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quinta-feira, 21 de maio de 2015
E o bicho que “até parece gente”, ou, a gente que “até parece bicho”?
Diariamente nos deparamos com situações um tanto quanto
inusitadas – pelo menos para a maioria da população - ao vermos a interação
entre diferentes animais. Não somente por demonstrações emotivas e conscientes
de animais domésticos, mas também por ações pensadas – de certa forma- em
diferentes animais selvagens. Atualmente, há um grande enfoque em pesquisas
sobre a consciência
e o comportamento no mundo animal, contudo, há certos
comportamentos fáceis de serem identificados através de percepções humanas
básicas. Com o convívio diário das redes sociais, diversos vídeos e postagens
são publicadas instantaneamente, exemplificando comportamentos entre diferentes
espécies, não somente entre animais não humanos, como por exemplo a alimentação de um cachorro
por uma ave, assim como entre humanos-animais.
Seria incoerente correlacionar interações como estas às ações não conscientes,
tratando-se de situações que, em um ambiente natural, poderiam colocar em risco
não somente à vida do indivíduo, como a população no todo. Pode-se, de certa
maneira, afirmar que os animais estão cientes do ambiente em que se encontram,
assim como podem pressupor e reagir a situações anteriormente vistas, como o gato que, ao ouvir o barulho
da impressora, mantém os olhos fixos sobre a parte superior da mesma, na
qual sai o papel. Para alguns, este comportamento poderia ser mera reação à
situação em que se encontra. No entanto, é notória a diferenciação entre um
instinto reacional e um comportamento pensado, visto a distância real entre um
instinto natural e a reação a uma impressora. Outro comportamento consciente é
o qual pode ser visto em animais que correlacionam algum efeito benéfico em plantas
alucinógenas e as consomem. Em casos de primatas, existem
experimentos realizados com fornecimento desigual de
alimentos em recompensa à uma ação do macaco, em que um deles sente-se
injustiçado ao ganhar o alimento “menos” preferido. Ainda
exemplificando comportamentos relacionados à mesma espécie animal, como “o macaco provocador”, que, ao
se divertir durante a provocação feita aos tigres,
poderia colocar em risco sua vida, visto que naturalmente, estes podem ser
predados por carnívoros de maior porte, como o tigre. Por consequência, surge a
pergunta que não quer calar: os animais que “até parecem gente”, ou nós, serem
“racionais”, que copiamos ações comportamentais dos animais?!
Eu, como formanda em Biologia, acredito que,
majoritariamente, o desconhecimento sobre determinado assunto pode mudar o rumo
de toda uma história. Apesar dos estudos que vem sendo atualmente realizados
com comportamentos animais e seus níveis de consciência, grande parte da
sociedade ainda está atada às antigas concepções de que, animais, além de serem
espécies inferiores ao ser humano, são isentas de consciência (ao menos, ao
nível da consciência humana). No entanto, em curtas observações, é notável que
os animais (como um todo) apresentam sim consciência, e ainda, emoções e
sentimentos relacionados à mesma. Não somente nos vídeos analisados acima, mas
diariamente somos deparados à situações que nos colocam frente a um
questionamento do quão próximos estamos do mundo animal em termos de
comportamento. A resposta seria fácil: a espécie humana é somente mais uma na
natureza.O ser humano, na sua grande maioria, está ainda
fortemente atado à ideia de que, para sentir dor, precisa-se expressar
comportamentos relacionados a tal. No entanto, sabe-se que animais como
anfíbios, insetos e outros desprovidos de reações comportamentais – ou até o
momento, não identificadas - relacionadas à dor física/emocional, são aptos a
apresentarem ações conscientes e respostas aos diversos estímulos do ambiente.
Assim, espera-se que, num futuro próximo, as atuais e novas gerações sejam
capazes de conscientizar-se da inserção do mundo animal no mundo humano, e
assim, caminhar lado a lado, em um rumo natural ao da evolução, impedindo assim
que sejamos possuidores da natureza, e sim, parte dela.
O
presente estudo foi elaborado para disciplina de Etologia e teve como base as
fontes:
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