quarta-feira, 13 de março de 2013

Psicologia, etologia e sociobiologia: Os diversos níveis do estudo comportamental humano



Série ensaios: Aplicação da Etologia

Por Elaine Aparecida Dias da Costa e Joana Scapinello Valdameri

Acadêmicas do curso de biologia

A vida do homem atual é cheia de mistérios: “Quem sou?” “o que estou fazendo aqui?” e outras perguntas retóricas que, de algum jeito, montam a personalidade individual. Ainda assim, muitos destes comportamentos nada mais são do que frutos da evolução e adaptação ao meio, até chegarmos ao que somos. É isto que a etologia humana estuda. A etologia, ciência recente começada na década de 30 por Lorenz e Tinbergen, tem como foco o estudo do comportamento (reação a modificações do ambiente) inato, ou seja, aqueles comportamentos que já são intrínsecos aos animais. A concepção de que não apenas estruturas morfológicas e alterações fisionômicas são alvos da seleção natural, mas o comportamento também, estando assim a mercê da evolução. Vale lembrar que todo e qualquer comportamento é regido por genes, e sua expressão (ou não) resultará em modos de ação e reação diferenciados. Uma ciência tão estudada é a psicologia, que interpreta estes comportamentos de modo individual e social. Porém o foco da etologia humana não é o comportamento mutável, aquele adquirido conforme o tempo - a 'experiência de vida'; e sim os comportamentos que não são aprendidos, que já carregamos dentro da gente - o 'conhecimento empírico'. Por exemplo: um recém-nascido que sente afeto pela sua mãe; seu modo de fazer-se mostrar que está com fome (chorar); como sugar o seio para conseguir o alimento.  Isto não foi ensinado ao bebê, mas de algum modo ele sabia como agir. A sociabilidade do homem é incrível! Porém, também se pode perceber comportamento social em outros animais. 
A sociobiologia estuda o porquê alguns animais preferem viver isolados (aranhas, por exemplo), enquanto outros vivem em grupos (abelhas, formigas). Isto reflete em como podemos analisar as relações sociais entre humanos, como algo que não é exclusivo da nossa espécie, demonstrando o valor evolutivo do comportamento. A sociabilização, seja de uma espécie de inseto ou do ser humano, tem um imenso papel para percebermos os padrões de comportamento. Como visto por Wilson, nos meados dos anos 1960, não é possível descrever o modus operandi de animais somente estudando indivíduos isolados; uma coisa é ver o seu comportamento num aquário se alimentando, outra coisa é ver um grupo destes animais indo atrás da comida. Nós formandas em Biologia acreditamos que estudar etologia humana não é desmerecer a psicologia, muito pelo contrário - É fazer entender que não somente de ações atuais que se explica o comportamento - Mostra a necessidade de entender o passado evolutivo do ser humano, para entender que não somos seres estritamente culturais. Apesar de termos tantas ciências estudando a mente humana há tanto tempo, foi apenas recentemente que compará-la aos animais mostrou-se um modelo eficaz para entender várias reações.

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de etologia baseando-se nas obras:

ZUANON, Á. C. A. Instinto, etologia e a teoria de Konrad Lorenz, 2007 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132007000300005
Editora Unesp. Os fundamentos da Etologia. Disponível em: http://editoraunesp.com.br/index.php?m=1&codigo=103. 
Etologia Humana. Disponível em http://www.mocho.pt/Ciencias/outras_ciencias/Antropologia/etologiahumana/
DE TONI, P.M. et al. Etologia humana: o exemplo do apego. Psico-USF, vol. 9, n. 1, 2004.
sicologia e Genética: O que causa o comportamento? Disponível em: http://www.cerebromente.org.br/n14/mente/genetica-comportamental1.html
Salvem o planeta. Disponível em: http://veja.abril.com.br/170506/entrevista.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário