SANTUÁRIOS, o quão “santos” são.




Série Ensaios: Ética no Uso Animal
Por Caio Miguel C. Teixeira
Biólogo e Pós-Graduando em Conservação da Natureza e Educação Ambiental
São notícias como a da Bióloga[MF1] e Doutora em Zoologia Yara de Melo Barros que em 2016 era a diretora do Parque das Aves, e isso nos deixam preocupados sobre o trabalho efetuado em um dos santuários mais famosos do país, o GAP[MF2] [BM3] (Great Apes Project), localizado em Sorocaba – SP. “Santuários: está na hora de descobrir o que acontece lá dentro”, esse é o tema da noticia publicada no site oeco.org.br em julho de 2016, que retrata um caso onde uma das tratadores sofreu um ataque por um chimpanzé e ficou com ferimentos graves, a explicação inicial dada pela instituição é que “o chimpanzé saiu de seu recinto e feriu a funcionária, e que, após o ocorrido, foi acionado o
plano de emergência para a segurança da equipe. O GAP considerou o ocorrido um acidente. No entanto, em uma matéria posterior, o proprietário disse que o animal se assustou quando a tratadora entrou no recinto para avisar sobre a fuga de outro animal. De acordo com o que o proprietário relatou à repórter, ele tentou “lutar” contra o animal, mas não conseguiu, então uma outra pessoa entrou e conseguiu tirar a Jurema do local.”


O santuário tratar um ocorrido como este um acidente se torna um pouco contraditório, pois no site da instituição retrata as que as fugas dos zoológicos são evidências de um sofrimento do animal e um desespero para sair de lá em busca da sua liberdade, e quando acontece dentro da sua instituição eles dizem que foi apenas um “acidente”.

De acordo com a INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA Nº 07, DE 30 DE ABRIL DE 2015 um Santuário é classificado como criadouro científico para fins de conservação sem um empreendimento de pessoa jurídica, ou pessoa física, sem fins lucrativos, vinculado a plano de ação ou de manejo reconhecido, coordenado ou autorizado pelo órgão ambiental competente. Com finalidade de criar, recriar, reproduzir e manter espécimes da fauna silvestre nativa em cativeiro para fins de realizar e subsidiar programas de conservação e educação ambiental, sendo vedada a comercialização e exposição;
Diferente de zoológicos os santuários não são abertos ao público para que o contato humano com os animais seja o mínimo possível, visando sempre melhorar a qualidade de vida deles, permitindo apenas visitas monitoradas de caráter técnico, didático ou para atender programas de educação ambiental da rede pública ou privada de ensino além de terem que seguir uma série de exigências e documentações para funcionar legalmente.

Em aula realizada através de uma vídeo conferência eu e a turma do curso de Especialização em Conservação da natureza e Educação ambiental da PUCPR, discutimos até que ponto os santuários são melhores que os zoos e cumprem seu papel de criadouro conservacionista, no qual trará mais qualidade de vida aos animais. É claro que não podemos generalizar e achar que todo santuário comete esse tipo de erro, por isso quando formos defender esse tipo de manejo e conservação devemos avaliar individualmente as instituições.
Eu como biólogo acho que os “santuários” precisam ser mais abertos e mais transparentes em relação a fiscalização dos recintos e a qualidade de vida dos animais que vivem nele, pois em várias notícias em sites de comportamento animal e de denúncias, relatam sobre a dificuldade de entrar em contato com a administração do mesmo para realizar a visitação a fim de investigar e coletar as informações necessárias para ver se realmente os animais estão tendo uma qualidade de vida maior do que possuíam em zoos ou circos que estavam antes de ir para lá.




Abaixo GAP localizado em Sorocaba e de alguns outros zoos no Brasil e no mundo para observarmos o recinto dos animais e ver qual e mais parecido com seu habitat natural:



O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Ética Animal, tendo como base as obras;
RECINTO DE CHIMPANZÉS. PONGOLAND. ZOO LEIPZIG, ALEMANHA.
RECINTO PARA GORILAS NO ZOO DE BELO HORIZONTE. FOTO: IGOR MORAIS
RECINTO PARA CHIMPANZÉS NO ZOO DE SÃO PAULO. FOTO: IGOR MORAIS
O presente ensaio foi elaborada para a disciplina de Ética no uso de amimais e bem estar animal do curso de Conservação da Natureza e Educação Ambiental feito na PUCPR, baseando-se nas obras: