Série
Ensaios: Ética Animal
Por
Bruna Fontana
Acadêmica
do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas
Bonedigger é um leão que vive em um zoológico na cidade de Wynnewood no estado de Oklahoma
(EUA), com seus cinco anos de idade, fez
uma grande amizade com um cãozinho da raça Dachshund chamado Milo. Os dois são inseparáveis,
Milo chega a lamber as presas do amigo para limpá-las, demonstrando seu grande
amor.
Cada
vez mais nos dias de hoje - com tantos tipos de informações de fácil acesso -
nos deparamos com milhares de casos que comprovam o quanto um animal se
assemelha com os seres humanos, relacionado ao fato de expressarem seus sentimentos.
Estudos sobre o metabolismo do cérebro
fornecem essas evidências que existem processos cerebrais comuns. Pesquisas
mostram que o neurotransmissor
dopamina é
importante no processamento de emoções como
alegria e desejo, tanto em humanos como em outros mamíferos.
Os
Elefantes são excelentes modelos para estudo dos sentimentos animais. São animais
que sentem muito a perda de outro do grupo, chegando a formar círculos em torno
do cadáver e depositar folhas e galhos enquanto choram. Diversos mamíferos
costumam brincar com
seus próprios pés quando está contente, assim como os bebês fazem, a diferença
é que permanecem assim até na vida adulta. Macacas
gostam sempre de ter suas crias por perto, e são totalmente dispostas a atacar
qualquer um mal intencionado que chegue mais perto, assim como toda verdadeira
mãe.
No bestseller
mundial “Quando os elefantes
choram” escrito por Jeffrey Masson e Susan
Mccarthy
podemos ver e até mesmo nos emocionar com vários exemplos que nós fazem
perceber que os animais são capazes sim, de sentir emoções causadas pelos
sentimentos que carregam dentro de si. Um chimpanzé que
chorou a morte da
mãe até morrer de tristeza. Um papagaio que
grita desesperado o quanto ama seu dono ao ser deixado por ele no veterinário,
achando que seria abandonado. Um gorila que
adora brincar de boneca, mais só quando não tem ninguém por perto, por conta da
sua timidez. Um búfalo que
patina no gelo simplesmente para se divertir.
Eu
como formanda em Biologia e a vida inteira tendo um animalzinho como
companheiro, acho praticamente impossível não reparar que a cada atitude no
dia-a-dia, existe um tipo de sentimento envolvido, dizendo isso por experiência
própria. Os animais bem tratados mesmo não sendo capazes de pedir, gritar,
implorar pelo o que deseja, na maioria das vezes conseguem expressar o que
querem ou o quanto estão satisfeitos, pela fisionomia e
pela forma que expressam suas emoções e sentimentos. Emoção é a ação
instintiva, que passa pela percepção mental em frações de segundos e
desencadeia reações orgânicas. Isso resulta sensações físicas como, por
exemplo, o medo que surgi antes de qualquer outra coisa, até mesmo da
consciência, quando aparece perante nós um perigo. Posteriormente surge o juízo
“tenho medo”, ”estou assustado” e isso sim são os chamados sentimentos.
Sentimentos são mais conscientes, e podemos
considerar uma evolução das emoções. Os dois interagem entre si, sendo
as emoções que da origem a sentimentos. O fato de existir muitas pessoas que
não acreditam em sentimento animal, os torna mais vulneráveis, e
essa é mais uma razão para tratarmos eles sempre com carinho.
O presente ensaio foi
elaborado para disciplina de Etologia, baseando-se nos seguintes referenciais:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/raiva
http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/tristeza-dura-mais-tempo-do-que-qualquer-outra-emocao/
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