É muito estranho para um ser humano pensar na finitude, embora, como seres
biológicos, começamos a morrer assim que nascemos. Na verdade até o surgimento
da reprodução sexuada, éramos eternos, porém a natureza em busca de diversidade
preferiu abreviar
a vida de uns em prol da oportunidade
de outros também vivenciarem essa delícia que é viver... Pensando assim... não deveríamos ser tão egoístas!
Aliás, essa é a ideia desenvolvida por um livro que estudei há muito tempo “Sexo
e as origens da morte”, mas nem por isso me tornei mais insensível e
compreensível às perdas. É estranho quando alguém morre cedo, ou quando alguém
mais novo que nós, vai antes. É estranho pensar que essa pessoa não está mais
aqui, mesmo quando há muito tempo não nos víamos. É inevitável o sentimento de
vazio, de impotência e de tristeza. É, na verdade, o grande momento de reflexão. Por que a sociedade não nos
prepara para a morte? Por que não aprendemos a viver amigavelmente com ela? E
daí o que se fica é o aquilo que fomos! Biologicamente falando, desde o
surgimento da Terra, os átomos de
carbono que aqui estão, são os mesmos, logo sou co-eterna, e hoje os
elementos que compõe meu corpo pertenceram a outras pessoas, animais e plantas.
Para mim é confortável essa ideia. Mas
embora efêmero, nossos pensamentos, nossa forma de ver a vida, nossos sorrisos,
também ficam, e vão passando de um em um até lá no final. Assim, é Carol pra mim, me lembro sempre do sorriso enorme e contagiante... Mas a
imagem mais forte pra mim é o cabelão,
simbolizando a liberdade, para
expressar os movimentos com a qual a natureza lhe moldou. A liberdade que tanto
buscamos, e que tanto nos assusta. A liberdade de nos contentarmos com o simples,
mesmo com o mundo gritando o contrário. Na verdade não sei o que aconteceu, vi
a notícia nas redes sociais, mas naquele momento meu coração se conectou com
aquela menina sonhadora e feliz que passou por minha vida e meu deu a imensa
alegria de ter feito parte da sua vida... Termos nos encontrado nas comemorações
dos 60 anos do Curso de Biologia, saber que ela estava feliz com o viveiro,
ter abraçado-a depois de tanto tempo, me trouxe a deliciosa sensação, de que
foi por esse momento, que valeu a pena todo o esforço desse evento! As pessoas falam muito em despedida, vá com
Deus, nos encontramos em breve... Na verdade o sentimento que tenho é de
recomeço, como tudo na natureza, na evolução, todas as coisas conectadas nessa
enorme teia de vida e a eterna transformação de estados. Estou triste sim, mas
pensar que esse sentimento, me conecta a tantas outras pessoas que sentia tanto
carinho por você, me conforta e me leva a perceber a imensidão que é uma
existência e o valor imensurável de cada ser!
Blog de discussão e aplicação de conhecimentos científicos no dia-a-dia, destinado para alunos e interessados na Ética Prática, Dialogante e Multidisciplinar própria da Bioética!
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Linda homenagem!
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