Homens e mulheres: a mesma data de validade?

Série Ensaios: Sociobiologia
Por Heloisa Jark, Luiza Gremski De Oliveira E Rafaela Mara Machado
Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas
Neste ano, no mês de março o governo apresentou uma nova reforma da aposentadoria que apresentava mudanças. Atualmente, para quem se aposenta por idade (65 anos para homens e 60 anos para as mulheres) o tempo mínimo de contribuição é de 15 anos e quem se aposenta por tempo de contribuição o tempo mínimo é de 35 anos para homens e 30 anos para mulheres. Na proposta original a idade mínima para se aposentar será de 65 anos, para homens e mulheres, com pelo menos 25 anos de contribuição à Previdência. Mas, na prática, para receber 100% do valor, será preciso contribuir por 49 anos, mesmo que tenha atingido os 65 de idade. No ultimo relatório aprovado pela Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara  ficou em 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, com 25 anos de contribuição. Para o benefício integral ficou 40 anos de contribuição para atingir 100%. O valor da aposentadoria corresponderá 70% do valor dos salários do trabalhador, acrescidos de 1,5% para cada ano que superar 25 anos de contribuição, 2% para o que passar de 30 anos e 2,5% para o que superar 35 anos. Se a reforma for aprovada, segundo a Secretaria de Previdência, o governo deve deixar de gastar cerca de R$ 738 bilhões entre 2018 e 2027.
Maria Lúcia Pádua Lima é a favor dos servidores possuírem a mesma idade para se aposentar, segundo ela “expectativa de vida mais alta das mulheres justifica a mesma idade mínima, mas o maior problema do sistema é a desigualdade entre servidores do setor público e privado. A assimetria desse sistema constitui-se em fato inegável por ser composto por regras que induzem a desigualdades injustificáveis de tratamento entre cidadãos.”
Joana Mostafa é contra os servidores possuírem a mesma idade para se aposentar, e segundo ela “As normas de gênero oprimem a todos.  É notório, por exemplo, que são os homens as maiores vítimas de homicídios, acidentes de trânsito e alcoolismo.  Os homens enfrentam, mais que elas, a esfera pública extremamente violenta de nossas cidades e relações sociais.  Tal situação exige políticas públicas com um olhar especial, o olhar de gênero. Isto dá valor econômico ao sobretrabalho das mulheres e facilita seu acesso a uma renda na velhice, apesar de ainda haver desproteção de 22% entre as mulheres idosas, frente a 13% entre os homens.Acumulando as 8 horas semanais ao longo da vida laboral, as mulheres trabalham em média 5,4 anos a mais que os homens.  Portanto, está adequada a regra atual que diferencia em 5 anos as idades mínimas e os tempos de contribuição para aposentadoria.As mulheres estão em desvantagem no mercado de trabalho e acumulam mais afazeres domésticos, o que justifica uma regra diferente.Na Previdência Social ocorre o contrário.  A mulher que participa do mercado de trabalho se depara com uma taxa de desemprego 50% maior que a dos homens desde 1995, ganha 24% a menos que eles e, desde o início da série do IBGE, trabalha 8 horas a mais por semana, somando-se a jornada de trabalho fora e dentro de casa.  Este trabalho de cuidados com idosos, pessoas com deficiência, filhos e afazeres domésticos, não é remunerado, não gera proteção social.”
Na nossa sociedade, a maneira para desacelerarmos e termos um conforto de vida para cuidarmos da nossa vida pessoal nessa fase tão frágil é a aposentadoria. A aposentadoria em muitos países como o Brasil é uma meta para todos os cidadãos a partir do primeiro emprego.
Com o passar do tempo o corpo humano passa por mudanças exteriores e interiores. Cada célula pode ser considerada uma mini vida, ou seja, possui um tempo de vida e então morre e uma das principais mudanças ocorre nas nossas células, mesmo nossas células morrendo conseguimos criar novas células para recompor as que morreram. Porém a taxa de criação de novas células vai diminuindo com o passar do tempo, ou seja, envelhecemos.
