Série Ensaios: Sociobiologia
Por Laureen Gabrielly,
Erica Padilha, Eduardo Ramos, Isabella Bordim, Sofia Enciso, Suelen Malisak
Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas
Kyle Stephen falou com os seus pais. Larissa Bryce com sua treinadora.
Amanda Thomashow com um médico. Os pais da primeira não acreditaram nela, à
segunda disseram-lhe que estava confusa e à terceira que o que aconteceu não
era algo “sexual”. Asim foi como Larry Nassar, o maior depredador sexual do
esporte estadunidense, criou um universo obscuro de abuso de menores por mais
de 20 anos. Durante esse tempo, a Federação de Ginástica de Estados Unidos e a
Universidade Estadual de Michigan protegeram o reconhecido médico, ignorando as
reclamações e olhando pela reputação do mesmo. Larry Nassar foi acusado de
abuso sexual por 265 mulheres, segundo a juíza Janice Cunningham. Após a
primeira sentença, em Lansing, Michigan, para a qual foi determinante o
testemunho de cerca de mais de 150 vítimas, mais mulheres e jovens alvos de
agressão sexual de Nassar estão a apresentar os seus casos à justiça. Outras 60
se juntaram e começaram esta quarta-feira a confrontá-lo em tribunal.
Com a revelação dos abusos cometidos pelo Nassar nos Estados Unidos,
muitas ginastas no mundo tem tido a coragem de revelar-se como vítimas do abuso
pelos treinadores, médicos e técnicos das suas equipes. Recentemente,
o ginasta brasileiro Petrix Barbosa junto com outros 41 atletas denunciaram ao
técnico Fernando de
Carvalho Lopes, denunciando ele pelo delito de “estupro de vulneráveis”
A ginástica é um esporte que busca a perfeição, compreendendo uma
sequência de acrobacias nos diferentes tipos de aparelhos. Não há precisão por
quanto a sua origem, alguns confiram que foi no Antigo Egito, mas a primeira
escola de ginástica (só para homens) foi criada na Alemanha no ano de 1811. Apesar
de despontar para o mundo como um esporte inicialmente masculino, a ginástica
tornou-se uma prática mais ativa entre as mulheres. Os países mais destacados
no esporte são os que são parte da União Soviética (Rússia, Romênia), Japão,
China e recentemente Estados Unidos e o Brasil.
Órgãos da mídia como Deadspin estão
há tempos investigando a cultura do abuso e do silêncio no mundo da ginástica.
No ano 2000, a equipe dos EUA, comandada então pelos temíveis Károlyi, o casal
que moldou Comaneci, ficou em quarto lugar, sem medalha. A partir daí, segundo
a jornalista Dvora Meyers, que é ex-ginasta e conhece esse ramo com perícia, se
fomentou uma cultura do “vale tudo” com a finalidade de voltar ao pódio. E
nesse “vale tudo” a cultura de estupro tem um lugar privilegiado. Na verdade,
não é só na ginástica. Com a maior repercussão da mídia e as redes sociais na
sociedade atual, o estupro tem sido exposto em muitas esferas, não só aquelas
práticas arcaicas como o casamento
de crianças com homens mais velhos, mas também como uma forma de mostrar,
obter e manter poder sobre outras pessoas, geralmente vulneráveis.
Nas palavras descontraídas do grande filósofo e escritor Mario Sergio
Cortella, a moral pode ser definida basicamente como, tudo que o sujeito
faz quando está sozinho, ou seja, diferente da ética, que é a noção do que é
certo perante a sociedade como um todo, a moral diz respeito a essa noção no
indivíduo sozinho, porém é baseada nos conceitos éticos vigentes na época em
questão. Essas regras têm origem na educação, cultura, tradição. O estupro pode
ser considerado como um ato imoral, pois fere a moral comum da sociedade, mas
não pode ser considerado amoral, visto que é a ausência da noção de conceitos
morais, e isso, teoricamente só ocorre em crianças ou pessoas com patologias
mentais graves.
A palavra pedofilia
é de origem grega e significa “amar ou gostar de crianças”. O termo é utilizado
quando um indivíduo é atraído sexualmente por crianças e adolescentes, podendo
ser desde a fantasia, desejo, a exploração comercial e o ato sexual em si. A
pedofilia é considerada uma doença e o pedófilo não necessariamente precisa
praticar o ato sexual, mas se sentir atraído por crianças e adolescentes já o
torna um pedófilo.
O crime de estupro pode
ser considerado se o autor: constranger a vítima, violência (força física) ou
ameaças (violência moral), ter qualquer tipo de relação como: conjunção carnal
(penetração completa ou incompleta), praticar ato libidinoso (qualquer um que
vise prazer sexual) e obrigar a vítima a permitir que se pratique ato
libidinoso com ela. Hoje
em dia qualquer ato com sentido sexual praticado com alguém sem seu
consentimento, até mesmo um toque íntimo é considerado estupro pela lei.
