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segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Ética na extração de veneno para comercialização
Série Ensaios: Ética
no Uso de Animais e Bem estar animal
Por Tauane Garcia Barreto
Pós-graduanda do
curso de Conservação da Natureza e Educação Ambiental
Desde o começo
da humanidade a farmácia
tem feito parte da vida humana, mais precisamente a partir do período pré-histórico afirmam os
pesquisadores. A definição de “medicamento” segundo a
legislação brasileira (Lei n° 5991, de 17 de dezembro de 1973), afirma que se trata de um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou
elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
diagnóstico. O mesmo normamente é constituído por princípios ativos naturais ou
sintéticos, devidamente testados e distribuídos à população conforme prescrição
medica. Com relação aos medicamentos compostos por elementos de origem natural,
mais precisamente os que possuem em sua constituição algum tipo de veneno animal extraído, de acordo com a
legislação vigente da ANVISA, só podem ser comercializados os medicamentos produzidos por
estabelecimentos autorizados e licenciados, sujeitos a fiscalização. Contudo, a
prática de extração de veneno em animais burlando a legislação a fim de se
obter lucro fácil, mais conhecido como biopirataria, vem se
apossando do mercado farmacêutico, e, diga-se de passagem: “sem um pingo de
ética”. Pequenos produtores têm sido
incentivados a investirem no cultivo de cobras, muitas vezes feito de forma
improvisada, baseado nos altos valores oferecidos para a exportação de uma
simples grama de veneno. Já não há mais dúvidas de que o veneno das cobras
brasileiras é bioquimicamente riquíssimo, com componentes que apresentam
efeitos anticoagulantes, miotóxicos (com ação sobre
os músculos) ou ainda neurotóxicos (sobre as
células nervosas), sem mencionar hipóteses ainda não comprovadas, fato que
aumenta ainda mais o valor desta iguaria. Seguindo muitas vezes o exemplo da uma criação
de gado, com relação à falta de ética no uso animal, criadores de cobras na
maioria das vezes sem tem um curso especializado, se expõem aos riscos causados
pelo manuseio destes animais para extrair seu veneno, que em sua maioria não
passa de 100 gramas por mês de cada animal, fato que explica o aumento na
demanda pelo produto. Apesar de ser uma prática um tanto simples, a extração de
venenos exige do estabelecimento uma autorização fornecida pelo IBAMA, mas que na tentativa de combater a biopirataria foi vetada,
pois ter um lucro obtido às custas de animais é cômodo, mas conseguir
proporcionar aos mesmo o conforto e cuidados merecidos não é tão fácil assim. (veja vídeo 1). Boas instalações são imprescindíveis para a sobrevivência de
animais em cativeiro. Pesquisadores do Instituto Butantã afirmam que dentre as acomodações necessárias a um criadouro de serpentes estão a sala de
quarentena, laboratório, biotério e as estruturas para criação externa como
baias ao ar livre, terrários, berçário e a área de serpentário extensivo. Além
disso, o manejo alimentar e sanitário juntamente com a obtenção de informações sobre o habitat natural de cada espécie são
fundamentais na hora de reproduzir o ambiente delas, garantindo o seu conforto
e bem estar. No entanto, a regularização de um criadouro custa caro e
como todo empreendimento, demora a gerar lucro, incentivando ainda mais os
produtores a procederem de forma ilegal. (veja vídeo 2)
Este
ensaio foi elaborado para disciplina de Ética e Bem-Estar Animal se baseando
nas obras:
ÉTICA NO USO DE ANIMAIS: SERÁ QUE COMPRAR UM SUVENIR EM UMA VIAGEM É IMPORTANTE?
Por KARYNE BAPTISTA DE SOUZA
Pós-graduanda do Curso de Conservação da Natureza e
Educação Ambiental
O
turismo no Brasil e em todo o mundo é uma ótima fonte de renda que se faz de
várias formas, através de passeios a locais turísticos, venda de alimentos
tradicionais de determinadas regiões e culturas, assim como também a venda de
suvenires. Observe-se que, no mercado do turismo a compra de suvenires ocorre de
forma universal, obviamente existe um objetivo para o interesse na aquisição
destes produtos, que está relacionado aos espaços visitados e as experiências
individuais ocorridas com os turistas (Horodyski,
2012). Os suvenires ou souvinires são objetos ou artesanatos
comercializados que lembram momentos de uma viagem realizada em locais que
significaram parte da história de uma pessoa (Machado, 2008). Sendo o Brasil um
país com uma grande biodiversidade
de plantas e animais está propenso ao uso destes ou de suas partes para
produção artesanatos e suvenires. O artesanato é considerado qualquer objeto
comercializável, gerado por um trabalho manual, feito com a ajuda de
ferramentas simples ou máquinas rudimentares, que se baseia em temática popular
e utiliza a matéria-prima local ou regional. Todavia o termo zooartesanato
designa toda e qualquer forma de artesanato que utiliza animais ou parte destes
como matéria-prima para a sua confecção (Alves et al., 2006).
