quarta-feira, 19 de maio de 2021

COVID-19 e o isolamento social: a jaula sem grades

 

Série Ensaios: Sociobiologia

por Carlos Machado Bot, Caroline de Barros Rodrigues, Felipe Lima Barbugiani, Helena Coentro Wohlke, Maria Beatriz Cannes Gonçalves.

Graduandos em biologia e psicologia

 

            O presente trabalho tem como ponto de partida compreender o porquê de determinados comportamentos agressivos serem vivenciados de forma diferente na pandemia, de acordo com a cultura. Para um entendimento mais evidente, buscou-se investigar como o Japão lida com a situação de viver em uma região geográfica relativamente pequena para uma população muito numerosa, e mesmo assim conseguir obter um controle eficaz na disseminação do vírus. Percebeu-se que a sociedade japonesa adota uma estratégia diferente de vários outros países, como o Brasil. De modo geral, o medo da agressão verbal e moral no Japão é muito relevante na vida das pessoas, e isso traz consequências que evitam que as pessoas se aglomerem, mesmo sem determinações governamentais. Por outro lado, no Brasil, mesmo com determinações governamentais, a população continua se aglomerando, e há muitos casos de violência física envolvidas quando há desacordos no cumprimento de normas.


De acordo com Torres e Neiva (2011), a agressão pode ser definida como "qualquer comportamento que tem a intenção de causar danos, físicos ou psicológicos em outro organismo ou objeto" com intencionalidade por trás do ato. Os autores citam como a agressão pode ser hostil ou instrumental, a primeira sendo proveniente de emoções intensas e ação “impulsiva”, enquanto a segunda refere-se a agressão voltada para uma finalidade. Sob a perspectiva etológica e biológica, Lorenz (1966; 1971) apud (TORRES & NEIVA, 2011) expõe que a agressividade é uma ação instintiva passada através das gerações por oferecer benefícios para a espécie como a proteção de recursos naturais com pouca disponibilidade ou pela competição reprodutiva e proteção da prole. Dentro da perspectiva do interacionismo social (RIBEIRO e SANI, 2009), a agressividade envolve a emissão de comportamentos coercivos, como a ameaça/intimidação e o uso de força para a manutenção do controle sobre terceiros, manutenção da ordem/justiça e/ou para a proteção e segurança identitárias, a utilização desses comportamentos dependerão do custo-benefício para o organismo e estarão sempre atrelados à submissão do outro para ocorrer. Ainda segundo as autoras, para o cognitivismo neo-associacionista, estímulos aversivos eliciarão no organismo uma resposta de luta (agressão) ou fuga. Em uma situação de interação social, ambos comportamentos irão ocorrer como mecanismos diretamente relacionados à sobrevivência grupal. Assim, as teorias apontam para a necessidade das ações de agressão e submissão para a manutenção da coesão social.      

Portanto, a agressividade pode ser considerada um mecanismo de defesa adaptado, ativado por estímulos bioquímicos e hormonais e facilmente influenciado por alterações no ambiente ou abuso de substâncias. Embora as situações e estímulos que provocam tal comportamento sejam diferentes, partindo das mais variadas situações, a reação fisiológica é comum a todos os vertebrados, sendo possível mesmo a formação de um padrão, como o observado nos exemplos de fight or flight, tendo pequenas variações, porém, partindo de um instinto básico. Assim, o constatado nos comportamentos agonísticos agressivos está ligado diretamente às relações sociais, e muitas vezes à necessidade de estabelecer uma ordem hierárquica, territorial, ou sexual. De qualquer maneira, esses comportamentos levam a ativação de fatores hormonais e bioquímicos, como a alteração nos níveis de estrógeno, progesterona e liberação de adrenalina, desencadeando uma cascata hormonal (DE FÁTIMA MADELLA-OLIVEIRA; QUIRINO & PACHECO, 2014). Em uma situação de isolamento, os organismos são postos em um contexto de privação social que leva ao prejuízo dessas habilidades, como a resolução de conflitos  e alterações de humor como a depressão, resultado de estressores como recursos insuficientes (espaço e alimento). Outras espécies como camundongos (ARCEGO, 2017) e o peixe amazônico Astronotus ocellatus (FREITAS & MARIGUELA, 2006) também apresentam aumento na agressividade em isolamento. Os estudos ressaltam como o contexto do isolamento (duração, exposição a ambientes sociais prévios, temperamento, etc.) também influenciam o nível de agressividade. A situação de isolamento é relevante na espécie humana também, onde pessoas em ambientes mais privilegiados ou saudáveis não recebem o mesmo impacto de estressores comparado a pessoas em ambientes de risco, como por exemplo, o aumento exponencial da violência doméstica registrado no país após o começo da pandemia foi mais observado em situações com prevalência do desemprego, abuso de substâncias e histórico de violência anterior (OKABAYASHI et al., 2020).


