sábado, 19 de maio de 2012

Ecologia Comportamental: uma ferramenta para interpretar as relações interespecíficas e intraespecíficas.


Por Heros Henrique Heller Chaves; Leonardo José Lobo Brantes; Marielle Hütner
Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas


A Ecologia Comportamental (Ecoetologia/Etoecologia) é a ciência que estuda o comportamento dos seres vivos em seu meio natural, visando principalmente aspectos evolucionistas, tais como a maneira como um padrão comportamental irá contribuir para as chances de sobrevivência e o sucesso (ALCOCK, 2011; KREBS; DAVIES, 1996). Estudos metodológicos, teóricos e observativos permitem compreender a forma como os animais procuram alimentação, gerem seu território e tiram proveito da vida em grupo para assegurarem a sobrevivência da espécie. A Ecoetologia também busca entender por que diferentes espécies se comportam de diferentes maneiras e por que em uma mesma espécie pode haver diferenças comportamentais individuais. As condições ecológicas irão determinar quais padrões comportamentais serão favorecidos durante a evolução (KREBS; DAVIES, 1996).
Em 1978, Krebs e Davies publicaram o livro “Ecologia Comportamental” mostrando uma nova tendência de estudo do comportamento animal, usando a adaptação como um conceito central, visando avaliar como um comportamento poderia maximizar a aptidão dos indivíduos que o apresentassem. Os autores ainda enfatizaram a importância da necessidade de se quantificar a variação do comportamento com acuidade e o uso da variação entre os indivíduos em teses hipóteses adaptativas. Esses métodos direcionaram os estudos da ecologia comportamental até o final da década de 80. Entretanto, a partir de 1990, ecoetologistas passaram a abandonar algumas áreas de seu interesse tradicional e assumir novos desafios, como o desenvolvimento de modelos adaptativos simples para investigar fenômenos biológicos complexos que começaram a ser aplicados em muitas áreas do comportamento. Dentre elas podemos destacar análises sofisticadas que incluem modernas técnicas de genética e informática que permitem testar o papel do comportamento na determinação de padrões de especiação de padrões de especiação e extinção. Coloque alguns links para exemplificar
            A ecologia comportamental no início do século XXI se apresenta como uma ferramenta útil para a ecologia da conservação, possibilitando um melhor entendimento e possibilidade de teste do valor adaptativo de comportamentos exibidos por diferentes membros de uma mesma rede trófica, fato essencial para a manutenção da viabilidade de comunidades naturais ainda bem preservadas.
            Nós formandos de biologia acreditamos que com o estudo da ecologia comportamental é possível compreender e comprovar experimentalmente a eficácia de um determinado comportamento sobre a adaptação de um animal, permitindo reconhecer as bases ecológicas e evolutivas dos comportamentos em seu ambiente natural, tais como a escolha de uma estratégia de caça (individual ou em grupo), os mecanismos de fuga dos predadores, hábitos de higiene, cuidado parental, entre outros.

Esse ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia e se baseou nas obras:

ALCOCK, J. Comportamento animal: uma abordagem evolutiva. 9.ed. Porto. Alegre: Artmed, 2011. 606p.

KREBS, J.R.; DAVIES, N.B. Introdução à Ecologia Comportamental. São Paulo: Atheneu, 1996. 420p.

Um comentário:

  1. Oi Marta, tudo bem? Que bom ter encontrado seu blog. Vou recomendá-lo para meus alunos de Comportamento Animal!Vou ler os posts com calma para comentar depois.
    Abraço,
    William

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