002-29.8.2009)


Estou bastante triste hoje, pois perdi “meu bichinho”, o Martin Afonso.

O Martin Afonso ficou exatos sete anos com a gente. Foi um grande companheiro e atribuo a ele grandes conquistas emocionais. Ele morreu muito cedo, o que faz lamentar mais ainda a sua ausência. Apesar de trabalhar com etologia e muitas vezes fazer dele meu laboratório (e exemplo em minhas aulas) não consegui estabelecer uma distância emocional e me envolvi totalmente com ele e agi como um proprietário comum, cometendo todos os erros que considero extremamente nocivos tanto pra mim quanto pra ele... O Martin era ímpar em vários aspectos. Ele nasceu com mais três irmãs e durante três meses de sua vida viveu com 5 fêmeas, o que conferiu a ele uma personalidade de líder e altamente territorial. A mãe o rejeitou assim que nasceu, o que fez dele um cão extremamente infantilizado em outros aspectos. A característica mais notória dele era mamar a ponta de um travesseiro como se estivesse mamando na teta da mãe, fazendo até os movimentos das patinhas pra sair leite. Fazia isso logo que eu chegava em casa e após tomar leite. Isso mesmo depois de adulto. O Martin era um cão pequeno que andava sem coleira e odiava ficar sozinho. Intermediava um misto de dominância e dependência sobre mim, em vários momentos eu não conseguia interpretar muito bem qual ele estava exercendo. Quando eu estava em casa ele me seguia por todos os lugares, porém quando queria ir para outro cômodo exigia minha boa vontade em me deslocar para lá, irritantemente me pressionando ao olhar fixamente pra mim, depois gemendo, chorando, latindo e por fim gritando.... Ele ocupava um importante lugar na nossa família, intermediava relações afetivas e responsabilidades, sendo um importante elo integrador... Ele ainda está em todos os lugares da casa, inconscientemente o ouço, sinto sua presença, seus movimentos e seu cheiro... E envolvida com todas as emoções e sentimentos oriundos da perda do “meu bichinho” não tenho como não refletir na louca relação inter-específica que os seres humanos desenvolveram com seus animais. Essas reflexões estão acompanhadas de fotos de vários momentos do Martin Afonso em minha vida!

O cão é o mais antigo dos animais domésticos, pois vindo dos lobos - animais com sociedades complexas como as nossas - estabeleceram um canal de comunicação que desencadeou uma mútua identidade de grupo. Provavelmente não exista na natureza uma relação interespecifica tão forte e intermediada de tantas emoções e sentimentos como existe entre o homem e seu cão, ou se preferirem entre o cão e o seu homem.
A relação é antiga datando mais de 25.000 anos, sendo que a cerca de 12.000 anos foram encontrados cães e homem enterrados juntos e os gregos acreditavam que a alma do cão acompanhava o seu dono no paraíso. O homem da caverna atraia cães selvagens para entrada da sua “casa” devido às suas sobras de alimento. Com o tempo essa relação oportunista se tornou simbiótica, uma vez que o homem dava o alimento e o cão limpava a sujeira, propiciava proteção, companhia, divertimento, afeto. A quem acredite que até calor, ao aquecer seu dono nas noites frias. Apesar da enorme barreira da linguagem para comunicação, o homem e o cão compartilham emoções e sentimentos similares que superaram essas barreiras. E são justamente as compensações emocionais que fazem o homem trazer esses animais para dentro das suas casas, mudar sua rotina, alimentar, cuidar, levar no veterinário, vestir, tolerar latidos e mordidas, além de objetos destruídos e cheiro de urina por toda a casa (Revista Mente & Cérebro
ed. 169 - Fevereiro 2007).

