Série Ensaios: Sociobiologia
Por Bruna Carolina
Linhares; Patrícia Cristina da Costa Ferreira; Paulo Vaccari Neto; Publio Bonin
Junior; Rafael Xavier Weiss
Acadêmicos do curso de Ciências
Biológicas
“A
megainvestigação do Ministério Público sobre a facção que atua dentro e fora
dos presídios flagrou 18 casos de corrupção envolvendo policiais civis e
militares. O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, determinou nesta
quarta-feira (16) a apuração das suspeitas de cobrança de propina para
favorecer ladrões e traficantes de drogas.
Dois
volumes da investigação detalham conversas telefônicas entre criminosos e duas
ligações entre policiais e bandidos. Mais de 30 policiais são citados nas
gravações cobrando propina e extorquindo dinheiro de criminosos. Os 18 casos
envolvem seis policiais militares e 12 policiais civis.”
A
reportagem supracitada é apenas um exemplo de
casos de corrupção envolvendo policiais. A corrupção policial é um fenômeno de crescente
visibilidade em todo o Brasil. As condutas indevidas são uma ameaça permanente
e latente na polícia. Os policiais cotidianamente a diferentes situações que
geral decisões rápidas, onde o profissionalismo e os valores são colocados a
prova.
Todos
sabemos que a polícia brasileira nem sempre desempenha adequadamente sua função
de proteger o cidadão. Aliás, de uns tempos pra cá, os casos de policiais
envolvidos em crimes tem aumentado. A situação é tão grave que, em algumas
comunidades, as pessoas confiam mais nos bandidos que na força policial.
É
disso que trata o filme Tropa de elite,
lançado por José Padilha* em outubro deste ano. A película mostra a guerra
entre o Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) e os
traficantes que dominam as favelas cariocas. A história é sobre as dificuldades
enfrentadas por dois policiais novatos e bem-intencionados que fazem parte de
um grupo consumido pelo estresse do dia-a-dia do trabalho policial, pelo
descaso à vida do outro e pelo envolvimento de vários de seus membros em crimes
que deveriam combater.

Para
especialistas, o maior problema é que a tolerância
dentro das corporações – e da própria sociedade – alimenta a corrupção. "A
tendência é considerar a corrupção como parte natural das coisas, como um custo
que temos de pagar se quisermos ter melhor prestação de serviços. Claro que
isso é um erro grave", diz Luís Antônio Francisco de Souza, coordenador do
Observatório de Segurança Pública da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
A
corrupção pode ser vista como uma forma de parasitismo social, combinado com a predação.
Corruptores e corrompidos colaboram entre si como os parasitas/predadores;
o hospedeiro/presa do qual se alimentam é a sociedade. O corruptores para não
serem descobertos; se disfarçam, camuflam, enganam, dissimulam e aplicam
estratagemas e táticas de ação engenhosas e às vezes criativas (Ribeiro, M.A.)
Segundo o psicólogo Dan Ariely, da
Universidade Duke, autor de pesquisas sobre
desonestidade, a motivação para a corrupção vem da crença de que "todas as
outras pessoas estão sendo corruptas" e da aceitação deste comportamento
como "a forma como as coisas são feitas".
"Se você for a um restaurante e
sair sem pagar a conta, você vai se sentir mal com isso. Mas, quando você se
envolve com corrupção, você fala 'isso é só como as coisas são'. A corrupção é
muito corrosiva, muito perigosa", diz.
Segundo Ariely, a única forma de
cortar a motivação para a corrupção é adotar uma mudança coletiva.

O
presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia tendo como base as
obras:
BARBOSA, B. Por que a corrupção é tão tolerada? Disponível em: < http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/04/25/por-que-a-corrupcao-e-tao-tolerada.htm>
RIBEIRO, M.A. Ecologia, corrupção e ética. Disponível em: < http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=1263#.V2q7JfkrLIU>
DE OLIVEIRA, Ricardo Monezi Julião. Avaliação de efeitos da prática de
impostação de mãos sobre os sistemas hematológico e imunológico de camundongos
machos. 2003. Tese de Doutorado. Universidade de São
Paulo.
DO
NASCIMENTO, Andréa Ana. A corrupção
policial e seus aspectos morais no contexto do Rio de Janeiro. SEGURANÇA PÚBLICA, p. 70.
Nenhum comentário:
Postar um comentário