No momento da pandemia, o Japão não adotou medidas restritivas de lockdown. Por outro lado, houve uma limitação no deslocamento recomendado pelas autoridades locais. De acordo com uma matéria na BBC (2021), o que fez a população japonesa evitar aglomerações não foram as autoridades, nem a polícia, nem punições, mas a pressão social. Esta matéria aponta que no Japão, há uma cultura de preocupação com os danos que podem ser direcionados aos indivíduos. A matéria cita Onuki, um professor e pesquisador da Psicologia, que descreve o conceito de meiwaku: “por meio da ação, uma pessoa pode causar aborrecimento a outro indivíduo, levando-o a sofrer algum tipo de desvantagem ou a se sentir desconfortável” (BBC, 2021). Neste sentido, os japoneses evitam causar qualquer tipo de desconforto – tanto físico como psicológico – nas pessoas. Há então uma cultura da desculpa, que propicia uma preocupação extrema e admirável com o outro. Mas há um lado mais sombrio nisto também, o fato das pessoas sofrerem discriminação e preconceito caso venham a se contaminar com a covid-19, chegando a serem humilhadas publicamente.

           Apesar do exemplo do Japão, em que a pressão social e medo de represália tiveram um efeito positivo sobre o comportamento durante a pandemia, algumas situações enfrentadas em países como o Brasil exemplificam como a tensão gerada por uma situação não habitual duradoura pode desencadear respostas agressivas exageradas, como no ano de 2020, em que um cliente que frequentava um restaurante na cidade de Curitiba foi agredido por outro frequentador. Segundo a matéria veiculada no site G1 a vítima teria tossido durante o período em que estava dentro do restaurante, o que levou o agressor a acreditar que este poderia estar contaminado com o vírus da Covid-19, mas na verdade se tratava apenas de um engasgo. Cenários como esse demonstram que o nervosismo e angústia causados pelo estresse em relação a situação de isolamento e possibilidade de contaminação podem desencadear respostas incomuns para os padrões sociais atuais, já que despertam no ser humano um sentimento primitivo de alerta constante, remontando aos tempos em que a sobrevivência era seu o único objetivo, e a violência poderia ser o único recurso disponível para garantir a perpetuação da espécie.

          


Considerando o ponto de vista biológico e instintivo tal comportamento poderia ser justificado, porém levando em conta a complexa e refinada organização social desenvolvida pelo homem ao longo de milhares de anos, atitudes como essa se tornaram passíveis de punição pelo grupo, o que significa que não é mais aceitável mesmo em condições adversas como as que estão sendo observadas atualmente.

            Nós como biólogos e psicólogos acreditamos que a falta de contato social faz com que as pessoas percam a habilidade de lidar com conflitos de maneira diplomática, promovendo a conciliação por meio de diálogo. Por esse motivo a presença de uma liderança sólida seria importante num momento como o de agora, pois a falta de uma figura de autoridade responsável gera certa insegurança no grupo, causando uma divergência prejudicial a toda a dinâmica social. Sendo assim, como equipe imaginamos que em uma situação de pandemia a influência de um representante capacitado seria a melhor maneira de se manter o equilíbrio no convívio diário. Infelizmente esse não é o cenário que encontramos em nosso país hoje, por isso deveria ser incentivada a cobrança das autoridades políticas por práticas que favorecessem a proteção à saúde e desenvolvimento da população.