Ao levar o cão para dentro de suas casas, ele aos poucos foi se fundindo com a família e participando da dinâmica da casa permeando e construindo as relações hierárquicas, territoriais e afetivas. O canal de comunicação afetiva entre o homem e cão faz com que o homem sinta uma intensa satisfação e felicidade em participar da alegria do cão, na maioria das vezes exibindo uma relação mais intensa e verdadeira do que com seus coespecíficos, provavelmente por não ter que “controlar” sua instintiva tendência de dar e receber carinho.
O homem pode se relacionar com o animal biológico de maneira prática alimentando-o, dando-lhe banho, levando-o ao veterinário, exigindo resultados de adestramento. Porém interage também com o animal psicológico, criado através da imagem que faz de seu animal. A questão é se essa relação pode é altruística ou egoísta, pois além do homem poder exercer um certo “domínio” e “controle” sobre um ser dependente dele (se sentindo dono de alguém ou necessário para existência de alguém), também pode acolher o animal por esse lhe proporcionar um relacionamento muito mais fácil do que com outro ser humano. Uma vez que, além do animal estar sempre disponível é infinitamente mais tolerante, oferece amizade incondicional sem julgamentos, supre a carência de afeto sem pedir nada em troca e é fonte segura e previsível de afetos. A inclinação humana para alimentar outro, a disposição para compartilhar e buscar companhia além da necessidade de contato físico direto foram pontos favoráveis nessa relação. A necessidade de contato vem dos nossos ancestrais primatas que usavam a catação (grooming) como forma de reatar elos do grupo. O contato físico entre pessoas nem sempre é fácil ou bem-aceito socialmente (exceto no contexto sexual), o animal doméstico costuma oferecer-se ao afago e suprir muito bem essa demanda.

Inúmeros estudos atuais mostram que são efetivos no desenvolvimento emocional de crianças e melhora o sistema imunológico e circulatório de doentes e idosos. Em termos psicológicos os cães resgatam a criança interior e aumentam a capacidade de amar sendo: alívio para situação tensa; disponibilidade ininterrupta de afeto; faz a pessoa rir; representa companhia constante; dá amizade incondicional; proporciona contato físico; dá proteção e segurança; a presença do animal faz a pessoa ter o que fazer; ajuda a resgatar ou estimular aspectos lúdicos e cognitivos.
O cão foi programado para seguir um líder da matilha e para o primeiro sinal de fraqueza se impor. Estudos recentes indicam que os animais interagem com as pessoas não a partir das intenções ou sentimentos delas, mas respondendo ao seu comportamento. Já as pessoas reagem ao comportamento dos animais atribuindo-lhes sentido com base em seu próprio referencial. Assim, na ausência de comunicação verbal, pode-se criar significados próprios à reação do animal e automaticamente uma maior liberdade de expressão dos sentimentos, sendo um canal para comunicação com seu próprio mundo interno, valores e sentimentos (Revista Mente & Cérebro
ed. 169 - Fevereiro 2007). Starling et al (http://culturapsi.vilabol.uol.com.br/animal.htm) fazem uma consideração muito interessante da relação com os animais de estimação, pois eles não são telas onde se projetam os sentimentos bloqueados, uma vez que reagem a esses sentimentos, mesmo não compreendendo nossa linguagem, compreendem sinais das expressões corporais. Devido ao fato de assumirem um papel afetivo dentro da família, o animal fica totalmente vulnerável aos ideais e conflitos desta família, o que poderá desencadear uma resposta adequada ou patológica, podendo apresentar "distúrbios" psíquicos, quando vive em um contexto desestruturado. Nesse ponto podemos questionar se essa relação é tão boa para os animais quanto é para homem. O fato do homem dar banho, colocar roupa, conversar e passear com o animal preso em uma coleira é o suficiente par ao cão se expressar como espécie? Será que aqueles momentos de “ternura” “afeto” são compartilhados igualmente e o animal sente bem-estar e prazer na companhia do seu dono. Será que pra eles esses “bons momentos” compensam o estresse de ficar preso no apartamento, comer ração, sentir solidão durante todo o dia? É fácil julgar e criar teorias quando não se está dentro desse contexto todo que pode ter sido criado artificialmente, mas que é fato na nossa sociedade. Será que foi mais uma das estratégias de sobrevivência do homem? Podemos refletir sobre muitos pontos, ponderar muitas questões, mas o ponto principal é que hoje estou sentindo um vazio imenso, pode ser mesmo que de fato eu criei um “se sentimental” via de comunicação entre meu eu exterior e interior e hoje eu choro pela sua morte. Mas tudo isso está materializado nessa fofura que faz uma falta danada!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

The Sims


Você acha bom poder ter o controle de tudo? Será que o homem evoluiu esse senso? O tempo todo nós encontramos pessoas que querem controlar não só a sua, mas a vida de quem está ao redor... e não apenas no sentido de conhecimento, mas também de interferência no processo. O ser humano se destaca por ser uma espécie que buscou compreender e dominar a natureza e a biologia. Quer conhecer como funcionam os genes, para poder decidir se quer ou não aquele gene. Mas por outro lado, o ser humano evoluiu toda a sua tecnologia ao criar a espiritualidade e deixar o controle da sua vida nas mãos de outro ser e assim por confiar se tornou um valente.

