Série
Ensaios: Sociobiologia
Por Bianca Borges Cabral; Bianca Cardoso da Silveira Carvalho; Letícia
Elaine Maggioni Fabris; Lucila Edi Quintino De Abreu; Paola Niebel Stier;
Thamires Cristina Crescêncio Mathias.
Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas
Que a homofobia está presente em vários meios sociais, não é novidade
para ninguém. Muitos casos são relatados frequentemente nas mídias pelo mundo
todo e entre todos esses relatos temos o caso do jogador brasileiro Richarlyson Barbosa Felisbino. Nascido em Natal, o volante atualmente joga pelo Guarani Futebol Clube
e consolidou carreira em times como São Paulo, Atlético Mineiro e Salzburg, da
Áustria. Apesar do seu bom desempenho em campo, Richarlyson é alvo de
comentários homofóbicos e contestações sobre sua sexualidade desde 2007. Embora
nunca tenha se declarado gay, faz parte da rotina do jogador ouvir comentários
em campo como “Bicha!” ou “futebol não é lugar para veado”.
Tudo começou com uma declaração
polêmica, do na época diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Júnior, que alegou publicamente que Richarlyson era
homossexual. O jogador então entrou na justiça contra Cyrillo, alegando que
teve sua intimidade violada e que isso poderia acarretar possíveis prejuízos à
sua carreira. Atualmente, um dos episódios mais devastadores na carreira de
Richarlyson foi durante sua contratação ao time do Guarani. Alguns torcedores atiraram bombas em frente ao
estádio do clube, como forma de protesto e disseminaram inúmeras hostilizações
em redes sociais contra o jogador.
O futebol se originou na Inglaterra, mas o Brasil adotou o
esporte se tornando o país do futebol. Apesar de sua popularidade no Brasil e
no mundo, o futebol não tem lugar para todos. A homofobia, infelizmente, é
comum em vários meios sociais e o futebol é um deles. É evidente a aversão
contra homossexual vinda não só dos torcedores, mais também da diretoria dos
clubes, técnicos e suas comissões. Como o futebol tem como público principal o
gênero masculino, se constrói e reforça a questão que futebol é coisa de
“homem” ou de “macho”.
Entende-se
por moral aquilo que é adequado à vida em sociedade, seja ditado por religiões,
leis e tradições. Desde a população primitiva muitas variáveis físicas,
mentais, reprodutivas e comportamentais já eram encontradas no convívio das
populações, alguns indivíduos decidiram ser diferentes e outros se
diferenciavam involuntariamente. No entanto, algumas dessas diferenças iam
contra o Imperativo Reprodutivo, pois interferia na sua reprodução e isso levaria a
sua morte genética, pois não seria capaz de transferir os seus genes para sua
prole.
Desde a origem do Homo
sapiens a espécie vive em grupos
e para o bom funcionamento dessa comunidade são necessárias algumas regras de
convivência que se mantém até hoje.
Apesar de se acreditar que as condutas morais foram criadas naturalmente
pelo convívio, é possível notar que na verdade esses valores são definidos
geneticamente para a manutenção da espécie, onde todo indivíduo tinha liberdade
de se expressar o quanto quisesse, desde que não interferisse em sua
procriação. Ao analisarmos o que é considerado, por grande parte da sociedade,
como imoral podemos citar: adultério, estupro, pederastia, incesto e homossexualidade. Cada uma dessas práticas afeta o desenvolvimento da
prole, seja pela falta de companheiro para a criação, imaturidade sexual, problemas
de consanguinidade ou incompatibilidade sexual.
Segundo
Burhnam e Phelan (2002), o código
primitivo pode ter sido uma maneira de comunicação entre pais e filhos da
espécie Homo sapiens e foi criado
pelos progenitores com o intuito de que os filhos se comportasse da maneira que
os pais achavam correta, e essa maneira era a reprodução da prole. O surgimento
dos códigos de comportamento ocorreu quando os pais procuraram assegurar o
sucesso reprodutivo dos seus filhos. Os pais não aceitavam ter filhos
homossexuais, não permitiam que o homossexualismo surgisse na população e não
toleravam nenhuma atitude capaz de reduzir o sucesso reprodutivo de seus
descentes. O homossexualismo ia contra a norma reprodutiva e foi considerado
como indesejado.

Diante dos diversos padrões estipulados
pela sociedade, as pessoas acreditam cada vez mais que são aptas a julgar
situações como imorais ou não. Na
maioria das vezes, esses acontecimentos
são até mesmo irrelevantes, como no caso da opção sexual do jogador
Richarlyson, onde as pessoas preferem
passar por cima dos códigos morais quando ignoram uma situação realmente
importante e imoral que é o caso do goleiro Bruno Fernandes de Souza, ex-jogador do Clube de Regatas do Flamengo, que ficou sete anos preso pelo assassinato da mãe de
seu filho Eliza Silva Samúdio é ovacionado e aplaudido pelos torcedores da cidade
de Varginha (MG) com a sua contratação pelo time Boa Esporte Clube.

O presente ensaio foi realizado para disciplina de Etologia, baseando-se nas obras:
Nagashima, S.; Laurindo, V.; e Hoffmann, W., Genética da Moral - Humanos: Animais Racionais. Disponível em: <http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2011/10/serie-ensaios-sociobiologia-1024x768.html>. Acesso em 22 de maio de 2017.
Krama, K., A Homossexualidada Não é Doença. Disponível em : <https://googleweblight.com/?lite_url=https://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com/2015/09/a-homossexualidade-nao-e-uma-doenca.html?m%3D1&ei=G0lHRf0-&lc=pt-BR&s=1&m=570&host=www.google.com.br&ts=1495540430&sig=ALNZjWmF6J-VSyMHwXnXtvqCZAo28lG8AQ>. Acesso em 22 de maio de 2017.
DIETER, Cristina Ternes. As raízes históricas da homossexualidade, os avanços no campo jurídico e o prisma constitucional.Instituto Brasileiro de Direito da Família. Belo Horizonte. 2012. Disponível em: <http://www.ibdfam.org.br/_img/artigos/Critsina%2023_03_>
BURNHAM, T.; PHELAN, J., A Culpa é da Genética: Do sexo ao dinheiro, das drogas à comida: dominando nossos instintos primitivos. Tradução: Vera Maria Whately. Rio de Janeiro - RJ, 2002. Cap. 03; P. 66-85.
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