domingo, 17 de março de 2013

O que impulsiona o teu ser/estar/fazer?



Série Ensaios: Aplicação da Etologia

Por Amanda Souza Lopes, Vanessa Caron Moroz e Samuel Ceccon Busnardo

Acadêmicos do curso de Biologia da PUCPR

Uma ação, um desejo, um impulso do nosso corpo precisam de muitos mecanismos para acontecer. Para tudo estar regulado, precisamos que os compostos químicos estejam balanceados, que os nossos hormônios estejam nos níveis certos, e que nosso corpo responda a tudo normalmente. Segundo Skinner, a fisiologia comportamental tem seis categorias: o ambiente possui eventos capazes de afetar o organismo, mas não define seu comportamento; diante de fatos, temos autonomia de pensar no que ocorreu e se é necessário mudarmos de comportamento; nossos limites comportamentais aos eventos fisiológicos; o comportamento de parte do organismo na verdade é o comportamento do organismo como um todo; nossa distinção de localização, contato, acessibilidade e conhecimento por estímulos perceptivos; a preservação de nosso comportamento diante de alterações “sentimentais” e ”ambientais”. Temos como exemplo de estados fisiológicos: o cuidado parental dos animais com seus filhotes, como os machos do esgana-gato-de-três-espinhos (Gasterosteus aculeatus) que apresentam o comportamento de ventilação nos ovos induzido pela prolactina (Slijkuis et. al., 1984); indução de comportamentos sexuais e mudanças no visual em épocas de acasalamento, como o desenvolvimento da crista dos galos e dos faisões influenciados por níveis séricos de andrógenos (Harding, 1983) ou as fêmeas de iguanídeos do gênero Crotaphytus que na altura da reprodução adquirem uma coloração própria, que consta de marcas cor de laranja nos flancos e no dorso e tornam-se agressivas para com os outros indivíduos, onde a progesterona e a testosterona são os causadores desse comportamento (Cooper e Ferguson, 1972); e comportamentos agonísticos em machos de diferentes espécies de vertebrados (Svare, 1983). Como podem ver vários comportamentos são expressos pelo resultado final de um estado fisiológico momentâneo, no qual podem estar envolvidos vários hormônios. Para a formação desses hormônios, precisamos que componentes químicos estejam presentes em nosso corpo, como os lipídios, que juntamente dos carboidratos, proteínas, vitaminas e ácidos nucleicos, são as substâncias orgânicas. Os lipídios são as “gorduras”, como os glicerídeos, esteroides e carotenoides; os carboidratos são responsáveis por nos dar energia; as proteínas são os compostos mais abundantes de matéria viva e são formadas por cadeia de aminoácidos; os ácidos nucleicos são responsáveis pela transmissão da herança biológica (RNA e DNA); e as vitaminas nos ajudam a evitar doenças. As substâncias inorgânicas são o H20 – considerado um solvente universal, tem função de regulação térmica, meios de transporte de moléculas e reações de hidrólise - e os sais minerais, que atuam na regulação do equilíbrio corporal. Nós formandos acreditamos que tudo está interligado, sem a menor das moléculas, nosso corpo não adquiri uma maior, que não constrói outra que induz nossas ações e pensamentos, assim não conseguimos reagir a um estimulo, e, portanto não conseguiríamos interagir um com os outros, formando nossa sociedade.


O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, tendo como base as obras:
Oliveira, R. F. de. Hormonas e Comportamento – Aspectos Atuais da Endocrinologia comportamental. Actas do I Congresso Nacional de Etologia, pg 73-82.
CONN, Eric E. e STUMPFT, P.K. Introdução à bioquímica. Tradução por Lélia Mennucci, M. Julia M. Alves, Luiz J. Neto et al. São Paulo: Edgard Blücher, 1975, pp. 184-185.
MERVYN, L. Dicionário de vitaminas. Tradução por Silvia B. Sarzana. S. Paulo: Ground, pp.1984. 214.
Tourinho, E. Z.; Teixeira, E. R.; Maciel, J. M. Fronteiras entre análise do comportamento e Fisiologia: Skinner e a Temática dos eventos privados. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2000, 13(3), pp.425-434.

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