Série Ensaios: Ética no Uso de Animais e Bem-estar Animal
Por
Isabella Boza
Pós-graduanda
em Conservação da Natureza e Educação Ambiental.
Os
primeiros circos surgiram na época das primeiras olimpíadas gregas, primeiramente apenas com as habilidades humanas. Mas
infelizmente esse fato mudou conforme ocorria as batalhas com animais no Coliseu, as apresentações circenses faziam uma
transição para um caráter engraçado, utilizando os animais para proporcionar
alegria aos visitantes, o que infelizmente ocorre até hoje, com grandes abusos
a integridade do animal, não recebem alimentação adequada, adestramento com
métodos violentos como choques elétricos, perfurações, espancamentos e
queimaduras, além de terem suas garras e
seus dentes cerrados ou arrancados para não apresentar perigo. E quando
não morrem e não são mais ‘úteis’ para os espetáculos ficam muito debilitados e
são abandonados em beira de estradas ou zoológicos. Lembrando que elefantes, leões e tigres, ursos, macacos e cavalos entre outros animais usados em circo,
normalmente são pegos filhotes após os pais serem mortos em caçadas.
Animais com instinto caçador, (Veja o vídeo)
programados biologicamente para andar ou correr quilômetros por dia são
mantidos em jaulas apertadas, (Veja o vídeo) sentindo dores, passando fome,
recebendo surras para obedecer o “ser racional” que lhe agride, passam a sofrer
problemas de saúde por não praticar exercícios, o mexer constante dos membros
ou realizar movimentos repetitivos são características de neurose do cativeiro,
sentido medo, angústias, tristeza profunda, chegando a desenvolver a auto mutilação.(Veja o vídeo). Sendo que no seu habitat natural isso não ocorre. E
apesar de domesticados podem se revoltar e atacar, temos como exemplo a morte do garoto Juninho em Pernambuco, que foi puxado
para dentro da jaula de leões famintos e serviu de refeição, após quase uma
semana de total jejum. Todo animal deve ser bem tratado e bem alimentado, livre
de qualquer tipo de maus-tratos, abandono, fome, recinto impróprio ou situações
que causem medo, angústia ou sofrimento. Deve-se garantir o bem-estar do animal
em cativeiro com assistência permanente de pelo menos um médico veterinário, o
animal deve ser sexado e microchipado, deve ser proibido a visitação pública e
os recintos devem seguir no mínimo os padrões exigidos conforme a portaria IBAMA n.º
108/94. É
inquestionável que lugar de animal silvestre é na natureza e não garantindo a
diversão humana. Cada animal utilizado em espetáculos significa um emprego a
menos, um artista desempregado, um animal escravizado é condenado a viver pelo
resto da vida enjaulado e sendo obrigado a desempenhar um papel completamente
incompatível com a sua natureza. Palhaços, malabaristas, mágicos é que são
artistas de circo, muito criativos e divertem o público sem sofrimento como no Cirque du Soleil.
O
amparo legal existente, conforme
Art. 225, §1 VII da
Constituição:
Art. 225.
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. § 1º - Para
assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:VII - proteger a
fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.Lei de Crimes
Ambientais (Lei federal n° 9.605/1998), finalmente,
contempla o seguinte tipo: “Art. 32 – Praticar ato de abuso,
maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos.” Atualmente as leis proíbem a
participação de animais em espetáculos em alguns locais, mas é a ética humana
que deveria não aceitar tais atrocidades com animais. Cabe a cada um de nós
rejeitarmos e denunciar a violência que existe nos bastidores e espetáculos com
animais indefesos no circo. Devemos ensinar nossas crianças a construírem uma
sociedade que respeite a natureza.
O
presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Ética e Bem - estar animal
tendo como base as obras:
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