Série Ensaios: Ética no Uso de Animais e Bem-estar Animal
Por Leane
Pinheiro Pessoa
Pós-graduando
do curso Educação Ambiental e Conservação da Natureza
Atualmente
é cada vez mais comum e fácil o acesso à animais silvestres nas grandes cidades, os quais são adotados como animais de
estimação. Mas há vários problemas em relação a essa “adoção”! Alguns deles
são: doenças chamadas de zoonoses que possam vir junto com estes animais; pessoas de má índole que
vendem com falsas liberações do IBAMA; animais sem as mínimas condições psicológicas de viver no
ambiente urbano; cidadãos que não se preocupam em saber se os animais são
legalizados (muitas vezes compram animais de tráfico, e isso da à continuidade desse crime); pessoas sem o mínimo de
noção de como tem que ser o habitat e alimentação dos animais. Os animais silvestres são divididos em dois
grupos segundo o IBAMA: FAUNA SILVESTRE EXÓTICOS e NATIVA. Na verdade essas pessoas querem esses animais
somente para exposição perante a sociedade, pois as vezes pagam muito caro, e
ou para pagar mais barato compram animais do tráfico que as vezes ainda são
filhotes que sofreram muito e que muito provável serão animais psicologicamente
abalados. Há um crescente
comércio da fauna silvestre brasileira, transformando-se, inclusive, numa das
atividades ilícitas mais lucrativas. Resultado imediato: milhões de animais
silvestres são mortos pela ganância humana e, em alguns casos, pela desinformação
de algumas pessoas que criam bichos selvagens como se fossem animais domésticos
(Ibama). Todo dia há apreensões no Brasil inteiro, sendo que os órgãos responsáveis muitas vezes
não têm nem lugar para colocar tantos animais apreendidos.
A Calopsita ou Nynphicus hollandicus é um animal silvestre exótico originaria da Austrália e que de uns anos no Brasil começou a ser
muito comercializado
aqui no Brasil, pois é de fácil comercio e criação. O IBAMA controla os animais silvestres (pertencentes a nossa flora) e os animais exóticos (pertencente a flora de outros
países). Só que existe uma série de animais que mesmo sendo silvestre ou
exótico, figuram numa listagem especial do IBAMA (Portaria nº93), em que
classificam estes como animais domésticos.
Pertencem a esta listagem, entre uma variedade enorme, animais conhecidos por
nós, como cães, gatos, cavalos, gado, galinhas, coelhos e, obviamente, o animal
objeto tema desde trabalho, a Calopsita.
Em função desta portaria, as Calopsitas
podem ser livremente criadas e comercializadas, sem que haja controle do IBAMA.
Assim como ocorre com os canários belgas e os periquitos, que também figuram
nesta mesma listagem. As Calopsitas
são aves que podem ser encontradas em qualquer aviário ou pet shop, por preços
acessíveis e ainda escolher, manso ou arisco. E que chama a atenção por sua
beleza, e canto, pois aprende a assoviar o que o seu dono ensinar. É uma ave de
pequeno porte que como qualquer animal gosta muito de carinho e atenção, e que
quando ensinado desde filhote fica muito dócil e pode ser criando “solto” o que
facilita o convívio com pessoas e com crianças.
Por que o IBAMA não trata esse animal como silvestre exótico e não
cobra dos criadores ambientes e tratamento digno como os outros animais
exóticos? Qualquer um que quiser criar sem entendimento e nem preocupação com o
bem-estar da ave pode criar? Muitos criadores só pensam no lucro, em vender, em
procriar mais e mais! Cadê a fiscalização? Conheço um criador de Calopsita, que possuis viveiros grandes
limpos e são bem tratados e alimentados. Mais não podemos esquecer que ali não
é o ambiente deles, eles possuem as asas cortadas para não voarem, são animais
presos! Mais apesar disso ela se preocupou em disponibilizar um ambiente grande
onde até conseguem voar um pouco, e como vivem sempre em grupos ela também teve
esse cuidado de mantê-las juntas, Calopsitas
vivem geralmente em bando e fazem seus ninhos em árvores ocas e são de clima
temperado. Mas pra onde vão depois? como serão tratadas? Mas e os outros
criadores? Como não há fiscalização e nem alguma especificação de viveiros adequados
como: tamanho, luminosidade, espaço verde, higienização e alimentação adequada.
Será que não há muitos criadores que só pensam no lucro? Que não estão nem aí
para o bem-estar da ave! Na internet podemos encontrar vários sites de
criadouros, que ali vem como criar, venda e curiosidades. Mais será que não
podem maquiar a real situação em que criam esses animais? Nenhuma ave deveria
ser mantida em gaiola, aves foram feitas para serem livres, e muitos
compradores acabam comprando somente uma ave e elas vivem em grupos será que
isso não os afeta emocionalmente? Será que não sentem falta de outras aves?
Outras pessoas compram e simplesmente só as alimentam, não dão atenção nenhuma,
não se importam, não abrem a gaiola para nada, muitas vezes a ave não consegue
nem exercitar as suas asas durante sua vida inteira, será que são felizes
assim? Os criadores não se importam para quem estão vendendo e nem como irá
criar. Só pensam nos lucros. Acredito que a lei sobre a criação de Calopsitas deveria ser mais ampla e mais
rigorosa, não deveriam ser tratados como animais domésticos. Pois imagine se um
criadouro resolve soltar todos os seus animais na natureza!
O
presente ensaio foi elaborado para disciplina de Ética e Bem-estar Animal.
tendo como base nas obras:
Parabéns pelo seu artigo. É uma horrível realidade e deveria ser mudada imediatamente pelas autoridades competentes. " Nenhuma ave deveria ser mantida em gaiola, aves foram feitas para serem livres, e muitos compradores acabam comprando somente uma ave e elas vivem em grupos será que isso não os afeta emocionalmente? Será que não sentem falta de outras aves? "
ResponderExcluirAqueles que não respeitam a natureza,não merecem o titulo de CRIADOR!
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