Série Ensaios: Ética no Uso Animal
por GUSTAVO TULIO SUBTIL DE OLIVEIRA
Licenciado em Biologia e discente do curso de especialização em Conservação da Natureza e Educação Ambiental da PUCPR
Licenciado em Biologia e discente do curso de especialização em Conservação da Natureza e Educação Ambiental da PUCPR
A reportagem do programa “Hoje em Dia”, que foi ao ar no dia 2 de janeiro de 2018, diz que mimos excessivos podem ter efeitos negativos para os pets.
Hoje em dia e possível encontrar uma enorme gama de serviços para os animais de estimação, além do básico, clínicas veterinárias e pet shops, também há creches, adestradores, passeadores, babás, nutricionistas, hotéis, clínicas específicas para espécies exóticas, padarias, confeitarias e buffets para bicho, spas, resorts e até funerárias, (Instituto Pet Brasil). Tudo para suprir a demanda de uma nova categoria familiar: os "pais" e "mães" de pets.
O Brasil tem a 4ª maior população pets do mundo e é o segundo maior mercado para pets do planeta, atrás apenas dos EUA. De acordo com números levantados pelo IBGE e atualizados pelo do Instituto Pet Brasil, estima-se um total de 139,3 milhões de animais de estimação, somando cães, aves, gatos, répteis e pequenos mamíferos. Em 2019 o mercado de pets cresceu cerca de R$ 36,2 bilhões em uma alta de 5,4% sobre 2018, segundo dados do Instituto Pet Brasil, e para esse ano de 2020 a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) aponta um faturamento de R$ 20 bilhões. Em média, o brasileiro gasta mensalmente R$ 274,37 a 425,24 com cachorros de pequeno a grandes (10 kg a 45 kg) e com os gatos, a despesa mensal média é de R$ 205,94. Dados do Instituto Pet Brasil.
Os números confirmam uma crescente tendência: que cada vez mais as pessoas vêm buscando um animal de estimação para si. No entanto, com o maior número de pessoas morando sozinhas, e em espaços mais apertados, os cuidados com nossos pets podem ser prejudicados. Mas será que há relação entre uma coisa e outra? "Seres humanos são afetados pelo ambiente em que vivem e mudanças sociais e econômicas afetam diretamente nosso comportamento", diz a psicóloga Laís Milani, membro da diretoria da área de Terapia Assistida por Animais do Inataa (Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais), em entrevista para o portal TAB. "Vejo que, no geral, as pessoas optam cada vez menos por ter filhos e pensam mais no peso dessa decisão. Sendo assim, ter um pet pode ser visto como uma alternativa para suprir a necessidade de afiliação dentro desta realidade socioeconômica", argumenta. Segundo Laís, enxergar o bicho como "filho" pode ser prejudicial para os animais, se implicar que eles não possam exercer comportamentos naturais de sua espécie.
Por mais diversos que sejam os motivos para ter um animal de estimação em casa, há uma série de cuidados que dedvem ser levados em conta para garantir o Bem Estar dos mesmos. Seguindo o pensamento que os animas são seres sencientes e possuem sentimentos análogos aos nossos sentimentos humanos, o Bem estar animal só pode ser alcançado quando o mesmo tem a capacidade de resolver livremente suas necessidades e vontades. Uma forma de averiguar o Bem Estar de todos os animais, não só os de estimação, são as Cinco Liberdades. Nessas Cinco Liberdades se propõem que todos os animais possam ser:
Livres de fome e sede e com pronto acesso à água fresca e a uma dieta que os mantenha saudáveis e vigorosos;
Livres de desconfortos e vivendo em um ambiente apropriado que inclui abrigo e uma área confortável para descanso;
Livres de dor, ferimentos e doenças por meio de prevenção ou de rápido diagnóstico e tratamento;
Livres para expressar comportamento normal, uma vez que lhes sejam garantidos: espaço suficiente, condições de moradia apropriadas e a companhia de outros animais de sua espécie;
Livres de medos e angústias e com a garantia de condições e tratamento que evitam sofrimentos mentais;
Na atual conjuntura que nos encontramos devido à pandemia causada pelo Covid-19, algumas das Cinco Liberdades podem ser difíceis de cumprir. Os passeios, por exemplo, fundamentais para cães que não fazem as necessidades em casa, além de ser prazeroso para o animal também é uma forma de aliviar a ansiedade causada pelo confinamento.
As recomendações são: Evitar aglomerações e não permitir que outras pessoas façam carinho no animal; Passeios mais curtos ao ar livre, só para atender às necessidades fisiológicas; Somente uma pessoa por vez deve sair passear com o animal; Procurar lugares menos movimentados em horários mais tranquilos; Evitar contato com outros animais e pessoas, e na volta para casa, higienizar as patas e pelos do pet com água e sabão neutro, de preferência os que sejam adequados a uso veterinário.
