Série Ensaios: Ética No Uso de Animais
Por Dayane
Kichel, Gabriela Saldanha, Lilia Itsue e Nathalia Meyer
Acadêmicas
do Curso de Bacharelado em Biologia
Há alguns
dias atrás algumas famosas foram criticadas por usarem roupas e acessórios que
continham pele de animais. “PETA provoca
Lady Gaga e Rihanna por vestirem peles de animais: “Eles não podem ir à Oprah
chorar sobre isso”
Hoje em dia ainda vemos diversas notícias
sobre apreensões de animais e
peles e o “estranho” comportamento
de alguns animais que estão indo para abate, sim eles percebem que algo ruim
irá acontecer e manifestam seus sentimentos de diversas
formas.
O homem não nasce com ética, essa é uma característica que adquire
ao viver em sociedade, por isso se pode mudar o modo de pensar com o passar do
tempo. O homem e sua relação de domínio dos animais pelos homens ocorre há muito tempo, desde quando
as caçadas esporádicas aconteciam e a família passava alguns dias comendo
carne. Em períodos mais frios a utilização das peles para fazer roupas era
comum e até mesmo os ossos para fazer “óculos” que protegessem os olhos da alta
luminosidade no gelo.
Com a evolução da sociedade a caça de
animais se tornou um modo de ganhar dinheiro, sendo então cada vez mais
contínua causando grandes problemas ambientais, muitos animais capturados eram
aprisionados e depois mortos com métodos cruéis como: asfixia, eletrochoque, envenenamento com
estricnina, câmara de descompressão e quebra de pescoço, pistola
pneumática, sendo que em muitos casos não faz com que o animal morra na hora.
Para a pele é ainda mais cruel já que a retirada é feita com o bicho ainda vivo, para obter
uma melhor qualidade assim um valor maior.
A
ciência avançou muito nos últimos anos trazendo diversos benefícios para saúde,
produção de alimentos e produtos (tecidos) e novos métodos para abater animais,
causando assim uma vasta oferta de alimentos e roupas, acabando com a
sazonalidade de alimentos e a necessidade de utilizar animais para se aquecer.
Porém para que a oferta de alimentos não diminuísse durante períodos mais frios
e de seca, animais e plantas passaram a ser confinados em lugares menores e
insalubres causando um acúmulo de dejetos resultantes de problemas para a saúde
de muitos animais. Animais criados em cativeiro passam suas vidas em gaiolas
pequenas e apertadas, sob estresse todos os dias e isso faz com que muitos se automutilem e cometam canibalismo.
Atualmente existem muitas discussões a respeito do
uso de carne na alimentação. O principal motivo para a retirada desse tipo de
alimento das dietas, é a crueldade dos abatedouros, que criam os animais em
questões extremas, e na hora do abate nem sempre utilizam formas que diminuam o
sofrimento do animal. Só que, uma das dificuldades em remover essa comida das
refeições, é por haver vitaminas e nutrientes presentes na carne, que não são
encontrados em outros alimentos, ou são encontrados em outras formas. Como o
ferro, que é encontrado em vegetais, mas em outra forma, que é mais difícil de
ser absorvida pelo organismo humano, ou seja, vegetarianos devem que ingerir o
dobro desse tipo de ferro para que o estoque não fique baixo. Isso sem contar a
vitamina B12, que não é encontrada em nenhum outro tipo de alimento além da
carne, e tem que ser ingerida em forma de cápsulas ou injeções. Infelizmente,
existem muitas pessoas que não conhecem direito o que esses animais passam para
chegar até a sua mesa, acham que eles vivem felizes em um grande espaço, cuidando
de seus filhotes, pastando, bebendo água livremente, enquanto a realidade é bem
diferente disso. Já estão sendo realizados estudos para desenvolver uma carne artificial sem a
utilização de animais, porém, muitas pessoas ainda desacreditam do sabor e não
pensam em abrir mão do cômodo.
Em entrevista ao IHU On-Line, Guilherme Carvalho - que é biólogo e gerente de
campanhas da Humane Society International no Brasil, uma ONG internacional de
proteção animal - respondeu quais os tipos de movimentos existentes hoje na
luta pela diminuição do consumo de carne no mundo. Ele comenta sobre pessoas
vegetarianas e pessoas que reduziram pelo menos 50% do consumo da carne e
movimentos a favor da diminuição da mesma, como a “Segunda sem carne” que
possui campanha internacional e está cada vez mais ganhando apoio, ajudando
assim a reduzir o impacto no efeito estufa. Para Guilherme Carvalho o primeiro
passo para a diminuição de consumo de carne é a conscientização do consumidor.
Quanto menos a pessoa consumir, menos animais serão prejudicados. O consumidor
também tem que ter consciência a respeito da qualidade ética e ambiental dos
produtos animais que ela consome. Para ele, partindo dai é que podemos efetivar
a pressão sobre o poder publico, ou seja, fazer com que eles enxerguem que o
setor de agricultura animal tem que ser reconhecido como o causador de um dos
maiores impactos ambientais.
Durante um debate virtual e
presencial por futuros biólogos, a maioria dos alunos se mostraram a favor da
diminuição do consumo de carne. Mesmo a maioria não sendo vegetariano, todos
têm a consciência que os animais são extremamente prejudicados, que isto é um
impacto ambiental muito grande. Foi consenso da turma que se todos se unirem e diminuírem
o consumo de carne, o impacto irá diminuir.
Nós como futuras biólogas acreditamos
que a opinião das pessoas quanto a vestimenta quanto a alimentação, podem ser
mudadas. No mundo em que vivemos, vários recursos mais baratos e fáceis estão
sendo fabricados, como por exemplo, pelos sintéticos e carnes artificiais. Sem
contar que muitas pessoas estão mudando seus hábitos na alimentação e estão
optando por serem vegetarianas e isso faz com que aos poucos cada cidadão se
conscientize e acabe mudando o seu habito também, e nas vestimentas onde muitos
usam roupas e couros sintéticos mostrando que é um material de qualidade,
duradouro e que nenhum animal precisou ser sacrificado para a produção da
mesma. Quanto mais o mundo se conscientizar, quanto mais acesso a esses tipos
de informações as pessoas tiverem, menos crueldade com esses animais terá e
menos animais serão sacrificados.
O presente
ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, baseando-se nas obras:
Livro "Por que amamos cachorros, comemos porcos e vestimos
vacas" - Melanie Joy
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