Estou desfrutando da obra de
Leonard Mlodinow “Subliminar: como o inconsciente influencia nossas vidas”, o
autor reúne em uma linguagem acessível o resultado de pesquisas fantásticas
nessa área. Dentre tantas coisas interessantes o que me chamou a atenção foi o
momento em que discutia sobre a inter-relação entre dor física e mental, e
desde dos homens da cavernas, já se sabia que um “pé” dói de verdade, uma vez
que as áreas do cérebro relacionadas com a dor da separação física –
fundamental para proteção de filhotes quando apartados de suas mães – foram
utilizadas para sensação de rejeição social – fundamental para manter grupos
coesos, uma vez que sozinhos não teriam chances de sobrevivência. A região
cerebral em questão é o córtex cingulado anterior, o qual permite o
compartilhamento da sensação da dor de uma topada no dedão e de uma desfeita.
O
interessante é que partindo dessa premissa foi realizada uma pesquisa – por C.
Nathan DeWall, da Universidade de Kentucky - se medicamentos para dor
física, poderiam também inibir a dor social. O princípio ativo testado foi o paracetamol administrado
duas vezes ao dia e os sujeitos das pesquisas submetidos a
diferentes testes. O resultado? De fato o medicamento reduz a atividade das
áreas cerebrais relacionadas à exclusão social. Seria então a descoberta para
curar um coração partido? A Conclusão do autor é que a rejeição social é algo
tão relevante para os seres humanos que se constitui do principal risco para
saúde.
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