Em diversos países há a compreensão por parte dos governos que, mesmo com toda a pandemia, algumas necessidades são essenciais, incluindo as dos animais. Seguindo as recomendações e mantendo o distanciamento e higienização correta, aos poucos, algumas atividades poderão voltar a acontecer normalmente.
No debate, que ocorreu na disciplina, foram discutidas diversas questões éticas em relação ou tema: Como em muitas ocasiões nos não entendemos as vontades e necessidade dos nossos animais. Como antigamente os pets morriam de forma natural, ou de velhice, e hoje em dia estão morrendo de diabetes e obesidades. Como antigamente os animais tinham seu espaço próprio, fora das casas, nos quintais onde podiam correr e brincar livremente. Como muitas vezes as pessoas adotam um animal e posteriormente, por diversas circunstâncias, os abandonam nas ruas. Como prolongamos a vida dos nossos pets, para mantê-los ao nosso lado, por mais inapropriadas que sejam as condições. Que o amor que queremos dar nem sempre faz bem para eles e que, para se tornar tutor de animais de estimação, o mais apropriado seria que houvesse um curso obrigatório, para preparar e ensinar as pessoas a cuidar dos animais.
Como biólogo, acredito que a divulgação das Cinco Liberdades seria um ótimo primeiro passo para revolver muitas das questões debatidas neste ensaio, e concordo que o mais correto seria que houvesse um curso obrigatório, para qualificar tutores de animais. Esses seriam os melhores modos para garantir o Bem Estar dos nossos estimados bichos, na minha visão como biólogo. Os animais de estimação devem ser tratados com carinho, mas como animais, como cão, como gato, respeitando as necessidade e vontades da cada espécie, nunca descaracterizando suas identidades como ser sencientes que são. É preciso repensar a forma que agimos com os animais e entender que, apesar das boas intenções, nem sempre fazemos as melhores escolhas para com a saúde e necessidades dos nossos pets. As relações estabelecidas com nossos animais de estimação devem gerar bem-estar para todos.
Hoje em dia e possível encontrar uma enorme gama de serviços para os animais de estimação, além do básico, clínicas veterinárias e pet shops, também há creches, adestradores, passeadores, babás, nutricionistas, hotéis, clínicas específicas para espécies exóticas, padarias, confeitarias e buffets para bicho, spas, resorts e até funerárias, (Instituto Pet Brasil). Tudo para suprir a demanda de uma nova categoria familiar: os "pais" e "mães" de pets.
O Brasil tem a 4ª maior população pets do mundo e é o segundo maior mercado para pets do planeta, atrás apenas dos EUA. De acordo com números levantados pelo IBGE e atualizados pelo do Instituto Pet Brasil, estima-se um total de 139,3 milhões de animais de estimação, somando cães, aves, gatos, répteis e pequenos mamíferos. Em 2019 o mercado de pets cresceu cerca de R$ 36,2 bilhões em uma alta de 5,4% sobre 2018, segundo dados do Instituto Pet Brasil, e para esse ano de 2020 a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) aponta um faturamento de R$ 20 bilhões. Em média, o brasileiro gasta mensalmente R$ 274,37 a 425,24 com cachorros de pequeno a grandes (10 kg a 45 kg) e com os gatos, a despesa mensal média é de R$ 205,94. Dados do Instituto Pet Brasil.
Os números confirmam uma crescente tendência: que cada vez mais as pessoas vêm buscando um animal de estimação para si. No entanto, com o maior número de pessoas morando sozinhas, e em espaços mais apertados, os cuidados com nossos pets podem ser prejudicados. Mas será que há relação entre uma coisa e outra? "Seres humanos são afetados pelo ambiente em que vivem e mudanças sociais e econômicas afetam diretamente nosso comportamento", diz a psicóloga Laís Milani, membro da diretoria da área de Terapia Assistida por Animais do Inataa (Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais), em entrevista para o portal TAB. "Vejo que, no geral, as pessoas optam cada vez menos por ter filhos e pensam mais no peso dessa decisão. Sendo assim, ter um pet pode ser visto como uma alternativa para suprir a necessidade de afiliação dentro desta realidade socioeconômica", argumenta. Segundo Laís, enxergar o bicho como "filho" pode ser prejudicial para os animais, se implicar que eles não possam exercer comportamentos naturais de sua espécie.
