domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ética no uso de animais: Ostras: Já se imaginou sendo cozido vivo?



Série Ensaios: Ética no Uso de Animais e Bem-estar Animal

Por Taciana dos Santos Buchuk Cordeiro
Pós-graduanda em Conservação da natureza e educação ambiental

O cultivo de ostras no Brasil não é muito comum, se comparado a alguns países da Europa, a produção no país é pequena, apesar de seu consumo ter aumentado consideravelmente nos últimos três anos, porém seu consumo ainda está se popularizando. A aqüicultura (ciência que estuda e aplica os meios de promover o povoamento de animais aquáticos) está superando atividades agropecuárias no Brasil. As ostras produzidas em fazendas são mais saborosas e, a partir de vários cruzamentos de espécies, a Cassostreas gigas um tipo de ostra japonesa, se adaptou a águas frias, como no estado de Santa Catarina, se reproduzem apenas em laboratório. As ostras Crassostrearhizophorae, nativas do Brasil, ocorrem nas regiões do nordeste do país, em áreas de mangue. As sementes Cassostreas gigas, são desenvolvidas em laboratório e podem ser obtidas em algumas universidades no estado de Santa Catarina, a partir da semente desta primeira, são desenvolvidas as sementes da Crassostrearhizophorae. O tempo de desenvolvimento de uma ostra, para atingir a idade para colheita varia de 18 a 20 meses. Para garantir a qualidade das ostras o governo federal desenvolveu o Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves, pois a legislação atual não oferece valores de referencia para moluscos vivos ou consumidos crus. A manipulação desses animais deve ser feita a partir de técnicas que visem conservar os animais, nem sempre são as mais adequadas do ponto de vista do sofrimento desses animais. Isso ocorre com espécies que não tem apelo afetivo, como no caso dos invertebrados.
Os experimentos que utilizam animais devem ser realizados seguindo alguns critérios normativos mínimos, como impor limites a dor e ao sofrimento, garantir tratamento humanitário, fiscalizar instalações e procedimentos, garantir a responsabilidade pública. O que seria dor para um ostra? Por falta de informações não se sabe ao certo o quanto uma ostra pode sofrer, mas o fato de imaginar colocando-a viva em água fervente ou em uma grelha deve ser bem doloroso, assim como podemos escutar os caranguejos se debatendo, tentando fugir de uma panela quando estão sendo preparados para o cozimento. É certo imaginar que alguma dor elas devem sentir! Você já se imaginou sendo cozido vivo, ou queimado? Não deve ser muito agradável!  Como falado anteriormente, por não serem animais que tem aquele apelo afetivo, de ser “fofinho” ou não terem qualquer tipo de expressão de dor ou sofrimento, a idéia de que elas possam sofrem é vaga, mas de alguma maneira elas devem sentir dor. Cabe à população começar a ter essa noção de que todos os animais sofrem de alguma por dor física.  Lembrando que se deve ter cuidado, pois, como todo cultivo de produção, é reconhecido como impactante ambiental.

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Ética no Uso de Animais e Bem estar Animal, baseando-se nas seguintes obras:
http://www.cem.ufpr.br/?page_id=59                                

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