segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A crise dos refugiados e xenofobia


Por Amanda Cristina Arcencio, Gabriela Ortega Canisso, Juan Caius Silvestre Paim, Julia Carneiro Fressato Figueira, Leone Levi Gisler, Sofia Werner Ribeiro


Em um caso ocorrido em São Paulo, Jadallah, um refugiado sírio, foi agredido verbal e fisicamente por policiais locais. Segundo a prefeitura ele havia tomado posse ilegal de propriedade do governo e já teria recebido um aviso para deixar o local.
De acordo com a advogada do refugiado, ele já está a quatro anos no Brasil juntando suas economias para abrir o próprio negócio e há dois meses, teria conseguido um lugar em um espaço comercial no centro paulistano, e começou a reformar o local para vender comidas árabes. Ainda segundo a advogada, no dia da inauguração do restaurante, funcionários da prefeitura de São Paulo foram até o local e teriam lacrado alguns equipamentos de cozinha. Marina afirma que a tentativa de diálogo do sírio com os funcionários da prefeitura terminou com as agressões dos policiais que foram filmados. Diz também que o sírio foi vítima de estelionato, já que teria adquirido uma propriedade da prefeitura de forma irregular. O local estava abandonado a três anos e a prefeitura se beneficiou ilicitamente do crime sofrido pelo refugiado e confiscou todos os seus equipamentos.

Atualmente um dos assuntos que mais vem ganhando destaque na mídia é a situação dos refugiados, pessoas que são obrigadas por si mesmas a deixarem seus países de origem e migrarem para outros pela falta de segurança onde vivem.
A xenofobia é um grande problema para essas pessoas que sofrem por sua nacionalidade, raça e cultura. Normalmente um nativo não aceita disputar uma vaga de emprego com o imigrante, diminuindo suas oportunidades. A falta de informação dos xenófobos se torna uma das principais causas que os movimentam a praticar a xenofobia. Problemas sociais como o aumento da criminalidade e desemprego também se tornam causas do preconceito.
A morte em massa de imigrantes e a xenofobia podem ser evitadas aos poucos com tentativas de acordos entre países e com o fim de suas guerras civis.
A xenofobia é mais comum em países desenvolvidos, os quais as pessoas nativas não querem disputar seu mercado de trabalho com os imigrantes. A aversão, medo, ela vem com a falta de informação. No caso apresentado, pode ter ligação com a guerra civil de seus países, fruto de um evento chamado primavera árabe, o qual vários países do Oriente Médio tentaram derrubar seus ditadores, alguns com sucesso, outro não, como é o caso da Síria. Com a guerra civil no país há mais de seis anos, aumentaram o número de refugiados em vários países, como no Brasil, e com eles, um debate sobre a imigração clandestina e preconceitos em relação a uma raça e etnia.
Ela pode ser comparada com o comportamento de territorialidade de alguns animais, pois consiste em conflito de indivíduos da mesma espécie. A mesma ocorrência pode facilmente ocorrer no mundo animal, onde chimpanzés, em grupos, lutam e entram em conflitos contra outros grupos de outros territórios. Um acontecimento reportado, é o caso dos macacos do norte do parque nacional de Gombe, Tanzânia em conflito com os chimpanzés do sul, gerando muita violência e morte.
No enfoque psicológico, a análise pode ser feita por meio da psicologia social, ou seja, quais influências sociais aquele determinado indivíduo ou grupo sofreram. Os significados adquiridos para um grupo social, ou cultura, trazem em consequência ações e sentimentos posteriores. Historicamente o ser humano se organiza de tal modo para que tenha sua sobrevivência e costumes mantidos, podendo surgir conflitos quando sentem que a vinda de um outro grupo poderia botar em risco, ou até mesmo destruir sua cultura e valores.
Quando se tem um caso de xenofobia, seja por meio de Estado, ou um grupo de pessoas menor, ela nasce dentro de um pensamento de influências sociais. Apesar de o Brasil não ter sido um alvo para algum grupo terrorista, a forma como era passado a informação em canais de comunicação pode ter influenciado para tal pensamento, e como a mídia passava os casos.
 Freud descreve esse tipo de situação como “narcisismo das pequenas diferenças”, a tendência humana de exagerar as diferenças entre grupos vizinhos ou semelhantes para sentir-se supostamente superior. Assim, nós como futuros psicólogos, acreditamos que, face ao estranho e desconhecido, regredimos ao pensamento primitivo e passamos a acreditar que essas generalizações do esteriótipo descrevem a realidade desses estranhos. Portanto, a xenofobia se alimenta dessa forma primitiva de pensar, transtornando e destruindo incontáveis vidas humanas.


O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia tendo como base as obras:

https://books.google.com.br/books?id=Z3tUDgAAQBAJ&lpg=PT4&ots=rNi1MJWgzK&dq=psicologia%20social%20hist%C3%B3rica&lr&hl=pt-BR&pg=PT10#v=onepage&q=psicologia%20social%20hist%C3%B3rica&f=false

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