domingo, 10 de março de 2013

Bioacústica: Qual a sua importância?



Série Ensaios: Aplicação da Etologia 

Por Aloysio Missio, Rafael Caron, Rafael Cidral e Thayana F. Amaral

Acadêmicos do curso de Biologia

Na pré-história o caçador observava no universo sonoro animal, uma grande fonte de informação e também foi objeto de muita atenção do Homem pré-histórico. Na história, a importância dos sons naturais se revela na incorporação de figuras de linguagem, com exemplos no teatro clássico grego e no vocabulário das diversas etnias silvestres. O som é um fenômeno descoberto há muitos anos, tais emitidos pelos animais e fixado pelo Homem para posteriormente reproduzi-los (UFPA). No entanto desde a década de 1960, com o surgimento dos gravadores e o avanço da tecnologia, o estudo dos sons dos animais se tornou uma ferramenta fundamental para a realização de projetos relacionados com a fauna. Tal estudo chamado de bioacústica (UFPA).
       A bioacústica é um ramo importantíssimo da zoologia multidisciplinar, em que o estudo se adequa às várias áreas importantes tais como matemática etologia, ecologia, sistemática. “Consiste no estudo dos sons emitidos por animais. Esses sons representam sinais de comunicação” (UFPA). E vale lembrar que o estudo da comunicação dos animais não tem destaque da biologia molecular, e da genética no cenário científico mundial (UFPA). Hercule Florence registrou cantos de pássaros a partir de transcrições musicais, na Expedição Langsdorf, nos anos de 1825-1829. O maior ponto positivo de usar a bioacústica, é que este método não prejudica a natureza, pois algumas técnicas como a rede, por exemplo, pode machucar ou ate mesmo levar a morte em alguns casos. Ela também teve contribuição direta na descrição dos sinais de comunicação sonora e dos contextos comportamentais dos animais como respostas a tendências evolutivas e adaptativas (André Bohrer Marques, 2008).                                    
O método pode estudar diversos tipos de animais, tanto de ambientes terrestres quanto aquáticos. Esses animais produzem sons que servem para a comunicação intra e interespecífica (André Bohrer Marques, 2008). Apesar de abranger a maioria dos animais terrestres e aquáticos, a área que mais desenvolveu foi a da ornitologia, com conceitos básicos da evolução, da biogeografia, da taxonomia, e etologia e posteriomente seguidos por entomólogos, herpetólogos e primatólogos.
Com a análise bioacústica, surgiram novos campos de estudos e pesquisas como: aprendizagem e memorização; fisiologia da comunicação, estruturas de comunidades e adaptações ambientais, propagação e identificação de sinais (UFPA).
A comunicação sonora entre os anfíbios, por exemplo, é muito importante, uma vez que fornecem dados para o conhecimento da biologia reprodutiva, comportamento social ou se determinado som emitido é de um indivíduo da mesma espécie (Rodrigo A. Silva, 2008).
Em campo o pesquisador deve estar equipado com um aparelho gravador de som, e os acessórios como microfone de baixa e alta sensibilidade, antenas, enfim, são muito importantes para uma boa localização da espécie. Programas para a edição dos sons, como por exemplo o Canary, que é um dos mais utilizados, porém há outros menos sofisticados que vem nos programas originais que servem para trabalhar o som de modo muito satisfatório (Antonio Santos).
Para um melhor reconhecimento e avaliar a resposta dos animais, começou– se a utilizar as técnicas de playback, que é nada mais nada menos, que repetir o canto do animal. A ecolocalização que é descobrir qual o local que a espécie predomina, e também o uso do sonar para estimar a biomassa da flora marinha, estes são alguns exemplos de como a bioacústica esta em crescimento, e mostrando que mesmo os animais que não enxergam como o morcego, por exemplo, ou emitem um som que não é audível, como dos golfinhos e baleias.
Nós formandos de Biologia achamos que, a Bioacústica é uma ciência de suma importância, no entanto, pouco conhecida. Apesar de abranger várias áreas como a etologia, está mais presente na área de ornitologia. Podemos afirmar que é uma técnica que expressa o outro lado do conhecimento, pois muitos animais se comunicam em ondas sonoras diferentes dos seres humanos. Esta ciência vai se desenvolvendo, e com isso ocorre um aumento da tecnologia, proporcionando benefícios aos pesquisadores. Os quais não estressarão os animais com outros métodos de captura para estudar seus hábitos alimentares, reprodutivos ou comportamentais.



O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, baseando-se nas obras:
BOSCOLO, Danilo. O uso de técnicas de play-back no desenvolvimento de um método capaz de atestar a presença ou ausência de aves no interior de fragmentos floretais. Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo/Departamento de Ecologia. www.biotaneotropioca.org.br.
FISCHER, Marta Luciane. Disponível em: <http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2011/10/avancos-da-bioacustica.html> Aceso em: 05 de março de 2013
MARQUES, Andre. B, Abordagens sobre a Parte I - Conceitos básicos bioacústica na ornitologia. Atualidades Ornitológicas On-line Nº 146 - Novembro/Dezembro 2008 - www.ao.com.br
MARQUES, Andre.B. Abordagens sobre a Parte II - Bioacústica relacionada bioacústica na ornitologia com outros campos do conhecimento. Atualidades Ornitológicas On-line Nº 146 - Novembro/Dezembro 2008 - www.ao.com.br
ROSE, Juliana. Disponível em: <http://www.ufpa.br/beiradorio/arquivo/beira18/noticias/noticia7.html> Acesso em: 05/03/2013
SILVIA, Maria. L. Disponível em: Acesso em: 05/03/2013
SILVA, Rodrigo Augusto, MARTINS, Itamar Alves, ROSSA-FERES, Denise de Cerqueira, 2008. Bioacústica e sítio de vocalização em taxocenoses de anuros de área aberta no noroeste paulista. Biota Neotrop. 8(3). Disponível em: <http://www.biotaneotropica.org.br/v8n3/pt/fullpaper?bn01608032008+pt> Acesso em: 06 de março de 2013
SANTOS, Antonio S. R. BIOACÚSTICA. Disponível em: <http://www.aultimaarcadenoe.com.br/bioacustica/> Acesso em: 06 de março de 2013
VIELLIARD, Jacques, SILVA, Maria Luisa. A Bioacústica como ferramenta de pesquisa em Comportamento animal. Disponível em: <http://www.ufpa.br/lobio/Resumoscongressos/Bioacusticacomoferramenta.pdf> Acesso em: 06 de março de 2013.

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