O avanço da idade traz frequentemente problemas de saúde e algumas dificuldades na vida e o ritmo precisa desacelerar e a pessoa precisa se cuidar melhor e isso é da naturezaanimal.
Por outro lado, as comunidades do mundo animal necessitam de animais mais velhos para se manter. Estes possuem uma maior sabedoria de vida, auxiliando na estratégia de sobrevivência do grupo todo, e deste modo, da manutenção da espécie.
Na espécie humana, os idosos são a ponte entre gerações. Seu conhecimento, experiência e sabedoria são um legado para os jovens. Com o "envelhecimento" da população brasileira, tem-se falado muito da importância do bem-estar dos idosos. Em sociedades como a indiana e a japonesa, por exemplo, o velho é a figura mais importante da família e da comunidade. No Brasil, alguns sociólogos afirmam que, se um país precisa de um "estatuto dos idosos" (ou seja, de uma lei) para lembrar a respeitabilidade deles, isso indica que algo está muito errado... Por outro lado, há tantos privilégios sociais em torno da "terceira idade" (meias-entradas, ausência de filas, empréstimos especiais) que os "não velhos" se consideram prejudicados. As diferenças entre homem e mulher não se tratam apenas de machismo ou feminismo, essas diferenças vêm da nossa herança genética. Na natureza a fêmea e o macho possuem papéis diferentes e características sociais diferentes.
Desde o início, a mulher tinha o papel de cuidar da prole e proteger indiretamente os membros da comunidade, através dos cuidados como alimentação e saúde. O macho possuía o papel de sair para caçar alimentos e proteger diretamente a prole. Hoje em dia, no reino animal, esses papéis de mantem mais fiéis. Já na espécie humana, essas funções são notavelmente mescladas e muitas vezes trocadas. A mulher, que já possuía uma grande função de cuidar de seus filhos, ganha cada vez mais espaço também no mercado de trabalho. O sexo feminino possui uma variedade de funções, porque não abandonou sua função primitiva e adicionou outras que não eram de costume.
Os primeiros seres vivos apesar de bastante complexos tinham um ciclo de vida muito simples. Quando atingiam certo tamanho, seus genes eram duplicados e a célula se divide em duas idênticas à original. O resultado desse processo de divisão é que a célula deixa de existir sem deixar um "cadáver" para trás. As duas novas células incorporam todo o material que estava na célula-mãe. A "mãe" deixa de existir sem morrer e produz dois "filhos" a partir de seu próprio corpo, neste processo não existe sexo, as células não precisam de parceiros para se reproduzir. A morte, quando existe, é provocada por acidentes, quando uma célula seca ao sol ou o alimento acaba. A morte devida ao envelhecimento não existe. A morte destrói nosso corpo, mas não mata nossas células germinativas, que continuam sua vida em nossos filhos. Ela apareceu somente quando a reprodução sexuada surgiu no planeta, 2 bilhões de anos atrás, quase 3 bilhões de anos depois do aparecimento da vida. Nos últimos 2 bilhões de anos surgiram os seres vivos multicelulares, compostos por mais de uma célula. Nesses seres vivos, cada grupo de células tem uma função, uma parte digere alimentos (intestino), outra movimenta o corpo (músculos), outra faz circular o sangue (coração). As células germinativas, cuja função é fundir-se com as células de outro organismo e produzir um novo ser vivo, esse processo passa a incluir a morte programada. As células não germinativas, cuja função é garantir a sobrevivência das células reprodutivas, perdem o sentido após o nascimento dos filhos, envelhecem e têm sua morte programada. Nesse momento, é incorporado ao ciclo de vida dos seres multicelulares o cadáver, um corpo sem vida, que é o que associamos à palavra morte.

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia tendo como base: