quarta-feira, 13 de março de 2013

Aplicabilidade do estudo da Etologia na conservação de ambientes



Série Ensaios: Aplicação da Etologia

por Caroline Tiemi Egoshi, Claudielly Hekavey e Daniela Boscaro Marsaro

Acadêmicas do Curso de Biologia


A etologia surgiu com o intuito de compreender o comportamento dos indivíduos. Este estudo associa-se com os aspectos bioclimáticos e ecológicos, contribuindo para a adequação do manejo de uma determinada espécie, relacionando com a sua adaptação (Santos et al., 2005). O comportamento animal já era observado desde os tempos de Charles Darwin (Lorenz, 1995), enquanto que  a conservação -  uma ciência que visa proteger e tratar as sérias ameaças que a diversidade biológica vem sofrendo, além de priorizar a preservação em longo prazo de todas as comunidades biológicas (Rodrigues, 2002)  - surgiu durante a década de 1980, devido à percepção de que as extinções estavam aumentando (Souto, 2005). Em 1992, na RIO-92, foi assinada uma convenção, que regia regras para assegurar a conservação da biodiversidade. Considerando que os estudos etológicos baseiam-se na busca de técnicas e metodologias que facilitem o manejo ideal dos animais - fornece necessários para estudos aplicados como os de conservação de espécies (Nogueira-Ferreira & Rufino, 2011), revelando as complexas relações entre os indivíduos e os ecossistemas em que habitam. Além disso, as alterações comportamentais são a forma mais rápida de resposta às modificações do habitat e seu monitoramento é uma importante ferramenta para prever os impactos e entender as respostas de uma população frente a diferentes pressões antrópicas e mudanças ambientais (Domit et al, 2011). Entendendo os mecanismos que determinam o padrão de comportamento natural dos animais e suas respectivas funções, é possível desenvolver programas de conservação, criação em cativeiro (zoológicos) e educação ambiental, respeitando os aspectos psicobiológicos das espécies (Zuanon, 2007). Ainda servem como subsídio para a avaliação de impactos causados por ações antrópicas e mesmo naturais, que consequentemente, irão auxiliar no desenvolvimento de planos de ação para a conservação dos animais, como por exemplo, de cetáceos e seus habitats naturais, que sofrem com o tráfego de embarcações, obras costeiras, explorações subaquáticas, atividades portuárias e dragagens que produzem excesso de ruídos no mar (Cetáceos: Comportamento e Conservação – p. 151). Nós formandas em Biologia acreditamos que o assunto abordado apresenta grande relevância para a proteção da biodiversidade, pois através do comportamento dos animais é possível realizar ações para manejo, conservação e preservação dos ecossistemas. Também é possível compreender os impactos gerados pelas ações antrópicas sobre o meio ambiente, e quais são as adaptações das espécies em relação às pressões externas.

O presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Etologia se baseando nas obras:

Domit, C., Cremer, M. J., Oliveira, A. G. & Machado, L. F. (2011) Cetáceos: Comportamento e Conservação. Anais do XXIX Encontro Anual de Etologia, p. 151.
Lorenz, K. (1995) Os Fundamentos da Etologia. São Paulo. Editora da UNESP.
Nogueira-Ferreira, F. H. & Rufino, N. C. G. (2011) Estudos comportamentais em abelhas sem ferrão: importância e aplicações. Anais do XXIX Encontro Anual de Etologia, p. 77.
Rodrigues, E. (2002) Biologia da Conservação: ciência da crise. Semina: Ciências Agrárias, 23(2), 261-272.
Santos, C. R., Filho, H. O., Barbosa, O. R., Cardoso, R. M., Araújo, D. N., et al. (2005) Etologia de capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris L. 1766) jovens semi-confinadas no Norte do Estado do Paraná. Acta Scientiarum Animal Science, 27(1), 163-169.
Souto, A. (2005) Etologia: Princípios e Reflexões. 3ªed. Recife. Editora Universitária UFPE.
Zuanon, A. C. A. (2007) Instinto, etologia e a teoria de Konrad Lorenz. Ciência & Educação, 13(3), 337-349.

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