Em Pernambuco,
por exemplo, comerciantes declaram ganhar uma renda entre R$600,00 e R$3.000,00
reais e no caso dos artesãos uma renda entre R$600,00 e R$1.500,00, o eu não se
pode considerar um lucro absurdo, sendo apenas o sustento de uma família. Observando
que nestes casos a forma de obtenção dos animais é manual, através de catação
na praia (Alves, 2009). O extremo da exploração de animais para produção de
suvenires pode ser encontrado em países como a China onde um ambulante foi
encontrado vendendo chaveiros de peixes e tartarugas de espécies brasileiras.
Ou como nos Estados Unidos em que tubarões estão sendo vendidos dentro de
recipientes de acrílico sendo maltratados sem espaço para se movimentarem ou
sem alimento. Os números revelam que o Brasil é alvo do que é chamado de biopirataria
em que 38 milhões de animais da Amazônia, Mata Atlântica, das planícies
inundadas do Pantanal e da região semiárida do Nordeste são capturados e
vendidos ilegalmente, o que rende cerca de 1 bilhão de dólares por ano é o que
afirma o grupo não governamental RENCTAS.
A lei contra os crimes do Meio Ambiente
existe desde 1967 esta lei
que regulamenta o comércio de animais diz: É proibido o
comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem
na sua caça, perseguição, destruição ou apanha. A lei passou por atualizações
como a de 1998 que a deixou mais clara, entretanto o que falta é o controle e a
fiscalização pelos órgãos responsáveis no comércio ilegal de animais. Também o
que falta é a conscientização das pessoas para que parem de comprar suvenires,
artesanatos e qualquer objeto que sejam feitos com animais ou partes deles,
pois, a compra gera o desenvolvimento de mais mercados ilegais e pessoas
associadas estas práticas. Em curto prazo, as pessoas devem se conscientizar de
não mais comprar peças de suvenires, artesanato ou zooartesanato para o simples
prazer ou lembrança de uma vigem, sugiro que tirem uma foto para guardar a
recordação do local visitado. Em longo prazo, deve-se exigir dos órgãos
responsáveis leis mais adequadas, multas mais rigorosas e fiscalização com mais
eficácia.
Esse ensaio foi
elaborado para disciplina de Ética no
Uso de Animais e Bem Estar Animal sendo baseado nas obras:
Alves, M. S., Silva, M. A., Melo Júnior, M., Paranaguá, M. N. &
Pinto, S. L. 2006. Zooartesanato comercializado
em Recife, Pernambuco, Brasil. Revista
Brasileira de Zoociências8 (2):
99-109. Disponível em: http://www.editoraufjf.com.br/revista/index.php/zoociencias/article/view/105 em 06 de
Novembro de 2012.
Alves, M. S.
Silva, M. A. Pinto, S. L. (2009) Perfil Sócio-econômico dos atores envolvidos
na produção e comercialização de zooartesanato em Recife, Pernambuco – Brasil. Revista
Nordestina de Zoologia – Recife V. 4 N. 1 – p. 97-104 – 2009/2010. Disponível
em: http://www.revistanordestinadezoologia.com/downloads/invertebrados/
artigo_08.pdf em
06 de Novembro de 2012.
Horodyski, G. S. Manosso, F. C. Gândara, J. M. G. (2012) O souvenir na dinâmica do espaço turístico: O
caso de Curitiba – PR. Disponível em: http://anptur.org.br/ocs/index.php/seminario/2012/paper/view/1061 em 06 de Novembro de 2012.
Machado, P. S.
Siqueira E. D. 2008 Turismo, Consumo e
Cultura: significados e usos sociais do suvenir em Petrópolis-RJ. Revista
Contemporânea. Nº10, v,1 2008. Disponível em http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_10/contemporanea_n10_euler_david.pdf em 06 de
Novembro de 2012.
Silva, A. Dias,
T. Costa, A. Santos, R. Bezzera, A. R. (2007). Zooartesanato comercializado
na Costa da Paraíba (Nordeste Do Brasil): Implicações ecológicas e conservacionistas.
Anais do VIII Congresso de
Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu – MG. Disponível em: http://www.seb-ecologia.org.br/viiiceb/pdf/1082.pdf em 06 de Novembro de 2012.
Ética no uso de animais: Animais selvagens treinados para shows – parques aquáticos
Série Ensaios: Ética no Uso de Animais e Bem-estar
animal
Por Thabata de Quadros Luchtenberg Martins
Pós-graduanda do Curso de Conservação da Natureza e
Educação Ambiental

Esta
apresentação rendeu muitas risadas e aplausos, mas ela não pareceu estar feliz,
apenas obedecendo pois não havia outra alternativa. Não
podemos esquecer do mais famoso parque aquático do mundo: o SeaWorld. Em 2012 cinco
orcas foram nomeadas como autoras de um processo na justiça americana que
argumenta sobre os direitos de proteção contra a escravidão,
contra SeaWorld.
