terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Contra dor da rejeição: um paracetamol...



Estou desfrutando da obra de Leonard Mlodinow “Subliminar: como o inconsciente influencia nossas vidas”, o autor reúne em uma linguagem acessível o resultado de pesquisas fantásticas nessa área. Dentre tantas coisas interessantes o que me chamou a atenção foi o momento em que discutia sobre a inter-relação entre dor física e mental, e desde dos homens da cavernas, já se sabia que um “pé” dói de verdade, uma vez que as áreas do cérebro relacionadas com a dor da separação física – fundamental para proteção de filhotes quando apartados de suas mães – foram utilizadas para sensação de rejeição social – fundamental para manter grupos coesos, uma vez que sozinhos não teriam chances de sobrevivência. A região cerebral em questão é o córtex cingulado anterior, o qual permite o compartilhamento da sensação da dor de uma topada no dedão e de uma desfeita. 
O interessante é que partindo dessa premissa foi realizada uma pesquisa – por C. Nathan DeWall, da Universidade de Kentucky - se medicamentos para dor física, poderiam também inibir a dor social.  O princípio ativo testado foi o paracetamol administrado duas vezes ao dia e os sujeitos das pesquisas submetidos a diferentes testes. O resultado? De fato o medicamento reduz a atividade das áreas cerebrais relacionadas à exclusão social. Seria então a descoberta para curar um coração partido? A Conclusão do autor é que a rejeição social é algo tão relevante para os seres humanos que se constitui do principal risco para saúde.

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