Série Ensaios: Aplicação da Etologia
Por Amanda Souza Lopes, Vanessa
Caron Moroz e Samuel Ceccon Busnardo
Acadêmicos do curso de Biologia da
PUCPR
Uma ação, um desejo, um impulso do
nosso corpo precisam de muitos mecanismos para acontecer. Para tudo estar
regulado, precisamos que os compostos químicos estejam balanceados, que os
nossos hormônios estejam nos níveis certos, e que
nosso corpo responda a tudo normalmente. Segundo Skinner,
a fisiologia comportamental tem seis categorias: o ambiente possui eventos capazes de
afetar o organismo, mas não define seu comportamento; diante de fatos,
temos autonomia de pensar no que ocorreu e se é necessário mudarmos de
comportamento; nossos limites comportamentais aos eventos fisiológicos;
o comportamento de parte do organismo na verdade é o comportamento do organismo
como um todo; nossa distinção de localização, contato, acessibilidade
e conhecimento por estímulos perceptivos; a preservação de nosso comportamento
diante de alterações “sentimentais” e ”ambientais”. Temos como exemplo de estados
fisiológicos: o cuidado parental dos animais com seus filhotes, como
os machos do esgana-gato-de-três-espinhos (Gasterosteus
aculeatus) que apresentam o comportamento de ventilação nos ovos induzido
pela prolactina (Slijkuis et. al., 1984);
indução de comportamentos sexuais e mudanças no visual em épocas de acasalamento, como o desenvolvimento da crista dos
galos e dos faisões influenciados por níveis séricos de andrógenos (Harding,
1983) ou as fêmeas de iguanídeos do gênero Crotaphytus que na altura da reprodução adquirem
uma coloração própria, que consta de marcas cor de laranja nos flancos e no
dorso e tornam-se agressivas para com os outros indivíduos, onde a progesterona
e a testosterona são os causadores desse comportamento (Cooper e Ferguson,
1972); e comportamentos agonísticos em machos de diferentes espécies de
vertebrados (Svare, 1983). Como podem ver vários comportamentos são expressos
pelo resultado final de um estado fisiológico momentâneo, no qual podem estar
envolvidos vários hormônios. Para a formação desses hormônios, precisamos que
componentes químicos estejam presentes em nosso corpo, como os lipídios, que juntamente dos carboidratos, proteínas, vitaminas e ácidos nucleicos, são as substâncias orgânicas. Os lipídios
são as “gorduras”, como os glicerídeos,
esteroides e carotenoides; os carboidratos são responsáveis por
nos dar energia; as proteínas são os compostos mais abundantes de matéria viva
e são formadas por cadeia de aminoácidos; os ácidos nucleicos são responsáveis
pela transmissão da herança biológica (RNA e DNA); e as vitaminas nos ajudam a evitar
doenças. As substâncias inorgânicas são o H20 – considerado um solvente
universal, tem função de regulação térmica, meios de transporte de moléculas e
reações de hidrólise - e os sais minerais, que atuam na regulação do equilíbrio
corporal. Nós formandos acreditamos que tudo está interligado, sem a menor das
moléculas, nosso corpo não adquiri uma maior, que não constrói outra que induz
nossas ações e pensamentos, assim não conseguimos reagir a um estimulo, e,
portanto não conseguiríamos interagir um com os outros, formando nossa
sociedade.
O presente
ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, tendo como base as obras:
Oliveira,
R. F. de. Hormonas e Comportamento –
Aspectos Atuais da Endocrinologia comportamental. Actas do I Congresso
Nacional de Etologia, pg 73-82.
CONN,
Eric E. e STUMPFT, P.K. Introdução à
bioquímica. Tradução por Lélia Mennucci, M. Julia M. Alves, Luiz J. Neto et
al. São Paulo: Edgard Blücher, 1975, pp. 184-185.
MERVYN,
L. Dicionário de vitaminas. Tradução
por Silvia B. Sarzana. S. Paulo: Ground, pp.1984. 214.
Tourinho,
E. Z.; Teixeira, E. R.; Maciel, J. M. Fronteiras
entre análise do comportamento e Fisiologia: Skinner e a Temática dos eventos
privados. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2000, 13(3),
pp.425-434.
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