Série Ensaios: Sociobiologia
Por Andressa
Azevedo, Daniele Fischer, Daliane Pacheco, Cassiane Caroline, Gabriela Kostiuk,
Maria Luiza Gandara e Iolanda Schwartz
Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas
Que
o surgimento da internet facilitou nossas vidas, isso não é novidade, mas ela
não facilitou somente no trabalho, no colégio, na faculdade ou na pesquisa
rápida de um produto qualquer. A internet facilitou também, a infidelidade dos
casais, seja pela procura de um relacionamento extraconjugal
ou no uso excessivo de ferramentas que acabam afastando quem está próximo. Não
bastando à facilidade das redes sociais mais conhecidas como Facebook, Instagram, Twitter, Tinder, e outros, algumas redes sociais foram criadas
com o foco exclusivo em traições, como Ashley Madison, Ohhtel, Second Love e Amante Discreto, que juntas
contam com milhões de usuários pelo mundo.

Sabemos que a infidelidade diante dos
olhos da sociedade é vista como um ato contra as regras, contrariando a prática
monogâmica. Este ato é visto como algo que fere os ideais
do amor romântico, comprometimento e exclusividade, sendo um rompimento no
contrato social que se estabelece quando duas pessoas iniciam um
relacionamento. O conceito de infidelidade é complexo, já que para cada pessoa
pode apresentar uma concepção diferente. É um fenômeno experimentado por homens
e mulheres, mas o caminho percorrido por ambos é complemente distinto.
Analisando
apenas os condicionantes biológicos e evolutivos, não abordando os inúmeros
condicionantes psicológicos e sociais, apesar dos custos da atividade
extraconjugal, os machos são motivados por condições de procurar variedade
sexual. Já nas fêmeas, isso não é tão evidente.
Na maioria das culturas o adultério cometido por uma mulher, ou até uma suspeita, é
considerada uma ofensa ao marido e geralmente leva a violência. Há muitos anos,
os homens que buscavam esta variedade e engravidavam outras mulheres, levavam
em conta a prevalência de sua linhagem genética, gerando mais
descendentes. Já as mulheres, buscavam encontrar um protetor que assegurasse a
sobrevivência de seus filhos, caso um de seus parceiros morresse.

Do ponto de vista evolutivo, a
infidelidade não é exclusiva dos humanos,
uma vez que este ato se relaciona com as estratégias de sobrevivência de
outras espécies. Em aves, o conceito
de monogamia pode ser relativo. Há espécies que ficam com um único par para o
resto da vida e outras que ficam apenas durante estações de reprodução e
crescimento do filhote. No
artigo de Forstmeier e colaboradores (2011) experimentos foram feitos em Tentilhões-zebra buscando compreender o comportamento de
indivíduos “casados” dentro de um grupo e após análises genéticas de
paternidade e relações extraconjugais o resultado se mostrou surpreendente. Aparentemente a disposição de fêmeas para se envolver em
contatos extraconjugais era herdada de seus pais machos que tinham traído suas
parceiras, e esta predisposição
para a infidelidade da fêmea vem de uma base genética moderada, mas
evolutivamente crucial, uma vez que estes “genes da infidelidade” são passados
de pai para filha.
O fato é que vivemos em
sociedade e isso requer formação de regras para que o convívio seja aceitável.
Mas sempre existirá quem quebre estas regras, até mesmo no mundo dos animais
não humanos e, para todos os “quebradores de regras”, haverá uma punição que
também será definida pela sociedade ou pelo grupo de convivência.

Nós como futuras biólogas acreditamos que a infidelidade ainda é
presente por que de algum modo, seja ele inconsciente ou consciente, traz uma
vantagem evolutiva, e essa estratégia de alguma forma ainda é expressa de modo
comportamental até hoje. E esse comportamento se repete várias vezes, como
exemplifica a música “Infiel”:
“Agora
ela vai fazer o meu papel
Daqui
um tempo você vai se acostumar
E
ai vai ser a ela que vai enganar
Você
não vai mudar....”
O Presente ensaio foi realizados para
disciplina de Etologia tendo como base as obras:
Ashley Madison - A vida é curta. Curta um caso. Disponível em: <https://www.ashleymadison.com/>. Acesso em: 30 abr. 2018.
BBC – Brasil. Genes influenciam propensão à
infidelidade, diz estudo. Disponível em:
.
Acesso em: 30 abr. 2018.
Bravo. Este
doutor diz que a monogamia está morta, as pessoas precisam ser honestas sobre
ter assuntos. Disponível em:
. Acesso em: 30 abr. 2018.
Forstmeier
W., Martin, K., Bolund E., Schielzeth H. and Kempenaers B. (2011). Female extrapair mating behavior can evolve
via indirect selection on males. Department Behavioural Ecology and
Evolutionary Genetics, The Max Planck Institute for Ornithology, D-82319
Seewiesen, Germany. Acesso em: 30 abr. 2018.
O site brasileiro de telefonia. Ei infiel: Brasil só perde para os Estados Unidos em número de usuários
no Ashley Madison. Disponível em:
.
Acesso em: 30 abr. 2018.
PEPSIC – Periódicos Eletrônicos em Psicologia. Infidelidade: uma
revisão integrativa de publicações nacionais. Disponível em:
.
Acesso em: 30 abr. 2018.
PSICONLINEWS. O que é infidelidade? Disponível em:
. Acesso
em: 30 abr. 2018.
Porta Educação. Redes sociais,
relacionamentos x infidelidade. Disponível em:
.
Acesso em: 30 abr. 2018.
Terra.
Ciência pode
explicar por que homens e mulheres traem. Disponível em:
.
Acesso em: 30 abr. 2018.
Wikipédia – A Enciclopédia Online. Ashley Madison. Disponível em:
. Acesso em: 30 abr. 2018.
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