Séries Ensaios: Sociobiologia
Por: Akkemy Kninue Lapola Suemitsu, Bruno Henrique Bortoletto Zanardo, Hariadny Dominique Martins, Nathalia Verçosa Perez Gorte, Rafaella Armstrong Marques, Renan Schafhauser Oliveira
Acadêmicos do curso de psicologia
Em 2016 aconteceu o escândalo
sobre a influência russa nas eleições norte americanas, já que o
ex-chefe da campanha, e um colaborador foram condenados por 12 delitos, além da
confissão de um ex-assessor sobre mentir em ter contatos com a Rússia. As
acusações incluíram ocultação de atividades e lavagem de dinheiro. Esse
acontecimento trouxe à tona não só a questão da corrupção, mas também da
imoralidade e da mentira.
A corrupção e imoralidade estão
diretamente ligadas a fatores
histórico-sociais como: a forma que se estrutura a cultura de ética de cada país, como as
instituições politicas são organizadas, a quantidade de transparência política,
a opinião pública e a imprensa.
Além
disso, a corrupção não é algo exclusivo de países subdesenvolvidos, e com base
no Índice de Percepção de
Corrupção 2017 realizado pela ONG Transparency International (TI), é possível concluir tal afirmação. Na pesquisa com a escala
que vai de zero (mais corrupto) a 100 (menos corrupto), os Estados Unidos e
Bélgica (75), países considerados desenvolvidos, não estão muito distantes do
Uruguai (70), Costa Rica e Lituânia (59), países considerados emergentes.
A política sempre teve um elo com
corrupção e imoralidade. Apesar de não ser exclusividade dos humanos, tais
comportamentos podem ser explicados de forma biológica (reações químicas ou disfunções
corporais) e etológica (comparação do comportamento com outras espécies).
A imoralidade, por exemplo, consegue ser
explicada como uma possível psicopatia
provocada por falhas no córtex
pré-frontal, ou até mesmo uma liberação reduzida de neurotransmissores
que estão ligados à sensação de bem-estar. Logo, se há falhas físicas no
cérebro ou erro químico desses neurotransmissores, o indivíduo acaba cometendo
atos considerados imorais pela sociedade porque são a forma de buscar a
sensação de bem-estar e prazer.
Essa busca da sensação de bem-estar
também acaba sendo reforçada com recompensas condicionadas – nesse caso o
dinheiro que é um reforçador
primário – que atuam em uma parte do cérebro chamada via
mesolímbica de recompensa dopaminérgica, que é justamente a
recompensa cerebral e a dependência química. Caso aconteça de não existir
punição para tal comportamento de corrupção e imoralidade, o córtex pré-frontal
não o interromperá.
Assim, se a pessoa apresenta essa
patologia há poucas probabilidades de ter uma mudança no seu comportamento,
porque ela tenta racionalizar sua conduta a fim de que se pareça correto,
sensato e justificado. Além disso, pode também ser um problema relacionado à aprendizagem,
já que ela não consegue aprender com seus repetidos erros, o que pode levar à
sérios problemas pela má capacidade de tomar decisões.
Para o comparativo etológico, é possível
utilizar o estudo do pesquisador Brandon
Wheeler da Universidade
de Kent que mostrou como macacos-prego
utilizam alarmes falsos para roubar comida. As experiências que foram
realizadas na Argentina
provaram que os macacos mais experientes poderiam comer as bananas antes dos
mais jovens, porém, ao sinal de perigo os que estavam esperando sua vez
deveriam fazer um alarme de que poderia existir um predador por perto. A
conclusão do estudo foi que os mais jovens acabam emitindo alarmes falsos para
que os mais velhos saiam de perto das bananas e eles tenham a oportunidade de
roubá-las e fugir logo em seguida.
Com base nesses comparativos históricos,
etológicos, biológicos, científicos e estatísticos nós como futuros psicólogos
acreditamos que é possível concluir que os fatores da corrupção, imoralidade e
mentira movem atitudes em busca da homeostase
com recompensa bioquímica de bem-estar, e uma maior possibilidade de
sobrevivência de um indivíduo, contudo não é um comportamento exclusivamente
humano e há uma chance de ser uma patologia ou um problema na aprendizagem.
O presente ensaio foi elaborado para a
disciplina de etologia, baseando-se nas obras:
RIZZON,
Luiz Antonio. NICOLETTO, Ugo. BRAGHIROLLI, Elaine Maria. BISI, Paulo. Psicologia Geral. 31ªed.
Rio de Janeiro. Editora Vozes. 2012.
O
GLOBO. Cientistas buscam explicação
biológica para comportamento corrupto. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cientistas-buscam-explicacao-biologica-para-comportamento-corrupto-21483307.
Acesso em: 17 de maio de 2018.
METRO.
Divulgam ranking dos países mais
corruptos do mundo: veja posição do Brasil. Disponível em: https://www.metrojornal.com.br/brasil/2018/02/21/divulgam-ranking-dos-paises-mais-corruptos-mundo-veja-posicao-brasil.html.
Acesso em: 17 de maio de 2018.
SAÚDE.
As origens cerebrais da corrupção.
Disponível em: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/as-origens-cerebrais-da-corrupcao/
. Acesso em 17 de maio de 2018.
ETOLOGIA
NO DIA A DIA. O “jeitinho brasileiro”
nas demais espécies? Disponível em: http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/search?q=jeitinho
. Acesso em: 11 de maio de 2018.
FUNDAÇÃO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. Coesão social democracia e corrupção.
Disponível em: http://fundacaofhc.org.br/files/papers/446.pdf . Acesso em 17 de maio de 2018.
BBC BRASIL. Quatro animais que usam o
som para trapacear. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141203_vert_earth_animais_som_dg
Acesso em: 11 de maio de 2018.
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