 O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, tendo como base as obras:

ARCEGO, Danusa Mar. Isolamento social precoce e consumo de uma dieta hiperlipídica: implicações no comportamento do tipo depressivo e em aspectos cognitivos em ratos adultos. 2017.

BBC. Coronavírus: por que os japoneses com covid-19 se sentem obrigados a pedir desculpas. 2021. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52748221> Acesso em: 30 abril 2021.

DE FÁTIMA MADELLA-OLIVEIRA, Aparecida; QUIRINO, Celia Raquel; PACHECO, Aline. Principais hormônios que controlam o comportamento reprodutivo e social das fêmeas ruminantes-Revisão. PUBVET, v. 8, p. 0230-0339, 2014.

FREITAS, E.; MARIGUELA, T. C. Social isolation and aggressiveness in the Amazonian juvenile fish Astronotus ocellatus. Brazilian Journal of Biology, v. 66, n. 1B, p. 233-238, 2006.

OKABAYASHI, Nathalia Yuri Tanaka et al. Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil-impacto do isolamento social pela COVID-19. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 3, p. 4511-4531, 2020.

RIBEIRO, Maria da Conceição Osório; SANI, Ana Isabel. Modelos explicativos da agressão: revisão teórica. 2009.

TORRES, Cláudio; NEIVA, Elaine Rabelo. Psicologia social. Artmed Editora, 2011.

 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Sabia que as formigas também possuem cuidados básicos com infecções?

Série Ensaios: Socibiologia


Por: Ana Luiza de Castro Viero1, Andrielly Nunes de Almeida, Erika Sousa Dias 1, Júlia Bacarin Monte Alegre1, Maria Paula de A. P. Cunha1.

1Graduanda em Ciências Biológicas-PUCPR

2Graduanda em Psicologia-PUCPR

 

Em Curitiba foi noticiado um caso de um vendedor dentro do ônibus que estava fazendo o uso incorreto da máscara (estava fora da região nariz e boca) e por isso outro passageiro chamou atenção e pediu para fazer o uso correto da máscara, por causa disso o vendedor começou a apresentar um comportamento mais agressivo e a fazer o uso de xingamento contra o passageiro (TRIBUNA, 2020). Em diversos países já foram registrados casos de habitantes agressivos por não quererem fazer o uso da máscara.

No final de 2019, um novo vírus da família coronavírus foi identificado como causador da "coronavírus disease 2019" (COVID-19), devido ao surgimento desta doença tornou-se necessário o isolamento social para evitar a contaminação e a lotação dos sistemas de saúde, além disso alguns cuidados que anteriormente não eram comuns, se tornaram indispensáveis, como: a utilização de máscaras; higienização das mãos; o uso de álcool gel; limpeza de todos os materiais que saírem e retornarem para a residência. Tais cuidados foram medidas obrigatórias impostas pela OMS para diminuir a circulação do vírus. Apesar de ser um momento de isolamento social, alguns sistemas não pararam, como: ônibus e mercados. Porém, o uso da máscara é obrigatório nestes locais.

Entretanto, existem moradores que não respeitam as regras destes locais e geram confusões por causa disso. A máscara é uma forma de barreira física contra gotículas presentes no ar quando uma pessoa tosse ou espirra, sendo de extrema importância neste momento pois contágio pela COVID-19 é por inalação de gotículas, então o seu uso é uma forma de proteção contra a disseminação da doença.  


As formigas pertencentes à espécie Lasius neglectus  são animais sociais e compõem super colônias, nas quais a integridade bem como a saúde de seus integrantes é fundamental para um bom funcionamento e, portanto, para a sobrevivência.

