domingo, 3 de março de 2013

Minha biológica homenagem à Carol Haluch!



É muito estranho para um ser humano pensar na finitude, embora, como seres biológicos, começamos a morrer assim que nascemos. Na verdade até o surgimento da reprodução sexuada, éramos eternos, porém a natureza em busca de diversidade preferiu abreviar a vida de uns em prol da oportunidade de outros também vivenciarem essa delícia que é viver...  Pensando assim... não deveríamos ser tão egoístas! Aliás, essa é a ideia desenvolvida por um livro que estudei há muito tempo “Sexo e as origens da morte”, mas nem por isso me tornei mais insensível e compreensível às perdas. É estranho quando alguém morre cedo, ou quando alguém mais novo que nós, vai antes. É estranho pensar que essa pessoa não está mais aqui, mesmo quando há muito tempo não nos víamos. É inevitável o sentimento de vazio, de impotência e de tristeza. É, na verdade, o grande momento de reflexão. Por que a sociedade não nos prepara para a morte? Por que não aprendemos a viver amigavelmente com ela? E daí o que se fica é o aquilo que fomos! Biologicamente falando, desde o surgimento da Terra, os átomos de carbono que aqui estão, são os mesmos, logo sou co-eterna, e hoje os elementos que compõe meu corpo pertenceram a outras pessoas, animais e plantas. Para mim é confortável essa ideia.  Mas embora efêmero, nossos pensamentos, nossa forma de ver a vida, nossos sorrisos, também ficam, e vão passando de um em um até lá no final. Assim, é Carol pra mim, me lembro sempre do sorriso enorme e contagiante... Mas a imagem mais forte pra mim é o cabelão, simbolizando a liberdade, para expressar os movimentos com a qual a natureza lhe moldou. A liberdade que tanto buscamos, e que tanto nos assusta. A liberdade de nos contentarmos com o simples, mesmo com o mundo gritando o contrário. Na verdade não sei o que aconteceu, vi a notícia nas redes sociais, mas naquele momento meu coração se conectou com aquela menina sonhadora e feliz que passou por minha vida e meu deu a imensa alegria de ter feito parte da sua vida... Termos nos encontrado nas comemorações dos 60 anos do Curso de Biologia, saber que ela estava feliz com o viveiro, ter abraçado-a depois de tanto tempo, me trouxe a deliciosa sensação, de que foi por esse momento, que valeu a pena todo o esforço desse evento!  As pessoas falam muito em despedida, vá com Deus, nos encontramos em breve... Na verdade o sentimento que tenho é de recomeço, como tudo na natureza, na evolução, todas as coisas conectadas nessa enorme teia de vida e a eterna transformação de estados. Estou triste sim, mas pensar que esse sentimento, me conecta a tantas outras pessoas que sentia tanto carinho por você, me conforta e me leva a perceber a imensidão que é uma existência e o valor imensurável de cada ser!   

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