Série
ensaios:Sociobiologia
Por Flávia Cardozo de
Jesus e Larissa Friebe Caxambu
Acadêmicas do Curso de Bacharelado
em Biologia
Episódios de infanticídio também envolvem
mulheres que não aceitam a gravidez, que enxergam a criança como uma ameaça ou
até mesmo que possa haver uma ameaça para a criança. Alguns exemplos de
episódios como esse é de uma mulher brasileira que tinha uma gravidez
indesejada e, ao ter o seu filho, o esquartejou e
jogou aos urubus,
acreditando que dessa maneira estaria se livrando do problema. Outro caso é de
uma mãe da indonésia que matou seu
filho de 9 anos por achar que ele tinha um órgão genital pequeno, e ao ser
questionada, justificou seu ato por temer que ele sofresse no futuro. A Biologia têm uma explicação física para isso. Hoje se
sabe que o parto desencadeia uma súbita queda em níveis
hormonais e alterações bioquímicas no sistema nervoso central.
Isso causa alteração emocional, e em alguns casos, até
mesmo o colapso do senso moral,
a diminuição da capacidade de entendimento seguido de
liberação de instintos, terminando
com a agressão ao próprio filho. No mundo animal esse
comportamento também ocorre, e de forma semelhante ao ser-humano, o que é mais
uma evidencia de que o homem não é um ser àcima da natureza, mas está integrado
a ela. Casos de infanticídio em primatas foram estudados e as principais
hipóteses para esse comportamento são pelos motivos adaptativos (seleção
sexual), competição por recurso e não adaptativa (patologia social). Leões são outro exemplo de espécies que
cometem infanticídio, pois o macho mata os filhotes de outro para garantir sua
linhagem.
Nós formandas em biologia, acreditamos que o infanticídio tinha
vantagem evolutiva no passado, quando o homem vivia apenas da sobrevivência
física. Mas atualmente, com alternativas como a adoção e as ações sociais, bem
como as nossas mudanças de estilo de vida, cremos que essa prática se tornou
desnecessária. Porém, mesmo com todo esse desenvolvimento social e melhora da
qualidade de vida, às vezes o lado primitivo e biológico acaba falando mais
alto, levando a mãe a cometer o infanticídio. Acreditamos que esse lado
biológico gera uma autoproteção que leva a mãe a ver o próprio filho como
ameaça, e até mesmo uma proteção de linhagem evolutiva, por julgar que as
características do filho não são ideais para perpetuar a espécie, o que acaba
se sobrepondo ao instinto maternal.
O presente
ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia e baseado nas obras:
http://jus.com.br/revista/texto/4066/o-crime-de-infanticidio-e-a-pericia-medico-legal
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3894
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