Por outro lado, o fungo Metarhizium anisopliae alimenta-se dos nutrientes presentes nos organismos de insetos e, muitas vezes, acaba matando-os por conta disso, além de que seus esporos se alojam no exoesqueleto, onde desenvolvem-se originando as hifas.

Essa espécie de formiga também apresenta uma estratégia de proteção de seus semelhantes. Essa técnica é baseada numa forma de limpeza da formiga contaminada, infectando todos da colônia com uma pequena dose do fungo, gerando uma imunidade social.

Além dessa espécie o gênero Lasius sp. também apresenta uma espécie com comportamentos de higiene, contra o mesmo fungo. Ao contrário da citada acima, essa apresenta comportamentos mais próximos aos nossos. A espécie L. niger quando contaminada com os esporos, passa por uma espécie de limpeza retirando esses esporos antes de retornar à colônia, obtendo ajuda de outras formigas pra facilitar o processo.

Apesar das diferentes estratégias, o objetivo dessas formigas é o mesmo que o nosso. Reduzir os danos da população, adquirindo técnicas básicas como higiene e empatia.


Em relação ao isolamento social, pode-se observar que as condutas humanas no enfrentamento aos agentes patogênicos aparecem também em outras espécies, assim como as formigas, buscam esse isolamento para proteger a colônia em caso de alguma doença infecciosa. O foco também é a proteção dos indivíduos saudáveis das colônias, porém o que difere é que existe aqui o auto isolamento passivo, um pouco diferente do que ocorre em nosso país no momento atual. As formigas da espécie Lasius niger, evitam entrar no ninho quando estão infectadas pelo fungo, como dito anteriormente, e quando estão perto da morte, abandonam de vez o formigueiro, mostrando assim esse comportamento altruísta. Além disso, outro comportamento identificado por Stroeymeyte, diz respeito ao lockdown que pode ser observado nos ninhos e formigueiros, onde mesmo assintomáticas, ao saber que o ninho foi infectado, as formigas coletoras e as encarregadas de cuidar das crias se revezam e evitam a entrada no formigueiro, para evitar assim o contágio patogênico (EL PAÍS, 2021 ).

Foi visto em alguns estudos que determinados invertebrados expostos a uma baixa dose de um patógeno tem a capacidade de se tornarem mais resistentes caso forem novamente expostos a uma dose mais alta deste mesmo patógeno. Esse mecanismo recebeu o nome de “priming imunológico”. Nesse mesmo estudo, realizou-se um experimento com a formiga rainha da espécie Lasius niger, sendo possível observar que as rainhas já acasaladas possuem mais resistência imunológica aos patógenos em relação às rainhas virgens.

 A principal diferença é que esses e mais alguns comportamentos são realizados de maneira proativa, enquanto na sociedade em geral, tem se visto o oposto. Além de que o isolamento no país traz outras questões políticas e socioeconômicas, pois atividades essenciais, conforme a lei, não podem ser paralisadas,e outros pontos como desemprego, cuidados com os filhos, disponibilização de cuidadores em casa para estar com as crianças evoca essa complexidade, que difere da sociedade das formigas. Todavia, existem pessoas que mesmo em situação decretada de lockdown, desobedecem e escolhem a aglomeração. Muitas notícias com esse enredo pelo Brasil desde o ano passado até hoje foram apontadas, vejamos o caso do Shopping Hauer, uma rua com vários bares na cidade de Curitiba/PR, conforme apresenta o Paraná Portal em abril deste ano.

A prefeitura de Curitiba  e seus agentes fiscais, mas uma vez atuou sobre festas clandestinas e aglomerações no final de semana, durante a pandemia, mesmo com os hospitais da Capital (referência em saúde) lotados, e leitos para o covid com fila de espera para atendimento. Conforme a notícia, foram encontradas mais de 300 pessoas concentradas no MOM, outro ambiente com bares na cidade, além disso mostram a não utilização da máscara, e consumo de bebida alcoólica após o horário de consumo decretado estabelecido. Muitas abordagens foram realizadas a ponto dos órgãos adotarem outras estratégias com o uso de megafone alertando sobre o contágio e sobre as formas de proteção no decorrer da cidade (PARANÁ PORTAL, 2021).

