Série Ensaios: Ética
no Uso de Animais e Bem-estar animal
Por Silvana Cristina Aguilera
Pós-graduanda do Curso de
Conservação da Natureza e Educação Ambiental
A interação entre homens e a natureza sempre esteve
presente na trajetória da humanidade, desde uma época em que os homens viviam
em cavernas e encontravam na caça uma forma importante de sobrevivência, era um
tempo onde havia equilíbrio, mais a espécie humana foi evoluindo rapidamente e
assim adaptando o ambiente para si, tornando a natureza e os animais
vulneráveis as suas ações. Em 1970
surgiu a Bioética
Ambiental, em que faz pensar nas ações humanas contra a natureza e assim criar
medidas para desenvolvimento
sustentável onde às duas partes serão beneficiadas.
Leonardo
da Vince escreveu uma frase muito importante: “Haverá
um dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e, nesse dia, um crime
contra um animal será considerado um crime contra a humanidade.”. Há muito tempo surgiu à
preocupação com o bem-estar animal e o professor John
Webster
criou uma teoria que foi divulgada pelo FAWC onde
fala sobre as Cinco Liberdades dos Animais: Livre de sede, fome e desnutrição
pelo pronto acesso à água fresca e uma dieta para manter a plena saúde e vigor;
Livre de desconforto propiciando um ambiente adequado, incluindo abrigo e uma
confortável área de descanso; Livre de
dor, lesões, doenças e prevenção ou diagnóstico rápido e tratamento; Liberdade
para expressar comportamento normal, fornecendo espaço suficiente, instalações
adequadas e companhia de animais da própria espécie; Livre de medo e estresse, assegurando condições que
evitem o sofrimento mental. As cinco liberdades nos fornece um parâmetro para
medirmos ou promovermos o bem-estar dos animais.
Existe um
grande conflito quando se fala sobre a caça ou abate para controle populacional de espécies
silvestres, pois algumas espécies têm causado danos graves ao meio ambiente
como a morte de espécies da fauna nativa; transmissão de doenças para animais
nativos; a diminuição de espécies vegetais nativas; aceleração do processo de
erosões; ataques às plantações; ataque
a animais domésticos; e, em alguns casos como do Javali (Sus
scrofa scrofa) o IBAMA
registrou, também, ataques à humanos.
Outra espécie que está causando discussão é a capivara (Hydrochoerus hydrochoeris) um grande roedor nativo que está se beneficiando de
regiões onde há falta de predadores e excesso de recursos alimentares e de refúgios.
Sabe-se que o meio ambiente vem sendo destruído pela ação do homem, isso é
antes a população de capivaras era controlada, pois existiam seus predadores naturais como as onças e jacarés, agora de quem é a culpa de algumas
espécies silvestres se proliferarem? Será que é necessário matar
para tentar controlar uma população? Este
ponto de vista é polêmico, por
diversos motivos, muitos defendem que a caça é a solução mais barata
e conveniente para o controle populacional. Informações mostram que a capivara
é uma hospedeira do carrapato-estrela,
transmissor da febre maculosa, doença que já matou ao menos 19 pessoas em
Piracicaba desde 2009, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde.
Como
todos os roedores, as capivaras regulam a sua reprodução de acordo com a oferta
de alimentos. É a quantidade de alimentos disponível que leva ao aumento da
taxa de reprodução. Quanto mais animais nascerem, maior será o número de
capivaras com bacteremia. E
quanto mais bacteremia, maior o número de carrapatos
infectados transmitindo a bactéria explica o professor Marcelo Bahia Labruna,
da FMVZ e
sugere que seja feito um controle reprodutivo (impedir a reprodução) de
capivaras, especialmente por meio da diminuição da oferta de alimentos e a
colocação de cercas que impeçam esses animais de chegarem às lavouras.
Eu como Bióloga acredito que
a caça não deve ser utilizada como instrumento de manejo de
espécies nativas ou exóticas. Porém a única forma para se fazer o controle
populacional deve ser restabelecer a cadeia
alimentar. Porém, sabemos que isso é algo quase impossível pois as ações do homem
só vem prejudicando cada vez mais o ecossistema. Segundo Xeixas uma
alternativa seria estudar a biologia
reprodutiva destas espécies e desenvolver métodos contraceptivos.
Esta seria uma alternativa para conter o aumento da população sem tirar a vida.
Sabemos que isso não é ético, porque o principal intuito das espécies é se reproduzir,
mais creio é melhor do que tirar a vida de uma espécie. Deve-se considerar que
estes animais são protegidos pela Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1.998 -
Lei de Crimes Ambientais CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE art. 32
conforme segue:
Art.
32 -
Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses
a um ano, e multa.
Esse
ensaio foi elaborado para disciplina de Ética
no Uso de Animais e Bem Estar Animal sendo baseado nas obras:
FISCHER, M. Ética no
Uso de Animais e Bem-estar Animal-Palestra/ Encimey. Disponível
no link: < http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2013/10/etica-no-uso-de-animais-e-bem-estar.html#links >. Acesso em 12de Abril 2013.
Construir notícias.
Disponível no link: <http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=864>. Acesso em 12 de
Abril 2014.
Agitação. Animais
silvestres na mira da insanidade humana. Disponivel no link: <http://www.portalagitacao.com.br/index.php?pagina=artigo&secao=3&id=34>. Acesso em 19 de
Abril 2014.
Biópolis. Capivara.
Disponivel no link: <http://www.biopolis.com.br/os-animais/capivaras.html>. Acesso em 19 de
Abril 2014.
Agência USP de
notícias. Capivara é hospedeiro amplificador da bactéria causadora da febre
maculosa. Disponível em < http://www.usp.br/agen/?p=6114>. Acessado em 07
de Maio 2014.
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