Por Bruna Bortolini e Nataly Ostrowski
Acadêmicas do curso de Biologia
No texto de Mendonça (2012) a discussão sobre infidelidade e o conceito
social, depende do lugar onde se vive. O matrimônio em nossa cultura ocidental,
prevê o casamento como instituição monogâmica e as relações extraconjugais
configuram infidelidade, nas culturas que prevêem o casamento poligâmico, a
infidelidade também é caracterizada por relações extraconjugais e embora várias
esposas possam ser tomadas por um único homem, elas precisam ser
desposadas, e isto se realiza a partir
de um novo pacto. A infidelidade está relacionada com a moral, idéias de culpa,
pecado, castigo e os custos impostos aos indivíduos que possam desrespeitar a
lei e ir atrás de um “instinto natural”, procurando o desejo em outras pessoas. Casos chocantes são
noticiados sempre através dos meios de comunicação, como no caso destareportagem, em que o marido confessa que após saber da traição, mata a esposa e come seu
coração com cachaça, ou ainda o caso da mulher que descobre a traição do
parceiro e divulga o vídeo desmascarando a melhor amiga, e o que é
interessante, é que a esposa difama a amiga, porem conserva a imagem do marido.
Ao observarmos casos como estes, percebemos que por mais que nós, seres
humanos, sejamos seres com raciocínio e consciência mais desenvolvidos, muitas
vezes os instintos animais falam mais alto e agimos como qualquer outro animal
quando descobrimos ou desconfiamos que somos traídos.
Estes casos, ainda,
demonstram comportamentos animais, estudados por muitos grupos de
pesquisadores, em que o macho, não aceita a traição tendo uma atitude para manter
seu status, porém em casos animas os machos acabam por abandonar a fêmea e
coloca em situação de fracasso, e não comete atos tão violentos, a mulher que
expõem a amiga, toma uma atitude de desvalorizar a outra fêmea que é
concorrente, e mostrar ao grupo, o que a outra fez, casos que podem ocorrer em
alguns grupos animais.
Para confirmar ainda mais o
que já foi relatado neste texto, em uma reportagem da revista Veja os pesquisadores dizem que a cada quatro mil
espécies de mamíferos, apenas três são monogâmicos, comprovando assim que a
promiscuidade e a infidelidade são mais naturais do que
supunha-se nos animais e que esta pode não ser a exceção mas a regra no mundo
animal.
Como biólogas, vemos que a que
a CEP em humanos é biologicamente natural. Mas como a maior parte das culturas
impõe a monogamia e são lideradas por homens (que assim como os demais animais
geralmente são os machos que tem estratégias para evitar a infidelidade da
fêmea) a CEP é tida como infidelidade, algo imoral, antiético, pecaminoso,
principalmente quando se trata do sexo feminino. Sendo todo ser vivo resultado
da soma da genética e do ambiente, o ser humano encontra-se em constante duelo
com o seu instinto e a sua cultura.
O presente ensaio foi
elaborado para disciplina de Etologia e se baseou nas seguintes obras:
D. P. BARASH;
E. J. LIPTON. O mito da monogamia: fidelidade e infidelidade entre pessoas e
animais, Ed. Record. Rio de Janeiro. 2007.
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