terça-feira, 22 de outubro de 2019

O bem estar, a vulnerabilidade e o consumo consciente


Série Ensaios: Bioética Ambiental
Por Jessika Da Cruz Sanches Barbosa E Renan Emilio Kintopp
Mestrandos em Bioética

O Bem-Estar é um conceito complexo, visto que é um campo de estudo que abrange as dimensões cognitivas e afetivas refletindo diretamente sobre a qualidade de vida e biodiversidade, além de várias infinitas áreas que o podemos relacionar. Esse conceito tem cerca de 45 anos de história e primeiramente, se propôs a estudar sua relação com a satisfação e a felicidade. Na década de 60, esse conceito passou a ser visto no âmbito material, tendo correlação direta com bens e serviços. Porém, muito além desses conceitos, se viu necessário trazer a este conceito uma definição global que envolvesse a saúde, as relações, a satisfação, a liberdade política, entre outros (GALINHA E RIBEIRO, 2005).
E ao se falar em vida sustentável, não há como desvincular a harmonia do meio ambiente e a qualidade de vida, pois se entende que nosso modo de vida está diretamente ligado a esses fatores. Diante da degradação presenciada no planeta atualmente e com toda a capacidade tecnológica, há uma dificuldade em viver em harmonia com o planeta sem mudar os hábitos de vida que agridem esse cenário. O conceito de sustentabilidade pode ser desdobrado em dois eixos, sendo o primeiro uma sustentabilidade ecológica, ambiental e demográfica  "que se refere à base física do processo de desenvolvimento e com a capacidade da natureza suportar a ação humana, com vistas à sua reprodução e aos limites das taxas de crescimento populacional" e a segunda uma sustentabilidade cultural, social e política "que se refere à manutenção da diversidade e das identidades, diretamente relacionada com a qualidade de vida das pessoas, da justiça distributiva e ao processo de construção da cidadania e da participação das pessoas no processo de desenvolvimento" (GADOTTI, 2008).
Diante disso, torna-se necessário correlacionar a questão da vulnerabilidade que está se tornando um termo muito comum no mundo acadêmico, social e político, mas é preciso entender de onde vem essa palavra, o que significa e como ela se tornou um princípio bioético. A palavra é originada do latim “vulnus”, que significa aquele que é passível de ferimento. Reconhecemos assim a vulnerabilidade naquele que, dentro do que entendemos por dignidade humana, está tendo alguma falha, ausência ou violação de sua existência (ZUBEN, 2012).
A Declaração Universal Sobre Bioética e Direitos Humanos de 2005, afirma que temos responsabilidade sobre esse ser que está em uma situação de vulnerabilidade. Nasce assim, o princípio da vulnerabilidade, defendido, praticado e discutido por outros autores da bioética. Nossa responsabilidade, para Zuben (2012) não está apenas em respeitar, mas sim cuidar e proteger daquele que está em sofrimento ou passível de sofrê-lo.
Em Julho de 2018 foi publicada uma pesquisa que 76% dos entrevistados não praticam consumo consciente, onde se levantou que um dos motivos pelo qual não se pratica o consumo consciente é devido as grandes exigências que essas mudanças de hábito irão influenciar, além de custar mais caro e que se tivermos por base a encíclica Laudato Sí publicada pelo Papa Francisco, a mesma relata que "sabemos que é insustentável o comportamento daqueles que consomem e destroem cada vez mais, enquanto outros ainda não podem viver de acordo com a sua dignidade humana". E assim correlacionamos a questão da vulnerabilidade com o consumo consciente.

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Bioética Ambiental tendo como base as obras:

GALINHA, Iolanda; RIBEIRO, J. L. Pais; HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE BEM-ESTAR SUBJECTIVO. PSICOLOGIA, SAÚDE & DOENÇAS, 2005, v. 6, n. 2, pág. 203-214. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/37650194_Historia_e_Evolucao_do_Conceito_de_Bem-Estar_Subjectivo>. Acesso em: 03/07/2019.

GADOTTI, Moacir. Educar para a sustentabilidade. Inclusão Social, Brasília, v. 3, n. 1, p. 75-78, out. 2007/mar. 2008. Disponível em:<http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1624>. Acesso em: 03/07/2019.

ZUBEN, Newton Aquiles Von. Vulnerabilidade e finitude: a ética e cuidado do cuidado do outro. Síntese- Rev. Filosofia, v. 39, n. 125, p. 433-456, 2012.

5 comentários:

  1. Assassinato em legítima defesa não crime.Quando vou ver os exemplares e os bonitos pagarem por seus assassinatos de caneta azul.

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  2. Psicólogo não pode ser gordo,olha para os outros e fácil,adestra á boca tem que fazem parte do bacharel.

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  3. Se alguém alguém poder me doar alguns sacos de dinheiro psycopombo@gmail.com

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  4. Preciso de doação em dinheiro Trilhões ,quadrilhoes também serve.Quero comprá casa,carro se possivel uma cidade.

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