domingo, 21 de junho de 2015

Nossa Participação na II Epram - Encontro Paranaense de Malacologia

O caramujo Gigante Africano: uma questão para Bioética Ambiental?

Marta Luciane Fischer - marta.fischer@pucpr.br
 Resumo: A Bioética ambiental se propõe a intermediar a resolução de conflitos envolvendo questões globais, plurais e complexas, cujos aspectos morais e legais locais não são capazes de resolver. Atuação essa que cabe nas questões envolvidas com caramujo gigante africano Achatina fulica, uma vez que além de compor uma das cem piores espécies invasoras em âmbito mundial há mais de um século, o estabelecimento de suas populações em muitos locais desencadeia impactos na saúde pública, economia e ambiente, além de gerar incongruências entre os interesses sociais, de gestão pública e principalmente nas condutas éticas direcionadas aos animais. A Bioética ambiental visa a promoção do diálogo entre os atores envolvidos e o balizamento para tomadas de decisões que sejam justas para todos. O problema desencadeado com a invasão desse caramujo exótico é fundamentado com princípios éticos da responsabilidade, precaução cuidado e diálogo, uma vez que engloba agentes vulneráveis, principalmente a natureza, que sofre impactos decorrentes da atuação do homem, ao promover a dispersão de espécies para fora da região de endemismo. Assim como a própria população local, que se angustia do eminente risco de contaminação com nematoides causadores de doenças e da falta de informações precisas, objetivas e claras que subsidiem a compreensão da magnitude do problema e do real seu papel. A sociedade pode sofrer ainda com a perda econômica e material e com desconforto diante da presença do animal e da pressão para que assuma a responsabilidade em evitar a invasão, além de se ver obrigado à exterminar os animais, para os quais todavia não há uma recomendação de como fazer com o menor prejuízo econômico e desconforto ético. Desta forma, diante de uma problemática aparentemente insolúvel consequencia da sua amplitude, complexidade e desfechos possíveis, se propõe uma reflexão mais profunda buscando nos balizamentos éticos elementos para promoção do debate e busca de uma solução consensual e efetiva.         
 Palavras–chave: Achatina fulica, Espécies exóticas invasoras, populações vulneráveis, pragas urbanas, saúde pública 



Avaliação da aplicabilidade do muco dos caramujos

Larissa Juliana Azevedo Pimentel¹; Luana Grazielle Lavandoski Good²; Patrícia Stuep Campelo³; Marta Luciane Fischer. - larissa.pimentel@pucpr.br
 Resumo
  
  O muco dos caramujos vem ganhando destaque nas aplicações medicinais, terapêuticas e principalmente nas cosméticas por todo o mundo. Questiona-se quais estudos conduzidos com o muco dos caramujos, os componentes isolados e as finalidades para qual está sendo direcionado. Partindo-se da grande diversidade de moluscos no Brasil, procura avaliar o potencial da exploração do muco do Megalobulimus paranaguensis. O objetivo foi analisar os conteúdos dos textos científicos e de sites de divulgação a respeito das propriedades do muco, sua aplicação científica e comercial. Foram realizadas análises documentais e dosagem preliminar no muco do M. paranaguensis, resultou em 92% água, 15% carboidratos e 2% proteínas. A análise documental resultou 10 trabalhos que citavam a composição do muco de 10 espécies; 26 artigos de outras investigações com muco e sites que apresentavam produtos com extrato de muco. Conclui-se que o muco possui grande potencial para a indústria clinico-farmacêutica, principalmente como antibacteriano e cicatrizantes, apesar disso, são necessários muitos estudos completares. 
 Palavras-chave: antibacteriana, composição, cosmético, Megalobulimus.


Elaboração de armadilha atrativa para controle do caramujo gigante africano: influência de variáveis individuais na atratividade

Luana Grazielle Lavandoski Good 1, Larissa Juliana Azevedo Pimentel 2, Francisco de Assis Marques3, Marta Luciane  Fischer 4. -  lglgood1@hotmail.com

Resumo: O Caramujo Gigante Africano Achatina fulica (Bowdich, 1822) é uma espécie invasora de grande importância mundial. Levando-se em consideração que a comunicação química em A. fulica é fundamental para diferentes mecanismos biológicos e ecológicos, acredita-se que variáveis individuais possam estar afetando a atratividade. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência das variáveis individuais de jovens e filhotes de A. fulica quanto à atratividade de matrizes orgânicas e compostos químicos. A atratividade foi testada em olfatômetro de escolha binaria de design clássico em forma de Y, testando filhotes e jovens diante da matriz de origem animal, o leite, e de seu composto. Foram realizados 120 testes, utilizando 30 animais, dentre estes 60 testes foram realizados com a exposição à matriz orgânica e 60 com a exposição aos compostos. Nos testes iniciais apenas quatro animais foram responsivos à matriz e cinco ao composto e após o período de repouso apenas um animal foi atraído pela matriz e um pelo composto. O comportamento exibido com maior frequência foi o indiferente, apresentado em quase todas as variáveis. Os resultados obtidos demostram que o leite não apresentou um potencial atrativo, não suportando a hipótese inicial. Acredita-se que haja limitação no equipamento utilizado na percepção dos animais, uma vez que a alta sensibilidade do animal pode ser afetada pelo fluxo de ar. Ressalva-se que as análises dos padrões comportamentais evidenciaram que o atrativo era imediatamente percebido, porém logo em seguida o animal deixava de responder, caracterizando o predomínio de indiferença diante do estímulo testado. Devem ser considerados como fatores limitantes para as respostas positivas: o manuseio, a indução do forrageio em qualquer hora do dia e a falta de contato dia-a-dia com a isca. Esses fatores, juntamente com o uso de iscas vegetais, podem ser determinantes para a elaboração de planos de controle e manejo destes animais. Estudos futuros em campo e laboratório devem ser realizados afim de uma melhor compreensão dos alimentos e mecanismos que desencadeiam a atração desses animais.
Palavras-chaveAchatina fulica, Armadilhas, Espécies invasoras, Manejo.

