segunda-feira, 25 de maio de 2015

Não É Porque Eu Não Falo Que Eu Não Sinto



Série Ensaios: Ética Animal


Por Bruna Fontana
Acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas

Bonedigger é um leão que vive em um zoológico na cidade de Wynnewood no estado de Oklahoma (EUA), com seus cinco anos de idade, fez uma grande amizade com um cãozinho da raça Dachshund chamado Milo. Os dois são inseparáveis, Milo chega a lamber as presas do amigo para limpá-las, demonstrando seu grande amor.


Cada vez mais nos dias de hoje - com tantos tipos de informações de fácil acesso - nos deparamos com milhares de casos que comprovam o quanto um animal se assemelha com os seres humanos, relacionado ao fato de expressarem seus sentimentos. Estudos sobre o metabolismo do cérebro fornecem essas evidências que existem processos cerebrais comuns. Pesquisas mostram que o neurotransmissor dopamina é importante no processamento de emoções como alegria e desejo, tanto em humanos como em outros mamíferos.
Os Elefantes são excelentes modelos para estudo dos sentimentos animais. São animais que sentem muito a perda de outro do grupo, chegando a formar círculos em torno do cadáver e depositar folhas e galhos enquanto choram. Diversos mamíferos costumam brincar com seus próprios pés quando está contente, assim como os bebês fazem, a diferença é que permanecem assim até na vida adulta. Macacas gostam sempre de ter suas crias por perto, e são totalmente dispostas a atacar qualquer um mal intencionado que chegue mais perto, assim como toda verdadeira mãe.
No bestseller mundial “Quando os elefantes choram” escrito por Jeffrey Masson e Susan Mccarthy podemos ver e até mesmo nos emocionar com vários exemplos que nós fazem perceber que os animais são capazes sim, de sentir emoções causadas pelos sentimentos que carregam dentro de si. Um chimpanzé que chorou a morte da mãe até morrer de tristeza. Um papagaio que grita desesperado o quanto ama seu dono ao ser deixado por ele no veterinário, achando que seria abandonado. Um gorila que adora brincar de boneca, mais só quando não tem ninguém por perto, por conta da sua timidez. Um búfalo que patina no gelo simplesmente para se divertir.
Eu como formanda em Biologia e a vida inteira tendo um animalzinho como companheiro, acho praticamente impossível não reparar que a cada atitude no dia-a-dia, existe um tipo de sentimento envolvido, dizendo isso por experiência própria. Os animais bem tratados mesmo não sendo capazes de pedir, gritar, implorar pelo o que deseja, na maioria das vezes conseguem expressar o que querem ou o quanto estão satisfeitos, pela fisionomia e pela forma que expressam suas emoções e sentimentos. Emoção é a ação instintiva, que passa pela percepção mental em frações de segundos e desencadeia reações orgânicas. Isso resulta sensações físicas como, por exemplo, o medo que surgi antes de qualquer outra coisa, até mesmo da consciência, quando aparece perante nós um perigo. Posteriormente surge o juízo “tenho medo”, ”estou assustado” e isso sim são os chamados sentimentos. Sentimentos são mais conscientes, e podemos considerar uma evolução das emoções. Os dois interagem entre si, sendo as emoções que da origem a sentimentos. O fato de existir muitas pessoas que não acreditam em sentimento animal, os torna mais vulneráveis, e essa é mais uma razão para tratarmos eles sempre com carinho.  

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, baseando-se nos seguintes referenciais:
http://saude.ig.com.br/cerebro/                
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/raiva

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