A equipe jurídica do SeaWorld classifica o caso como um desperdício de tempo e
dinheiro, pois não acreditam que estejam causando maus tratos às baleias. A organização diz que as orcas Tilikum, Katina,
Kasatka, Ulises e Corky são tratadas como escravas, porque vivem em tanques
e são forçadas a fazer várias apresentações diárias nos parques SeaWorld na
Califórnia e na Flórida. "Pela primeira vez na história de nossa nação, um
tribunal federal ouviu os argumentos sobre se seres vivos, que respiram e
sentem, têm direitos ou podem ser escravizados simplesmente porque não nasceram
humanos", disse Jeffrey Kerr, advogado que representa as cinco orcas. Existem
diversas formas de divertir-se na natureza. Uma delas é fazer passeios de barco
para observação destes animais, como acontece em Garopaba, onde é possível ver
as baleias francas e seus filhotes, quando vêm para o Brasil reproduzir-se ou
terem seus filhotes. Em Fernando de Noronha também é
possível nadar muito próximo aos
golfinhos
sem toca-los, sem incomodá-los dentro de seu habitat natural. Ainda há muito a
fazer, muito a se falar. A população está muito longe de saber o que realmente
acontece nos bastidores desses shows aquáticos. E a melhor forma de
transparecer, é lutar pelos direitos todo e qualquer animal silvestre que
necessita viver em seu hábitat para ter qualidade de vida. Há um relato de um estudante
brasileiro que trabalhou no SeaWorld e conviveu com a dor dos animais presos
a um tanque e percebeu a carência dos golfinhos ao tentar comunicar-se com
eles. Em países como o Japão ainda há uma força muito grande do governo, que
caça esses animais desenfreadamente e ameaça de morte os ativistas que lutam
pelos direitos dos animais. No documentário “The Cove” esta realidade
é retratada por um ativista que se esconde para poder lutar e sobreviver por
estes animais, é ameaçado constantemente, pois o governo esconde todas as
atrocidades que comete contra a natureza. Expõe
o abate de mais de 20.000 golfinhos na costa do Japão anualmente. Para quem não
pode lutar literalmente por estes animais, uma ótima atitude é não frequentar
lugares que exibam animais silvestres como ecoturismo e disseminar esta ideia e
modo de vida que não precisa causar sofrimento aos animais para sentir-se feliz
e próximos à natureza.
Esse ensaio foi
elaborado para disciplina de Ética no
Uso de Animais e Bem Estar Animal sendo baseado nas obras:
CLAYTON,
Valdelane Azevedo. O Comércio Internacional de Golfinhos Selvagens. Disponível no link: http://www.abolicionismoanimal.org.br/artigos/ocomrciointernacionaldegolfinhosselvagens.pdf. Acesso em 30 de outubro de 2012.
O sofrimento dos golfinhos cativos. Disponível no
link: < http://www.wspabrasil.org/helping/animalfriendlyliving/sofrimento-dos-golfinhos-cativos.aspx >. Acesso em
29 de outubro de 2012.
Blog da Pink. Show inaugura aquário na Turquia. Disponível no link:
< http://pink.dornbeast.com/?m=200812 >. Acesso em 29 de
outubro de 2012.
WIKIPÉDIA. Morsa. Disponível no link: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Morsa >. Acesso em
29 de outubro de 2012.
BBC Brasil. Cinco orcas 'processam' parque aquático por escravidão. Disponível
no link: < http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/cinco-orcas-processam-parque-aquatico-por-escravidao/n1597617232249.html >. Acesso em 29 de outubro de 2012.
CUNHA, Rodrigo Vieira da. A baleia Orca e a falta que faz
a liberdade. Disponível no link: < http://afichacaiu.wordpress.com/about/
>. Acesso em 06 de novembro de 2012.
Videos
ilustrativos:
É possível notar
o pequeno espaço do tanque para uma baleia e golfinhos, quem dirá para mais.
Comportamento repetitivo, imitação do treinador dentre outras características
que representem que o animal está sendo manipulado em busca de comida e
aprovação de seu treinador:
Mergulho com gilfinhos em
Fernando de Noronha, onde é possível conviver com estes animais dóceis sem
interferir no habitat natural.
Sofrimento e crueldade na caça de golfinhos para venda da carne e criação
em cativeiro como em parques aquáticos.
Reportagem sobre a morte da
treinadora. Onde também é informado que a baleia que a matou tem 30 anos,
nasceu em liberdade, mas foi capturada ainda filhote para ser utilizada em
shows aquáticos.
Treinador com uma orca é surpreendido quando ela agarra seu pé, submerge
e fica por longos minutos o segurando. Felizmente o treinador não morreu.
El ataque de una orca en un
parque acuático
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