Análise da viabilidade da inclusão de parâmetros do solo e da composição da concha no protocolo de diagnóstico e monitoramento das populações de Achatina fulica

Luana Grazielle Lavandoski Good 1, Larissa Juliana Azevedo Pimentel 2, Maria Luiza Antunes3, Silvia Schmidlin Keil4, Marta Luciane  Fischer 4.
 Resumo: A espécie Achatina fulica, popularmente conhecida como Caramujo Gigante Africano, é uma espécie invasora que vem há mais de um século causando impactos ambientais, econômicos e de saúde pública. O solo é um dos agentes potenciais na delimitação das ocorrências das espécies, através da interação com outros agentes ambientais, principalmente por prover umidade, alimento, proteção mecânica, camuflagem e sítios para ovoposição. A elevada quantidade de cálcio no solo, juntamente com a umidade e a granulometria dos solos onde há ocorrência de A. fulica podem ser os fatores que favorecem a colonização. O estudo buscou avaliar a possibilidade da inclusão de parâmetros do solo a da quantidade de cálcio da concha destes moluscos no protocolo de diagnóstico e monitoramento das populações de A. fulica no litoral paranaense. Os municípios pesquisados foram Guaraqueçaba (sede e Ilha das Peças), Guaratuba, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. Os resultados demonstraram que apenas a inclusão dos parâmetros do solo são viáveis no protocolo, pois a quantificação de cálcio necessita de equipamentos específicos para sua realização. Os parâmetros do solo avaliados podem ser os principais fatores que influenciam na densidade e resistência dos animais nos locais estudados. A análise do solo pode servir como ferramenta para prever a possibilidade da invasão em locais sem a presença da espécie, sendo determinante também para a elaboração de planos de controle e manejo destes animais direcionados pela realidade de cada local. A avaliação dos parâmetros do solo são dados importantes que auxiliam na aplicação do protocolo de diagnóstico e monitoramento de populações de A. fulica. Esses fatores são determinantes para a elaboração de planos de controle e manejo destes animais direcionados pela realidade de cada local.

  Palavras-chave: caramujo africano, controle, manejo, Paraná.

ELABORAÇÃO DE ARMADILHA ATRATIVA PARA CONTROLE DO CARAMUJO GIGANTE AFRICANO: INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS INDIVIDUAIS DE FILHOTES NA ATRATIVIDADE
Arthur Takeshi Venturin Ishikawa, Marta Luciane Fisher1, Acir Jose da Silva Franco2 -  arthurishikawa@hotmail.com
 Resumo: O Caramujo Africano Achatina fulica é uma espécie invasora de importância mundial, causando impactos ambientais, econômicos e de saúde pública. Diferentes países tentaram controlar suas populações, dispendendo gastos no controle, principalmente através da coleta manual, uma vez que em muitos locais o controle químico é proibido.  Uma das alternativas para o controle é a utilização de iscas atrativas em armadilhas seletivas. Ressalva-se que a atratividade química em A. fulica fundamental foi comprovada pela equipe do Laboratório Núcleo de estudos de Comportamento animal, por diferentes matrizes in natura e por extratos destas matrizes. Desta forma, o presente estudo se propôs testar modelos de armadilhas que viabilizassem a captura dos animais sem a necessidade de morte e visando avaliar a influência da presença de co-específicos, uma vez que estudos anteriores atestam que os animais têm uma sensibilidade olfativa que os capacita a reconhecer parentes e animais do mesmo grupo, sendo que odores familiares atraem e odores estranhos repelem. Os caramujos capturados no litoral paranaense foram mantidos em quarentena por duas semanas, separados em quatro grupos de adultos e jovens, marcados e numerados. A primeira armadilha foi baseada no pitfall e um covo, utilizando uma caixa de plástico de 30x20x10cm com abertura lateral, sua parte superior foi cortada em círculo e encaixada o terço superior de uma garrafa pet, cortada em cerdas verticais. Na segunda, foi utilizada uma garrafa pet inteira septada em duas partes (1/3 e 2/3), a menor parte, equivale a parte da boca da garrafa, foi cortado verticalmente originando cerdas, introduzida ao contrário dentro da parte maior. Os resultados evidenciam que em 24 horas os jovens foram os únicos que se encontraram dentro das armadilhas, sendo as iscas que tiveram êxito foram a de flor e a de folhas. Em 48 horas adultos e jovens foram registrados dentro da armadilha. A diferença de distância entre adultos e jovens evidenciou que adultos tiveram uma tendência a se afastar, enquanto os jovens tiveram a propensão aproximar-se no decorrer do experimento. Os resultados preliminares apontam para a possibilidade de elaboração de uma armadilha efetiva e seletiva.
 Palavras–chave: Moluscos, Armadilha, Controle



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