sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Será a sustentabilidade uma saída para contornar as famosas epidemias e erradica-las?


Série ensaios: Bioética Ambiental

Por Jessica de Gang
Mestranda de Bioética

 Todos os dias os números de mortes na Republica Democrática do Congo, agora no ano de 2018, por conta de uma epidemia de ebola tem aumentado. Esta doença que começa com sintomas comuns de uma gripe, como febre, fraqueza, dores musculares e de cabeça, rapidamente se transforma em vômitos, diarreia, insuficiência renal e em alguns casos até mesmo hemorragias internas, podendo causar a morte de seu portador se não tiver nenhum tipo de tratamento em até mesmo duas semanas após aparecerem os primeiros sintomas.
Dentre os que se encontram no grupo de maior risco de infecção no país africano, podemos citar profissionais de saúde que atendem os pacientes sem as medidas de proteção, pessoas que entram em contato com corpos de mortos pela realização de algum ritual fúnebre, caçadores que entram em contato com o corpo de animais infectados e o contato com secreções de pessoas infectadas por meio de lesões na pele ou nas membranas mucosas.
A doença é de difícil cura, a sua vacinação ainda está no início da distribuição e a melhor forma de se prevenir é evitar o contato direto com pessoas ou animais doentes. A premissa básica é a produção sustentável de alimentos. Um ambiente sustentável resulta em uma vida saudável.
Este surto crescente da doença nos faz questionar por que é comum ouvirmos que certa região do planeta está sofrendo com determinada epidemia. Mas o que são as chamadas epidemias e quando uma doença pode ser considerada epidêmica?
Epidemia é o aumento do número de casos de uma doença que supera o número esperado em determinada região. Quando ocorre de a epidemia ultrapassar países e continentes dizemos que se tornou uma pandemia. Para saber quando está ocorrendo uma epidemia deve-se saber primeiramente a sua taxa de incidência em determinado local, se a taxa for maior que o limiar epidêmico chegasse à conclusão que temos uma epidemia. As epidemias nos dias atuais têm sua maior incidência por conta do rápido transito de pessoas que podem levar as doenças de um lugar para o outro.
Um exemplo epidêmico em nosso próprio país que podemos citar é as consequências da não precaução em Mariana (MG) que resultaram em um possível surto de Febre Amarela surgido após o desastre. A região já sofria grandes impactos por conta da mineração e, segundo a bióloga Márcia Chame da Fiocruz, “é um conjunto de coisas que vão se acumulando e podem ter vindo à tona por conta da tragédia ocorrida”.
Por serem fenômenos que afetam negativamente a vida do indivíduo e causam, por vezes, mudanças permanentes na sociedade e ambiente pode-se ser discorrido sobre o tema sobre o ponto de vista ético e sustentável. A Declaração dos Direitos Humanos caracteriza como direitos individuais a vida, a privacidade, a liberdade e a não discriminação de um indivíduo indiferente de qual seja sua integridade física. As epidemias podem ser consideradas problemas sociais por conta da grande globalização ocorrente. Sempre houve pobreza, xenofobia ou a exclusão de certos grupos pelas mais variadas razões, porém quando ocorre a exclusão ou dano a integridade física e moral do indivíduo por conta de uma doença propagada que acontece sem seu controle, cabe ao Estado assumir a responsabilidade. O mesmo justifica sua exclusão de responsabilidade pelas epidemias serem problemas de “força maior”.
A Bioética, assim como a sua vertente Ambiental, se ocupa de declarar os princípios que devem observar a conduta de um indivíduo que vive em sociedade. Todos os indivíduos são interdependentes, fazendo-se seu objetivo a conservação da vida global. Seus princípios devem ser respeitados: a autonomia, a beneficência, a não maleficência e a justiça.
A sustentabilidade vem do termo sustentável, que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e/ou cuidar de um processo ou sistema. Precisamos achar soluções e, primeiramente, formas de evitar os problemas ambientais e sociais que nos assolam. Seu tripé se baseia em três princípios básicos: social, ambiental e econômico. Sem eles sustentabilidade não se sustenta, estes princípios englobam as pessoas e suas condições de vida, os recursos naturais do planeta e a forma como são utilizados, a forma de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. As ações sustentáveis podem se estender tanto em um indivíduo como em uma sociedade. As pessoas irão ficar doentes, por isso precisamos da sustentabilidade para remediar este agravo.
A saúde é uma questão global. Tornamo-nos vulneráveis existenciais, os seres humanos não são de forma igualitárias capazes para suportar as relações com o mundo natural. E se não corrermos atrás de melhorarmos os problemas urbanos, como a diminuição da emissão de gases, a separação do lixo, o reaproveitamento da água, o cuidado com o próximo, ou seja, se não mudarmos nossos valores morais, na base ética de nossas ações, de nenhuma ajuda as mudanças serão. A sustentabilidade é o valor de maior importância nesse momento, pois nos faz questionar se o que fazemos é o certo e nos ajuda a encontrar formas de que os impactos sofridos não sejam permanentes, e evitemos primeiramente para que não ocorram, tomando cuidados mais éticos com todos os seres do planeta.
A natureza se apresenta como estrago e como dano que podem ser irremediáveis. O mundo está passando pelo que pode ser sua sexta extinção em massa por problemas ambientais causados principalmente pelo homem. A aniquilação biológica terá grandes consequências ecológicas, econômicas e sociais, das quais não conseguirá se recuperar pagando um preço muito alto.
            Eu, como futura bioeticista, acredito que o principio da sustentabilidade, atrelado a Bioética Ambiental ajudaria a diminuir e até mesmo erradicar certas epidemias, pois ambos tentam prevenir e conscientizar sobre os problemas que afetam a sociedade e o meio ambiente. Ao nos questionarmos sobre o que é certo ou errado, tenta-se achar uma solução e agir melhor. Os cuidados com a saúde, natureza e bem estar social devem ser pensados antes e posto em prática desde cedo e não depois de que as catástrofes e doenças atingem a população como forma de remediação.


