Série Ensaios: Ética Animal
Por: Bruna Marchioro Dias
Acadêmica Curso de Ciências Biológicas
Em 1956, um garoto
conhecido como Eduardinho, desapareceu da porta de sua casa. O governador de
São Paulo, na época Janio Quadros, determinou que todos os esforços fossem
feitos para encontrar o garoto. Porém três dias se passaram e ele não foi
encontrado. A contra gosto de Janio, que queria fechar o canil da PM, como última
alternativa foram usados os cães farejadores da PM. Após cheirar o travesseiro
do menino, Dick que era um pastor alemão abandonado à porta da corporação e
treinado pela mesma, adentrou a mata próximo à casa, e encontrou o garoto
dentro de um poço abandonado, coberto de folhas, aos prantos. Após este episódio
Dick recebeu uma promoção, passando a ser conhecido como Cabo Dick. O seu busto
está até hoje na entrada do canil da PM-SP e é conhecido como herói e campeão
de buscas.
Etapas
do treinamento de um cão policial
- Aos
quatro meses o filhote inicia o treinamento, que dura oito semanas. Nesta fase
o animal convive com seu parceiro policial, onde brinca e acostuma-se a
identificar o dono pelo cheiro, bem como a se comunicar com ele. Na segunda fase do treinamento, que vai
até o 15º mês, o cão recebe o adestramento. Ele aprende duas ações básicas: a
repetição de palavras curtas e a recompensa, como um biscoito ou um brinquedo,
dado quando os comandos são reconhecidos ou obedecidos. Na terceira fase o
animal aprende a atacar uma pessoa, imobilizando-a até o policial mandar parar.
Nesta fase também aprende a subir e descer escadas, saltar de lugares altos,
conviver com fogo e habitua-se a barulhos e tiros. Numa última fase animais selecionados, recebem de acordo suas
aptidões, treinamento para o reconhecimento de drogas e explosivos. O método de ordem e recompensa está
presente em todas as fases do treinamento, tornando o cão apto a: atacar um
criminoso, imobilizar suspeitos, localizar pessoas pelo faro e identificar a
presença de drogas ou explosivos. Os
cães da raça
pastor alemão são os preferidos para o treinamento, pois são
bastante apegados ao parceiro, são sociáveis e tem força e resistência
adequadas para a atividade policial. No controle de rebeliões são utilizados
cães da raça rottweiller devido ao seu porte e força. O cão labrador é
capaz de identificar cerca de 25 odores diferentes, por isso é usado em
aeroportos e barreiras policias, como farejadores de drogas. Para a detecção de
explosivos pelo olfato, o cão escolhido é o pastor
belga de Malinois. Os
cães mestiços ou mix de raças, de acordo com um estudo realizado pelo Dr. David
Smith, do Departamento de Ciências Animais da Universidade de Aberdeen, possuem
melhor percepção espacial e capacidade de resolver problemas que os “cães de
raça”. Os resultados são animadores pois “sete entre os dez melhores cães, eram
mestiços”. Estes animais são mais baratos, bastante resistentes e resolvem o
problema da escassez de cães de raça para treinamento.
Eu, como formanda em Biologia, penso que é importante se
ressaltar que durante o treinamento, o uso da droga e ou explosivos, não oferece
nenhum risco para os cães, pois apenas o odor é utilizado. Os cães não tem
nenhum contato com o produto, só sentem o cheiro. Em toda missão de sucesso o
animal recebe, carinho e um bastão de plástico inquebrável com um pouco de
droga dentro, para brincar. Eles acabam associando o cheiro a algo positivo. Sempre
que sentir o odor da droga, vai procurar encontrá-la para conseguir a
recompensa. Eles não têm contato direto com a droga, portanto podemos afirmar
que não são viciados e muito menos dependentes. O treinamento pode gerar
stress no animal, porém este problema é facilmente resolvido com brincadeiras e
muito carinho. Partindo-se da premissa que o cão policial tem treinamento
militar e sempre acompanha o seu dono (parceiro), ele tem folgas como os
militares e quando perde a sua capacidade olfativa por volta dos 8 a 10 anos,
ele se aposenta, e em geral, vai para a residência do policial que ficou com
ele mais tempo.
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O presente Ensaio foi
Elaborado para Disciplina de Etologia, baseando-se nas fontes:
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