Nós precisamos controlar nossa vida em prol da nossa sobrevivência, sem esquecer que para alcançarmos a tal da homeostase “o sentir gostosinho” “a tal da paz” ou “a plenitude” o nosso biológico, psicológico e social precisam estar em equilíbrio. Pra mim um exercício para entender a complexidade disso tudo é o jogo de computador chamado “The Sims” é simplesmente fantástico, joguem. Se você quer ter o controle de tudo vai ficar louco para controlar as necessidades de alimentação, sono, limpeza, prazer, conforto, social... do seu avatar. Você pode ter quantos quiser, mas no começo eu sugiro apenas um, pois além de ter que estar atento a todas as necessidades biológicas, dentro de cada uma tem várias outras variáveis, ou seja dependendo da poltrona que ele deita terá mais ou menos conforto. Assim como a alimentação dependente do que ele come, e na ultima versão, se comer demais pode até engordar.... Além disso, ele tem que trabalhar, encontrar um parceiro, casar e continuar a família. E infelizmente ele vai envelhecendo e um dia morre... a morte do primeiro avatar a gente nunca esquece, é muito triste não ter o controle sobre isso... Então, a pesar de você ter que ficar feito louco buscando o equilíbrio do seu avatar que se desequilibra o tempo todo, tem coisas que você não tem o controle, e isso é que deixa o jogo fascinante. Nessa nova versão do The Sins eu comecei só com um avatar, pois da primeira vez que joguei comecei com uma família inteira de uns 6 membros e não dei conta de cuidar de todos e perdi a crianças para o conselho tutelar, e alguns morreram de tanto gritar por comida, banheiro, cama... Enfim, o lance agora é que tenho que casar para constituir uma família e não é tão simples assim, nem no mundo virtual!. O jogo pra mim tem uma referência lúdica e me remete a minha infância quando brincava com as bonecas - imagino a minha fascinação se tivesse esse jogo naquela época... e por outro lado hoje ao jogar me remete a muitas reflexões sobre o comportamento humano... E você já jogou? Qual é a sua reflexão?

domingo, 16 de agosto de 2009

A vida nas cidades é bom ou ruim para as pessoas?



Essa semana eu me dediquei a preparar a disciplina que eu e o professor Julio iremos ministrar na nossa especialização de Ecologia Urbana: Construindo a Cidade Sustentável. Li muito sobre todos os aspectos da ecologia urbana, história e problemas das cidades e pesquisei um pouco sobre cada uma das disciplinas que iremos abordar no curso: poluição, gestão ambiental, sociobiologia, educação ambiental, pragas urbanas, espécies invasoras, zoonoses, epidemiologia, toxicologia, bem-estar-animal, fragmentos urbanos e importância para flora e fauna, conservação ex-situ, terceiro setor, geoprocessamento... ufa! o assunto é fabuloso e eu fico impressionada comigo mesma de como ainda me impressiono com esse bichinho, como tudo que fez neste e com este planeta. É incrivel como essa espécie aumentou a sua densidade populacional, como conseguiu se espalhar por todo o planeta, como se apoderou das plantas, dos animais e dos minerais... Mas deve se sentir um tanto solitária, pois se retirou da natureza para poder dominá-la sem dó, remoços ou culpa. Mas será que é tudo incrivel mesmo ou nós tendemos a ter muito orgulho dos nossos avanços. Acreditamos que construímos grandes cidades, mas ao estudarmos um cupinzeiro (veja vídeo abaixo) temos todo um sistema de ventilação de ar, divisão de tarefa, agricultura... até mais magnifico que os nossos, tendo em vista que eles são mais antigos que nós e têm um sistema nervoso "infinitamente" menos desenvolvido... Se fizermos uma relação entre tamanho versus construção, o ser humano precisaria construir edificios com quilomentros de altura para se igualar aos cumpinzeiros de alguns metros... isso que estou analisando apenas os cupins...

