Série:
Ética no Uso de animais e Bem-Estar Animal
Por Francielly Ferreira dos Santos
Acadêmica do curso de Conservação da Natureza e Educação
Ambiental
Em julho de 2015, a Revista Exame
publicou em seu site uma notícia
sobre um assunto polêmico que dominou os telejornais em todo o mundo e mobilizou
milhares de pessoas a respeito da caça de um leão, realizada na África. Um
caçador americano, Walter Palmer, foi responsável pela morte do Leão Cecil, que
vivia no Parque
Nacional de Hwange (Zimbábue). Por treze anos ele vinha sendo monitorado
por estudantes da faculdade de Oxford para
um estudo sobre a conservação de leões na África. O caçador atraiu o leão para
fora do parque, através de um animal morto que ele amarrou atrás do carro com a
ajuda de mais dois homens, cerca de meio quilômetro de distância e com uma arma
de flechas disparou contra o animal. Por 40 horas, o leão ficou agonizando e
finalmente foi morto com uma arma de fogo. Foi encontrado sem a cabeça e a
pele. O caçador já havia caçado grandes animais e sempre exibia suas cabeças e
carcaças. Depois de julgado, o caçador foi absolvido por falta de provas e dois
representantes do parque alegaram ter recebido pela caça do Cecil, tornando,
assim, a caça legalizada.
Criada como uma atividade de subsistência, a caça
era utilizada na pré-história como
ferramenta única em busca de alimentos. O homem caçava com armas primitivas
como pedras e flechas, para consumo imediato e não para abastecimento do
mercado global. O avanço do comércio atingiu diretamente os animais, pois estes
foram transformados em moeda de troca, baseados nos itens que possuíam: chifres,
pele, barbatanas, óleo, entre outros. Com o desenvolvimento da agricultura,
da pecuária e da vida urbana, a prática da caça também se tornou uma atividade
de lazer, conhecida como caça
esportiva. Essa atividade é praticada em diversos lugares da América do Norte e
na Europa e
geralmente é administrada pelo governo. Na África,
há reservas próprias para a caça, e segundo dados
estatísticos, esta prática desembolsa mais de 200 milhões de dólares pelas
licenças que os caçadores pagam pelos animais.
Os defensores da caça
esportiva alegam que ela é importante para a conservação
da espécie, visto que um pequeno número de indivíduos é caçado e normalmente
estes não são férteis ou saudáveis, dessa maneira a caça contribui para o
controle da população. Os críticos
dizem que tal prática causa a extinção
de espécies e supri apenas a necessidade do homem e não do animal. Levando em
consideração que o animal não escolhe morrer.
A ética entra no
momento em que discutimos o ato de dar valor a uma vida, seja ela humana ou
animal. Os humanos rotulam-se superiores e racionais, e fazem o que julgam
necessário para conquistar o que desejam. A caça esportiva é destinada para
pessoas que gostam de caçar, possuem muito dinheiro para comprar a vida desses
animais e o governo disponibiliza esses lugares legalizados em busca do retorno
financeiro que movimenta a economia. O maior prejudicado disso tudo é sem
dúvida o animal, que paga com a vida. Por não falarem, e suas expressões não
serem suficientes, os animais ainda não são capazes de exigirem seus direitos.
São a todo tempo manipulados por nós humanos e dependem das pessoas que
defendem seu lado para serem tratados com o mínimo de respeito.
Eu, como futura conservacionista e educadora ambiental acredito que a
caça esportiva não irá acabar a curto ou médio prazo. Principalmente pelo
retorno financeiro que esta atividade traz para a economia mundial. Já que é
julgada necessária, é importante que haja um controle, disponibilizando
armamento que não cause dor e sofrimento ao animal. A educação ambiental pode
ser uma ferramenta essencial nessas reservas que apoiam a caça, através da
instrução aos caçadores profissionais sobre a importância das espécies da fauna
local. Essa educação pode ser dada através de trilhas monitoradas em que os
caçadores possam observar os animais no cativeiro e entenderem a necessidade de
respeita-los. É necessária uma conscientização pessoal para que esta prática
não se torne um vício, mas que o dinheiro arrecadado através da licença para
caçar seja voltado para as espécies e contribua para a conservação da natureza.
Além disso, a correta aplicação de uma gestão ambiental através da
regulamentação e fiscalização pelos órgãos públicos, a caça pode contribuir
para o desenvolvimento sustentável de reservas ambientais e controlar a
população de diversas espécies de animais.
A caça
fotográfica é uma alternativa à caça esportiva, que ao invés de utilizar de
armamentos e causar danos ao animal, o caçador captura belas imagens de fauna
com o auxílio de uma câmara fotográfica. Esta prática exige bom senso e
preocupação ética, servindo como um incentivo às pessoas que gostam de estar em
contato com a natureza e que se preocupam em diminuir o impacto que a natureza
vem sofrendo com as ações antrópicas.
Esse ensaio foi elaborado para a disciplina de Ética no uso de animais
e Bem-Estar animal tendo como base as obras:
Disponível em:
. Acesso em
18 de maio de 2017.
Disponível em:
Acesso em: 18 de maio de 2017 às 10:53.
Referência da imagem
do leão: .
Acesso em 18 de maio de 2017 às 13:42.
Disponível em:
.
Acesso em 18 de maio de 2017 às 13:47.
Disponível em: <
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/northamerica/usa/11806856/walter-palmer-cecil-the-lion-killer-first-pictures.html>.
Acesso em 18 de maio de 2017 às 14:09.
Disponível em:
.
Acesso em 19 de maio de 2017 às 08:14.
Disponível em:
http://www.cairu.org/esportes/caca-esportiva-e-uma-atividade-nobre/>. Acesso
em 19 de maio de 2017 às 08:22.
Disponível em:
. Acesso
em 01 de junho de 2017 às 14:52.
Disponível em:
. Acesso em 24 de
maio de 2017 às 22:33.
Disponível em:
. Acesso em 24 de maio de
2017 às 22:39.
Disponível em:
.
Acesso em 24 de maio de 2017 às 22:48.
Disponível em: .
Acesso em 02 de junho de 2017 às 14:32.
Disponível em: <https://www.google.com.br/amp/super.abril.com.br/ciencia/cacar-para-proteger/amp/>.
Acesso em 03 de junho de 2017 às 02:39.
Disponível em: .
Acesso em 03 de junho de junho de 2017 às 02:57.
Disponível em: .
Acesso em 03 de junho de 2017 às 02:59.
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