Por mais diversos que sejam os motivos para ter um animal de estimação em casa, há uma série de cuidados que dedvem ser levados em conta para garantir o Bem Estar dos mesmos. Seguindo o pensamento que os animas são seres sencientes e possuem sentimentos análogos aos nossos sentimentos humanos, o Bem estar animal só pode ser alcançado quando o mesmo tem a capacidade de resolver livremente suas necessidades e vontades. Uma forma de averiguar o Bem Estar de todos os animais, não só os de estimação, são as Cinco Liberdades. Nessas Cinco Liberdades se propõem que todos os animais possam ser:
Livres de fome e sede e com pronto acesso à água fresca e a uma dieta que os mantenha saudáveis e vigorosos;
Livres de desconfortos e vivendo em um ambiente apropriado que inclui abrigo e uma área confortável para descanso;
Livres de dor, ferimentos e doenças por meio de prevenção ou de rápido diagnóstico e tratamento;
Livres para expressar comportamento normal, uma vez que lhes sejam garantidos: espaço suficiente, condições de moradia apropriadas e a companhia de outros animais de sua espécie;
Livres de medos e angústias e com a garantia de condições e tratamento que evitam sofrimentos mentais;
Na atual conjuntura que nos encontramos devido à pandemia causada pelo Covid-19, algumas das Cinco Liberdades podem ser difíceis de cumprir. Os passeios, por exemplo, fundamentais para cães que não fazem as necessidades em casa, além de ser prazeroso para o animal também é uma forma de aliviar a ansiedade causada pelo confinamento.
As recomendações são: Evitar aglomerações e não permitir que outras pessoas façam carinho no animal; Passeios mais curtos ao ar livre, só para atender às necessidades fisiológicas; Somente uma pessoa por vez deve sair passear com o animal; Procurar lugares menos movimentados em horários mais tranquilos; Evitar contato com outros animais e pessoas, e na volta para casa, higienizar as patas e pelos do pet com água e sabão neutro, de preferência os que sejam adequados a uso veterinário.
Em diversos países há a compreensão por parte dos governos que, mesmo com toda a pandemia, algumas necessidades são essenciais, incluindo as dos animais. Seguindo as recomendações e mantendo o distanciamento e higienização correta, aos poucos, algumas atividades poderão voltar a acontecer normalmente.
No debate, que ocorreu na disciplina, foram discutidas diversas questões éticas em relação ou tema: Como em muitas ocasiões nos não entendemos as vontades e necessidade dos nossos animais. Como antigamente os pets morriam de forma natural, ou de velhice, e hoje em dia estão morrendo de diabetes e obesidades. Como antigamente os animais tinham seu espaço próprio, fora das casas, nos quintais onde podiam correr e brincar livremente. Como muitas vezes as pessoas adotam um animal e posteriormente, por diversas circunstâncias, os abandonam nas ruas. Como prolongamos a vida dos nossos pets, para mantê-los ao nosso lado, por mais inapropriadas que sejam as condições. Que o amor que queremos dar nem sempre faz bem para eles e que, para se tornar tutor de animais de estimação, o mais apropriado seria que houvesse um curso obrigatório, para preparar e ensinar as pessoas a cuidar dos animais.
Como biólogo, acredito que a divulgação das Cinco Liberdades seria um ótimo primeiro passo para revolver muitas das questões debatidas neste ensaio, e concordo que o mais correto seria que houvesse um curso obrigatório, para qualificar tutores de animais. Esses seriam os melhores modos para garantir o Bem Estar dos nossos estimados bichos, na minha visão como biólogo. Os animais de estimação devem ser tratados com carinho, mas como animais, como cão, como gato, respeitando as necessidade e vontades da cada espécie, nunca descaracterizando suas identidades como ser sencientes que são. É preciso repensar a forma que agimos com os animais e entender que, apesar das boas intenções, nem sempre fazemos as melhores escolhas para com a saúde e necessidades dos nossos pets. As relações estabelecidas com nossos animais de estimação devem gerar bem-estar para todos.
Este
ensaio foi elaborado para a disciplina de Ética no Uso de Animais e Bem-Estar
Animal, no ano de 2020, tendo como base os textos e imagens:
INSTITUTO PET BRASIL. Censo Pet:
139,3 milhões de animais de estimação no Brasil. Postado em 12/06/2019. Disponível em: http://institutopetbrasil.com/imprensa/censo-pet-1393-milhoes-de-animais-de
estimacao-no-brasil/. Acesso
em: 11/04/2020.
ESTADO DE MINAS NACIANAL. No Brasil, 44,3% dos domicílios possuem pelo menos um cachorro e 17,7%, um gato. Postado em 28/07/2016, 15h31. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2016/07/28/interna_nacional,788614/no-brasil-44-3-dos-domicilios-possuem-pelo-menos-um-cachorro-e-17-7.shtml. Acesso em: 11/04/2020.
PORTAL TERRA. Mercado pet: animais são prioridade e petshops buscam um novo posicionamento. Postado em 13/03/2020, 08h44. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/dino/mercado-pet-animais-sao-prioridade-e-petshops-buscam-um-novo-posicionamento,82a74fb3f4a358f7379c33193d9bd9b0mwpq7par.html. Acesso em: 11/04/2020.
Bianchin. PORTAL
TERRA UOL TAB. "Peternidade" só
cresce, e mercado dos filhos peludos não conhece recessão. Postado em
/10/2019, 04h00. Disponível em:
https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/11/a-revolucao-dos-pais-dos-bichos-economia-vai-mal-menos-para-os-pets.htm.
Acesso em: 13/04/2020.