O nosso foco são as cidades, ao estudarmos mais a fundo áreas pouco comuns no nosso dia-a-dia como sociologia, arquitetura, economia... encontramos reflexões extremamente interessantes sobre o caminho da humanidade. Será que as cidades de fato fazem mais bem ou mais mal para o ser humano? Nós somos uma espécie muito recente nesse planeta, temos em torno de 200.000 anos por aqui... comparando com outras espécies de hominideos que passaram por aqui, não estamos nem na flor da idade... Isso considerando que começamos a adotar nosso estilo de vida atual a cerca de 12.000 anos quando deixamos de ser nômades e instalamos as primeiras cidades a cerca de 4.000 anos, mas de fato as grandes mudanças vieram com a revolução industrial que tem menos de 100 anos... esses números todos são pra que mesmo? só para mostrar que nossa fisiologia não teve tempo de se adaptar a vida em grandes cidades. Nosso corpo sofre com a mudança de aliemntação, estilo de vida e principalmente com as relações sociais complexas... não tivemos tempo de nos adaptar ainda, e será que conseguiremos um dia? Vamos pensar no ser humano como um animal. De acordo a lei do bem-estar-animal todo animal deve ter 5 liberdades:

1- Ser livres de medo e estresse.
2- Ser livres de fome e sede.
3- Ser livres de desconforto.
4- Ser livres de dor e doenças.
5- Ter liberdade para expressar seu comportamento natural



Agora me digam... a pessoas que vivem nas cidades, na pressão social, na pressão para sobreviver, na pressão para ser o melhor, na pressão para ter mais e mais e mais... Pessoas que vivem em lugares cada vez mais cheios de gente, mas se tornam cada vez mais solitárias... O ser humano na sua evolução tem um sistema nervoso preparado para viver em grupos que tenham em torno de 150 pessoas. As megacidades têm mais de 10 milhões... O sistema nervoso do ser humano moldou para se sentir bem com grupos sociais em que identificam seus comportamentos e aspirações... a maioria das pessoas não consegue
encontrar essa identificação nem em suas próprias famílias... E então? qual é a sua reflexão?





segunda-feira, 10 de agosto de 2009

H1N1 – qual é a tua reflexão?


Quantas reflexões a gripe suína tem levantado???? Pelo menos por onde ando tenho encontrado diferentes pontos de vista e diferentes abordagens dessa nova situação e provavelmente eu não me deparei nem com 1/10 do que deve estar rolando por ai.

Um professor amigo meu se extasiava por estar vivendo um momento histórico, a passagem de uma peste... até então conhecida por nossa geração pelos livros de história... peste bubônica, peste negra, gripe espanhola...

Outras pessoas se impressionam com a fragilidade humana diante de um organismo tão pequeno... e daí vem a mente dos filmes de ficção cientifica “o dia em que a terra parou” “eu sou a lenda” e por ai vai... O Ser-Humano desde o início dos tempos vem buscando controlar e dominar a natureza e talvez sua meta mais ambiciosa seja ter poder sobre a vida e a morte. Casos como o que estamos vivendo agora desafia o homem... Mas será que todos estão conscientes do que essa pandemia representa? Eu vejo crianças nos shoppings e mercados... pessoas que dizem não temer... outras justificam dizendo que a gripe comum mata mais que essa... Por outro lado ouvimos relatos de pessoas próximas e saudáveis que morreram com 20, 30 anos... por mais distante que esteja, por menos letal que ela seja, daqui a pouco podemos conhecer ou sermos vitimas.

Será que todo esse alarde é manipulação da indústria farmacêutica (como mostra o vídeo abaixo) ou será que a situação é mais feia do que imaginamos e estão escondendo o jogo para não criar alarde?

Movimentos ambientalistas alertam para conseqüências nos métodos de produção em massa tanto de suínos quanto de outros animais, em que se abusam da inseminação artificial, de antibióticos, vitaminas, estimulantes de apetite e hormônios de crescimento fora a elevada densidade de animais. Será essa apenas mais uma das conseqüências das inconseqüentes ações humanas? Há quem afirme que é Gaia se vingando.... Tudo isso já estava escrito nas antigas escrituras???

Estava lendo o material disponível na internet sobre a H1N1 e é impressionante a diversidade de informações e de previsões a respeito dessa e de todas as outras conseqüências da ação humana sobre a natureza. Poderíamos listar milhares de outras ações que sofremos diariamente seja no âmbito físico, econômico, social ou psicológico que aos poucos são conduzindo a nossa evolução. Talvez não nos demos conta por não ser tão evidente ou não ser tão exaltado pela mídia. Eu acho esse um excelente momento para reflexão, principalmente por muitos estarem em “férias suínas”. E vc? Qual é a sua reflexão?

domingo, 2 de agosto de 2009

Alex e Nós


Essa semana quero indicar um livro fantástico! Uma leitura fundamental para todo estudioso do comportamento animal. O livro de Irene Pepperberg, Alex e eu.

Eu já havia lido muitas referências sobre os avanços de Alex, um papagaio cinza africano que revolucionou o conhecimento sobre a cognição animal, principalmente de aves. Mas o que vi no livro, surpreendeu até a mim, que me considero a pessoa mais crédula com relação às emoções, sentimentos e consciência animal.

Eu como pesquisadora, principalmente no Brasil, não tenho como não me solidarizar com Irene. Ela foi fazer ciência em uma área diferente da formação (era química), não teve emprego fixo, pulava de faculdade em faculdade onde ficava curtas temporadas como professora visitante; penava para conseguir fundos para suas pesquisas (isso nos Estados Unidos); improvisava espaços para comportar os animais; teve que conquistar a credibilidade da comunidade científica, principalmente quebrar preconceitos e resistências quanto à cognição e inteligência de aves. O percurso profissional dessa cientista foi comovente, eu fiquei muito emocionada lendo a biografia dela. O melhor foi o que ela alcançou, sempre rodeada de muitos alunos, sempre com um respeito e um carinho enorme pelos animais, sempre com uma disponibilidade de divulgar seus resultados nas mais diferentes mídias e para os mais diversos públicos (incluindo aqui proprietários de papagaios e crianças). Irene mudou a forma da ciência encarar inúmeros conceitos antes considerados exclusivos de primatas superiores. O que gostei mesmo foi a mesma revista de divulgação cientifica que negou o trabalho de Irene, mesmo sem ler, fazer um tributo a Alex e aos resultados de Irene. Simplesmente fantástico! Pra mim é até difícil escolher algumas passagens do Alex para ilustrar, mas o mais comovente foi a repercussão que a morte do Alex trouxe no mundo. A leitura desses momentos e ver o tributo (vídeo postado abaixo) me emocionam bastante.

Alex mostrou criatividade ao unir duas palavras e dois conceitos para formar um novo. Ao ser apresentado para a maçã passou espontaneamente a denomina a fruta da banareja, mesmo com a insistência dos treinadores em ensinar o nome certo. Estava relacionando o sabor da banana com a forma e cor da cereja, duas frutas conhecidas por ele.
Alex mostrou entender que uma palavra é formada de fonemas quando pedia ao noz ao ser treinado, e Irene insistia em continuar os testes antes de parar para comer, e Alex soletrou “Alex quer NNNNN OOOOO Zzzzzzz”, “Alex quer Noz...”
Alex mostrou que é capaz de somar sons apresentados em diferentes momentos
Alex mostrou entender o significado do zero
Alex sabia conceito de cores, tamanhos e quantidades
Alex demonstrava emoções quando fazia algo que sabia que irritava Irene e pedia perdão
Alex erra ranzinza e dominador; mandão e obstinado; travesso e afetuoso; seguro de si manipulava os alunos conduzindo-os para fazer suas vontades
Alex dizer “ver árvore” para os alunos levarem ele para passear no jardim
Alex disse “pão gostoso” quando experimentou bolo pela primeira vez
Alex interferia no treinamento de outros papagaios, às vezes ajudando, mas muitas vezes com o intuito de atrapalhar
Alex mostrou para Irene e para o mundo que a mente dos animais é mais parecida com a do homem do que se acreditava; Alex nos ensinou como sabemos pouco sobre a mente animal; Alex afetou a concepção que temos da espécie Homo sapiens e do seu lugar na natureza.
Alex mostrou de alguma forma que aves podem ter consciência, ou seja, intencionalidade nos seus atos....
Alex morreu, mas deixou um legado, deixou uma história. Irene é uma guerreira, um grande exemplo para qualquer pessoa que vai atrás de seus sonhos... e uma leitura fundamental para quem quer trabalhar com comportamento.

Eu recomendo esse livro... Não é a toa que está se tornando um Bestseller.. Deixem a opinião de vocês...