Ciclos são ótimas oportunidades
que a vida nos proporciona para recomeçar...
Nas sociedades modernas alguns ciclos são mais reverenciados, como os
anuais e os de aniversários, contudo não podemos deixar de reverenciar o ciclo circadiano -
nada como uma noite para reanimar o corpo e espírito - e as estações do ano,
marcadamente determinando comportamentos específicos. Os ciclos naturais ditam
os ritmos biológicos que regem a sinfonia da nossa existência. Ao nível
molecular a produção de hormônios e neurotransmissores, a reprodução celular e
a movimentação das nossas moléculas, são harmonicamente orquestradas para que
não haja desperdício e que para que seja mantida uma perfeita sincronia entre o
que ocorre dentro do nosso corpo com o que ocorre no universo ao nosso redor.
Podemos dizer que nascemos e morremos a cada uma desses ciclos e talvez o mais
único que exista seja a batida do nosso coração. A cada sístole e diástole um
fluxo de alimento, oxigênio e mensagens químicas atravessam nosso corpo,
colocando todas as nossas células em uma divina harmonia, assim todas nossas 50
trilhões de células funcionam juntas, cada qual com sua peculiaridade, em prol
de um único objetivo, manter o seu conjunto – que somos nós – vivo! É bonito
demais! O interessante é que cada coração produz infrassons específicos, os
quais têm sido estudados
para produção de uma senha única e universal para que possamos usar em
todos os aspectos da vida moderna, do acesso ao e-mail, a conta do banco, ligar
o carro ou abrir a porta de casa. É fantástico!
A cada ciclo
que proporciona um novo nascimento, obviamente não nascemos iguais a quando
morremos, essa dinamicidade de oportunidades, cultua outro aspecto fantástico
da vida que é a efemeridade. Morremos um, nascemos outro, ao mesmo tempo que
somos único e efêmeros, temos a oportunidade de sermos muitos e eterno... é o
paradoxo da vida!
A analogia que
melhor me cabe é de uma gigantesca montanha russa, com seus luppings, dá medo,
mas é gostoso! A vida me parece também os livros que li... nunca sou a mesma
depois de um livro, sinto que morri e nasci, sinto uma ansiedade em terminar o
livro, ao mesmo tempo, que me dá uma frustração em ter que deixa-lo! A
criatividade e potencial poético da alma humana torna ilimitada a fonte de
analogias para comparar a vida, o importante mesmo é termos essa inexplicável
oportunidade de estarmos experienciando as sensações de estarmos vivos, de
estarmos darmos vida às nossas emoções... boas ou ruins, não importa! O
importante é estarmos em cena!
Normalmente sou um pouco rebelde com relação
as datas festivas, não pelo que se comemora, em si... mas pela exploração
comercial que existe sobre algo que ao meu ver deviria ser apenas vivenciado.
Essa exploração comercial vende uma ideia de que se consumirmos estaremos
inseridos na sociedade e iremos vivenciar a situação da forma que é pré-determinada...
Cada pessoa tem uma história, isso é o mais lindo da vida... a oportunidade que
você tem de ser único, esse lance que precisa ser assim ou assado, ou que
precisa ser tudo perfeito para ser feliz, é mentira... você tem que viver
aquele momento, sentir que seu corpo físico e seu corpo espiritual estão em perfeita
sintonia naquele instante do tempo e do espaço e possa desfrutar integralmente
de tudo que a vida lhe proporciona. Cada ser humano vai perceber a vida de uma
forma, então não é sábio comparar.
Final de ano,
tudo conspira para refletirmos sobre como foi o ano e como queremos que seja o
próximo. Eu particularmente acredito que deveríamos fazer isso todos os dias,
mas tudo bem, vamos no espírito. É importante primeiro agradecer à vida e às
oportunidades. Eu sou imensamente grata por todas as pessoas que passaram pela
minha vida esse ano, e olha que foram muitas! Fazer parte da vida dessas
pessoas, mesmo que um pouquinho, é um presente pra mim! Eu sei que me estressei
demais esse ano, talvez por falta de sabedoria de saber administrar e separar o
que era urgente do que era importante! Mas estou disposta a rever minhas
condutas no próximo ano! Também sou grata por tudo que foi construído: as
relações pessoais e profissionais, a produção científica, a formação
profissional, a consolidação de projetos, enfim... se para o nosso espírito faz
bem acreditar que a vida está no dando uma nova oportunidade e que a
imperceptível e tênue linha que separa as 23h59 do dia 31/12/2012 das 00h00 do
dia 1/1/2014 vai nos brindar com uma perspectiva de termos uma existência
melhor.... Que venha 2014!
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