Série ensaios: Bioética Ambiental
Por
Jessica de Gang
Mestranda
de Bioética
Dentre
os que se encontram no grupo de maior risco de infecção no país africano,
podemos citar profissionais de saúde que atendem os pacientes sem as medidas de
proteção, pessoas que entram em contato com corpos de mortos pela realização de
algum ritual
fúnebre, caçadores que entram em contato com o corpo de animais
infectados e o contato com secreções de pessoas infectadas por meio de lesões
na pele ou nas membranas mucosas.
A doença
é de difícil
cura, a sua vacinação
ainda está no início da distribuição e a melhor forma de se prevenir é evitar o
contato direto com pessoas ou animais doentes. A premissa básica é a produção
sustentável de alimentos. Um ambiente sustentável
resulta em uma vida saudável.
Este
surto crescente da doença nos faz questionar por que é comum ouvirmos que certa
região do planeta está sofrendo com determinada epidemia. Mas o que são as
chamadas epidemias e quando uma doença pode ser considerada epidêmica?
Epidemia
é o aumento do número de casos de uma doença que supera o número esperado em
determinada região. Quando ocorre de a epidemia ultrapassar países e
continentes dizemos que se tornou uma pandemia. Para saber
quando está ocorrendo uma epidemia deve-se saber primeiramente a sua taxa de
incidência em determinado local, se a taxa for maior que o limiar epidêmico
chegasse à conclusão que temos uma epidemia. As epidemias
nos dias atuais têm sua maior incidência por conta do rápido transito de
pessoas que podem levar as doenças de um lugar para o outro.
Um
exemplo epidêmico em nosso próprio país que podemos citar é as consequências da
não precaução em Mariana (MG) que resultaram em um possível surto de Febre Amarela
surgido após o desastre. A região já sofria grandes impactos por conta da
mineração e, segundo a bióloga Márcia
Chame da Fiocruz, “é um conjunto de coisas que vão se acumulando e
podem ter vindo à tona por conta da tragédia ocorrida”.
Por
serem fenômenos que afetam negativamente a vida do indivíduo e causam, por
vezes, mudanças permanentes na sociedade e ambiente pode-se ser discorrido
sobre o tema sobre o ponto de vista ético e sustentável. A Declaração dos
Direitos Humanos caracteriza como direitos individuais a vida, a
privacidade, a liberdade e a não discriminação de um indivíduo indiferente de qual
seja sua integridade física. As epidemias podem ser consideradas problemas
sociais por conta da grande globalização ocorrente. Sempre houve
pobreza, xenofobia ou a
exclusão de certos grupos pelas mais variadas razões, porém quando ocorre a
exclusão ou dano a integridade física e moral do indivíduo por conta de uma
doença propagada que acontece sem seu controle, cabe ao Estado
assumir a responsabilidade. O mesmo justifica sua exclusão de responsabilidade
pelas epidemias serem problemas de “força maior”.
A Bioética,
assim como a sua vertente Ambiental, se ocupa de declarar os princípios que
devem observar a conduta de um indivíduo que vive em sociedade. Todos os
indivíduos são interdependentes, fazendo-se seu objetivo a conservação da vida
global. Seus princípios devem ser respeitados: a autonomia,
a beneficência, a não maleficência e a justiça.
A sustentabilidade
vem do termo sustentável, que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar,
conservar e/ou cuidar de um processo ou sistema. Precisamos achar soluções e,
primeiramente, formas de evitar os problemas ambientais e sociais que nos
assolam. Seu tripé se
baseia em três princípios básicos: social, ambiental e econômico. Sem eles sustentabilidade
não se sustenta, estes princípios englobam as pessoas e suas condições de vida,
os recursos naturais do planeta e a forma como são utilizados, a forma de
produção, distribuição e consumo de bens e serviços. As ações
sustentáveis podem se estender tanto em um indivíduo como em uma
sociedade. As pessoas irão ficar doentes, por isso precisamos da
sustentabilidade para remediar este agravo.
A
saúde é uma questão global. Tornamo-nos vulneráveis existenciais, os seres
humanos não são de forma igualitárias capazes para suportar as relações com o
mundo natural. E se não corrermos atrás de melhorarmos os problemas urbanos,
como a diminuição da emissão de gases, a separação do lixo, o reaproveitamento
da água, o cuidado com o próximo, ou seja, se não mudarmos nossos valores morais,
na base ética de nossas ações, de nenhuma ajuda as mudanças serão. A
sustentabilidade é o valor de maior importância nesse momento, pois nos faz
questionar se o que fazemos é o certo e nos ajuda a encontrar formas de que os impactos
sofridos não sejam permanentes, e evitemos primeiramente para que não ocorram,
tomando cuidados mais éticos com todos os seres do planeta.
A natureza se apresenta como estrago e como dano que podem ser irremediáveis. O mundo está passando pelo que pode ser sua sexta extinção em massa por problemas ambientais causados principalmente pelo homem. A aniquilação biológica terá grandes consequências ecológicas, econômicas e sociais, das quais não conseguirá se recuperar pagando um preço muito alto.
A natureza se apresenta como estrago e como dano que podem ser irremediáveis. O mundo está passando pelo que pode ser sua sexta extinção em massa por problemas ambientais causados principalmente pelo homem. A aniquilação biológica terá grandes consequências ecológicas, econômicas e sociais, das quais não conseguirá se recuperar pagando um preço muito alto.
Eu, como futura bioeticista,
acredito que o principio da sustentabilidade, atrelado a Bioética Ambiental
ajudaria a diminuir e até mesmo erradicar certas epidemias, pois ambos tentam
prevenir e conscientizar sobre os problemas que afetam a sociedade e o meio
ambiente. Ao nos questionarmos sobre o que é certo ou errado, tenta-se achar
uma solução e agir melhor. Os cuidados com a saúde, natureza e bem estar social
devem ser pensados antes e posto em prática desde cedo e não depois de que as
catástrofes e doenças atingem a população como forma de remediação.
O presente ensaio foi elaborado para
disciplina de..., tendo como base as obras:
·
Paula Laboissière. Surto de ebola no Congo:
saiba mais sobre a doença. Brasilia 2018. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2018-05/surto-de-ebola-no-congo-saiba-mais-sobre-doenca
. Acesso em 20 de maio de 2018.
·
Mariana Timóteo da Costa, GloboNews, Genebra .
Vacinação contra Ebola começa nesta segunda na República Democrática do Congo.
Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/vacinacao-contra-ebola-comeca-nesta-segunda-na-republica-democratica-do-congo.ghtml
·
Losinskas, Barchi Muniz Advogados Associados. O
Estado pode ser responsabilizado por epidemias? Disponível em: https://lbmadvogados.jusbrasil.com.br/artigos/313342913/o-estado-pode-ser-responsabilizado-por-epidemias.
Acesso em 23 de maio de 2018.
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Ligia
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Acesso em agosto de 2018
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Declaração
Universal do Direitos Humanos. Unicef. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.htm
Acesso em agosto de 2018.
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Significados. Xenofobia. Disponível em: https://www.significados.com.br/xenofobia/
Acesso em agosto de 2018.
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Portal
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Acesso em agosto de 2018.
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Autonomia,
beneficência, não maleficência e justiça. Disponível em: http://www.bioetica.org.br/?siteAcao=Manuais&exibe=conteudo&id=53
Acesso em 2018.
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