    


       Nós como futuros biólogos e psicóloga acreditamos que a observação das espécies para a compreensão de seus comportamentos, tem muito a nos oferecer, por isso a área da etologia se torna tão importante. Todas as espécies agem a fim de sobreviver às situações impostas a elas. Contudo o ser humano tem o estranho hábito de fazer exatamente o oposto, por teimosia, rebeldia ou simplesmente ignorância, como podemos observar pelos exemplos citados. A observação das atitudes de animais tão simples e pequenos aos nossos olhos nos mostra o quão complexos e inteligentes são, mesmo que por instinto. A atribuição de ações semelhantes como as das formigas que fazem isolamento social a fim de proteger os membros de suas colônias, deveria ser exatamente o que todos nós humanos deveríamos fazer em época de pandemia, agindo como elas de forma altruísta, evitando ao máximo o contágio de novos indivíduos. Assim como o citado isolamento passivo, onde cada indivíduo entende a situação e se isola voluntariamente, protegendo toda a colônia.

 

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, tendo como base as obras:

BUCKHAM-BONNETT, Phillip; LEE, Paul; ROBINSON, Elva JH. Identifying the invasive garden ant (Lasius neglectus). Disponível em: https://bwars.com/sites/www.bwars.com/files/info_sheets/L.neglectus_ID_sheet_v2.pdf. Acesso em: 02.mar.2021.

COPERCHINI, F. et al. The cytokine storm in COVID-19: An overview of the involvement of the chemokine/chemokine-receptor system. Cytokine and Growth Factor Reviews, v. 53, n. May, p. 25–32, 2020.Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.cytogfr.2020.05.003. Acesso em :17 abr . 2021

EL PAÍS. Formigas também fazem ‘lockdown’ para proteger o formigueiro em suas epidemias. 2021. Disponível em:  https://brasil.elpais.com/ciencia/2021-03-05/formigas-tambem-fazem-lockdown-para-proteger-o-formigueiro-em-suas-epidemias.html. Acesso em: 17 abr. 2021.

GÁLVEZ, D., & CHAPUISAT, M. Immune priming and pathogen resistance in ant queens. Ecology and Evolution, 4(10), 1761-1767.2014. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/ece3.1070. Acesso em: 06. mai. 2021

 GAO, Qiang et al. Genome sequencing and comparative transcriptomics of the model entomopathogenic fungi Metarhizium anisopliae and M. acridum. PLoS Genet, v. 7, n. 1, p. e1001264, 2011. Disponível em: https://journals.plos.org/plosgenetics/article?id=10.1371/journal.pgen.1001264. Acesso em: 02.mar.2021

 

G1. OMS reforça que medidas de isolamento social são a melhor alternativa contra o coronavírus. 2020. Disponível em:https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/03/30/oms-reforca-que-medidas-de-isolamento-social-sao-a-melhor-alternativa-contra-o-coronavirus.ghtml. Acesso em: 06 mai.2021.

iNaturalist. Lasius neglectus. Disponível em: https://www.inaturalist.org/guide_taxa/555261. Acesso em: 02.mar.2021

 

PARANÁ PORTAL, Prefeitura de Curitiba verifica aglomerações no MON e Shopping Hauer; festa clandestina é encerrada. 2021. Disponível em: https://paranaportal.uol.com.br/cidades/fiscalizacao-prefeitura-curitiba-mon-hauer-festa-clandestina/amp/. Acesso em: 29 abr. 2021.

TRIBUNA. Vendedor que brigou com passageiro em Curitiba por causa de máscara é excluído de instituição. 2020. Disponivel em: https://tribunapr.uol.com.br/noticias/curitiba-regiao/vendedor-que-brigou-com-passageiro-em-curitiba-por-causa-de-mascara-e-excluido-de-instituicao/.  Acesso em: 17 abr. 2021.