O presente ensaio foi elaborado para disciplina de..., tendo como base as obras:
·         Paula Laboissière. Surto de ebola no Congo: saiba mais sobre a doença. Brasilia 2018. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2018-05/surto-de-ebola-no-congo-saiba-mais-sobre-doenca . Acesso em 20 de maio de 2018.
·         Mariana Timóteo da Costa, GloboNews, Genebra . Vacinação contra Ebola começa nesta segunda na República Democrática do Congo. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/vacinacao-contra-ebola-comeca-nesta-segunda-na-republica-democratica-do-congo.ghtml
·         Losinskas, Barchi Muniz Advogados Associados. O Estado pode ser responsabilizado por epidemias? Disponível em: https://lbmadvogados.jusbrasil.com.br/artigos/313342913/o-estado-pode-ser-responsabilizado-por-epidemias. Acesso em 23 de maio de 2018.
·         Vanessa Sardinha dos Santos.  Epidemia.  Bol, Uol. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/epidemia.htm . Acesso em: 10 de maio de 2018.
·         Gabriella Porto. Pandemia. Infoescola. Disponível em:  https://www.infoescola.com/doencas/pandemia
·         https://conceitos.com/problemas-sociais/
·         Redação Pensamento Verde.  Dezembro, 2013. Disponível em: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/saude-sustentabilidade-medidas-sustentaveis-evitam-doencas/ Acesso: abril de 2018
·         Ricardo Abramovay. Sustentabilidade, um valor para orientar nossas decisões. https://redeglobo.globo.com/Responsabilidade-Social/eu-sou-geracao-do-amanha/noticia/sustentabilidade-um-valor-para-orientar-nossas-decisoes.ghtml
·         Carlos A. V. Gothe, 1998. Disponível em: http://users.matrix.com.br/cgothe/sustenta.htm Acesso em: abril de 2018
·         Equipe Ecycle. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/sustentabilidade-o-que-e-conceito-de Acesso em: maio de 2018
·         Lana Magalhães, professora de biologia. Maio de 2018. Disponível: https://www.todamateria.com.br/sustentabilidade/
·         Daniel Serrão. Disponível em: http://www.danielserrao.com/gca/index.php?id=124 Acesso em Junho de 2018
·         Deutsche Welle. Globo G1. Julho de 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/mundo-vive-sexta-extincao-em-massa-e-e-pior-do-que-parece.ghtml Acesso em Junho de 2018
·         Antonio F. P. Pedro. Ambiente Legal. AICA. Fevereiro de 2017. Disponível em: http://www.ambientelegal.com.br/lama-da-samarco-e-o-surto-de-febre-amarela/. Acesso em Junho de 2018
·         Vanessa S.S. Epidemia. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/epidemia.htm Acesso em agosto de 2018.
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·         Ministério da Saúde. Sobre a Febre Amarela. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/febreamarela/sobre.php Acesso em agosto de 2018.
·         Declaração Universal do Direitos Humanos. Unicef. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.htm Acesso em agosto de 2018.
·          Significados. Xenofobia. Disponível em: https://www.significados.com.br/xenofobia/ Acesso em agosto de 2018.
·         Portal Educação. Bioética. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/o-que-significa-bioetica/50873 Acesso em agosto de 2018.
·         Autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Disponível em: http://www.bioetica.org.br/?siteAcao=Manuais&exibe=conteudo&id=53 Acesso em 2018.

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