Série Ensaios: Sociobiologia
por Claudielly dos Santos
Hekavey, Juliana Meyer e Tatyani Fernanda dos Santos
Acadêmicas do
Curso de Ciências Biológicas
Sarah
Zelinski, Kayla Hatzel e Dylan Lambi-Raine, alunas do curso de estudos de
gênero da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, tiveram uma ideia criativa
para expor a forma como a publicidade explora massivamente os estereótipos de
gênero. As estudantes canadenses produziram um vídeo no qual invertem o papel
de homens e mulheres em anúncios reais. Quando acaba de apresentar os anúncios
originais, o vídeo pergunta se o expectador achou os mesmos “ridículos”. Após o
questionamento, são apresentados os anúncios com os “papéis” invertidos. O
resultado é a sensação de que os estereótipos de gênero estão de tal forma
culturalmente enraizados que o ridículo de explorá-los só se torna evidente com
a inversão dos “papéis”. O vídeo, intitulado ‘Representations of gender in
advertising’ (‘Representações de gênero na propaganda’), ainda apresenta
estatísticas quanto aos números da violência de gênero no Canadá e os relaciona
com a representação da mulher nos anúncios publicitários.
“Algumas campanhas retratam a mulher como
altamente sexual e submissa. E o homem, como dominante e agressivo”, diz Sarah
Zelinsky.
Os resultados demostram que quem
opta pela inversão dos papeis sofre preconceito no ambiente de trabalho e
qualquer um que saia das expectativas tradicionais de o que é feminino e o que
é masculino pode ser penalizados. Assim, homens que assumem funções domésticas
após ter filhos, como passar mais tempo em casa cuidando das crianças, recebem
tratamento pior do que aqueles que são os principais provedores da família e
colocam o emprego em primeiro lugar. Já mulheres que não assumem o papel de
responsável pelas funções
domésticas depois de terem filhos, bem como aquelas que escolhem não ser
mães, também são maltratadas com mais frequência pelos colegas do que mães que
assumem as tarefas domésticas.
A diferença entre
homens e mulheres é necessária para a
reprodução e começa muito antes do nascimento, durante a determinação do sexo,
que em humanos é feita pelos
cromossomos sexuais contidos nos espermatozoides,
o sexo feminino é definido pela existência de dois cromossomos X, o sexo masculino
é definido pela existência de um cromossomo X e de um cromossomo Y, sendo este cromossomo Y exclusivamente
masculino. Os espermatozóides
masculinos são mais leves, mais rápidos e menos resistentes já os femininos são
mais pesados, mais lentos e mais resistentes. Algumas pessoas acreditam que o
sexo é então determinado pelo seu mapa astral,
dia da relação sexual relacionada ao dia da ovulação, posição sexual, entre
outras crenças populares, mas essas variáveis ainda não são comprovadas
cientificamente (Superinteressante). Além dessas diferenças
exclusivamente sexuais, temos também diferenças hormonais,
na maneira de pensar, sentir e funcionar que parecem incompatíveis, mas que de
algumas maneira se completam, mistérios que deixam homens e mulheres integrados
a séculos. Fazendo uma rápida pergunta
para um grupo de amigos, chegamos à conclusão de que todos tem a mesma ideia, de que mulheres são emoção, dramáticas
e os homens são razão, objetivos, mas
explicar o porque isso acontece, dificilmente uma pessoa sabe, o que pode muito
bem ser explicado pelos detalhes que mostramos abaixo.
A primeira ideia quando pensamos
na diferença que nos une é a reprodução.
Várias características surgiram para esse fim, em média, homens são mais altos
e mais musculosos do que as mulheres, possuem uma abundância maior de testosterona,
hormônio sexual, característica da maioria dos mamíferos, esse dimorfismo sexual
é evidência indiscutível da seleção
natural resultante da competição milenar entre os machos pela posse das
fêmeas, sempre interessadas em se acasalar com os mais poderosos, capazes de
proteger suas proles. (Folha
de S. Paulo). Os neurocientistas têm
demonstrado que o dimorfismo na espécie humana não se restringe à aparência
física, mas está presente na configuração do cérebro, sendo seus tamanhos,
desenvolvimento, corpo caloso e áreas do córtex também
diferentes. Apesar de variações individuais, o cérebro
masculino é cerca de 9% maior do que o feminino.
Por outro lado, o corpo
caloso, estrutura que estabelece a conexão entre os hemisférios cerebrais
direito e esquerdo, é proporcionalmente mais desenvolvido nas mulheres. Os neurônios
das mulheres parecem formar maior número de conexões (sinapses),
essenciais do ponto de vista funcional, mas os homens têm em média 10 milhões a
20 milhões de neurônios a mais, e eles se encontram mais densamente empacotados
na maior parte dos centros cerebrais (Varella).
No entanto,
torna-se cada vez mais claro que a grande maioria das características humanas,
em especial aquelas de caráter comportamental, é de corrente de uma interação
das estruturas biológicas e do ambiente físico e sociocultural. A evolução humana foi diferente
entre homens e mulheres, sendo que desde os tempos mais primitivos,
em geral, os homens eram responsáveis pelas atividades fora do ambiente
doméstico, tinham como função a caça, a pesca e a defesa do território de
eventuais inimigos por meio da guerra. Precisavam ser fisicamente fortes e
corajosos para lidar com o desconhecido. As mulheres, por sua vez, ficavam na
comunidade para a coleta de raízes, frutos e sementes nas proximidades, se
dedicavam a cuidar das crianças e dos idosos, do lar, dos animais domesticados
e da agricultura e precisavam usar sua força guerreira na hora de parir os
filhos, tarefa que executavam sozinhas (Thays
Prado).
O século 20 e, especialmente, as
últimas décadas trouxeram evoluções importantes do ponto de vista da igualdade
de gênero: mulheres que trabalham fora de casa e ganham seus próprios
salários, o direito ao voto, o feminismo,
a pílula anticoncepcional, as melhorias legislativas em relação à licença
maternidade, e, ainda que em pequenas quantidades, mulheres chegando aos altos cargos
do poder público e das grandes empresas privadas, lutando para se igualar aos
homens, esquecendo de que são sim diferentes evolutivamente. Para Darwin as fêmeas, por
gastarem mais tempo e energia com a criação da prole, tendem a ser mais
recatadas, escolhendo os parceiros rigidamente, muitas vezes com base em
características físicas exageradas, como por exemplo, as caudas dos pavões ou os
chifres dos veados, e cores mais fortes para serem mais atraentes as fêmeas.
Mas mesmo diante desse quadro, cujas funções cerebrais de ambos os
sexos são exigidas de formas semelhantes, ambos os sexos devem ser iguais em
relação aos direitos, deveres e oportunidades de desenvolvimento de suas
potencialidades, mas diferenças continuam a existir, as mulheres continuam
ganhando menos que os homens e ainda por cima tem a profissão de mãe, o que as
vezes torna a maternidade um problema na vida da mulher fazendo com que algumas
rejeitem a ideia de serem mães (VEJA).
Porém como explica o estudo da
universidade Rotman School of Management, hoje em dia muitos homens já estão assumindo o
papel de ficar em casa e cuidar dos filhos situação que desmistifica que este
papel seja exclusivamente feminino, a ajuda do homem na criação dos filhos pode
melhorar muito a vida de um casal, a partir do momento em que eles dividem as
dificuldades do dia a dia, o entendimento entre ambos pode solucionar certos
conflitos. Colocar-se no lugar do outro e principalmente entender os motivos
pelos quais somos diferentes é fundamental, cabe a nós aprendermos a lidar com
as situações.
Nos formandas de Biologia,
acreditamos que no começo da história da humanidade existia uma melhor
aceitação sobre a diferenças entre homens e mulheres, os papéis eram definidos
e aceitos, porém existia uma separação de papéis muito grande, mulheres tinham “funções”
diferentes dos homens e um não podia exercer a “função” do outro. Hoje com a
revolução feminina, ocorre uma inversão de papéis, mas ainda estamos nos “adaptando” a essa nova
forma de ser. Mas sabemos também que a nossa evolução seguiu caminhos
diferentes, acreditamos que no futuro não exista um papel definido para cada
sexo, e que todos exercerão funções conforme suas habilidades e não levando em
consideração o sexo, e que homens e mulheres terão total igualdade de direitos,
sem deixar a origem de lado, seja ela masculina ou feminina, pois, é isso que
nos torna diferentes mais ao menos tempo complementares uns aos outros.
·
Fonseca, A. C e Rodrigues, B. (2010) Ser mãe não
é profissão. Trabalho e maternidade. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/especiais/mulher/ser-mae-nao-profissao-p-024.html
·
Houzel, S. H. (2009) Pílulas de neurociência
para um vida melhor. Editora GMT. 1ª Edição.
·
Kalil, I. (2013) Parceria com o homem faz diferença
na saúde da mulher. Agencia FioCruz. Disponível em: http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=5216&sid=3&tpl=printerview
·
Ponto a ponto ideias (2013) Sistema imunológico
das mulheres é mais forte que dos homens. Tratamentos e doenças. Disponível em:
http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/sistema-imunologico-das-mulheres-e-mais-forte-que-dos-homens,1a596fa5290c0410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html
·
Prado, T. (2013). Mulheres, homens e suas
diferenças biológicas e históricas. Disponível em : http://www.maistato.com.br/2013/07/19/mulheres-homens-e-suas-diferencas-biologicas-e-historicas/
·
Rocha, C. S. M. (2013) Direitos da Mulher: Uma
historia de dominação e lutas. Revista Sociologia. Disponível em:
http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/22/artigo127779-1.asp
·
Sience
Mag ( 1999) Sexual selection, receiver biases, and the evolution of sex differences
Vol. 281 no. 5385. Disponível em:
http://www.sciencemag.org/content/281/5385/1999.full
·
Valor Online (2013) disponível em:
http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/07/homens-que-cuidam-da-casa-e-filhos-sao-discriminados-no-trabalho.html
Varella, D. Mulheres intuitivas, Homens
autistas. Disponível em : http://drauziovarella.com.br/sexualidade/mulheres-intuitivas-h
Nenhum comentário:
Postar um comentário