Série Ensaios:
Aplicação da Etologia
Por Alex da Costa Picoli, Giuliano Menegale Martinazzo e Victor Atalibio
Guarda.
Acadêmicos do Curso de Ciências
Biológicas
Há muitos
anos existiam no planeta seres os quais pouco se sabe hoje em
dia. Existe uma lacuna no conhecimento científico em relação a esta época. Isso
se deve justamente ao fato de não termos muitas evidências claras oriundas
desta época. Com o desenvolvimento tecnológico e científico, nos tempos de
hoje, já é possível fazer algumas análises tais como carbono 14 para averiguar a idade do material
ou até mesmo morfometria destes seres, sejam eles animais ou plantas. Não
apenas animais, como vestígios deixados pelo homem antigo nos dão ideias do
comportamento no ambiente em que estavam inseridos, no Brasil muitos estudos
relacionados a sambaquis, mostram que perto destes amontoados
de conchas, existiam fogueiras, restos de alimentos, ferramentas utilizadas,
além de sepultamentos realizados pelos índios do litoral brasileiro. A paleoetologia é a ciência que estuda o
comportamento de organismos a partir de registros fósseis. Este tipo de estudo
é de fundamental importância para entendermos as relações intra e
interespecíficas das espécies existentes na antiguidade. Deste modo torna-se
possível montar algumas estimativas comportamentais que ocorriam na época dos
dinossauros, por exemplo. Quando analisamos o comportamento de algum animal,
podemos ir muito mais longe do que o próprio comportamento do mesmo. Os fósseis
podem nos dar informações de extrema importância e estes são a matéria prima de
qualquer estudo de paleoetologia. Dependendo do fóssil, é possível mapear
comportamentos que nos levam a conclusões bem precisas, tais como, estilo de
vida do animal, e com isto em mão estão abertas as portas necessárias para
criar uma simulação de habitat e de como poderiam ser algumas das variações
comportamentais dos seres estudados, sendo assim possível recriar com ajuda de
programas de digitalização algumas possíveis cenas desta época. Estas podem
demonstrar com mais clareza como os animais se comportavam quando havia um
encontro indesejado, quando caçavam e, inclusive, alguns comportamentos
reprodutivos. Também é possível averiguar como eram as táticas de defesa e até
qual foi o evento que levou a morte dos indivíduos. A
paleoetologia é uma ciência relativamente nova, a qual não possui muitos
registros diretos na literatura.
Uma das
novas áreas da paleoetologia é a tanatoetologia, também conhecida como comportamento
da morte, que tenta remontar os comportamentos dos organismos instantes antes
de sua morte, podendo ainda remontar o ecossistema em que vive pelo conteúdo
estomacal dependendo do seu modo de fossilização e o início de seu processo de
fossilização (Martins-Neto & Galego, 2006). Em insetos podemos identificar
um comportamento nomeado como Dança da Morte ou da Agonia que segundo FILIPE
(2007) o movimento agonizante no substrato gera marcas. Para trilobitas pode ser observado o movimento de enrolamento (imagem) quando a situação no ambiente não
está favorável a sua vida ou apresenta algum perigo por algum predador, podendo
também expor alguns espinhos que possua na sua região dorsal como defesa. Umas
das grandes descobertas da paleoetologia é a descoberta que algumas espécies de
dinossauros apresentavam cuidados parietais com seus filhotes, tudo a partir de
evidências fosseis de ninhos encontrados na África do Sul, como é mostrado
neste vídeo.
A Etoprimatologia que estuda o comportamento de primatas também pode ser
usada na paleoetologia mostrando a história natural do ser humano.
Nós como
formandos de Biologia acreditamos que a paleoetologia ainda é uma ciência
realmente nova, então não existem muitos pesquisadores para completar as
lacunas que faltam no conhecimento científico, porém mostra ser uma área
importantíssima para desvendar as relações inter e intra específicas de épocas
remotas.
O presente ensaio foi elaborado para
disciplina de Etologia, baseando-se nas obras:
FILIPE, C. H. O. A paleoetologia e a
tafonomia como ferramentas para o estudo de casos de evidências de Tanatose em
Artrópodes fósseis. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia – Graduação em
Ciências Biológicas). Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2007.
GASPAR,
M. D.; Considerations of the sambaquis of the Brazilian Coast, Antiquity 72, 1998, 592 – 615.MARTINS-NETO, R. G; GALEGO, O. F. “Death Beahviour – Thanatoethology, new term and concept: A tahaphnic analysis providing possible paleoethlogic inferences. Specual cases from arthropods of the Santana Formation (Lower Cretaceous, Northeast Brazil), São Paulo, UNESP, Geociências, v. 25, n. 2, p 241 – 254, 2006
http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/pt/tempo/sambaquis/index.html
http://www.oocities.org/capecanaveral/campus/7472/paleontp.html
http://www.ufrgs.br/projetoamora/atividades-integradas/atividades-integradas-2011/um-pouco-da-historia-da-terra
http://www.youtube.com/watch?v=GnDDcJsStJY
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