quinta-feira, 28 de maio de 2015

O cão policial, um parceiro.



Série Ensaios: Ética Animal

Por: Bruna Marchioro Dias
Acadêmica Curso de Ciências Biológicas


Em 1956, um garoto conhecido como Eduardinho, desapareceu da porta de sua casa. O governador de São Paulo, na época Janio Quadros, determinou que todos os esforços fossem feitos para encontrar o garoto. Porém três dias se passaram e ele não foi encontrado. A contra gosto de Janio, que queria fechar o canil da PM, como última alternativa foram usados os cães farejadores da PM. Após cheirar o travesseiro do menino, Dick que era um pastor alemão abandonado à porta da corporação e treinado pela mesma, adentrou a mata próximo à casa, e encontrou o garoto dentro de um poço abandonado, coberto de folhas, aos prantos. Após este episódio Dick recebeu uma promoção, passando a ser conhecido como Cabo Dick. O seu busto está até hoje na entrada do canil da PM-SP e é conhecido como herói e campeão de buscas.


Etapas do treinamento de um cão policial - Aos quatro meses o filhote inicia o treinamento, que dura oito semanas. Nesta fase o animal convive com seu parceiro policial, onde brinca e acostuma-se a identificar o dono pelo cheiro, bem como a se comunicar com ele. Na segunda fase do treinamento, que vai até o 15º mês, o cão recebe o adestramento. Ele aprende duas ações básicas: a repetição de palavras curtas e a recompensa, como um biscoito ou um brinquedo, dado quando os comandos são reconhecidos ou obedecidos. Na terceira fase o animal aprende a atacar uma pessoa, imobilizando-a até o policial mandar parar. Nesta fase também aprende a subir e descer escadas, saltar de lugares altos, conviver com fogo e habitua-se a barulhos e tiros. Numa última fase animais selecionados, recebem de acordo suas aptidões, treinamento para o reconhecimento de drogas e explosivos. O método de ordem e recompensa está presente em todas as fases do treinamento, tornando o cão apto a: atacar um criminoso, imobilizar suspeitos, localizar pessoas pelo faro e identificar a presença de drogas ou explosivos.          Os cães da raça pastor alemão são os preferidos para o treinamento, pois são bastante apegados ao parceiro, são sociáveis e tem força e resistência adequadas para a atividade policial. No controle de rebeliões são utilizados cães da raça rottweiller devido ao seu porte e força. O cão labrador é capaz de identificar cerca de 25 odores diferentes, por isso é usado em aeroportos e barreiras policias, como farejadores de drogas. Para a detecção de explosivos pelo olfato, o cão escolhido é o pastor belga de Malinois.  Os cães mestiços ou mix de raças, de acordo com um estudo realizado pelo Dr. David Smith, do Departamento de Ciências Animais da Universidade de Aberdeen, possuem melhor percepção espacial e capacidade de resolver problemas que os “cães de raça”. Os resultados são animadores pois “sete entre os dez melhores cães, eram mestiços”. Estes animais são mais baratos, bastante resistentes e resolvem o problema da escassez de cães de raça para treinamento.
            Eu, como formanda em Biologia, penso que é importante se ressaltar que durante o treinamento, o uso da droga e ou explosivos, não oferece nenhum risco para os cães, pois apenas o odor é utilizado. Os cães não tem nenhum contato com o produto, só sentem o cheiro. Em toda missão de sucesso o animal recebe, carinho e um bastão de plástico inquebrável com um pouco de droga dentro, para brincar. Eles acabam associando o cheiro a algo positivo. Sempre que sentir o odor da droga, vai procurar encontrá-la para conseguir a recompensa. Eles não têm contato direto com a droga, portanto podemos afirmar que não são viciados e muito menos dependentes. O treinamento pode gerar stress no animal, porém este problema é facilmente resolvido com brincadeiras e muito carinho. Partindo-se da premissa que o cão policial tem treinamento militar e sempre acompanha o seu dono (parceiro), ele tem folgas como os militares e quando perde a sua capacidade olfativa por volta dos 8 a 10 anos, ele se aposenta, e em geral, vai para a residência do policial que ficou com ele mais tempo.
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O presente Ensaio foi Elaborado para Disciplina de Etologia, baseando-se nas fontes:         


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