Cérebros
que se revelam
Série Ensaios:
Aplicação da Etologia
Por Gustavo Henrique
Schunemann,
Acadêmico do Curso
de Ciências Biológicas
Atualmente a neurociência encaminha-se para diversas áreas, desde a busca de curas para patologias como Alzheimer, Mal de Parkinson, epilepsia e lesões em células nervosas, como o incremento das capacidades humanas como comunicação telepática e interfaces cérebro-máquina. Tratamentos com magnetismo aplicado a cabeça de pessoas que sofrem com epilepsia já estão sendo utilizados e demonstram grande eficiência. Com relação a interfaces cérebro-máquina o maior expoente nesses estudos vem do cientista brasileiro Miguel Nicolelis, este vem desenvolvendo um exoesqueleto que através de microchips implantados diretamente no cérebro comunica-se com o sistema nervoso central, movendo-se de acordo com as vontades do usuário, sendo que os processos neurais são decodificados e processados por computadores através de elaborados sistemas de data binning, o que num futuro próximo permitirá que tetraplégicos e paraplégicos consigam movimentar seus membros com o auxílio deste exoesqueleto. Antes de testar seu exoesqueleto em humanos, Nicolelis vem aprimorando sua pesquisa em macacos, sendo que estes controlam mãos biônicas com sua própria atividade cerebral através também de chips implantados em seu córtex cerebral. Outro exemplo interessante das aplicações da neurociência está no chamado monitor tátil, trata-se de uma película projetada para deficientes visuais que é posicionada sobre língua, esta vibra de acordo com a aproximação do usuário a paredes, portas abertas, objetos e etc. Desta forma o usuário é orientado no espaço em que se encontra, pois aprende a “ler” os padrões vibracionais emitidos pelo monitor tátil quando aproxima-se ou afasta-se de algo. O funcionamento deste equipamento baseia-se na emissão de ondas sonoras imperceptíveis ao ouvido humano. (Bach-y-Rita, Collins et al. 1969) (Veja a reportagem). Pesquisadores da Hungria concluíram recentemente, por meio de ressonância magnética em cachorros, que estes processam os sons – especialmente aqueles carregados de emoção, como choro ou riso – de maneira muito similar aos seres humanos. A descoberta sugere que, embora os cães estejam longe de conseguir se expressar em linguagem humana, eles são capazes de compreender nossos sentimentos a partir dos sons que produzimos, como se uma espécie de telepatia inata.
Eu formando em Biologia
percebi que os progressos da neurociência vem nos permitindo muitos avanços na
área da etologia, pois estuda padrões comportamentais de diversos seres a
partir de seu âmago biológico, que são as células nervosas. Seja estudando-se a
evolução do sistema nervoso ou o comportamento celular, a neurociência é de
fundamental importância para entendermos como nossas células comunicam-se entre
elas mesmas e o meio ambiente, elucidando assim diversas respostas
comportamentais que observamos no dia a dia. Apesar de do enorme desafio
encontrado pelos neurocientistas de desvendar os mistérios entre o atual gap existente entre a mente, o cérebro e
o comportamento humano, além da dificuldade da coleta de dados oriundos do
sistema nervoso central, é nítido que a humanidade está prestes a cruzar mais uma fronteira do
conhecimento em direção à compreensão do imenso poder do cérebro, um
conhecimento que poderá ser aplicado com grande proveito nas áreas de saúde e
tecnologia.
O presente ensaio foi elaborado para
disciplina de Etologia, baseando-se nas seguintes obras:
L. Préfacio da
História da Neurociência. Disponível em: <https://sites.google.com/site/nucleodeneurociencia/blog/prefaciodahistoriadaneurociencia>
Acessado em 10/03/2014
LENT, R. (2010). "Cem bilhões de neurônios-Conceitos
Fundamentais em Neurociência. 2ª." Edição, Editora Atheneu.
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