Série
Ensaios: Aplicação da Etologia
por
Caroline Tiemi Egoshi, Claudielly Hekavey e Daniela Boscaro Marsaro
Acadêmicas
do Curso de Biologia
A etologia surgiu com o
intuito de compreender o comportamento dos
indivíduos. Este estudo associa-se com os aspectos bioclimáticos e ecológicos,
contribuindo para a adequação do manejo de uma determinada espécie,
relacionando com a sua adaptação (Santos et
al., 2005). O comportamento animal já era observado desde os tempos de Charles Darwin (Lorenz, 1995),
enquanto que a conservação - uma ciência que visa proteger e tratar as
sérias ameaças que a diversidade biológica vem sofrendo, além de priorizar a
preservação em longo prazo de todas as comunidades biológicas (Rodrigues,
2002) - surgiu durante a década de 1980,
devido à percepção de que as extinções
estavam aumentando (Souto, 2005). Em 1992, na RIO-92, foi assinada uma
convenção, que regia regras para assegurar a conservação da biodiversidade. Considerando
que os estudos etológicos baseiam-se na busca de técnicas e metodologias que
facilitem o manejo
ideal dos animais - fornece necessários para estudos aplicados como os de
conservação de espécies (Nogueira-Ferreira & Rufino, 2011), revelando as
complexas relações entre os indivíduos e os ecossistemas em que habitam. Além
disso, as alterações comportamentais são a forma mais rápida de resposta às
modificações do habitat e seu monitoramento
é uma importante ferramenta para prever os impactos e entender as respostas de
uma população frente a diferentes pressões antrópicas e mudanças ambientais (Domit
et al, 2011). Entendendo os
mecanismos que determinam o padrão de comportamento natural dos animais e suas
respectivas funções, é possível desenvolver programas de conservação, criação
em cativeiro (zoológicos) e educação ambiental, respeitando os aspectos psicobiológicos
das espécies (Zuanon, 2007). Ainda servem como subsídio para a avaliação de
impactos causados por ações antrópicas e mesmo naturais, que consequentemente,
irão auxiliar no desenvolvimento de planos de ação para a conservação dos
animais, como por exemplo, de cetáceos e seus habitats naturais, que sofrem com
o tráfego de embarcações, obras costeiras, explorações subaquáticas, atividades
portuárias e dragagens que produzem excesso de ruídos no mar (Cetáceos: Comportamento
e Conservação – p. 151). Nós formandas em Biologia acreditamos que o assunto
abordado apresenta grande relevância para a proteção da biodiversidade, pois
através do comportamento dos animais é possível realizar ações para manejo,
conservação e preservação dos ecossistemas. Também é possível compreender os
impactos gerados pelas ações antrópicas sobre o meio ambiente, e quais são as
adaptações das espécies em relação às pressões externas.
O
presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia se baseando nas
obras:
Domit, C., Cremer, M.
J., Oliveira, A. G. & Machado, L. F. (2011) Cetáceos: Comportamento e
Conservação. Anais do XXIX Encontro Anual
de Etologia, p. 151.
Lorenz, K. (1995) Os Fundamentos da Etologia. São Paulo. Editora da
UNESP.
Nogueira-Ferreira, F.
H. & Rufino, N. C. G. (2011) Estudos comportamentais em abelhas sem ferrão:
importância e aplicações. Anais do XXIX
Encontro Anual de Etologia, p. 77.
Rodrigues, E. (2002) Biologia da Conservação: ciência da crise. Semina: Ciências Agrárias, 23(2),
261-272.
Santos, C. R., Filho, H. O., Barbosa, O. R., Cardoso, R. M., Araújo, D.
N., et al. (2005) Etologia de
capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris
L. 1766) jovens semi-confinadas no Norte do Estado do Paraná. Acta Scientiarum Animal Science, 27(1),
163-169.
Souto, A. (2005) Etologia: Princípios e Reflexões. 3ªed. Recife. Editora
Universitária UFPE.
Zuanon, A. C. A.
(2007) Instinto, etologia e a teoria de Konrad Lorenz. Ciência & Educação, 13(3), 337-349.
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