Série Ensaios: Aplicação da Etologia
Por Aloysio Missio, Rafael Caron, Rafael Cidral e Thayana F. Amaral
Acadêmicos do curso de Biologia
Na
pré-história
o caçador observava no universo sonoro animal, uma grande fonte de informação e
também foi objeto de muita atenção do Homem pré-histórico. Na história, a
importância dos sons naturais se revela na incorporação de figuras de
linguagem, com exemplos no teatro
clássico grego e no vocabulário das diversas etnias silvestres. O som é um
fenômeno descoberto há muitos anos, tais emitidos pelos animais e fixado pelo
Homem para posteriormente reproduzi-los (UFPA).
No entanto desde a década de 1960, com o surgimento dos gravadores e o avanço da
tecnologia, o estudo dos sons dos animais se tornou uma ferramenta fundamental
para a realização de projetos relacionados com a fauna. Tal estudo chamado de
bioacústica (UFPA).
A bioacústica
é um ramo importantíssimo da zoologia multidisciplinar, em que o estudo se
adequa às várias áreas importantes tais como matemática etologia, ecologia, sistemática. “Consiste no estudo dos sons emitidos por animais.
Esses sons representam sinais de comunicação” (UFPA).
E
vale lembrar que o estudo da comunicação dos animais não tem destaque da
biologia molecular, e da genética no cenário científico mundial (UFPA).
Hercule
Florence registrou cantos de pássaros a partir de transcrições musicais, na
Expedição
Langsdorf, nos anos de 1825-1829. O maior ponto positivo de
usar a bioacústica, é que este método não prejudica a natureza, pois algumas
técnicas como a rede, por exemplo, pode machucar ou ate mesmo levar a morte em
alguns casos. Ela também teve contribuição direta na descrição dos sinais de
comunicação sonora e dos contextos comportamentais dos animais como respostas a
tendências evolutivas e
adaptativas (André
Bohrer Marques, 2008).
O
método pode estudar diversos tipos de animais, tanto de ambientes terrestres
quanto aquáticos. Esses animais produzem sons que servem para a comunicação
intra e interespecífica (André
Bohrer Marques, 2008). Apesar de abranger a maioria dos animais terrestres
e aquáticos, a área que mais desenvolveu foi a da ornitologia, com
conceitos básicos da evolução, da biogeografia,
da taxonomia, e etologia
e posteriomente seguidos
por entomólogos, herpetólogos
e primatólogos.
Com
a análise bioacústica, surgiram novos campos de estudos e pesquisas como:
aprendizagem e memorização; fisiologia da comunicação, estruturas
de comunidades e adaptações ambientais, propagação e identificação de sinais
(UFPA).
A
comunicação sonora entre os anfíbios, por exemplo, é muito importante, uma vez
que fornecem dados para o conhecimento da biologia
reprodutiva, comportamento social ou se determinado som emitido é de um
indivíduo da mesma espécie (Rodrigo
A. Silva, 2008).
Em
campo o pesquisador deve estar equipado com um aparelho gravador de som,
e os acessórios como microfone de baixa e alta sensibilidade, antenas, enfim,
são muito importantes para uma boa localização da espécie. Programas para a
edição dos sons, como por exemplo o Canary, que é um dos
mais utilizados, porém há outros menos sofisticados que vem nos programas originais
que servem para trabalhar o som de modo muito satisfatório (Antonio Santos).
Para
um melhor reconhecimento e avaliar a resposta dos animais, começou– se a
utilizar as técnicas
de playback, que é nada mais nada menos, que repetir o canto do animal. A
ecolocalização que é descobrir qual o local que a espécie predomina, e também o
uso do sonar
para estimar a biomassa da flora marinha, estes são alguns exemplos de como a
bioacústica esta em crescimento, e mostrando que mesmo os animais que não enxergam
como o morcego, por exemplo, ou emitem um som que não é audível, como dos golfinhos
e baleias.
Nós
formandos de Biologia achamos que, a Bioacústica é uma ciência de suma
importância, no entanto, pouco conhecida. Apesar de abranger várias áreas como
a etologia, está mais presente na área de ornitologia. Podemos afirmar que é
uma técnica que expressa o outro lado do conhecimento, pois muitos animais se
comunicam em ondas sonoras diferentes dos seres humanos. Esta ciência vai se
desenvolvendo, e com isso ocorre um aumento da tecnologia, proporcionando
benefícios aos pesquisadores. Os quais não estressarão os animais com outros
métodos de captura para estudar seus hábitos alimentares, reprodutivos ou comportamentais.
O presente ensaio foi elaborado para disciplina de
Etologia, baseando-se nas obras:
BOSCOLO, Danilo. O uso de técnicas de play-back no
desenvolvimento de um método capaz de atestar a presença ou ausência de aves no
interior de fragmentos floretais. Instituto de Biociências da Universidade
de São Paulo/Departamento de Ecologia. www.biotaneotropioca.org.br.
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