UFRGS. Estudo comprova a eficácia do uso de máscara e do distanciamento social no combate à pandemia. 2020.Disponível em:https://www.ufrgs.br/jornal/estudo-comprova-a-eficacia-do-uso-de-mascara-e-do-distanciamento-social-no-combate-a-pandemia/. Acesso em: 06 mai. 2021

UOL. Por que OMS agora recomenda uso de máscara em público contra covid-19. 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2020/06/06/por-que-oms-agora-recomenda-uso-de-mascara-em-publico-contra-covid-19.htm. Acesso em: 06 mai. 2021.

 

 

 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Os desafios do software humano na atualidade com hardware de 130.000 atrás

 Série Ensaios: Sociobiologia

Por Diego Henrique Freitas ¹, Juliana Handocha Rodrigues ¹, Samuel Soares ¹, Vitória Bórnia ² e Vitória Ramos Macedo ¹

¹ Graduandos em Ciências Biológicas - PUCPR

² Graduanda em Psicologia - PUCPR

 

       Na notícia “Covid: saúde mental piorou para 53% dos brasileiros sob pandemia, aponta pesquisa”, do site BBC News, é relatado o efeito da pandemia na saúde mental das pessoas. Dados do instituto Ipsos trazem a discussão de como as pessoas têm reagido a novidade que é o Sars-CoV-2. Segundo o psiquiatra André Brunoni, professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, “é esperado sentir-se mal, triste, confuso e revoltado diante de uma situação nova e ruim, como foi o aparecimento da Covid-19. Mas há todo um processo entre esses sentimentos e o desenvolvimento de um transtorno mental”.

      


Como sugere Faro e colaboradores (2020) a pandemia afeta as pessoas em vários níveis causando diversas perturbações. Tudo que está havendo no mundo, decorrente do vírus, afeta bastante a fisiologia das pessoas com consequências na saúde mental, e uma das principais maneiras de se proteger é estar em casa. Restringe-se o contato social, tão importante para o desenvolvimento humano, com distanciamento físico, isolamento e quarentena.

         A pandemia é um reflexo da atividade humana que desconsidera a natureza. O spill-over do vírus não é nada de outro mundo (Mori et. al., 2020) e acontecimentos similares já ocorreram no passado, como SARS, MERS e Nipah (Gragnani, 2020). Pessoas comuns ou representantes de grupos, corporações, governos agem de forma não planejada em relação à natureza, para extrair um benefício que pode ser mais custoso que o esperado. Muitas vezes não há um culpado isolado, como foi com o novo coronavírus, mas todo um sistema, no qual as pessoas não têm conhecimento de causa e efeito para medir suas ações na no ambiente natural. Esses efeitos, assim como a culpa, são compartilhados, com diferença de magnitude, mas atingindo a todos. O vírus hoje está em todos os continentes do mundo (Miranda, 2020), afetando todo tipo de pessoa, mas com consequências graves em grupos específicos. Não só em relação a comorbidades, que tornam as pessoas mais vulneráveis ao vírus, mas também com intensidade naquelas pobres, que perdem seus empregos, passam por necessidades e ficam ainda mais fragilizados (Lupion, 2020).

     


 
No mundo globalizado, como trata Ferreira e colaboradores (2014), o fluxo entre países traz a rápida disseminação de doenças contagiosas, o que pode favorecer a maximização de
epidemias a pandemias. A exemplo do HIV/AIDS, como diz Tufte (2004), a facilidade de transporte humano à todo canto do planeta, e a dinâmica de uma tribo com bilhões de indivíduos favorece a disseminação de patógenos, que podem ser controlados em um aspecto global mas devastadores em determinados locais, carentes de estrutura e capital. Algo similar na natureza se vê com as espécies migratórias. Elas percorrem longas distâncias cruzando continentes para realizar seu ciclo biológico. É de imaginar que microrganismos possam ser carreados de um lugar a outro infectando outros animais e pessoas (Araújo, 2004). Porém, enquanto esses animais têm um trajeto específico, locais determinados onde já realizam suas viagens, as pessoas viajam para qualquer lugar a qualquer hora. O desafio é manter a segurança de outras pessoas nos locais que são recebidos os viajantes.

              Em situações de pandemia, o número de pessoas psicologicamente afetadas costuma ser maior que o de pessoas acometidas pela infecção, sendo estimado que um terço da metade da população possa apresentar consequências psicológicas e psiquiátricas.

      Tais fenômenos resultam em alteração de funções biológicas do organismo, como horário de sono (56%) (Bezerra et. al., 2020). O isolamento, e os transtornos de sono decorrentes, podem desencadear processos em cascata que desequilibram sistemas hormonais e neurotransmissores, o ritmo circadiano e a neuromodelação , fazendo com que os fatores externos somados aos fatores biológicos possam gerar uma carga multifatorial para o desenvolvimento de possíveis transtornos de ansiedade, depressão e síndrome do pânico, dentre outros (De Maria e Meira, 2020).

       De acordo com Santos et. al (2021), 55% dos participantes de uma pesquisa relataram não estar alimentando-se de forma adequada, sofrendo por falta ou excesso de apetite. Resultando em sobrepeso ou deficiência de nutrientes e vitaminas necessárias para um bom funcionamento do organismo.

  


     
Neste mesmo estudo foi evidenciado que 54,6% dos participantes não estavam praticando qualquer tipo  de  atividade  física,  o  que  pode  ser  mais  um  dos  fatores negativamente contributivos  para  o  aumento  de  estresse,  ansiedade  e  desânimo durante  esse  período.  É  comprovado  que  a  prática  de  atividades  físicas  regularmente  traz  inúmeros  benefícios  à saúde  e  ainda  contribui  para  a  redução  dos  níveis  de  estresse,  ansiedade,  depressão,  aumento  do humor, do bem estar e da disposição física e mental (SANTOS et al.,2021).

        Em meta análise Smith et. al. (2020), relataram aumento das concentrações sanguíneas de interleucina-6  e menor fator de crescimento 1  nas pessoas solitárias. O isolamento social foi principalmente ligado a níveis mais altos de proteína C-reativa (PCR) e fibrinogênio, moléculas envolvidas nas respostas inflamatórias em camundongos e seres humanos. A solidão e o isolamento tem efeitos distintos nas respostas inflamatórias mas intimamente relacionados. Isolamento social estava ligado aos próprios marcadores inflamatórios, e a solidão estava relacionado a um caminho que envolvia o quanto essas respostas inflamatórias podem ocorrer ou ser inibidas por elas.

       De acordo com Offord (2020), em alguns estudos, descobriu-se que pessoas solitárias apresentam volumes cerebrais reduzidos no córtex pré-frontal, região importante na tomada de decisões e no comportamento social, embora outras pesquisas sugiram que essa relação possa ser mediada por fatores de personalidade

       Pessoas e outros animais que experimentam isolamento podem ter hipocampos menores que o normal e concentrações reduzidas de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), ambos recursos associados ao comprometimento da aprendizagem e da memória. Os níveis do hormônio do estresse cortisol, que afeta e é regulado pelo hipocampo, também são mais altos em animais isolados.

       Também as amígdalas foram correlacionadas ao tamanho da rede social de cada indivíduo com evidências mostrando um menor volume desses órgãos em pessoas solitárias. 

         Efeitos do isolamento podem ser percebidos em outros animais sociais como os camundongos que, segundo Araújo (2017), são seres que precisam do convívio para ter saúde mental e um estado emocional adequado. Enquanto humanos usam muito a fisionomia e a voz para identificar outras pessoas, roedores utilizam cheiros. À medida que ficam isolados, vão perdendo a capacidade de reter essa memória.

