Série Ensaio: Ética Animal
Por Gustavo
da Silva Torres
Acadêmico
Curso Ciências Biológicas
Pode se referir a emoção como o estado mental do individuo
e de que modo suas reações instintivas estão operando, porém, devido a sua
complexidade, não existe no campo científico um consenso sobre o que é, de
fato, a emoção. Geralmente associada a atos que dependem de pouca reflexão e
intensa atividade do sistema nervoso central, é muitas vezes ligada a
sentimentos, temperamento, personalidade, motivação e processos cognitivos.
Segundo a neurobiologia, o processo emocional se origina do
sistema
límbico do cérebro, que reage a sensações agradáveis e de
desconforto, levando ao aumento ou redução na produção de neurotransmissores
específicos a cada situação, como dopamina e serotonina.
A complexidade das emoções deriva do fato destas serem um
resultado direto das experiências de vida do ser em conjunto com suas
necessidades fisiológicas, usando associações para criar reações consistentes à
eventos, internos e externos, que tenham influencia na vida do individuo, como
por exemplo a raiva e o medo em frente a uma ameaça, com o objetivo de buscar o
melhor resultado possível para o ser, sendo esta busca normalmente recompensada
com uma sensação de prazer gerada pelo sistema nervoso.
Somando estes fatores ao fato de que a emoção não está
presente em todos os seres vivos, sendo reconhecida principalmente entre
mamíferos, foram originadas as idéias de que reações emocionais surgiram através
de um processo evolutivo, como uma ferramenta de auxílio a sobrevivência, já
que gera nos seres a vontade de buscar por recursos, e a satisfação por
encontrá-los, além de criar incentivo ao combate e à defesa de território e de
descendentes.
Porém, está é uma área que sofre com a falta de estudos, já
que além de se tratar de um tema extremamente complicado e minucioso, depende
da cooperação de várias áreas diferentes de estudo, sendo que apenas na ultima
década se procurou de fato um trabalho em conjunto, com a união da psicologia,
neurociência, endocrinologia, entre outros, e deste então houveram grandes
avanços na compreensão dos processos emocionais.
A falta de conhecimento nesta área é um fator limitante
tanto na pesquisa de comportamento animal, quanto dos hábitos humanos,
impossibilitando em grande parte a compreensão do modo de vida de diversos
seres, dificultando assim as chances de ajudá-los e de melhorar sua qualidade
de vida.
O presente ensaio foi
elaborado para disciplina de Etologia I se baseando nas seguintes obras:
THOITS, P. A. (1989).
"The sociology of emotions". Annual
Review of Sociology 15: 317–342.
GAULIN, J. C. and DONALD
H.. Evolutionary Psychology. Prentice
Hall. 2003. Chapter 6, p 121-142.
HUME, D. Emotions and Moods. Organizational Behavior,
258-297.
RUSSELL, J.A. Culture and the Categorization of Emotion.
Psychological Bulletin, 110.1991. p 426-450.
KRINGELBACH, M.L.; O'DOHERTY,
J.O.; ROLLS, E.T.; ANDREWS, C. (2003). "Activation of the human
orbitofrontal cortex to a liquid food stimulus is correlated with its
subjective pleasantness". Cerebral Cortex 13: 1064–1071
SCHMIDT, L.A. (1999).
"Frontal brain electrical activity in shyness and sociability".
Psychological Science 10: 316–320.
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