quarta-feira, 13 de março de 2013

Será que estamos tendo ética ao lidar com os animais?



Série Ensaios: Aplicação da Etologia
Por Deborah Tostes Martins, Gustavo Henrique Pontes, Nayane Amaral Dutra e Tatyani Fernanda dos Santos
Acadêmicos do curso de Biologia da PUCPR
"A grandeza de uma nação e seu progresso moral se pode julgar de acordo com a maneira com que se tratam seus animais"
Mohandas Gandhi

Ètica? É dedicada ao estudo morais e dos príncipios. Animais? Derivada do latim anima, no sentido de fôlego vital. Os estudos utilizando os animais começou apartir do século XVII com Rene Descartes, que sua visão mecanista do mundo considerou os organismos vivos como máquinas naturais. Esse argumento contribuiu para prática de vissecção e a realização de experimentos cruéis com os animais. Ao contrário de Descartes, outros filósofos, porém, contestaram seu paradigma, como Voltarie e Imannuel Kant, que acreditavam que os animais são seres senscientes (que tem sensações). No século XIX, o Cientista Louis Pasteur,com suas descobertas validou o método científico. No século XX surgiu o filósofo australiano chamado Peter Singer  que fundou a corrente utilitarista preocupada com a relação etica dos animais, após ele o filósofo Ton Regan, da corrente deontologista, que é um grande expoente da questão do direito dos animais. Na prática, ambas defendem que as espécies tem status moral, que a diferença entre humanos e animais não é tão grande para justificar a maneira a qual tratamos que esse status exige que reformulemos a forma como lidamos com eles. Quando falamos em animais, estamos nos referindo a seres sencientes, ou seja, que possuem um grau mínimo de consciência que os torna capazes de sentir dor e prazer. A posição do Professor Antônio Damásio é muito clara a respeito disto. Logo, esses seres devem ser diferenciados, seus interesses devem ser levados em conta, devem compartilhar da nossa esfera moral. Temos “obrigações diretas” para com esses seres, o que significa uma grande mudança no modo de lidar com eles, desconstruindo um antropocentrismo associado à indiferença e/ou hostilidade para com outras espécies. O principal aspecto é superar a visão de que o valor desses animais é um valor instrumental, à medida que nos servem. As diversas relações que mantemos com os animais, sejam estes silvestres, domésticos, de laboratório, de consumo ou de rua, tem permitido uma avaliação com enfoques diferentes: acadêmico, filosófico, ético, jurídico, emocional, artístico, compassivo, fundamentalista, de saúde, clínico, etológico e comparado.  O fato é que existem  vários seres, principalmente seres invertebrados, considerados inferiores dos quais são utilizados em experiências e que normalmente não consideramos que tenham uma sensibilidade ou conciência e acabam passando por estes testes sem o devido cuidado com sua relação de dor ou sofrimento, inclusive utilizado em nossa alimentação sendo cozidos vivos como, carangueijos e moluscos bivalves. Inclusive grandes nomes da ciência como Stephen Hawking  e Philip Low assinaram um manifesto a respeito da admissão da conciência animal. Pois há animais como o cachorro, o rato e o porco, cujo que o primeiro nós damos carinho, o segundo temos medo e normalmente desprezamos e o terceiro nós nos alimentamos. Chegamos à conclusão que tratamos os animais de maneiras diferenciadas consequentemente temos éticas variadas para seres vivos anatômicos e de utilidades variadas. Perguntamos se é correto tratarmos os animais com esta distinção ou deveriamos rever os valores dos quais nos baseamos para trata-los com tanta distinção e se isso realmente fará diferença no aspecto em que a humidade tratará seus pares animais no futuro?. Sabemos que até 35 milhões de animais são usados em pesquisas só nos Estados Unidos da América, fora os que são criados para alimentação e outros fins, qual o nosso direito de utilizá-los deste modo. Por exemplo, em 27 de janeiro de 1978, a UNESCO proclamou em Bruxelas a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, subscrita por quase todos os países do mundo, incluindo o Brasil. Atualmente o que se observa é o surgimento de vários códigos e diretrizes nos diversos países, que são estabelecidos por órgãos governamentais (por exemplo, o NIH nos EUA), por instituições não governamentais (ONGs relacionadas à proteção animal), associações e instituições científicas (como a Academia de Ciências), assim como comissões especialmente constituídas para essa finalidade. O que podemos refletir á partir destes fatos é que se no mundo de hoje há tantas tecnologias, por que ainda persistem com a utilização extrema dos animais?
O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, tendo como base as obras:
·          MALDONADO, Néstor. Assuntos afins de homeopatia. Reflexões em torno de uma ética animal. 2012.  Disponível em: http://www.homeopatiaveterinaria.com.br/Reflexoes_em_torno_de_uma_etica-animal.htm Acesso em: 04 mar. 2013.
·          MASCHIO, Jane. Os Animais. 2002.  Disponível em:  http://jus.com.br/revista/texto/7142/os-animais.> Acesso em: 04 mar. 2013.
·          PAIXÃO, Rita. Reino Humano. Haverá Limite? Ciência: Entre o possivél e o aceitavél. N° 3. 2001. Disponivél em: http://www.uff.br/maishumana/etica_animal.htm Acesso em: 04 mar. 2013.
·          PARISI, Silvia. Vivissecção e Testes com animais.  Disponível em: http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=vivisseccao.htm Acesso em: 04 mar. 2013.
·          STEFANELLI, Lúcia. Experimentação Animal: Considerações Éticas, Científicas e Jurídicas. Vol 15, N° 1. 2011. Disponivél em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/novembro2011/biologia_artigos/9experimentacao_animal.pdf Acesso em: 04 mar. 2013.

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