No remoto passado da espécie humana, à atividade sexual expandiu-se
além da reprodução. O sexo social passou a ser uma parte importante na
interação dos nossos antepassados simiescos. Com uma ovulação oculta nas fêmeas
e outras mudanças fisiológicas, o corpo do Homo
sapiens adaptou-se para ser capaz de dedicar-se ao sexo o ano inteiro e
durante a maior parte da sua vida. Atualmente a prática sexual pode ser feita
pelo prazer, poder ou até por diversão. O Homo
sapiens não tem sexo, tem sexualidade e ela precisa de regras de
convivência. Os valores morais inseridos na sexualidade não são só uma
construção social, estão definidos geneticamente para a manutenção da espécie,
onde todo indivíduo tinha liberdade de se expressar como quiser, sempre que não
interferisse na sua procriação. Como imoral podemos citar: adultério, incesto,
pedofilia e estupro; pois essas práticas afetam o desenvolvimento da prole.
O estupro, entendido como violência sexual, é observado na natureza
também, não sendo uma questão intrinsecamente humana embora nas sociedades de Homo sapiens não seja admitido. Algumas
das circunstâncias que levam ao sexo forçado entre animais podem ser explicadas
como as teorias psicológicas do comportamento humano. Podem ser machos que
cortejam as fêmeas de maneira tradicional mas forçam quando elas resistem;
machos que já têm parceiras e violentam outras para aumentar seu repertório (e
assegurar os seus genes na seguinte geração); estupro da parceira quando se
suspeita infidelidade e violência sexual pelos machos desprezados ou em
desvantagem competitiva com outros. Registros de machos
forçando a cópula são conhecidos em elefantes-marinhos, orangotangos, patos,
peixes e até mesmo insetos.
Para a Bioética Ambiental todos os seres
vivos são interdependentes; a natureza é finita; sendo necessária uma convivência pacífica do Homem com o
natural tornando o respeito à natureza
uma missão política, ética e jurídica (Zacarkin Dos Santos, 2014 ).É uma
conduta comportamental do ser humano em relação à natureza, decorrente da
conscientização ambiental, tendo como objetivo a conservação da vida global,
sendo assim a ética ambiental nos remete a uma ética da responsabilidade onde
todos somos responsáveis por nossas ações e suas consequências diretas e
indiretas.
O presente ensaio foi realizado para
disciplina de Etologia, baseando-se nas obras:
BORGES CABRAL, Bianca; CARDOSO DA SILVEIRA CARVALHO,
Bianca; MAGGIONI FABRIS, Letícia Eliane; QUINTINO DE ABREU, Lucila Edi; NIEBEL
STIER, Paola; CRESCÊNCIO MATHIAS, Thamires Cristina. Genética da Moral. Brasil,
o País do Futebol ... e também da Homofobia. Disponível em: http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2017/06/serieensaios-sociobiologia-por-bianca.html Acesso em 2 de Maio de 2018
CARPANEZ, Julia. Estupro. UOL TAB, 2016. Disponível
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D´AGOSTINO, Rossane. O que a Lei Brasileira Diz Sobre
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Disponível em: http://interativos.globoesporte.globo.com/ginastica-artistica/abuso-na-ginastica/especial/escandalo-na-ginastica
FUENTES, Agustín. “La chispa creativa” . Seleção de:
Michele Catanzaro. España, 2018. Disponível em: https://www.elperiodico.com/es/ciencia/20180115/sexo-creativo-una-caracteristica-unica-de-los-humanos-6553029 Acesso em 2 de Maio de 2018.
GIRARDI, Giovana. Ciência: Estupro.
Superinteressante. 2004. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/estupro/
MPDFT. O que é pedofilia?. 2015. Disponível em: http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/conhecampdft-menu/nucleos-e-grupos/nevesca/perguntas-frequentes-mainmenu-428/3194-o-que-e-pedofilia
PACHECO CLEMENTE, Ana Paula. Bioética e meio
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RÁDIO CRICIUMA. Entenda as diferenças entre pedofilia,
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RECORD. Ginástica: Antigo médico Larry Nassar tem já
265 mulheres a acusá-lo de abusos sexuais. Lisboa, Portugal. 2018. Disponível
em: http://www.record.pt/modalidades/detalhe/ginastica-antigo-medico-larry-nassar-tem-ja-265-mulheres-a-acusa-lo-de-abusos-sexuais.html
RODRIGUEZ COUTO,
Vanessa. Ginástica artística. São Paulo, SP, 2014. Disponível em: https://www.infoescola.com/esportes/ginastica-artistica/
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