         Alterações anatômicas e funcionais podem ser observadas em roedores isolados por uma semana, que sofreram mudanças neuroquímicas no cérebro, como diminuição da produção de serotonina e de dopamina   em áreas importantes para o processamento de emoções, e redução do volume do bulbo olfatório, área cerebral que processa os odores.

       Apenas 24 horas de isolamento social são suficientes para modificar a plasticidade neural em uma população de neurônios dopaminérgicos do núcleo dorsal da rafe. Esses neurônios produzem e liberam o neurotransmissor dopamina, pelo menos em duas áreas do cérebro importantes para a diferenciação de estímulos positivos e negativos.

 

      Os animais também apresentaram quadros de depressão, ansiedade e problemas de memória, particularmente na chamada memória social, de reconhecimento dos semelhantes. Para manter a memória social por 24 horas, é necessário que o bulbo olfatório dos roedores “converse” com o hipocampo, área-chave para o armazenamento de memórias. Diálogo, medido por atividade elétrica dessas áreas, que fica prejudicado no animal isolado. 

      Os efeitos do isolamento são amenizados quando o indivíduo é mantido em ambiente enriquecido com elementos capazes de provocar estímulos sensoriais, o que, para roedores, podem ser objetos e túneis. Estes estimulam o processo de neurogênese no bulbo olfatório e no hipocampo, áreas fundamentais para a memória social.

       Comparativamente os pets, especialmente cachorros, mais dependentes de uma interação com seus tutores do que os gatos, tiveram uma resposta diferente. Segundo Silva e colaboradores (2021), não foi constatado comportamentos hiperativos, tristeza ou comportamentos repetitivos anormais nos pets, somente carência. Isso é explicado pelo maior tempo que os tutores passam com seus pets, criando um ambiente mais afetivo.

           Mas nos humanos, esses sintomas emergentes nos indivíduos são resultados da privação de uma das bases primordiais que caracterizam o indivíduo “ser humano”, sua liberdade. Por ela, entende-se que o homem é o indivíduo de sua história e da história da humanidade, onde compreende-se sujeito social (SARTRE, 1938 apud Schneider, 2006).

        O homem reage de maneira negativa ao isolamento visto que é um ser biopsicossocial (Schneider, 2006). Nesta situação emergencial de isolamento, privaram-lhe a parte social, gerando dessa maneira, sentimentos e comportamentos negativos.

      Nós como futuros biólogos e psicólogo acreditamos que passado mais de um ano de pandemia, ainda estamos transitando por momentos de adaptação comportamental e emocional e de criação de mecanismos de defesa, tanto mentais quanto fisiológicos. É um período em que reflexões devem ser realizadas em todos os âmbitos, para que possamos regredir os impactos negativos da pandemia e dispor de um melhor aproveitamento de nossas vidas.

          A revolução tecnológica atual tem modificado em muito as relações sociais e nesse caso contribui para uma amenização do isolamento e falta de socialização. A tecnologia se mostra aliada e nos torna mais resilientes. Investir nela e em uma relação virtual orgânica é importante agora e necessário para o futuro. Isso abrange incluir as pessoas no mundo digital e propiciar espaço para uma ocupação democrática desse ambiente.

          Também vale ressaltar, como demonstrado em estudos com os próprios camundongos, que um ambiente estimulante pode evitar os efeitos do isolamento no cérebro. Atividades que incluem, mas não se limitam a, visitar galerias, museus ou óperas, pode contribuir para evitar perda de memória e habilidades verbais (Fancourt & Steptoe, 2018). Esses estimulantes cerebrais, nesse momento de pandemia podem ser acessados online com tours em casa pelo computador.

 

O presente ensino foi elaborado para disciplina de Etologia, se baseando nos textos: 

Araújo, A. R. Isolamento compromete memória social de camundongos: Estudo mostra que a solidão provoca mudanças neuroquímicas no cérebro dos animais. Universidade de Minas Gerais. 2017. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/isolamento-compromete-memoria-social-de-camundongos. Acesso em: 29/04/2021.

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