Traição: a culpa é da genética



Série ensaios: Sociobiologia
Por Adriane, Marina, Renan e Vanessa

Acadêmicos do curso de ciências biológicas

"Esposa traída coloca vídeo na rede desmascarando a melhor amiga e o marido num caso de infidelidade mostrando provas de investigação que acaba em agressão e um escândalo na internet." (Veja o Vídeo)
            Comportamento social caracteriza a interação entre o organismo e o ambiente. No comportamento social existem duas possibilidades de interpretação: o comportamento de grupos de pessoas, e o comportamento de indivíduos juntamente com o contato com outras pessoas. O comportamento tem sido analisado através dos fenômenos sociais, como fatos ou eventos envolvendo ações com mais de uma pessoa. Na literatura, procurou buscar-se os três eventos rotulados como fenômenos sociais. O comportamento social é uma contingência tríplice cujas consequências são medidas pelo comportamento operante de outro(s) indivíduo(s); A produção agregada é o conjunto de comportamentos de mais de um indivíduo que geram um produto agregado. Já a prática cultural são comportamentos aprendidos e similares propagados por sucessivos indivíduos. As características e complexidades destes três fenômenos são debatidas. Possibilidades de diálogo com as Ciências Sociais são ressaltadas (SAMPAIO 2010).
            O termo sociedade significa agrupamento de pessoas que vivem em estado gregário, o que não significa apenas uma necessidade do ser humano viver em grupos, mas também a capacidade de desenvolver atividades em grupo. Conceitua-se grupo com uma pequena associação, uma reunião de pessoas unidas para um fim comum. Há dois tipos de monogamia: A social e a Genética. A social acontece quando dois indivíduos de sexo oposto se unem para formar um casal.

 Já a genética é a monogamia sexual; para ocorrer, cada membro do par precisa garantir exclusividade de acesso sexual ao outro. A monogamia social Humana é facilmente explicada, uma vez que o ser humano é um animal que necessita de cuidados por muito tempo depois de seu nascimento. E no caso, é vantajoso para a espécie, que haja uma ligação entre os pais para que o filho tenha maiores chances de um bom desenvolvimento, assim como ocorre com animais. Mais que uma escolha, é uma adaptação de tipo social com fins biológicos.

Os animais cultivam longas amizades e romances monogâmicos, mas às vezes, assim como os homens, a traição se torna comum quando aparecem as dificuldades ou a tentação pelo poder. Há muito tempo a ciência tem olhado para o comportamento animal em busca de similaridades com os seres humanos. Nos últimos anos, as descobertas desse ramo têm sido as mais surpreendentes. Estudos realizados pela geneticista Mayana zats da revista Plos one revelam que a infidelidade pode estar relacionada à genética. Existem animais que praticam a monogamia como os humanos, por exemplo, o lobo cinzento, ariranhas, chacal, corujas, castores, abutre preto, gibão, condor, antílope africano e pinguins. Segundo estudo publicado, variações em um gene específico, o receptor de dopamina D4 estariam associadas a determinados comportamentos sexuais, principalmente promiscuidade e infidelidade
Estudos anteriores sugerem que a neurotransmissão da dopamina no cérebro influencia a libido, o comportamento sexual e o “laço” entre casais. Dois hormônios, a oxitocina e vasopressina, atuam sobre a função dopaminérgica influenciando o comportamento monogâmico e a união entre casais. Outros estudos sugerem que genes que modulam a neurotransmissão da dopamina, como o gene receptor da dopamina D4, estaria relacionado a características comportamentais como a busca de sensações novas (Zatz, 2011). Neste estudo foi mostrado que esse gene (receptor da dopamina D4) apresenta uma região com um número variável (2 a 11) de repetições. Pessoas com um número maior de repetições (7 ou mais) teriam uma maior predisposição para buscar novas sensações e emoções. A hipótese dos autores é que essas pessoas também teriam uma tendência maior a ser sexualmente promíscuas e infiéis.
No caso da infidelidade social, pesquisas mostram que apesar de 90% das pessoas casadas desaprovarem de relações extraconjugais, as estatísticas de uma pesquisa nacional indicam que 15% das mulheres e 25% dos maridos já tiveram relações sexuais extraconjugais. Esses números aumentam cerca de 20% quando casos emocionais e relações sexuais sem intercurso são incluídos. Em uma pesquisa realizada pela revista VEJA, segundo sexólogo e ginecologista carioca Amaury Mendes Júnior, os homens traem para contar vantagem, enquanto que as mulheres traem porque sua vida sexual com o parceiro não vai bem, uma vez que para a mulher, o sexo quer dizer várias coisas: que ela ainda é amada, desejada, respeitada pelo marido.

A traição, que era confessada por mulheres aos prantos, arrasadas pelo remorso, hoje é um tema que tende a ser tratado de forma mais racional. Segundo a reportagem, por mais conflitantes que sejam os argumentos da eterna briga entre biologia e cultura, o senso comum prevalece em algumas constatações. A mais óbvia: os homens traem por sexo. Já no complexo continente da psique feminina, os motivos se multiplicam. Mas é fato que a mesma mornidão conjugal que leva os maridos a buscar a variedade corrói nas mulheres um dos mais poderosos motores da sexualidade feminina (e, por conseqüência, da auto-estima): o sentir-se intensamente desejada.
Enfim, todos os conceitos monogâmicos estipulado pelas crenças e tradições cairão por terra, pois o ser humano, principalmente, provém de uma natureza poligâmica, levando-se em consideração que, do ponto de vista biológico, ter vários parceiros reflete na idéia de que haverá uma maior variabilidade genética entre as espécies. O pesquisador Christopher Ryan comenta: “sem as barreiras culturais, nossas orientações sexuais derivariam em várias relações paralelas de diferente profundidade e intensidade". Para Ryan, novos modelos de família são constatação de que a família nuclear não é o único modelo válido. O tema em discussão é bastante polêmico e as opiniões sobre o assunto são variadas. Nós acreditamos que a traição é normal, podendo ser derivada da genética e é um tipo de comportamento reprodutivo. Porém, nós humanos fomos criados numa sociedade onde a traição é visto como algo imoral, ruim, errado, o que torna a traição um ato acompanhado de culpa, dor, tristeza e sofrimento para quem o recebe.

Este ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia II sendo baseado nas seguintes obras:
D. P. BARASH; E. J. LIPTON. O mito da monogamia: fidelidade e infidelidade entre pessoas e animais, Ed. Record. Rio de Janeiro. 2007.

http://www.clicsoledade.com.br/clicnews/?pg=ler&id=3462
http://salaolady.blogspot.com.br/2010/12/o-problema-seria-genetico.html
http://universouniversal.wordpress.com/tag/monogamia/
http://papodehomem.com.br/todas-as-relacoes-sao-abertas/
http://www.youtube.com/watch?v=i4H-0rQwA5g&feature=related (vídeo)
http://veja.abril.com.br/131004/p_084.html
http://www.allaboutlifechallenges.org/portuguese/infidelidade-no-casamento.htm
http://www.youtube.com/watch?v=8ezV_G4Aurc (vídeo)
http://br.noticias.yahoo.com/monogamia-n%C3%A3o-%C3%A9-natural-dos-humanos--dizem-pesquisadores.html