Há muito tempo os vírus vêm se aproveitando do
corpo dos seres vivos com o custo de muitas vidas. A forma rápida de propagação
e o efeito nos organismos geram uma preocupação constante em evitá-los e combatê-los.
Porém a transmissão de estados entre os seres vivos, não precisa ser necessariamente
física, nem necessariamente ser má. Tanto o homem quanto os animais possuem neurônios
espelhos, que permitem ajustar - tanto nossas expressões quanto nosso humor
- com aqueles que nos rodeiam, e assim, contribuir para um grupo mais estável e íntegro. Richard Dawkins
introduziu no estudo da evolução humana os memes:
fragmentos de informações que são transmitidos entre os indivíduos que
favorecem também o reconhecimento do grupo e o estabelecimento da cultura.
A felicidade e a generosidade são padrões comportamentais
que servem como uma “cola social” e
propicia o bem-estar individual e coletivo, nos confirmando que viver vale a
pena e que fazer parte daquele grupo é a decisão correta, o que fundamenta a evolução dos animais sociais. A revista
Mente
e Cérebro abordou a ambas as perspectivas. Segundo a matéria a felicidade – assim como
emoções ruins – é capaz de contaminar as pessoas até três graus de separação – ou seja, se um amigo de um amigo seu transmite
pra ele, chega até você! Esse dado é interessante, pois nos coloca em uma
situação, que permite nos proteger, quanto
leva-nos ao questionamento na nossa corresponsabilidade em promover o
bem-estar de outros seres (imagina só eu que me relaciono com milhares de
pessoas diariamente!), desde a forma de ver o mundo até como se relacionar com
o próprio corpo. Estudos sobre a felicidade são desenvolvidos pela equipe do
cientista político James Fowler, os quais acompanharam durante 20 anos a
conexão de mais de 53 mil ligações soias entre cerca de 5 mil pessoas, internacionalmente
conhecido como Estudo
de Framingham – mostrando que um parente de primeiro grau é um fator de
risco maior para doenças cardíacas do necessariamente a genética. Segundo os autores, cada contato feliz aumenta
em 9% a probabilidade da outra também ficar feliz. A mesma equipe de
pesquisadores desenvolveu outra pesquisa para detectar os “conectores sociais”, aqueles pessoas antenadas, sempre junto com
pessoas e que seriam as primeiras a serem contaminadas e, então, responsáveis
pelo início da disseminação. O método foi embasado no “paradoxo da amizade” em que
há uma chance maior de uma pessoa ser amiga de pessoas mais populares do que de
solitários. Um dado interessante apresentado foi que como o estado de solidão é
transmitido mesmo entre desconhecidos. E
nas “redes sociais”? Aí sim a propagação é muito mais rápida e os efeitos bons
ou danosos têm a mesma probabilidade de contaminação, daí a importância de
aprendermos usar essa nova forma de comunicação com cautela.
A
gratidão é um sentimento muito importante, pois permite que um indivíduo,
transmita para o outro o seu estado de espírito e reconhecimento da sua generosidade.
Embora pareça muito humano, na verdade também existe entre os animais, e a cada
dia novas cenas flagradas no mundo animal nos surpreendem! A neurocientista Sonja Lyubomirsky
revela que pessoas gratas tendem a serem mais dinâmicas, otimistas, empáticas,
abertas a experimentar emoções positivas e sentem menos ansiedade, depressão,
solidão, inveja e frustração! Uau... As consequências são tão ou melhores para
quem sente! E o melhor! Assim como a felicidade, a gratidão é contagiosa, logo
ter amigos que nos encorajem a ter sentimentos saudáveis de reconhecimento,
pode ser decisivo. Veja esses dois vídeos de generosidade entre primatas e
entre crianças, sejam que a expressão de bem-estar tanto do generoso quanto do
grato, são contagiantes e temos uma vontade enorme de ser assim também... e daí
aproveite bem o seu dia espalhando o vírus
para toda sua rede social!
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